Guerra escrita por Halt_Gabriel


Capítulo 10
Capítulo 10: Começa meu treinamento




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Conversamos por um longo tempo. O castelo era incrível, lindo. Com vários detalhes em mármore negro. Indescritível !
  Após a conversa, meu pai chamou: “Alecto !”. Uma Fúria, como as das histórias, com um tom meio acinzentado, longas asas e etc. apareceu. Hades pediu para lervar-me a meus aposentos, o que eu achei um tanto chique. Pois é, eu estava no castelo de um dos Três Grandes deuses e tinha um aposento !  Subimos uma escada em espiral. Alecto levou-me para uma porta feita de madeira, mas com detalhes em prata.
 - Este é seu quarto – falou – Espero que seja de seu agrado – Sua voz era rouca, mas não o rouca normal. O rouca horrível.
- Obrigado ! - agradeci. Ela sibilou e deu um salto, e foi batendo as asas. Abri a porta. - C-A-R-A-M-B-A ! - Nossa, o quarto era enorme ! Adoro lembrar daquilo ! Haviam várias camas grandes, com lençóis finíssimos e confortabilíssimos. Havia um grande armário, que eu deduzi que seria para guardar minhas roupas. O armário era detalhado com ouro, assim como o resto do quarto. O teto era negro, cheio de diamantes, o que dava a impressão de que olhávamos para o céu a noite. Tinha uma grande lareira, já com lenha, mais ou menos no centro do quarto, só que encostada em uma parede. Olhei para ela, e ela logo acendeu-se. Vi que tinha uma outra porta, parecida com a que havia visto anteriormente, a alguns metros da lareira. Abri-a, só para dar uma espiada. Era um enorme banheiro, que tinha uma hidromassagem, um boxe enorme com um chuveiro, uma pia e o vaso sanitário, todos feitos de prata. O local era todo negro, mas iluminado por umas tochas, que ao que parece não acabavam nunca. Elas emitiam um cheiro bom, mas não sei dizer exatamente do que era.
A hidromassagem estava cheia. Despi-me e entrei nela. A água estava quente. Realmente boa ! Fiquei ali por um bom tempo até que ouvi batidas na porta.
- Quem é ? - gritei.
- Megera – uma voz rouca e irritante.
- Ahn... isso não era um xingamento ?
- Cale a boca, jovem mortal – sibilou.
- Hmm, ok, sua megera. - a porta abriu-se com um estrondo, e uma Fúria apareceu.
- Esta é sua roupa, mortal ! - e colocou uma roupa de malha cinza e uma bermuda que tinha imagens de fogo e caveiras em uma bancada de mármore cinza, que eu não havia reparado na primeira vez em que entrei. Ela também deixara uma toalha.
Saí. Peguei a toalha, sequei-me e me vesti. Tinha também uma cueca da Red Nose, dessas que todo garoto usa. Pois é, essa parte tá bastante chata, mas eu precisava de alguma coisa para enrolar na história. Saí do banheiro, escolhi uma cama larga e joguei-me nela. Logo, estava dormindo. Esta noite foi mais tranquila. Sonhei que usava um bastão de beisebol para destruir caveiras, mas humilhava-as. Portanto, foi bem divertido. De resto, foi tudo normal.
Quando acordei, havia um bilhete em uma mesa-de-cabeceira, ao lado de minha cama. “Héctor,  quando acordar, desça a escada e siga em frente. Entre na sexta porta à esquerda, Hades”, dizia o bilhete. Ok, né ? Segui as instruções. Conforme eu andava, percebia que as portas eram todas iguais. Por fim, cheguei na sexta à esquerda. Abri a porta. Já estava cansado de me impressionar com os lugares, mas era inevitável. Era um grande salão, com uma mesa de banquetes que nem a que vemos em filmes. Haviam ovos com bacon, pão, manteiga, queijos de tipos variados, presunto... tinha quase tudo, até pizza ! Hades usava um hobbie cor de vinho, com uns desenhos de caveiras em diamantes.
- Olá, Héctor – cumprimentou-me – Sente-se.
- Ah, claro! Obrigado. - sentei a sua esquerda.
- Sirva-se – obedeci. Enchi meu prato de ovos, bacon, e pizza. Coloquei alguns pães com manteiga e peito de peru também. Raparei que estava faminto. - E então, como foi a sua noite ?
- Boa.
- Ótimo ! E as roupas, serviram ?
- Sim, perfeitamente.
- Bom também. Mas você vai precisar de roupas novas, não posso fornecer-lhe roupas desta forma.
- Hmm, ok. Então estou autorizado a sair do Mundo Inferior ?
- Sim. Mas se for sair, use Darky.
- Darky ?
- Seu hipogrifo !
- Ah !
- Certo... e, agora, ao assunto principal: quando você voltar, começaremos o treinamento. Vamos começar com a espada, algumas lutas com caveiras, e quem sabe, vc possa lutar com Teseu ? Ele quer voltar a ativa...
- Sim, sim... então...comprar roupas, treinamento...
- É, isso.
- Ok. Anotado. - terminei o café, voltei para meu quarto, escovei os dentes e peguei minha mochila. Lá tinha o saco de moedas de ouro e minhas roupas sujas, além de alguns outros itens.
Quando estava pronto, uma das Fúrias entrou. Reconheci-a, nem sei por que, como Alecto.
- Vamos, mortal.
- Calma, Alecto. Já vou. - ficou furiosa, eu percebi. Mas não liguei. Fui andando, até alcança-la. Fomos até o jardim, onde encontrei Darky.
- Hey, amigo. Beleza ? - ele olhou calmamente para mim.
- Agora está por si só. - falou a Fúria.
- Certo. Vamos, Darky. - montei nele, e lá fomos nós.
  Assim que cheguei em Las Vegas, preocurei um shopping. Quando achei o primeiro, entrei. Comprei uma garrafa térmica e enchi-a de água. Rondei pelo local, e achei umas coisas maneiras. Um óculos Ray-ban estilo aviador, uma jaqueta de couro, uma calça jeans preta e um par de tênis brancos da Nike. Mas, no final das contas, eu não tinha grana pra tudo aquilo. Pensei um pouco... e lembrei. Tinha que falar com Quíron !
Saí do shopping. O dia estava ensolarado. Perfeito ! Fui para um canto onde ninguém me via e joguei um pouco da água no ar. Um arco-iris se formou, e eu peguei uma das moedas de ouro e taquei-a no arco.
- Oh, deusa, aceite minha oferenda... - falei. - Acampamento Meio-Sangue. - vi Quiron.
- Hector ! - o centauro exclamou.
- Oi, Quiron. Tenho novidades !
- Diga.
- Vou ficar por aqui. Vou ficar no Mundo Inferior, treinando.
- Como ?!
- Ouviu bem. Mas eu vou para a Guerra. E vou comprar umas coisas – citei os itens.
- Isso é muito caro, Héctor ! Como vai arranjar dinheiro pra isso ? - ri.
- Estou em Vegas ! Aqui eu posso conseguir tudo. Enfim, era só isso. Tchau !
- Tchau... - ele passou a mão na imagem, que se extinguiu. Certo, estava na hora da diversão !
Fui aproximando-me de um cassino. Um grande grupo de pessoas forçava a entrada, e iam indo. Me meti no meio da confusão, e acabei entrando. Procurei uma mesa de pôquer que não estivesse lotada, achei uma, e sentei. Haviam 4 jogadores aguardando o quinto. Um homem branco, careca, que fumava um charuto e tinha umas 20 tatuagens no braço direito, falou:
- Você não tem 18 anos.
- Talvez eu tenha. Mas você quer saber da minha idade ou do jogo ? - peguei o bolo de cartas e embaralhei-as. Coloquei-as na mesa. - Vamos jogar pôquer – falei, sorrindo. O jogador careca virou o carteador. Cara, eu sou sortudo ! Straight Flush. Contei o dinheiro. Tinha 475. Joguei tudo na mesa.
- Vai apostar tudo isso ? - um homem muito alto, negro e com um cabelo mal cortado perguntou. - Garoto, está perdido.
- Não teria tanta certeza. Vamos.
- Uhuummm... aumento 100 dólares. - um homem moreno, de cabelos longos encaracolados e com um colete caubói manchado declarou. Meu maior medo realizara-se. Eu não tinha mais nada. Ou será que tinha...?
A rodada foi passando, até chegar minha vez.
- E ai, pequeno ? - Um homem de estatura média pra idade (uns 25 anos), de cabelos curtos e negros, que aparentava ser o mais inteligente do grupo, perguntou. Sorri.
- Que tal tornar as coisas mais interessantes ? - falei, e todos franziram uma sobrancelha. Puxei o saco de moedas de ouro e coloquei 5 na mesa. Trovões soaram. - Gostam ? - falei, sarcástico.
- Mais 30 destas e eu aumento 600 dólares. - falou o cara-de-inteligente. Todos concordaram.
- Qual seu nome ? - perguntei.
- Shane.
- Certo, Shane. Eu topo. - coloquei as 30 moedas. Mais trovões. Todos aumentaram 600. (Nota: o mesário não apostava). Com aquilo, ficavam 2.300 dólares e 35 moedas de ouro. - e agora, hora de apresentar as cartas. Mas antes, seus nomes – falei.
- Lewis – falou o carecão.
- Phill – o homem moreno.
- Kruger – o negro. - O seu ?
- James. E, agora sim, revelamos. Você primeiro, Kruger. - ele riu.
- Uma trinca de reis.
- Hmm...bom – analisei. - Phill ?
- Flush.
- Full House – falou Shane, antes que eu perguntasse. - E agora, por favor, passem a grana.
- Ainda não – falei. - Straight Flush. A grana é minha, e muito obrigado por jogarem. - coloquei as cartas sobre a mesa, e juntei o dinheiro. Coloquei tudo no saco das moedas de ouro. - Tchaau ! (Nota: Na Wikipedia tem o significado dos nomes.)
Os olhos de Krüger brilharam. Ele sacou uma arma, atirou, e eu rolei. Saí correndo, misturando-me a muvuca que saía do local. Nossa, aquilo foi diversão !!!
  Entrei no shopping. Hora das compras ! Ahn...nossa, isso soou um tanto gay ! Mas isso não vem ao caso. Comprei as roupas, que eram bem masculinas, aliás, e fui caminhando, voltando aonde deixara Darky.
  Logo, estava de volta para o Mundo Inferior. A mesma paisagem de sempre. Fui caminhando, com o hipogrifo ao meu lado. Atravessei o jardim, evitando olhar para as romãs. Consegui, e uma Fúria apareceu.
- Alecto ! Como vai ?
- Senhor Hades aguarda-o, mortal. Ela rugiu. Então pensei: e Cérbero. Bem, eu não sabia se o cão podia ler mentes, mas um enorme cão de três cabeças veio pulando, com uma bolinha de borracha na boca do meio.
- Hei, cachorrinho ! - ignorando Alecto, corri até o cão. Passei por debaixo de suas pernas. Pelo menos por quatro delas. Eu adoro cachorros. São tão legais ! Brinquei uns... 30 segundos, porque a Fúria cortou a brincadeira, repetindo:
- O Senhor Hades aguarda-o. - desta vez a sua voz estava realmente terrível.
- Hmm... desculpe, amiguinho. Tenho que ir – falei com Cérbero. Não sei se ele entendeu, mas essa foi a intenção. Segui a estraga-prazeres.
Encontrei meu pai sentado em um alto trono, em uma bela sala negra. Caveiras jaziam aos seus pés. Sorriu para mim.
- Soube que andou jogando pôquer.
- Sim, eu sou bom.
- Vi.
- Viu ?
- Ah, sim ! Mas isso não vem ao caso. Vamos começar o seu treinamento. - pulou de seu trono e me levou novamente ao jardim. “Ótimo” murmurei. “De volta ao começo”. - Que tal começarmos com...uma caveira ?
- Ahn ?! - mas antes que pudesse formar uma pergunta “respondível”, uma caveira veio correndo com uma espada de ossos em minha direção. Atacou meu ombro direito, mas eu consegui desviar. Achei um tanto Matrix, mas tudo bem. Puxei o cordão de bronze e decepei a caveira com meu florete.
- Realmente, você tem muita habilidade – comentou meu pai. - Então, cinco caveiras e um cão infernal. Vai ! - eu devo ter falado alguns palavrões, mas foram abafados por latidos parecidos com os de Cérbero, mas três vezes mais baixos. Um cão negro pulou sobre mim, mas foi fácil perfurá-lo. Três caveiras avançaram, uma ao lado da outra. Percebi que as outras duas estavam vindo por trás. Descrevi um arco, dando um giro e acertando todas as caveiras. Se bem que aquilo era divertido !
Eu fui combatendo eles, até chegar ao incrível número de 60 caveiras e 32 cães infernais. Já estava quase impossível !
- Pai, a gente não pode dar uma pausa ?!
- Não. Aprendi uma coisa com Ares: na guerra não há muito descanso.
- Cinco minutos não é muito ! - ele me ignorou, e eu tive que ir a combate. Umas 30 caveiras avançaram pela frente, cerca de 16 cães infernais atrás e o resto pelas laterais e diagonais. Cravei a espada no chão, e ela voltou a ser um cordão. Gritei, e fogo surgiu a minha volta. Quis que destruísse os cães e caveiras. E, de fato, destruiu. Nossa, aquilo foi legal ! Mas...cansativo também. Caí no chão de joelhos, com dificuldades para respirar. Hades correu até mim. Olhei para seu rosto. Ele sorria.
- Parece que você conhece bem o fogo !
- Bem, aos 12 anos minha escola incendiou-se. E foi bem quando eu tirei uma nota baixa. E, aos 13, eu não havia estudado para um teste. Quando o professor foi nos entregar, as provas queimaram. Mas, eu não sabia que havia sido eu ! - contei. Agora tudo parecia mais claro...
- Entendo... bem, amanhã continuamos ! Vá tomar um banho e descanse bem. Este foi só o começo...


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