Fechar os olhos escrita por Lostanny


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá ♥ Seja bem vindo a essa fic e espero que não tenha ficado muito confuso (dessa vez q). Nos vemos!



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“Abra as fronteiras da sua mente” Era o que estava escrito em um panfleto que uma pessoa entusiasmada lhe ofereceu em sua volta para casa. Caso fosse uma situação normal, Choromatsu já teria acenado ao outro em negativa a receber tal promoção, uma vez que não tinha tempo nem para si quem dirá para outros. Contudo, viu que não conseguiria ignorar quando descobriu que era Jyushimatsu, um de seus conhecidos, que estava fazendo o anúncio.

Ele até tentou passar direto pelo outro com a esperança de que Jyushi não lhe reconhecesse, todavia, como esperava isso não lhe seria possível. Além de se conhecerem, Choromatsu tinha um rosto muito semelhante ao de seu irmão Todomatsu, o melhor amigo do anunciante.

— Não vai se arrepender. — Jyushimatsu disse, com um sorriso de orelha a orelha. — Osomatsu pode até mesmo fazer sonhos se tornarem realidade! 

Choromatsu voltou a olhar para o panfleto, depois para o rapaz. Deu um suspiro visível. No entanto, Jyushi já estava a dar atenção a outros transeuntes do lugar. Havia tido um dia longo para ainda ter que ouvir aquelas bobagens sobre sonhos. Quem precisava de algo assim quando tinha que se preocupar em pagar as contas do fim do mês? Ele não. Ainda assim, não tinha que ser rude com alguém que estava se esforçando em seu trabalho.

— Vou pensar no assunto. — Choromatsu disse baixo, mais para si mesmo. Teve uma surpresa ao se deparar com Jyushi assentindo para o que havia dito.

— Vamos estar lhe esperando.

(...)

O show de mágica se daria início por volta das 21:00. A maior parte do público era composta por criancinhas do jardim de infância. Choromatsu tinha uma expressão impaciente enquanto seu irmão mais novo Todomatsu tirava selfies com o irmão mais velho deles, Karamatsu, para colocar em sua rede social. Choro até tinha tentado dissuadir o mais novo no caminho. Contudo, ao ouvir sobre o show, qualquer lógica pareceu inexistir para seu parente.

— É melhor esse mágico ser tão bom quanto dizem. — Choromatsu disse mais para si mesmo que qualquer outra coisa. Todomatsu ouviu.

— É claro que ele é — Todomatsu disse, contudo, explicou-se ao ver a expressão desconfiada no rosto de Choro —, eu já tinha vindo com Jyushi antes, para conferir.

Isso explicava o porquê daquela pessoa estar trabalhando com tanta energia, todavia, isso também deixou Choromatsu ainda mais aborrecido. Se Todomatsu já tinha vindo antes, por que ir de novo? E ainda se dar ao trabalho de trazê-lo junto? Ainda tinha que se preparar para uma reunião no dia seguinte.

As luzes repentinamente se apagaram, fazendo com que todos mergulhassem em uma escuridão quase plena. Todomatsu lhe agarrou a mão em automático, pois tinha pavor do escuro. Karamatsu deu um gemido de dor por alguém estar passando por eles naquele momento, e no descuido lhe pisou o pé. Um foco de luz se fez presente no meio do palco, e de lá surgiu um homem de terno com uma cartola sobre a cabeça, e manto negro sobre os ombros.

— Pessoal, desculpe-me pela demora e obrigado por terem vindo. — Osomatsu disse e fez uma reverência a plateia. Houveram aplausos das criancinhas, então, tornou a falar. — Eu vou escolher alguém da plateia para me ajudar em meu número... ah, já sei! Você aí, o doloroso¹! É, você mesmo! O dos óculos que brilham no escuro! Poderia vir aqui um instante?

Choromatsu quase quis correr dali quando viu Karamatsu ir ao palco, expondo ao mundo a sua “moda perfeita” que causava dor a todos. Se os óculos cheios de brilho não fossem o suficiente para causar espanto, ainda tinham a calça azul que também brilhava e a camisa que tinha a estampa do próprio rosto. Karamatsu, entretanto, estava alheio a opinião dos outros e a de Choro, dessa forma, estava fazendo uma pose cool enquanto dizia:

— Hunf. Seja o que for essa provação, tem que ser um embate entre a vida e a morte, senão, não é o bastante.

— Certo, acho que eu tenho o número certo para você... qual seu nome? — Osomatsu perguntou com curiosidade.

— Karamatsu.

— Então, Karamatsu, fique um pouco afastado. Isso. — Osomatsu disse, ajudando Karamatsu a se posicionar.

— Um embate entre a vida e morte saindo!

Osomatsu se afastou alguns passos ao dizer isso, depois, estalou os dedos. Choromatsu abriu os olhos de espanto. De alguma forma, haviam dois Karamatsus de frente um para o outro no palco. Um deles, o verdadeiro, bastante confuso, enquanto o outro mantinha uma pose confiante. A plateia também reagiu surpresa como Choro, com exceção de Todomatsu e alguns outros, que deviam ter visto algo similar em sua última visita.

— O que foi, Karamatsu? Não era esse o seu sonho? — Karamatsu clone disse tirando os óculos escuros que possuía, sem os brilhos que o Karamatsu verdadeiro recentemente tinha colocado nos seus. — Apenas um prevalecendo no fim?

— Pode apostar. — Karamatsu disse se recompondo, também tirando seus óculos escuros. Os olhos brilharam de determinação ao continuar. — Que comece o massacre!

O que se seguiu foram extenuantes minutos de discussão sobre qual dos dois tinham a aparência mais cool e porquê. Pela hora, a maioria das famílias acabaram por ir para casa, atitude que não foi repetida pelos dois irmãos do envolvido. Choromatsu estava prestes a interromper o debate quando Osomatsu bateu as palmas da mão, alto o bastante para que os dois ouvissem. Então, a cópia sumiu diante dos olhos dos remanescentes do lugar.

— Certo, já foi o bastante por hoje. — Osomatsu disse com um sorriso, mesmo que houvesse menos da metade da plateia presente. — Agradeço a quem ficou até o final.

Houveram aplausos de Todomatsu e dos demais. Choromatsu acabou por se juntar também, para a surpresa do irmão mais novo e, aparentemente, do mágico do lugar. Talvez fosse impressão sua. As luzes se acenderam, e ele não precisou dizer nada para que Todomatsu lhe seguisse ao encontro de Osomatsu. Karamatsu se juntou a eles não muito tempo depois.

— Agradeço os elogios, eles fazem o meu dia. — Osomatsu disse, coçando o nariz com o dedo indicador, o sorriso estava amplo. — Não se acanhem em vir mais vezes.

— Claro... se não estiver ocupado. — Choromatsu disse, com um sorriso sem graça.

Os pensamentos de mais cedo vieram com força. Se não fosse por Todomatsu, provavelmente estaria se estressando sem descanso pela reunião do outro dia, perdendo aquela oportunidade diferente. Havia sido algo a se guardar, apesar de tudo.

— Todomatsu disse da última vez que você é um cara ocupado. — Osomatsu continuou. — Choromatsu-san, não é?

— “Choromatsu” está bom, e, bem, sim.

— Não espero a hora de nos encontrarmos de novo!

Choromatsu não tinha ideia do porquê de Osomatsu lhe ter dito aquilo. Eles se conheciam a meros minutos. Devia ser para manter um público fiel. Talvez não fosse tão ruim ser parte desse público. Os irmãos se despediram de Osomatsu não muito tempo depois. Uma última olhadela ao mágico antes de ir embora causou em Choromatsu um momento de dúvida. Osomatsu tinha algum sentimento obscuro por detrás daqueles olhos muito vermelhos.


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Notas finais do capítulo

¹ No anime, é comum associarem o Karamatsu como a dor em pessoa, por causa de seu jeito de vestir (às vezes para lá de extravagante, como usar um combo de uma blusa sem mangas, com o próprio rosto estampado no centro + um short bem curto + um sapato de salto alto dourado brilhante) e algumas falas sem sentido (em partes falando em inglês). Os óculos escuros que brilham é uma invenção minha, mas vai saber q

Espero que tenham gostado da leitura. Até ♥