Necrofilia escrita por Matteo Salvatore, MixRead


Capítulo 1
Tenho que Abastecer


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! A estória já foi concluída, postarei os capítulos três vezes na semana



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Tenho que Abastecer

A história que vou contar para vocês vai muito além da compreensão da mente humana. Sou Carrie Hudson e fui vítima de um ataque cruel nos arredores da cidade de Dallas/Texas USA.

A trinta quilômetros de uma cidadezinha chamada Scurry, ao sudeste de Dallas em uma estradinha apertada e deserta, havia um posto de combustível embrenhado e encravado na margem direita da estrada. O lugar tinha aparência suja e mal cheirosa, mas se estivesse a passar por ali enquanto faltasse gasolina no seu carro, seria sua única opção.

Era um dia quente como sempre naquela região, já estava anoitecendo e eu fazia mais uma habitual viagem pelas pequenas cidades envolta da grande Dallas. Meu trabalho era fazer entregas de cosméticos de uma pequena empresa em Mesquite, além disso, em cada cidade que passava, tentava vender meus serviços estéticos. Porém o tanque de gasolina do minha Van estava quase vazio. Fui obrigada a parar naquele pequeno posto sujo de beira de estrada. Primeiramente pensei que estava abandonado, mas havia uma luz clareando o lado de dentro da janela da loja de conveniência.

Estacionei o carro próximo a uma bomba de gasolina, reparei que tinha algo pingando no cano da bomba, pensei que seria combustível e achei melhor dar uma olhada. Ao sair do carro e me aproximar da bomba, percebi que o que escorria não era combustível, mas ao invés disso, aparentava ser sangue, pois o líquido era muitíssimo rubro. Tolice minha, sangue saindo de uma bomba de combustível? Era no mínimo engraçado. A princípio não dei muita importância, caminhei até a porta da loja e gritei por alguém. Ninguém apareceu, passei a bater na porta, mas parecia que nada que eu fizesse atraia a atenção de alguém. Desisti e me virei, mas um homem vestido de frentista apareceu na minha frente. Dei um grito tão alto, mas ele pareceu não se importar.

— Achei que não havia ninguém aqui! – Disse me recompondo.

— O que a dona deseja? – Ele perguntou com sua voz grossa e séria.

Era um rapaz alto, tinha os olhos verdes e a pele bem bronzeada, mas eu podia ver apenas seu rosto e seus braços, pois aquela roupa cobria todo o seu corpo. A roupa estava surrada, suja e manchada de tons escuros, o nome do frentista estava gravado nela, Jack. Em baixo de suas unhas tinha sujeira e seus cabelos estavam desgrenhados. Tive medo daquela figura bizarra que me surpreendera, mas se quisesse sair dali, ele teria que encher o tanque do meu carro.

— O tanque do meu carro está vazio, pode enchê-lo, por favor?

— Claro, dona.

— Onde fica o banheiro?

— Vá até a loja e vire a direita ao final.

Fui até o final do corredor e entrei no banheiro, até ali tudo bem.

***

Jack era um homem muito engenhoso, calculista e frio acima de tudo. No momento que Carrie entrou na loja de conveniência, ele logo tratou de colocar seus planos em ação. Foi até o tanque de combustível do carro e retirou quase toda gasolina que restava, com a ajuda de um aparelho de sucção. Depois foi até o painel do carro e calibrou o marcador de nível de combustível para o modo cheio. A peça estava armada.

Carrie adentrou o banheiro meio desconfiada, o ambiente não estava limpo, ou melhor, parecia estar sujo desde de 1979. Ela preferiu não se arriscar muito sentando no vaso, então tentou achar a melhor posição para fazer o que tinha ido fazer. Ao terminar, foi até a pia e tentou lavar as mãos, mas ao abrir a torneira, não havia água, nenhuma gota. O cano engasgou por um momento e um líquido negro e de odor podre desceu por ele, Carrie ficou apavorada com a situação, decidiu sair logo daquele lugar que ficava mais estranho a cada momento.

Voltou então ao carro e verificou o marcador de combustível, estava tudo ok. Pagou e ligou o motor, o carro respondeu ao comando e ela acelerou sem dar tchau. Tudo parecia estar bem, até que ela percebeu que o marcador de combustível tinha regressado a zero. O carro parou de repente a menos de 1 km do posto.

— Droga! O que há agora? Aquele cara me enganou!

Carrie resolveu voltar a pé ao posto. Enquanto andava parecia desfilar sobre o asfalto, seu corpo esguio e delicado erguia-se sobre a estrada, enquanto seus olhos claros fitavam o horizonte e seus cabelos tremulavam ao vento.

Alguns minutos se passaram até que ela alcançou o posto, furiosa, pronta para armar uma confusão, mas analisou a história e sabia que não seria nada bom criar uma situação com um rapaz desconhecido, à noite, em um posto qualquer afastado de tudo.

— Você não reabasteceu o carro! Ele parou de repente no meio da estrada, como você explica isso?

— Olhe para o chão moça. – Respondeu ele.

— O que? Por que está me mandando fazer isso?

— Olhe para o chão moça! – Ele repetiu mais grosseiramente.

Carrie olhou para o chão e o que viu foi uma poça enorme de gasolina e um rastro que ia até a pista e se perdia ao fim da curva.

— Meu carro estava com um vazamento e você não percebeu isso?

Jack olhou para ela como se ela fosse um grande pedaço de carne prestes à ser devorado por um cão faminto.

— O que há comigo? – Perguntou ela.

— A dona é muito bonita.

— Você pode fazer o favor de consertar o meu carro?

— Eu sou o dono do posto e eu faço o que eu quiser entendeu?! – Carrie olhou para o frentista como se ele fosse matá-la ali mesmo - E o que eu quero agora é você!

A moça estava há uns três metros de distância do rapaz e sem avisar correu como uma louca em direção à mata que cercava o posto, ele disparou em sua direção como um lobo atrás da sua caça.

— O que você quer comigo?! – Gritava ela.

Ele estava se aproximando quando parou e a deixou correr um pouco mais. Ela correu tanto que ao olhar para trás, não mais o via, respirou aliviada por um momento, mas não sabia onde estava. A mata era densa e fechada em alguns pontos, as árvores tomavam toda a paisagem, Carrie estava ofegante, enquanto tudo estava em silêncio ao seu redor.

— Acho que ele desistiu. – Disse ela ao se virar. – Ah!

O grito ecoou pela floresta num segundo que pareceu interminável.

Carrie foi surpreendida pela presença praticamente macabra do frentista Jack, que a agarrou de repente, enquanto ela esperneava e socava-o nas costas, mas como um bom masoquista, ele convertia a dor em prazer.

— Bate mais vadia! Eu vou descontar cada murro que você me deu! – Disse dando uma risada maligna ao fim da frase.


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Notas finais do capítulo

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