M.M - Minha Magia. escrita por Tyke


Capítulo 11
M.L - Eu posso te amar.


Notas iniciais do capítulo

Parte 3



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Anteriormente nessa história: Molly está gravida e não sabe quem é o pai, pois foi vitima de um abuso. Lucy insistiu que seus pais deveriam saber, assim elas contaram e Percy não reagiu nada bem.

 

M.L

Percy estava sentado na cama de casal de dorsal com as pernas em baixo da coberta e as costas escoradas na cabeceira. Ele lia um livro enquanto sua esposa se movimentava pelo quarto se arrumando para dormir. De repente ele sentiu a movimentação cessar e um olhar persistente. Audrey estava parada a alguns passos da cama e remexia as mãos nervosamente.

— O que foi? - Ele perguntou por fim percebendo que era isso que ela queria.

— Fui no St.Mungus com a Molly hoje.

— Hum... - Ele voltou a atenção para o livro.

— Ela está... Percy! Olhe para mim quando falo com você, por favor! - A mulher elevou a voz respirando fundo.

O homem de cabelos ruivos muito bem alinhados até mesmo para dormir, a olhou entediado. Mas obedeceu a esposa, no final sempre obedecia.

— Estou olhando. - Ele falou arrogante quando Audrey demorava tempo de mais respirando fundo ao invés de falar.

— Mols está bem. Aparentemente machucaram ela na... você sabe, mas foi superficial e ela já está se curando. - Enquanto a esposa falava Percy apenas a mirava com olhos cansados.

— Acabou? - Sem esperar resposta ele já voltava para a leitura.

— Não! É uma menina, Percy.

O homem voltou o olhar de súbito para a mulher e por alguns instantes ela poderia jurar que os viu brilhar. Mas deve ter sido apenas impressão porque logo em seguida ele assumiu sua cara de desinteresse.

— O que é uma menina?

— O bebê! Sua neta! O que mais seria? - Audrey bateu as mãos nas cochas expostas pelo pijama fazendo um som estralado.

— Ótimo! - Ele fingiu um sorriso. - Mais uma vagabunda para essa casa.

A mulher encarou o marido por um logo tempo e ele sustentou o olhar com arrogância. Depois para provoca-la ainda mais voltou o olhar para o livro que lia. Audrey vendo ser ignorada deu a volta na cama e deitou-se no seu lugar ao lado de Percy.

— Saia, por favor. - Ela disse cordial enquanto entrava em baixo das cobertas.

— Como é? - O homem olhou-a por cima dos óculos.

— Você me ouviu. Saia, não quero dormir ao seu lado. - Audrey tinha os olhos marejados de decepção.

— Eu não vou a lugar algum. Pare de fazer gracinha. - Ele fechou o livro e começou a ajeitar na cama.

— Gracinha??? - Ela estourou sentando na cama. - Você chama nossa neta, que ainda nem nasceu, de vagabunda e acha que estou fazendo gracinha quando sinto nojo de dormir ao seu lado?

Percy ficou sem palavras, mas não porque estava arrependido e sim por estar vendo sua esposa chorar. Ela era uma mulher forte e raramente desmoronava daquela forma.

— Nojo de mim? - Ele finalmente encontrou o que dizer e disse com desdém. - Você deveria sentir nojo das suas filhas! Lucy é uma puta declarada e Molly pelo jeito é outra.

— A culpa não foi dela! Por que você não entende isso?

— Se ela estivesse em casa estudando ou fazendo algo útil como limpar a casa isso não teria acontecido!

— Eu não acredito que... - A mulher cobriu o rosto com as mãos buscando calma. - Saia, Percy. Eu estou falando sério.

— Eu não vou sair. - Ele disse firme e deitou se ajeitando no cochão.

— Ok.

Audrey levantou da cama foi até o guarda-roupa e começou a se trocar. Colocou um sobretudo, pois o inverno começava a chegar naquele fim de ano.

— Aonde vai? - Percy levantou da cama começando a se preocupar até a onde iria a gracinha da esposa.

— Para a casa dos meus pais ou da minha irmã... qualquer lugar longe de você. Amanhã volto para buscar as meninas. - Ela pegou uma bolsa e a varinha.

— O você pensa que está fazendo!? - Percy falou indignado indo atrás dela para fora do quarto.

— Na sua vida só tem vagabundas, não é? Pois então não haverá mais nenhuma. - Audrey foi direto para a lareira e usou o pó de flu para desaparecer por ela.

Percy ficou onde estava encarando as chamas verdes alaranjar-se. Ele ouviu passos vindo da escada, olhou na direção deles e encontrou a filha mais velha. A barriga um pouco saliente já era visível no pijama amarelo e ela estava um pouco mais rechonchuda.

— O que?... a mamãe... - Molly teve medo de terminar uma frase. Ela ouviu toda a discussão do quarto. E aparentemente o pai estava muito irritado.

Molly se sentiu um lixo quando Percy passou por ela a ignorando por completo. Algumas lágrimas caiu pelo rosto redondo e ela levou as mãos à barriga por instinto. Abortar resolveria tudo, pois o pai poderia fingir que aquilo nunca aconteceu. Seria simples, mas a garota perdia a coragem a cada dia que carregava sua filha. Ela voltou para o quarto chateada. Queria conversar com Lucy, mas a irmã havia saído com uns amigos.

A moça nem se deu conta quando adormeceu. No dia seguinte acordou sentindo os raios de sol entrarem pela janela. Ela bocejou e com muita dificuldade levantou não se sentindo muito bem naquela manhã. Escovou os dentes e foi direto ao quarto de Lucy, não querendo encontrar com o pai na cozinha.

— Luh! - Ela chamou a irmã que dormia esparramada e com a maquiagem borrada no rosto. -Luh!!

Chamando mais alto a garota ruiva remexeu nervosa.

— Sai daqui e me deixa dormir. - Murmurou e depois voltou a babar na fronha.

— A mamãe foi embora. - Molly insistiu em dizer sendo ouvida ou não.

— Mamãe... que... O quê? - Lucy coçou os olhos manchando-os ainda mais de rímel e devagar se postou sentada no cochão.

— Eles discutiram ontem por minha causa. - Ela abaixou os olhos ao dizer. - E a mamãe foi embora.

— Puts! - A moça coçou os cabelos ruivos desgrenhados e vendo o olhar triste da outra acrescentou: - Hey, não fica assim. Não é sua culpa e  sim do Percy ignorante.

Lucy fez questão de o chamar pelo nome. No dia que ele deu piti por Molly estar grávida e a culpou, ela decidiu que nunca mais o chamaria de pai. A irmã ainda estava cabisbaixa e parecia distantes em pensamentos.

— Mols, comprei uma coisa ontem. Você vai amar! - Lucy deu um salto da cama e correu para uma pilha das suas várias pilhas de bagunças. - Aqui!

Ela entregou um sapatinho cor-de-rosa para a irmã. Molly pegou o seu presente sem saber o que responder ou pensar. Olhou para o objeto rosa e não conseguiu deixar de imaginar pezinhos gordinhos de bebê dentro deles. Ela sorriu e agradeceu a irmã. Imaginava pela primeira vez como seria o rostinho da sua filha, só e somente sua.

— Eu posso ama-la. - Disse para Lucy, mas na verdade estava dizendo para si mesma.

— Que bom! - A ruiva sorriu diante a felicidade da irmã que estava sempre triste nos últimos meses. - Nenhuma criança precisa de um pai quando se tem uma mãe que vale pelos dois. E uma tia maravilhosa é claro. Não tem como ser infeliz assim.

Molly gargalhou como a muito tempo não fazia diante do narcisismos da outra. Lucy acompanhou as gargalhadas, mas em seguida sentou na cama assumindo um semblante sério.

— A criança precisando ou não, a pessoa que te violentou deve ser punida.

— Mas eu não me lembro quem foi... Vamos deixar isso para lá...

— De jeito nenhum! - Lucy a interrompeu. - Temos quatro aurores na família, garota! Isso sem contar o boy da Lilian.

— Mas eles tem mais o que fazer, Lucy, do que cuidar de um caso como o meu.

— É claro que não. Presta atenção; estupro é crime e drogas mágicas é crime . Tem tudo haver com o que eles fazem; Punir pessoas que fazem crimes.

— Eu não sei...  - Molly olhou as próprias mãos que seguravam os sapatinhos inquieta.

— Eu imaginei que você sentiria vergonha deles saberem, por isso estava pensando em pedir ajuda somente ao Alvo ou o Teddy. O que você acha? - Lucy pousou uma mão nos ombros da irmã.

Ela respirou fundo antes de responder

— Alvo. Acho que ele pode entender melhor. - Ela deu de ombros sabendo no fundo que justiça deveria ser feita.

— Eu também acho.

Escutaram a lareira da casa crepitar e como em seguida tudo ficou em silêncio, elas deduziram que Percy havia saído para o trabalho.

— Vamos descer, já que não me deixam dormir então quero comer. - Lucy falou batendo na barriga. - E vocês duas também, vamos!

Juntas as três Weasleys desceram para tomar café da manhã.


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Notas finais do capítulo

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