How Could This Happen To Me? escrita por Emmy Tott


Capítulo 14
O retorno do passado


Notas iniciais do capítulo

Será que eu ainda tenho leitores? :B



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O dia amanhecera nublado. Apesar disso, Peggy levou um susto ao olhar no relógio e descobrir o quão cedo ela havia acordado. Ao seu lado, Pierre dormia profundamente. Com o frio que fazia, Peggy não teve coragem de se levantar. Ao invés disso, ela se virou para observar a face adormecida de Pierre e relembrar os últimos momentos passados juntos. Tudo parecia finalmente ter voltado ao normal. Mas até quando? Será que eles podiam mesmo se esquecer de todos os problemas e voltarem a ser felizes, como dissera Pierre? Ou será que mais uma vez ele se deixaria levar por Chuck?

Sua cabeça estava totalmente mergulhada em dúvidas e incertezas. A única coisa de que Peggy estava realmente certa era de que não queria perdê-lo. Ela o amava verdadeiramente, mas até que ponto ela suportaria? Será que todo o seu esforço e o seu amor eram o bastante para que eles não se separassem?

Sua mente fervia em perguntas enquanto os primeiros raios de sol apareciam preguiçosamente através das cortinas do quarto. Finalmente, Peggy se deu conta de que acabaria ficando maluca se continuasse ali, pensando. Com um impulso, ela se sentou na beirada da cama, ao mesmo tempo em que calçava os chinelos. Não demorou muito até se vestir, e logo ela já estava descendo as escadas, decidida a fazer um café da manhã decente, como há muito eles não tinham por causa da correria do dia-a-dia e seus constantes desencontros.

Porém, a meio caminho da cozinha, Peggy escutou o toque escandaloso da campanhia. O barulho penetrou em seus ouvidos, despertando-a definitivamente de seus próprios pensamentos, e ela foi abrir a porta, imaginando quem poderia ser àquela hora.

-Você!? – exclamou Peggy, surpresa. Mas, ao fundo, sua voz também tinha um tom de desprezo quase imperceptível.

-Saudades, Peggy? – disse uma voz zombeteira.

-O que você quer aqui há essa hora? – tornou Peggy, desprezando a última pergunta.

-Eu preciso falar com o Pierre.

-Às seis e quinze da manhã?

-É! Eu preciso falar com o Pierre agora, às seis e quinze da manhã... seis e dezessete, para ser mais exato – ele disse, consultando o relógio.

-O Pierre está dormindo, volte outra hora – cortou Peggy, já se preparando para fechar a porta.

Um sapato espremido por entre o vão da porta a deteve, seguido por um empurrão que fez a porta se abrir novamente.

-Mas o que...?

-Eu ainda não terminei...

-O que mais você quer aqui?

-Nada de mais. Eu só queria saber como vão as coisas entre você e o Pierre, afinal, nunca se sabe o que pode acontecer...

-E você bem que queria que as coisas estivessem mal, não é? Pois fique sabendo que, apesar de toda a sua boa vontade, nós estamos muito bem!

-Sério? – ele riu.

Peggy suspirou.

-Você veio até aqui pra me ameaçar de novo? Porque você faz isso?

-Tem certeza de que não sabe? Você não tem mesmo a mínima idéia do por quê eu faço isso? – ele questionou, encarando-a.

Peggy desviou o olhar.

-O que eu sei é que você é um louco, Chuck. O que você ganha machucando a Bel? O seu problema é comigo, ela não tem nada a ver com essa história. Chuck, você acha mesmo que pode conseguir alguma coisa desse jeito? Atrapalhando a vida de pessoas inocentes?

Ele deu de ombros.

-De um jeito ou de outro, eu sempre acabo conseguindo tudo o que quero, Peggy! Você devia ser a primeira a saber disso...

-Adeus, Chuck!

Dessa vez não teve sapatos e nem empurrões, só o back seco da porta ao se bater, deixando a vista apenas o branco da madeira pintada e um sorriso de satisfação no rosto de Chuck.

-Você não devia ter feito isso, Peggy...

***

-Bom dia, flor do dia – disse Pierre, ao chegar à cozinha, abraçando Peggy, que se encontrava de costas, fazendo ovos mexidos.

-Hey, você me assustou – censurou-o Peggy – eu podia ter virado essa frigideira com ovo e tudo, sabia? – ela continuou, mas com um leve sorriso em sua face, que não combinava nem um pouco com suas palavras.

-Bem, nesse caso, eu limpava o fogão – riu-se Pierre.

-Pierre – suspirou Peggy.

Ele foi se sentar à mesa, enquanto Peggy acabava de fritar os ovos. Ao fazê-lo, se deu conta do que escutara mais cedo, perguntando de repente:

-Quem é que esteve aqui tão cedo?

-Ah... você ouviu a campanhia tocar? – disse Peggy, tentando parecer normal, mas com um certo nervosismo na voz.

-É... eu ouvi quando você foi atender a porta, mas acabei dormindo de novo.

Peggy virou-se, indo com a frigideira em direção à mesa. Ela precisou de um esforço tremendo para colocar os ovos nos pratos de Pierre e no dela, antes de se sentar ao lado dele.

-E então? Quem era? – Pierre insistiu.

-Não era ninguém! Na verdade, era um senhor meio caduco. Ele queria saber se nós conhecíamos um tal de George, e eu disse que não morava ninguém com esse nome aqui na rua. Alguém deve ter dado o endereço errado para ele – ela finalizou, colocando uma garfada enorme na boca para disfarçar.

-Nossa! Coitado...

Para alívio de Peggy, Pierre não sabia muito bem o que dizer e eles passaram a se ocupar pelo café-da-manhã. Porém, antes que pudessem devorar metade dos ovos mexidos, o telefone começou a tocar. Peggy se sobressaltou, e logo fez menção de se levantar.

-Não, você já fez demais hoje! Deixa que eu atendo – impediu-a Pierre.

Apreensiva, ela assistiu Pierre limpar rapidamente a boca com o guardanapo, arrastar a cadeira para trás e se levantar para caminhar até o telefone insistente. Com cautela, Peggy encostou-se ao balcão que dava acesso à sala, tentando captar alguma coisa da conversa. Mas ela só teve tempo de ver o rosto contraído de Pierre ao desligar o fone e voltar-se para ela com acidez:

-Era um senhor caduco, não é?

-Pierre, eu...

-Chega, Peggy! Você tem o direito de não gostar de quem você quiser, mas não pode me impedir de conversar com os meus amigos.

-Eu não estou tentando te impedir de nada, Pierre, mas você viu que horas eram quando o Chuck chegou aqui? Eu só não quis te acordar àquela hora, afinal, você detesta ser acordado cedo.

-Mas podia ser alguma coisa importante. Nós temos uma banda internacional, Peggy, e um imprevisto pode acontecer a qualquer hora!

-Bem, e qual era o imprevisto dessa vez? – questionou Peggy, indignada.

-É que eu pretendo descobrir – respondeu Pierre, lacônico, ao mesmo tempo em que caminhava para a porta de entrada.

-Pierre, onde é que você vai?

-Onde é que você acha que eu vou? – ele perguntou, mas fechou a porta antes mesmo que pudesse receber alguma resposta, e deixando Peggy para trás.

-Ótimo, vamos começar tudo de novo! – ironizou Peggy, falando para um Pierre invisível e mudo.

***

-Ah, Pierre! – exclamou Chuck assim que viu o amigo entrar no estúdio.

-O que está havendo aqui? – Perguntou Pierre, ao perceber um clima estranho entre os outros quatro.

David se achava agachado em um canto, com o rosto entre as mãos. Ele parecia chorar baixinho, enquanto Jeff tentava consolá-lo com batidinhas frenéticas em suas costas. Seb estava e, pé, exatamente entre David e a porta, sem saber muito bem o que fazer com as mãos e os pés. Chuck levou Pierre até um canto onde eles não poderiam ser ouvidos pelos outros.

-O que houve com o David? – quis saber Pierre, preocupado.

-Bem, eu acho que você ficou sabendo do que aconteceu ontem, certo? – Chuck começou, sério.

-É... a Peggy me contou. E vocês não podiam ter feito aquilo com a Bel, foi muita covardia.

-É, eu sei... nós só queríamos nos divertir um pouco e...

-E pra isso vocês passam por cima dos sentimentos das pessoas, fazendo-as sofrer desse jeito?

-Olha, Pierre, eu sei que o fizemos foi errado, e David está muito mal com isso.

-Bom, pelo menos ele se arrependeu...

-Muito mais do que isso. Ele está arrasado. Tanto que nem dormiu essa noite.

-Se é assim, então porque ele não vai pedir desculpas a ela? Tentar se explicar ou sei lá.

-Ele já tentou falar com ela pouco depois do que aconteceu, mas Peggy não deixou.

-Ela gosta muito da Bel...

-Pois é, e agora ele está assim. Nem comer ele quis, diz que está se sentindo muito sujo por dentro.

Pierre olhou para o amigo agachado. Realmente, ele não parecia nada bem.

-Ele não pode ficar assim, se não vai acabar doente.

-Foi exatamente o que eu disse para os outros! Pierre, nós temos que dar um jeito de animá-lo, fazer ele se sentir melhor.

-Acho que ele vai ficar melhor depois de conversar com a Bel.

-Não, Pierre, a Peggy nunca vai deixá-lo se aproximar de novo da Bel, e eu duvido muito que ela queira vê-lo depois de... bem, entende?

-Mas então... não estou entendendo!

-O que o David precisa – falou Chuck, olhando rapidamente para o baixista e voltando para Pierre – é de um tempo com os amigos. Passar algumas horas falando besteira e ouvindo música vão ajudá-lo.

-Você quer dizer como uma festa?

-Não uma festa. Eu diria uma reunião de amigos. Depois que você lavou Peggy para a sua casa nós nunca mais fizemos isso...

-Eu não sei se essa é uma boa idéia...

-Ora, vamos Pierre, vai ser só a gente... eu pensei, se você não se importar é claro, que nós podíamos ir para a sua casa.

-Para a minha casa?

-É, o David adora você e aí ser legal a gente passar um tempo juntos, além de melhorar o humor dele... a Peggy não se importa, não é? – ele acrescentou, depressa.

-Na verdade ela nem vai estar em casa hoje. Ela vai ao escritório e depois acho que vai querer ficar com a Bel um pouco.

-Então pronto, está feito. Vamos pra lá!

Pierre ainda não estava totalmente convencido se aquela seria mesmo uma boa idéia, mas estava disposto a fazer tudo para que o amigo se sentisse melhor.

David ainda se encontrava agachado, com Jeff ao seu lado. Pierre se aproximou com cautela, fazendo um aceno com a cabeça para que Jeff se afastasse um pouco. De vagar, ele foi se agachando junto ao amigo, dando-lhe um toque suave sobre o ombro esquerdo. David levantou o rosto inchado. Pierre sorriu. David voltou a chorar.

-Eu sou um monstro, Pie – balbuciou David entre as lágrimas.

Pierre se aproximou ainda mais, lhe abraçando carinhosamente, como um pai abraça um filho que acabou de perder em sua estréia como atacante no seu time de futebol.

-Você não é, não... você fez uma coisa errada, mas se arrependeu de ter feito. Isso não é ser monstro, isso é ter caráter, é ser humano.

Do outro lado da sala, Chuck sorria enquanto via Pierre abraçar David. Agora, ele tinha certeza de que Pierre não negaria nada a David. E isso era ótimo para os seus planos.

***

Como Chuck previra, David se animou um pouco ao ir até a casa de Pierre. Os cinco passaram algum tempo conversando e tentando distrair David, quando o som da campanhia mais uma vez se fez ouvir. Pierre abriu-a, intrigado, e levou um susto tremendo ao reconhecer Eillen e suas duas amigas inseparáveis do colégio.

-Hã... oi – disse Pierre, desconsertado.

-Hey, Pierre! Sentiu a minha falta? – falou Eillen, toda sorridente.

-Mas como é que... porque vocês estão aqui? – atrapalhou-se Pierre.

-O Chuck nos chamou! Ele disse que você ia dar uma festinha e nós viemos.

-O Chuck?

-Hey, garotas! – precipitou-se Chuck, indo até a porta – entrem, fiquem a vontade.

Elas entraram, indo cumprimentar David, Jeff e Seb, enquanto Pierre puxava o braço de Chuck em um canto, ainda com a porta aberta.

-Eu pensei que você disse que seria só a gente, Chuck! – ele se zangou.

-É, mas... eu pensei melhor... olha, vai ser bom ter elas aqui, David vai gostar, você vai ver.

-Quem não vai gostar nem um pouco disso é a Peggy!

-Ora, mas ela não precisa ficar sabendo disso. Você disse que ela só volta mais tarde, é só dar uma desculpa.

-Eu não gosto de mentir para a Peggy – disse Pierre, encarando-o.

-Como se ela nunca tivesse mentido para você, não é? – finalizou Chuck, indo se juntar aos outros, mas com os olhos ainda fixos em Pierre.

-Isso não vai dar certo...

***

O tempo foi passando e Pierre se sentia cada vez menos a vontade, muito embora ele estivesse em sua própria casa. Há certa altura, Chuck se afastou do grupo, dizendo que precisava ir ao banheiro. Ao se trancar lá dentro, porém, o que ele fez foi tirar o celular do bolso e começou a discar os números.

Há quinhentos metros dali, o celular de Peggy começou a piscar em cima da mesa de seu escritório. Ela se desculpou rapidamente com o cliente que ouvia e se afastou até um local onde poderia ter um pouco de privacidade. Ao atender, não pôde reconhecer a voz propositalmente modificada de Chuck:

-Alô?

-Você se acha muito esperta, não é mesmo, Peggy?

-Quem é que está falando? – perguntou Peggy, com as sobrancelhas franzidas.

-Não importa. O mais importante é que, enquanto você trabalha, seu namorado recebe amigos e garotas pelas suas costas em uma festinha na sua casa.

-Quê? Você espera mesmo que eu acredite em um cara que não me diz nem o seu próprio nome?

-Eu sou um amigo, apenas isso. E se você não acredita em mim, venha até aqui e veja com os seus próprios olhos. Eu estou na frente da casa agora e dá para ver as luzes acesas e o movimento daqui.

-Isso só pode ser uma brincadeira de mau gosto! Eu não vou cair nessa.

-Bem, você é quem sabe, o aviso já está dado. Eu só acho uma pena que uma garota sensível como você seja enganada dessa forma, mas você deve saber o que faz. Então, adeus.

-Hey, espere!... Alô? – gritou Peggy ao telefone, mas quem quer que fosse, já havia desligado.

Por um instante, Peggy raciocinou sobre a situação. Havia apenas duas alternativas: ou o tal sujeito estava mentindo descaradamente, tentando lhe pregar uma peça, ou ele falava a verdade, e a única forma de descobrir era indo até lá para conferir a história de perto. Trêmula, Peggy pegou as chaves do escritório e do carro, inventou uma dor de cabeça para o seu cliente, pedindo que lhe ligasse no dia seguinte, e saiu decidida rumo à casa de Pierre.

Enquanto isso, Chuck saía normalmente do banheiro. Pierre se encontrava sozinho no sofá, com uma cara chateada, enquanto os outros conversavam no cômodo ao lado. Sem que ninguém percebesse, Chuck fez um leve aceno com a cabeça para Eillen, indicando Pierre. No mesmo instante, ela se levantou, indo se juntar a ele no sofá.

-Então, posso saber o porquê dessa cara triste? – ela começou, tocando de leve em sue braço direito.

-Olha, eu não sei se você sabe, mas eu estou com Peggy agora, e ela não vai gostar nem um pouco disso...

-É, eu fiquei sabendo... Mas você vai mesmo ficar pensando nela enquanto pode ficar conversando comigo agora?

Eillen continuou se insinuando para Pierre, ao mesmo tempo em que ele tentava se desvencilhar. Do lado de fora, Peggy chegava com o carro, enquanto via suas piores suspeitas sendo confirmadas. Com medo do que poderia ver, ela o estacionou duas casas a baixo e foi andando até a porta de entrada. Da janela frontal, Chuck vigiava a rua e, assim que viu Peggy se aproximar, fez outro leve aceno de cabeça para Eillen.

-Sabe Pierre, apesar de termos nos afastado nesses últimos anos, eu nunca me esqueci de você – ela disse, se aproximando ainda mais de Pierre.

-Mas do que é que você está falando? – assustou-se Pierre.

Mas não deu tempo de ele entender muita coisa porque, mal ele acabava de proferir as últimas palavras, e uma série de coisas aconteceu ao mesmo tempo: Eillen segurou seus braços, puxando-o para si e começou a beijá-lo avidamente, enquanto a porta se abria e uma revoltada e decepcionada Peggy entrava no recinto. Chuck, aparentemente, havia sumido de circulação.

-Pierre? – Chocou-se Peggy.

Assustado, Pierre empurrou Eillen para longe de si, se levantando.

-Peggy, eu... Eu posso explicar... – ele se atrapalhou.

-Explicar? Você não tem nada que explicar, eu já entendi tudo! – esbravejou Peggy, sentindo a raiva lhe subir cada vez mais.

-Peggy... – repetiu Pierre, bobamente, enquanto Peggy lhe virava as costas e caminhava a passos duros e rápidos para a saída.

-Peggy, espera! Por favor, me escuta – gritava Pierre, correndo atrás dela.

Peggy não se deu por vencida, e continuou caminhando, firme. Há meio caminho da casa e do carro, Pierre a alcançou, lhe segurando o braço.

-Peggy, por favor, você tem que acreditar em mim! Eu não queria! Ela me agarrou – desesperou-se Pierre, as palavras saindo todas emboladas.

-Você não podia ter feito isso comigo, Pierre! – tornou Peggy, desvencilhando-se dele. As lágrimas já começavam a brotar em seus olhos brilhantes – Não podia! Você estava beijando-a, Pierre, eu vi! E no sofá! No sofá onde dormimos juntos pela primeira vez! Como você pôde? – ela jogava as palavras, tentando descontar a dor que ele a fizera sentir.

Sem se virar mais, Peggy entrou no carro, ligando a chave de ignição. Pierre ainda tentou, inutilmente, fazê-la voltar.

-Peggy, não faz isso... – ele sussurrou, enquanto via o carro avançar noite a dentro.

Na mesma hora, ele teve certeza de que o passado estava mais vivo do que nunca. Com a dor cada vez mais crescente em seu peito, e de mãos atadas, ele viu a mesma cena de anos atrás se repetir, só que agora de forma mais intensa e cruel. De repente, tudo estava acabado.


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