Fechar os olhos escrita por Lostanny


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao final! Queria ter colocado mais interação do shipp, mas o plot tava andando tão rápido :´< Espero que tenham gostado da história, mesmo assim. q



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“Sinto muito”, “Por ser egoísta, por achar que tudo ia melhorar”, “Você estava solitária, não é? ”, “Eu devia ter percebido antes, então, teria parado de falar no papai. ” Choromatsu daria tudo para que Matsuyo lhe ouvisse falar isso, mas nunca conseguiu a tempo. Recordava-se quando sua visão aos poucos escureceu, até que estava mergulhado em uma escuridão plena em que não podia ver nada ou ninguém.

Apenas tinha ouvido o som dos gritos de uma pessoa até que eles se multiplicaram, então, também silenciaram. Tinha acordado com o rosto de seus irmãos sobre si, os rostos deles revelavam uma culpa que Choromatsu não atribuía a eles, pois foi o próprio que tinha lhes assegurado que nada de mal aconteceria caso lhe deixassem sozinho cuidando dela. Bem, ele não estava prevendo aquilo, ninguém estava, apesar do temperamento de Matsuyo.

Ele se encontrava como um paciente em um hospital local quando lhe disseram que não devia se preocupar, pois não iriam mais vê-la a partir dali.

Matsuyo estaria sob tratamento até que fossem grandes o suficiente para que não precisassem mais de seus cuidados. Quando isso aconteceu, e ela foi liberada, nunca mais souberam notícias dela. Não há espaço para sonhos quando se está sofrendo. Choromatsu devia ter percebido antes, então, parado de falar sobre os seus para ela, enquanto ainda tinha tempo. Antes que ela os estrangulasse junto com ele.

Choromatsu foi salvo antes que acontecesse o pior, pois seus irmãos foram rápidos em conseguir ajuda. Entretanto, o que sobrou foi uma sombra de si, em que havia apenas aqueles sonhos recheados de constrangimento e os pesadelos desse dia. Até que Osomatsu oferecesse aquele acordo. Contudo, onde ele estava?

Por que ele não acordava? Mesmo que fechasse e abrisse os olhos com força, ainda que imaginasse qualquer outro tipo de alternativa àquela cena, o que havia sucedido em outras vezes que tentou, daquela vez foi inútil. Choromatsu ainda estava no chão, desesperadamente tentando impedir que sua mãe tentasse mata-lo, mais uma vez.

(...)

— Choromatsu-nii-san não acorda, não importa o que façamos. — Todomatsu disse em um tom preocupado.

— Talvez ele só esteja esperando pelo seu príncipe encantado. — Osomatsu disse, dando de ombros.

— Poxa, isso não é hora para brincadeiras. — Todomatsu disse, mordendo de leve o polegar.

— Queria um diagnóstico? — Osomatsu disse divertido, arqueando uma sobrancelha. — Então, devia ter ligado para um médico, não para mim, sou apenas um mágico..., mas, nossa... ele está dormindo muito bem, mesmo. Nem os fogos de artifício que fiz foi o bastante. Talvez uma bomba resolva...

— Nem pense nisso! — Todomatsu adiantou, sabendo como o outro seria bem capaz de armar uma. —... eu estava querendo evitar, mas acho que não tenho escolha. Eu vou sair por um instante. Por favor, fica de olho no Choromatsu-nii-san.

— Não tem problema? — Osomatsu disse, meio confuso por um momento.

— Claro que não, você um amigo meu... — Todomatsu disse, e mesmo que ainda estivesse preocupado com o irmão, um sorrisinho acabou por se desenhar em seu rosto. — E do Choromatsu-nii-san também.

Osomatsu franziu as sobrancelhas pela pausa entre os dois nomes. Ele poderia ter questionado Todomatsu. Contudo, o rapaz logo teve seu estado preocupado tomando conta dele. Dessa forma, foi presenteado apenas com o som dos passos de Todomatsu ao literalmente correr para fora dali, não sem antes tomar para si um guarda-chuva rosa com babados, por causa da chuva lá fora.

O mágico se encostou no sofá onde Choromatsu estava dormindo, realmente dormindo, como da primeira vez que o tinha encontrado ali, só que pior. Estava tendo um pesadelo em uma condição mais péssima do que qualquer outra.  Apenas se achava imóvel por causa do poder de Osomatsu que estava mascarando a realidade. Na verdade, Choromatsu tremia tanto que parecia estar sofrendo de um ataque. Porém, não podia fazer com que os outros descobrissem.

Estava tão perto de seu objetivo, tão perto de adquirir todos os sonhos e pesadelos que formavam Matsuno Choromatsu para que cometesse qualquer erro. Dessa forma, poderia manter seu irmão Ichimatsu a salvo em seu sonho interminável, até que o rapaz resolvesse por acordar desse mesmo sonho. Tinha feito isso tantas vezes que Osomatsu não deveria sentir mais nada a esse ponto.

Entretanto, a sensação de tocar os lábios dele com os seus, no primeiro e último beijo que deram, ainda permanecia ali. Osomatsu não precisava ter ido longe com aquela pessoa, porque ele não ia com nenhuma outra.

Ele apenas aumentava as expectativas de uma vida sem pesadelos, quando isso é impossível, pois o espírito humano é muito fraco para suportar o total banimento disso. Dessa forma, seu alvo da vez acabava por sucumbir em sua própria fraqueza, como naquele momento, então, ele tomava tudo dessa pessoa para completar o seu plano.

Dessa forma, por que tinha um sorriso amargo no rosto?

— Eu não posso salvá-lo, Choro, mesmo que eu queira. Eu tenho que fazer isso. — Osomatsu disse, com a mesma expressão que teve ao perceber pela primeira vez que estava sozinho no mundo, pois não poderia mais alcançar Ichimatsu. Era algo de dor, algo de arrependimento. — Essa é a realidade. Mundo injusto, não...?


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Notas finais do capítulo

Nos vemos!