Guerra escrita por Halt_Gabriel


Capítulo 5
Capítulo 5: Só os Fortes sobrevivem


Notas iniciais do capítulo

De acordo com o Nyah!, tenho 78 leitores. Se for verdade, ótimo, fico feliz e agradeço a todos !!!
Mas também gostaria de mais reviews !

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A janta ocorreu normalmente. Com isso, quero dizer que a comida estava otima, fizemos a oferenda e Quiron fez o anuncio do torneio.
  Chegando no chalé, não pensei em nada. Só em dormir. E assim fiz...
  Na manhã seguinte, poderiam me perguntar “dormiu bem ?” e eu poderia dizer “sim”. Mas estaria mentindo, claro.
  No pesadelo eu estava na arena de esgrima. Percy duelava com um garoto do chalé de Ares. Eu assistia na primeira fileira da arquibancada. Jackson estava visivelmente com mais facilidade do que o garoto de Ares. Ele manejava Anaklusmos com extrema facilidade, enquanto o seu adversário fazia movimentos estranhos com a lança, afim de evitar a lamina da espada de Percy. Mas o filho de Poseidon era infinitamente mais rápido. Girou a espada, atirou a lança do menino longe e colocou a parte chata da lâmina em seu pescoço. Havia ganho a batalha.
  Em seguida, Quiron chamou-me, junto de um filho de Apolo. Mas, no meu pesadelo, setia-me terrivelmente lento. E, logo ao começo da batalha, o garoto lançou uma flecha contra meu peito, e eu não pude evitar. Tombei, gemendo de dor e...
  Acordei. Estava suando frio. Olhei por uma pequena janela que tinha no chalé, e percebi que ainda era noite. Fiquei mais calmo. Levantei-me e fui para fora do chalé. A porta rangeu quando a abri, mas ninguém acordou. Fiquei sentado, fora do chalé. Recostei minha cabeça na parede da casinha. Estava repentinamente mais calmo. Fechei os olhos. E adormeci novamente. Mas, desta vez, não tive pesadelos.
   Acordei antes de todos. Voltei para dentro do abrigo e sentei-me, esperando o tempo passar. Ficara definido que o torneio aconteceria após o café da manhã.
  O café foi o de sempre. A unica novidade foi o anuncio de Quiron:
- O Novo Campeonato de Esgrima do Acampamento vai começar em trinta minutos. Competidores, preparem-se. - isso me fez sentir um milhão de vezes melhor. Ele me recordara que o campeonato era de esgrima ! Não poderia ser morto por uma flecha...
  Vesti uma armadura leve, porém muito resistente. E fui para a arena de esgrima, pensativo.
  Quando cheguei, as duplas estavam sendo definidas. Das pessoas que eu conhecia, vi na lista: Percy lutaria com um filho de Ares, Doug. Annabeth combateria Julio, filho de Hefesto. Clarisse enfrentaria Richard, filho de Dioniso. E eu teria de vencer Paul, filho de Apolo. As Caçadoras somente assistiriam.  Quiron ditou as regras, pouco antes da batalha de abertura:
- Os unicos itens magicos permitidos serão aqueles que forem espadas, facas ou escudos. Estão autorizados golpes em qualquer parte do corpo. É declarada vitória quando o adversário for desarmado ou quando a parte chata da lâmina for encostada ao pescoço do mesmo. Mortes resultarão em sérias suspensões, e eu serei o arbitro e médico da partida. Ao meu sinal, a luta começará. - e usou uma espada para dar uma forte pancada em um escudo, que fez um alto som ecoar pelo ginásio.
  A primeira batalha foi entre o convidado Nico di Angelo e Krystian, filho de Apolo. Nico segurava uma espada negra em suas mãos (eu sabia que já havia a visto, só não lembrava de onde) e Krystian usava uma cimitarra de bronze e um escudo do mesmo material.
   Nico era baixinho, mas surpreendentemente rápido. Ele golpeou o escudo do adversário e distansiou-se. Em seguida, correu em direção ao garoto. Deu um salto e tentou cravar a espada no ombro de Krystian. Percebi também que Nico era inteligente. Golpeara o filho de Apolo desta forma porque sabia que ele levantaria o escudo, e, com isso, perderia um pouco do equilibrio. Havia calculado perfeitamente. As pernas do jovem bambearam, e isso bastou para Nico colocar a parte chata de sua lâmina próxima ao pescoço do outro menino. A batalha de abertura havia sido extremamente... rápida !
  Depois disso, mais várias lutas ocorreram. Algumas batalhas demoraram mais de meia-hora. Percy e Annabeth se classificaram. Clarisse participaria da luta de encerramento.
   Quando por fim chegou a minha vez, decidi que seria o mais rápido possível. Paul estava armado somente com uma espada, um gládio de cerca de 60 cm. Eu não gostei muito daquilo. Sempre fui fascinado por espadas, e sabia que o gládio era feito para perfurar. Mas eu não podia aparentar medo.  Puxei o cordão de bronze. Estava segurando Owtia. Assim que Quíron deu o sinal, Paul avançou. Ele era rápido, e eu tive de fazer um movimento estranhíssimo para me defender. Mas eu havia treinado, e pus em ação tudo o que sabia: uma grande sequencia de cortadas, estocadas e giros. Ele suava. Eu podia perceber que ele estava com dificuldades. Percebi que estava realmente sem paciência. Dei um giro e, com máxima força, bati na espada do inimigo. Seu braço abaixou, e ele não suportou o peso do golpe. O gládio caiu e, por mais que não precisasse, pus o florete rente ao seu pescoço. Estava classificado para a segunda fase.
  Após esta batalha, ouveram outras quatro. Na última delas, como esperado, Clarisse ganhou. O campeonato estava ficando bom...




  A noite caiu, chegou a hora do jantar. Mais uma vez, senti-me bem. Não sei porque, mas eu melhorava à noite. E então pensei: será que meu pai/mãe tem alguma relação com isso ? Tentei me lembrar... quem era o deus da noite, mesmo ?! Lembrei-me. Fiquei muito animado. Mas para nada. “Ártemis”, pensei. Seria ela minha mãe? Não. Ela jurara não ter filhos. Uma onda de desanimo percorreu o meu corpo. Eu nunca havia parado para pensar nos meus pais. Em quem eles seriam.
  O meu jantar foi desanimado. Na hora da oferenda, senti um aperto no coração. Eu simplesmente não sabia para quem “doar” aquele alimento ! A única coisa boa no jantar, foi saber da continuidade do torneio no dia seguinte:
 - Amanhã, às 3 horas da tarde, será iniciada a segunda fase do Campeonato de Esgrima. Preparem-se, competidores ! - falou Quíron.
  O meu sono foi incrivelmente ruim. Eu sonhei que estava no Monte Olimpo, com todos os 12 deuses rodando a minha volta. Todos falavam ao mesmo tempo: “Filho !”. E, em seguida: “Não ! É MEU filho !”. E começaram a lutar. Enquanto isso, Hades aparecia pelas minhas costas e perfurava-me com uma espada. Eu caí no chão, “morto”.
   Acordei. Minha visão estava desfocalizada. “Estou morto”, pensei. Mudei de ideia quando minha visão focalizou-se e deparei-me com o teto da cabine de Hermes. Caiu a ficha. Deuses não disputariam um filho, pelo menos não pelo que Annabeth havia dito.
  Certo. Agora eu estava MUITO incomodado. Meu cérebro estava a mil, eu não conseguia pensar em mais nada !
  Fui para a arena de esgrima. Já eram manhã, e alguns campistas já estavam de pé, treinando. Eu sei que demorei muito, mas neste momento, percebi que o clima do local era de tensão.
  Algumas garotas de Atena caminhavam, distraíadas. Reconheci uma delas como Annabeth.
-Ei ! Annabeth !! - chamei. Ela olhou em minha direção. Dei uma corridinha rápida até ela. - Acho que temos muito o que conversar... - Ela pareceu nervosa. Levei-a para perto do mar, pois sabia que Percy talvez procurasse-a por la e eu tambem tivesse a oportunidade de conversar com ele.
- O que foi ? - perguntou. - O que você quer saber ?
- Tudo – respondi – Desde ao motivo da tensão no acampamento ao motivo do torneio de esgrima neste momento. Ela mordeu o labio, começou:
- A Grande Profecia – sua voz pouco mais que um sussurro – o motivo da tensão. Guerra, este é o motivo do nervosismo. - Olhei-a, preocupado. Opa ! Guerra ? Acabei repetindo estas palavras em voz alta.
- Sim – respondeu. - Uma guerra contra o mais poderoso dos Titãs, Cronos.
- Uh-oh. E a esgrima ?
- Certo, isto é com Quiron.
- Hmm... certo...


A conversa só serviu para me deixar mais inquieto. Quer dizer que eu estava me preparando para a guerra ?! Eu tinha que falar com Quiron.  Depois do almoço, dirigi-me ao centauro:
- Senhor ?
- Sim ?
- Senhor... - repeti – Podemos conversar ? - e apontei a Casa Grande com a cabeça. O professor fez uma expressão de quem não estava gostando, mas fomos para la assim mesmo.
- E então, jovem ? Qual a duvida ?
- Eu quero saber o porque...do torneio de esgrima. - Quiron endureceu a cara.
- Por que quer saber, Hector ?
- Eu preciso !
- É somente mais um treinamento. - olhei no fundo de seus olhos. Antes que pudesse me controlar, falei:
- Sabe, nas historias de Hercules e Aquiles você não costumava mentir. - Ele sorriu.
- Quem sabe você não seja filho do Titã Prometheu, deus do conselho astuto ?
- Você sabe que eu quero saber de quem sou filho e está tentando desviar-se do assunto principal, mas não vou cair nessa. Qual o motivo ? - Eu não sabia por que, mas tinha certeza de que aquela minha “mascara” estava me protegendo.
- O.k. Tem um duplo sentido. O primeiro motivo, é treinar vocês para batalharem. Inclusive entre si. E o segundo, o vencedor partirá em uma missão.
- Qual missão ? - perguntei.
- Você está explorando a minha inocência ! Quem diria ? - Eu sorri. - Certo. Obrigado, Quiron ! - quando sai, não acreditei no quão falso eu fora. Aquilo NÃO fazia o meu estilo.

O dia passou voando. Depois deste acontecimento, almoçamos, fomos para o ginasio de esgrima, disputamos, tivemos um tempo livre, treinamento, janta e o toque de recolher soou.
Deitei-me no meu saco de dormir e pensei nos acontecimentos. O treinamento fora duro, o jantar bom, e fui repassando mentalmente as minhas tarefas do dia... cheguei na esgrima.
A batalha fora relativamente facil. Quer dizer, Pollux era bom espadachin e tudo, mais... eu já lutara com Percy, que era muito melhor. Falando nele, era outro que avançara. Os classificados do dia foram: eu, Percy, Annabeth, Clarisse, Nico, Jake Mason, Travis Stoll e Michael Yew.
- Certo ! Tenho que ganhar isto... - suspirei, fechei os olhos e dormi.
Tive um pesadelo. Novidade ! Mas este foi muito real...eu estava na sala de esgrima, treinando com um dos bonecos de palha, quando Clarisse falou:
- Pare. - parei, minhas pernas obrigando-me. - Eu vou ganhar este torneio – rugiu ela, e jogou sua lança eletrica nas minhas costas. Desmaiei. Acordei achando que estava na enfermaria. Para novamente descobrir o teto da bendita cabine.
Saí.
- As harpias podem te pegar, se você ficar aqui. - Artemis, a deusa da noite, falou.
- Oh, Senhora Artemis...
- Soube que você talvez lute com um filho de Apolo amanhã.
- Talvez.
- Caso ocorra, ganhe. - Sorri. Aonde ela queria realmente chegar ?
- Eu acho que você não quer falar somente sobre isso – comentei, ainda sorrindo.
- Você é inteliegente, garoto. Vou ser sincera: quero saber por que você se sente tão bem a noite se não é meu filho. - uma onda de desânimo percorreu-me. Eu simplesmente não sabia a resposta. Nem uma deusa sabia !
- Eu... - neste momento, um bolo formou-se em minha garganta. Admiti, com dificuldade – Eu...eu não sei !
- Imaginei – ela deu um leve sorriso. - Estranho – disse, e virou-se, voltando para seu chalé.
Voltei para dentro da cabine que me hospedava. Deitei novamente no saco, e pensei: “Neste Campeonato, aliás, neste Mundo: Só os Fortes sobrevivem.”


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