Guerra escrita por Halt_Gabriel


Capítulo 4
Capítulo 4: Φωτιά




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Já era de manhã. A noite não foi muito confortável. Quer dizer, eu não gosto de dormir espremido em um canto com um saco de dormir surrado. Mas tudo bem. Digamos que era “aguentavel”.  Pelo menos o café da manhã foi bom ! Ovos com bacon, suco de laranja, pão e diversos tipos de comida em abundância. As mesas estavam bem animadas, exceto pelos chalés de Atena e Ártemis. Os dois grupos estavam preocupados, criando estratégias para o Capture a Bandeira.  A cantoria dos garotos de Apolo não cessava, e eles puxavam ritmos de músicas de vitória, glória e outras coisas que estavam emburrando as Caçadoras cada vez mais.

Quando, por fim, o café terminou, (após a oferenda) o sr. D anunciou:

 - Agora, vocês devem preparar–se. A disputa do Capture a Bandeira será disputada por campistas e Caçadoras à uma hora da tarde. Usem o tempo entre o café e o jogo para descansarem. - e terminou o discurso sem muita cerimônia.  

 

Eu estava quase entrando no chalé, quando me cutucaram. Olhei para tras. Era Annabeth.

 - Oi, Héctor.

 - Oi.

 - Bem, soube que ganhou de Percy em uma luta de esgrima.

- Ah, pois é !

- Então saiba que Percy é um ótimo esgrimista. E, por ter vencido dele, você está incluido.

- Incluido em que ?

- Na estratégia ofensiva, é claro !

- Ah, sim !

- Venha, por favor. - Fomos em direção ao chalé de Atena. Sentamos sobre a relva próximos a porta do chalé. Percy juntou-se a nós.

- Certo – disse Annabeth, sua voz pouco mais que um sussuro. - Percy comanda uma decida pelo meio. Eu comando uma pelo flanco direito. Héctor vem comigo. Os filhos de Apolo ficam na defesa, e Ares vai pelo flanco esquerdo. Podemos usar algumas invenções dos filhos de Hefesto, e os demais ficam espalhados, prontos para a defesa.

- Para mim parece bom ! - comentou Percy.

- Eu acho que não – discordei. Annabeth olhou para mim, surpresa. - Veja bem, a Thália, pelo pouco que eu notei dela, parece gostar de batalhas. Ela é a tenente de Ártemis, então, deve organizar uma forte linha ofensiva. E as Caçadoras são mais rápidas que nós. Portanto, acho que deveríamos pegar um pequeno grupo do meio e de cada flanco que você organizou e recua-los, para termos uma estratégia mais defensiva. Ah, e os filhos de Apolo não podem ser a última linha de defesa ! Não podemos deixar que as Caçadores avancem muito. - Annabeth olhou para mim, impressionada.

- Sabe, se não fossem as suas características físicas, eu diria que é um filho de Atena ! - corei. Diziam que Annabeth não era muito de elogios, exceto para os mais íntimos.

- Obrigado !

- Então, está decidido. Desta vez, temos que vencer !

 

As horas passaram-se, e a tarde chegou. Decidiu-se que Clarisse lideraria o flanco esquerdo, Percy lideraria a equipe do meio (eu iria nesta equipe) e Annabeth comandaria a descida pelo flanco direito. Eu esperava que minha estratégia desse certo !

- Serão permitidos quaisquer itens mágicos e evitados ferimentos propositados. Eu serei o árbitro e médico da partida. Podem começar ! - disse Quíron.

Todos estávamos fortemente equipados. Só me faltava uma arma, e eu decidi “escolhe-la” na hora. Puxei o cordão. Um florete de cerca de 80 cm surgiu em minha mão. Ele era leve, e muito fácil de manejar. Fiquei satisfeito.Começou o ataque. Percy brandia a espada ferozmente, e Travis e Connor Stoll partiam para a briga. Mas, no meio de tantas adversárias, vi a garota que mais me desafiava: Thália. Cerrei os olhos, e corri em sua direção. A garota bateu em sua pulseira, que transformou-se em um escudo. Vi a cara da Medusa. Não era uma coisa muito bonita, mas não achei tão intimidadora.

Brandi o florete. O som do metal de minha espada chocando-se com o escudo da tenente de Ártemis foi altíssimo. Thália levantou sua lança, e tentou me atacar no ombro direito. Desviei facilmente. Levantei a espada. Mas, ao invés de investir contra Thália (que levantou o escudo), investi contra a lança de Thália, que foi partida ao meio. Ela atacou com o escudo, mirando o meu rosto, mas eu me agachei, e rapidamente  dei uma estocada em suas costelas. Ela fez uma expressão que era a mistura de susto e dor. Annabeth estava quase chegando a bandeira... mas uma flecha passou zunindo por ela, e acertou o seu ombro. Usavamos armaduras, mas ainda assim nos machucavamos ! Corri em direção a bandeira. Clarisse e seu grupo vinham pela esquerda, atraindo a atenção de várias Caçadoras. Corri pela direita, contornando as batalhas. Dei a volta por trás da bandeira e arranquei-a do chão. Saí em disparada para o nosso campo. Várias flechas vieram contra mim. Não sabia como, mas um muro de pedra envolveu-me, e eu pude ouvir o som das flechas batendo, inúteis, contra a rocha.Ártemis lançou uma flecha em velocidade incrível, mas eu gritei “levantar !” e um bloco de metal bloqueou a flecha. “Obrigado, filhos de Hefesto !!!” pensei. Uma fissura cortou o cenário, indo em direção a Ártemis, que desequilibrou-se e caiu. Uma Caçadora jogou-se na minha frente, mas eu fui para o lado, driblando-a. Corri mais um pouco e...O nosso lado do campo explodiu em vivas ! Eu conseguira !! Capturara a bandeira ! Ártemis olhou para mim, com um certo transtorno. Annabeth veio atras de mim: 

- Incrível ! Você conseguiu !! - Eu estava realmente muito feliz ! Até Thalia veio cumprimentar-me:

- Parabéns, você jogou bem.

- Obrigado ! Você também. Está doendo muito ?

- Não, quase nada. Foi só dor de momento, mesmo.

- Ótimo ! - e suspirei, aliviado...

Passou-se um tempo. Eu havia ficado no chalé de Hermes, descansando. Mas agora estava na hora da esgrima !   Durante o caminho, topei com Ártemis.

- Olá, herói.

- Olá, ahn...senhora ? - era meio estranha chamar uma garota um pouco mais baixa que eu de “senhora”.

- Foi uma grande batalha, rapaz. Parabéns. Aproveite a glória enquanto dura. - e foi embora, caminhando pelos campos de morango.  Achei aquilo estranho. Mas não tinha muito tempo para pensar sobre, já que havia chegado ao ginásio de esgrima. Entrei e sentei-me na arquibancada. Vários alunos haviam chegado, e, desta vez, percebi que haviam muito mais. Provavelmente os veteranos do acampamento fossem fazer esta aula.  Percy chegou correndo.

- Desculpem, turma. Ahn, um pequeno problema.

- Certo – murmuraram alguns alunos.

- Hoje vamos trabalhar com os bonecos – apontou para uns bonecos de palha. Deviam ser uns trinta. - Vocês criam a sequencia, e eu a analiso. Os que fizerem as melhores sequencias irão competir na primeira fase do Novo Campeonato de Esgrima do Acampamento (NCEA, se preferirem). Ao trabalho ! - Levantamos e nos dirigimos aos bonecos. Dei rápidas estocadas e cortadas, e vários ataques sobre o ombro. Fiz isso por um bom tempo, mas fiquei cansado de ficar fazendo aquilo. Dei uma forte cortada em diagonal, quase partindo o boneco ao meio, e decepei sua cabeça, que voou em direção a um dos garotos da primeira aula. Ele se assustou, e deu um grito. Todos riram.

Usei outro boneco, mas desta vez fiz uma sequencia muito rápida. Estocada na costela direita, estocada na costela esquerda, corte no pescoço (dessa vez sem muita força) e estocada na coxa. O mais rápido que eu consegui, e de vez em quando adicionava alguns golpes. Quando a aula estava acabando, Percy falou:

- Certo. Vocês são mais de 50, e somente 34 se classificarão. Estes 34 são: - Ele falou vários nomes. Eu, Annabeth e Clarisse participariamos do torneio. E, além dos 34 competidores, Nico di Angelo (indefinido) e Percy disputariam o torneio. - E, agora, para terminar a aula, gostaria de chamar Héctor. Vamos fazer uma demonstração. - Pelo brilho em seus olhos, era óbvio que queria mesmo era revanche. Eu puxei o cordão de bronze (havia usado o florete no treinamento, mas havia descoberto que quando ele é cravado no chão, volta a ser um colar de bronze). Logo, estava empunhando a espada.

- Vamos começar ! - Percy investiu, com um corte diagonal. Dei um salto para o lado, desviando-me. Ele tentou uma estocada nas costelas, mas eu não permiti.Foi neste momento que notei uma inscrição na empunhadura da espada: “Φωτιά ”. Mas não havia tempo para ficar prestando atenção nestes detalhes. Dei uma estocada na coxa. Quer dizer, tentei. Mas esta foi desviada pelo meu adversário facilmente. E foi quando ele começou: corte em diagonal, estocada na coxa, corte a direita e outro corte em diagonal. Com muito esforço, desviei a sequencia. Mas não iria deixa-lo fazer isso sem receber um troco. Ataquei: corte em diagonal, corte em diagonal, corte em diagonal, estocada na coxa, estocada na costela e estocada na coxa. Tudo em uma sequencia muito rápida.(Nota: esqueci de avisar anteriormente que nesta esgrima são permitidos golpes em qualquer parte do corpo). Ele conseguiu se livrar de quase todos os golpes, exceto da estocada nas costelas. E isso bastou. Dei uma estocada de leve na coxa, e Percy soltou a espada. Coloquei-a no pescoço do instrutor. Percy parecia ser legal. Mas eu percebi que era meu maior rival também. E, sabendo disso, não resisti:

- Entenderam, turma ? - zombei. Mesmo assim, ajudei Percy a se levantar. Eu não havia machucado-o muito. Acho que ele estava bem. Fui para o chalé de Hermes, uma vez seguro de que Percy chegara bem a enfermaria.  Joguei-me no meu saco de dormir, esperando pela hora do jantar. Tinha que estar descansado para o torneio.

 


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Notas finais do capítulo

Para quem ler e gostar: indique, por favor ! >—



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