Glasses escrita por Beauty Queen


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

OI MEUS LINDOS! Saudades de vocês, saudades escrever ones, saudades viver pra algo que não seja tentar colocar as 49 series em dia.
E O QUE VOCÊS ANDAM FAZENDO? Me digam pra eu me atualizar na vida de vocês, gente. To morta de saudades, juro.
MAS ENTÃO. Uma one "curtinha" e meiga pra vocês!
Boa leitura!



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— Mãe, por favor – O menino pediu, a voz baixa – Deixe-me ir de lentes.

— Não, Perseu – sua mãe lhe entregou a mochila – É uma nova escola, tenho certeza que não lhe perturbaram.

O moreno ajeitou outra vez os óculos no rosto.

— Eles vão – Ele respondeu ainda baixo.

— Talvez se você falasse para fora e alto, conversasse mais com as pessoas, não lhe achassem, como eles dizendo...?

— Estranho – Percy colocou melhor a mochila nos ombros – Nerd, quatro olhos...

— Okay – Sally suspirou – Só... ignore, certo?

O rapaz concordou e começou a sair da casa.

— Não converse sobre matemática com ninguém, tente isso.

Percy sorriu, tímido, e acenou para mãe.

Segundo ano do ensino médio. Escola nova. Percy não conseguia ver o lado bom daquilo como sua mãe via. Tinha sido transferido da outra escola por, acredite, problemas com outros garotos.

Vejam só: Percy não sabia brigar, então a única coisa que fazia quando lhe batiam, era ficar parado e esperar eles acabarem. Aquilo lhe deu muitos problemas. Acabou por repetir um ano. Preferiu não envolver a policia nessa bagunça toda, mas sua mãe tinha ficado uma fera. Disse que se acontecesse de novo, ela mesma iria bater naqueles garotos.

Eles tinham mudado de cidade, o que era bom para os dois, segundo sua mãe. Percy já sentia saudade do calor de São Francisco. Augusta, no Maine, era um lugar bonito e calmo, conseguia se adaptar aquilo, ele esperava.

Ao olhar para a construção que era a escola, o desespero que o rapaz tinha controlado começou á se descontrolar. Ele testou tirar os óculos, mas os colocou de volta em seguida.

— Eu sou quase cego – Resmungou e ajeitou ele em seu nariz.

Ele adentrou o prédio e poucas pessoas olharam para ele. No meio do seu caminho até um lugar que pudesse lhe ajudar a achar seu armário e horário, ele notou uma garota. Não que ele olhasse muito para garotas, mas aquela era diferente. Os cabelos loiros caindo sobre uma parte do rosto, em quanto ela ajeitava algo nos olhos. Lentes.

Ela parecia com dificuldades para terminar de coloca-las. Porque ela não ia até o banheiro? Quando ela acabou, arrumou os cabelos e levantou a cabeça, encarando o menino, que a encarava.

Percy sentiu seu rosto ficar vermelho imediatamente e voltou a mexer no papel que havia recebido. Ele olhou de relance para a garota, e notou que ela ainda o encarava. Droga. Ela começou a caminhar até ele. Droga dupla. Droga gigante. Ele guardou o papel na mochila, as mãos tremulas e ameaçou andar, mas a menina foi mais rápida e segurou seu braço. Droga!

— Ei, você é novo?

Não seja gentil comigo, garota bonita. Você deve namorar o valentão e oh, ele vai me bater por falar com você.

— Sou – Ele se soltou da menina – Eu preciso achar minha sala e... Tchau.

— Não fuja de mim – Ela riu.

E que risada bonita.

Ei, shiu. Não comece a achar qualidades nela. Ela é do mal.

— Eu só... eu preciso ir – Ele devia estar vermelho como um tomate. Sentia seu rosto queimar.

— Eu vou com você! – Ela sorriu – E para de sussurrar.

— Porque você tá sendo legal comigo?! – Ele murmurou um pouco mais alto – Para!

— Eu gostei de você.

— Não – Ele grunhiu – Você sabe que eu vi você colocando essas coisas no olho. Eu não vou falar, okay? Satisfeita? Agora me deixa ir.

— Não é só por isso...

— Ótimo – Ele murmurou – O cara loiro tá me encarando. Já consegui um.

— É meu namorado – Annabeth disse depois de virar e olhar.

— Claro que é seu namorado – Ele disse como se fosse obvio, tentando fazer a menina larga seu braço – Não fica perto de mim!

Ele caminhou rápido. Quando já estava longe o suficiente olhou para trás. A menina loira estava rindo com os outros, nos braços do garoto que o encarava.

...

O fato da primeira aula ser de matemática já tinha deixado o garoto feliz, mas o fato da segunda ser de Biologia... Ganhará seu dia. Bem, até ele se perder.

Quase se perder.

Ele sabia que aquela garota ia ser problema. O menino loiro o parou um pouco antes dele dobrar o corredor para sua sala. Eles eram do mesmo tamanho, Percy sempre fora alto, mas mesmo assim, o garoto não conseguiria brigar com ele.

— Não chegue perto da minha namorada outra vez.

— Foi ela que...

— Não interessa – Ele falou, calmo – Não quero você perto dela, quatro olhos.

— Okay, okay – Percy murmurou – Não vou. Por favor, só me deixe ir para a aula.

— Tem um sujeira no seu óculos – Ele disse, antes que ele pudesse passar – Deixe-me limpar pra você.

Ele levou o dedão até os lábios e depois passou nas lentes.

— Agora você pode ir, tá bem melhor – Ele sorriu e se foi.

Devia ter chegado uns cinco minutos atrasado, mas todos o olharam quando entrou.

— Deixe-me adivinhar – O professor falou – É novo e se perdeu?

Percy corou.

— Sim – Ele disse.

— Tudo bem – O professor sorriu e tocou seu ombro – Meu nome é John. Infelizmente não é Watson, mas é O’Callahang. E eu sou o segundo melhor professor daqui, dizem pesquisas. Seus óculos estão... sujos.

— Eu peguei sua referencia – Ele murmurou e sorriu de lado – Prazer. E eu sei...

— Okay! Saquei – Ele sorriu confortador – Rachel, para o lado de Mason. Percy vai sentar com Annabeth.

Percy só descobriu quem era Rachel quando a ruiva se levantou resmungando. A loira continuou sentada, o encarando divertidamente. Ele xingou mentalmente e caminhou até seu lugar, ajeitando os óculos no lugar. 

— O que aconteceu com seus óculos? – Ela disse, murmurando ao lado dele.

— Oras, foi seu namorado – Ele respondeu - Eu disse para ficar longe de mim.

A menina suspirou e pegou os óculos de seu rosto.

— Perdão – Ela disse enquanto tirava um lencinho de dentro da mochila e começou a limpar seus óculos – Ele não vai fazer de novo. Eu prometo.

Percy apertou os olhos com força.

— Você enxerga alguma coisa sem eles? – Ela disse, terminando de limpar um lado.

— Não – Percy pegou o livro de Biologia dentro da mochila – Qual a pagina?

— 33 – Ela entregou os óculos para ele – Odeio Biologia.

— Eu adoro – Ele murmurou.

— Eu gosto mesmo é de matemática – Ela sussurrou, corada – E de física.

— Eu também – Ele sorriu para ela – Tudo menos geografia.

A menina riu.

— Ei... eu sei que você me viu colocando as lentes – Ela abaixou a cabeça – Não vai mesmo contar pra ninguém?
— Não – Ele olhou de relance para ela.

— Eu sou cega também – Ela riu – Mas... as garotas mexiam comigo, e os meninos também, ai eu passei a usar lentes. Até um namorado eu consegui.

— Minha mãe acha que eu não devo me importar ou me envergonhar do meu problema – Ele disse – Eu fui transferido da nossa antiga cidade por conta de uns problemas com... uns garotos. Então minha mãe achou melhor a gente se mudar. Eu gosto do Maine.

— Ei, Luke não vai mais perturbar você – Ela pegou a mão dele por de baixo da mesa – Eu prometo.

O menino sorriu de lado.

— Valeu – Ele murmurou e voltou a prestar atenção na aula.

...

— Ei, vem sentar comigo – Annabeth, que só depois de um tempo Percy notou ser um nome lindo, disse sentando ao seu lado em um banco.

— Acho melhor não – Percy disse – Luke... ele foi bem claro. E eu realmente não quero me meter em problemas.

A menina suspirou.

— Tudo bem – Ela disse – Mas eu vou falar com ele mesmo assim.

O menino sorriu agradecido e ela se foi.

oOo

— Ei, o que ce acha que sair comigo hoje?

— A gente se conheceu tem uma semana, Annabeth – Percy se afastou um pouco dela – E seu namorado não gosta de mim. Não sei se é uma boa ideia.

Eles compartilhavam, na semana, seis aulas juntos, o que Percy achava muito. Ela havia se mostrado uma boa “amiga”, se ele podia chama-la assim, e totalmente diferente do que ele imaginou. Luke ainda o empurrava nos corredores alheios, mas nada que ele se preocupava muito.  

— Ele não vai saber – Ela disse, e sorriu – Só eu e você. Talvez você faça eu gostar de Biologia, que tal? Tem teste semana que vem.

Percy parou para pensar.

— Por favor – Ela deu a ele um olhar meigo – Eu conheço um lugar. Depois da ponte. Vai ser legal, vamos!

— Okay – Ele suspirou e deu um sorriso para ela.

— Me encontra na ponte depois da aula – Ela disse e se levantou, sorrindo.

...

— Você é um boco mesmo – Luke disse quando Percy atravessou os portões da escola.

O menino fechou os olhos com força e continuou andando.

— Eu estou falando com você!

— Eu estou indo embora – Percy rebateu.

Alerta vermelho.

— Como é que é? – Luke o puxou pela camiseta – Eu disse pra ficar longe da minha namorada.

Ele estendeu um punho sobre ele.

— OH OH OH! Eu não tenho interesse nenhum nela, Luke – Percy tentou deixar bem claro – Temos as mesmos aulas, somos colegas, ela me pediu ajuda com a matéria, só! Em outras palavras, ela ta me usando porque eu sou inteligente.

— Ele é mais inteligente do que parece – Percy escutou a voz de Annabeth pela porta que ele tinha saído – Deixa ele, Luke. Ele tá certo.

Luke empurrou ele com força para trás. Percy ajeitou a camiseta.

— Talvez você queria fazer meu deve de casa – Ela jogou a folha pra ele.

Percy segurou a folha entre as mãos e jogou na bolsa sem nenhum cuidado.

— Posso ir? – Percy murmurou.

— Claro – Annabeth abraçou o pescoço de Luke – Quero ele pra amanhã, então é melhor fazer logo quando chegar na sua casa.

— Melhor fazer o que ela diz – Luke sorriu vitorioso.

Percy abaixou a cabeça e se retirou. Na verdade, ele não estava surpreso. Em que mundo uma garota bonita como Annabeth, que namora o cara popular, iria ser amiga dele? Não naquele que ele vivia. Mas no fundo, ele estava triste por ter voltado á estaca zero.

— Mãe, cheguei – Ele disse sem animo.

— Então, como foi hoje? Algum problema? Você parece triste – Ela segurou o rosto dele.

— Não – Ele sorriu e beijou a testa dela – Ta tudo bem.

Ela sorriu amorosa e deixou que o filho subisse.

Percy jogou a mochila na cama e se jogou... no chão.

— Dia ridículo – Ele resmungou, esfregando os olhos por de baixo dos óculos – Me recuso á ficar triste.

Ele se levantou e pegou a mochila, tirando o trabalho da loira de dentro.

Ele franziu os olhos e ajeitou os óculos. Sorriu de lado com a escrita da garota no trabalho:

“Não precisa agradecer por eu ter te salvado que levar uma surra. Vem logo, to esperando”

...

— Pensei que você não vinha – Ela sorriu pra ele e pegou uma de suas mãos quando ele se aproximou dela. Ela gostava de fazer aquilo – Desculpa por tudo aqui, não era verdade, você sabe. Eu só não queria que o Luke batesse em você.

Percy olhou para as árvores.

— Ei, um pouquinho mais de confiança aqui – Ela bateu no braço dele – Estamos sozinhos.

— Não tem ninguém de mascara ai dentro esperando eu entrar pra me bater, né?

A moça virou a cabeça para o lado.

— Já fizeram isso com você? – O menino abaixou a cabeça e balançou os pés – Não, Percy. Não tem.

Ela o puxou, atravessando a ponte com ele.

— Eu encontrei esse lugar tem um tempo – Ela disse, puxando ele por entre arbustos e árvores.

— Depois dessa caminhada, eu me dou melhor nas aulas de Educação Fisica.

Ela riu.

— Então, é bem quieto – Ela disse – E como o Luke não quer você perto de mim, e eu quero – Percy teve que sorrir com o comentário da garota – Eu achei que seria legal a gente se encontrar por aqui. Não precisa ser todo dia, sabe? Mas eu me sinto tão bem com você.

Ela ficou corada com a última parte.

— Bom, eu nunca mais tive um amigo desde a primeira serie – Ele deu de ombros – Então, acho que me sinto bem com você também. Quer dizer -  garoto se sentiu ficar corado também – Somos amigos, não somos?

Ela sorriu tão abertamente, que Percy não precisou nem de uma resposta.

oOo

Eles se encontravam quase todos os dias na clareira. Depois da aula, Annabeth ia na frente durante três dias da semana, e nos outros ela demorava mais um pouco, que eram os dias em que Luke tinha treino e gostava que ela os assistisse. O garoto não suspeitava de nada, pelo menos Percy esperava. Não é como se eles entrassem na mata e ficassem se agarrando. Eles... brincavam. Annabeth era uma garota extremamente divertida e criançona. Certo dia ela tirou um jogo de cartas da mochila e o fez jogar com ela ao em vez de estudarem para a prova de Geografia.

Em um outro dia, ela contou para ele como era antes que ela começasse a namorar Luke. Ela usava grandes óculos e tentava aparecer o menos possível. Todos tiravam sarro de sua aparência e de seus gostos por series e livros nerds. Ela estava tão cansada daquilo. Certo dia, ela tirou os óculos, colocou lentes e ajeitou seu guarda roupa. Ninguém sequer lembra de como ela era antes. Nem Luke, nem Rachel. Ela nunca mostrava o quanto era inteligente e esperta. Agora ela era uma das garotas mais populares do colégio e namorava o garoto mais bonito.

— Mas isso não tira o fato de que eu ainda adoro Star Wars e Harry Potter – Ela disse e corou – E eu fico feliz em poder contar isso para você sem que você me olhe diferente. Fico feliz que me conheça como eu realmente sou.

Aquele estava sendo um dos melhores anos da vida do garoto.

Naquele momento, ele andava apressado pelos corredores. O diretor tinha estabelecido uma regra. Qualquer um que não fosse do time de Futebol ou da equipe de Natação, teria que fazer alguma outra atividade extra. Percy tinha escolhido teatro. Era isso ou a turma de economia domestica, e ele odiava cozinhar. Annabeth também tinha se inscrevido no teatro, para que eles passassem mais tempo juntos.

Quando ele entrou no lugar, Annabeth estava sentada de pernas cruzadas no canto do palco, mexendo com algumas coisas. Ela o olhou e sorriu para ele, que retribuiu. Ele caminhou até ela e sentou do seu lado.

— Alguém aqui vai contar para Luke? – Percy disse, tirando algumas mascaras de dentro da sacola que ela mexia.

— Eu espero que não – Ela murmurou – Põem isso aqui, assim ninguém vê você.

Ela tirou os óculos do garoto e colocou a mascara em seu rosto, recolocando os óculos por cima.

— Como estou? – Ele pós uma mão na cabeça e uma na cintura, a voz abafada.

— Gatão – Annabeth respondeu e riu.

— Obrigado – Ele disse e tirou a mascara, não colocando os óculos – E assim?

— Você mal consegue abrir os olhos – Ela gargalhou – Fica gatão também, embora eu prefira assim – Ela pegou os óculos do garoto e ajeitou em seu rosto, sorrindo para ele quando acabou, levando suas mãos de seu rosto até sua nuca.

Ele corou, mas sorriu de volta para ela.

— Minha mãe quer conhece você – Ele tirou as mãos da garota dali e as segurou.

— Eu também estou ansiosa pra conhecer ela – A menina sorriu e olhou para atrás dele – O professor chegou, vamos lá mostrar nossos talentos para a arte de interpretar.

...

Quando a aula acabou, os dois foram caminhando pelos corredores vazios. Pelo horário, Annabeth afirmou que Luka já devia está em casa, fazia uns quinze minutos.

— Você quer ir jantar lá em casa? – Percy perguntou – Você sabe... pra conhecer minha mãe.

— Eu ia adorar – Ela sorriu – Vamos pela outra saída então, vai ser mais rápido.

Percy confirmou e eles seguiram andando. Annabeth atravessou os portões primeiro, e então parou.

— O que aconteceu? – Percy tocou seu ombro. Os olhos estavam molhados e a boca aberta. Ele olhou para onde ela olhava.

Luke estava encostado em seu carro beijando a garota dos cabelos ruivos, Rachel. Annabeth fungou e começou a caminhar até lá. Percy se arriscou a ir atrás dela.

— Seu desgraçado – Ela gritou e puxou Rachel de cima do garoto – Como você pode fazer isso comigo?!

— Annie, não é o que você tá pensando – Luke tentou falar, mas Annabeth parecia muito ocupada em gritar outros xingamentos para ele.

— Fica longe de mim! – Ela gritou e chorou – Eu não acredito que eu namorei com você, você nunca ligou para mim. Você só queria que eu fosse a sua garota para que você pudesse dizer para todo mundo que eu era sua vadia! Você me prendeu de qualquer amizade que eu poderia ter que não fosse Rachel e Calipso. Você me traiu com Calipso também?! Eu não quero você nunca mais perto de mim! Eu não quero você assustando Percy, fique longe dele!

— Escuta aqui – Luke parecia bravo agora – Você não vai terminar comigo!

Ele segurou o braço dela.

— Me larga! – Ela gritou e tentou se soltar – Você tá me machucando!

— Ei – Percy empurrou Luke – Larga ela.

Luke pareceu impressionado demais para fazer alguma coisa.

— Vem, Percy – Annabeth pegou o braço do menino e o puxou, mas ele continuava encarando Luke – Por favor.

Ele olhou para ela. Os olhos cinzas brilhantes estavam vermelhos, e mais lagrimas ameaçavam cair. Ela parecia a ponto de desabar, então ele deixou que ela o guiasse.

Eles caminhavam com pressa pelas ruas da pequena cidade, até o ponte que os levaria para a floresta, pra sua clareira.

Annabeth se sentou perto de um riacho e enterrou o rosto nas mãos e chorou. O garoto se sentou ao lado dela e passou seu braço por seu ombro, cheio de receio. Ela levantou o rosto e jogou o dois braços pelo pescoço dele. Ele a acomodou em seus braços para que ela pudesse chorar.

— Eu não estou chorando por que eu gostava dele – Ela murmurou, abafada pelo peito do garoto – Eu já não gosto dele tem um tempo. Eu estou triste por ter sido feito de boba. Ele vai espalhar coisas horríveis sobre mim, Percy. Ninguém nunca mais vai olhar para mim, de novo. Eu mudei tudo por conta dele, e agora... eu me arrependo tanto por isso. Eu perdi tanta coisa antes, e perdi ainda mais agora.

— Você não me perdeu – Percy disse – Se... isso tem alguma importância pra você.

Ela levantou os olhos para ele. Segurou seu rosto entre suas mãos e acariciou seus cabelos.

— Tem toda a importância do mundo – Ela sorriu e aproximou seu rosto do dele – Eu gosto tanto de você, Percy...

— Eu... eu também gosto muito de você – Ele gaguejou.

A menina riu e acariciou o nariz do menino com seu nariz. Percy viu ela fechar os olhos e fez o mesmo que ela, então algo o puxou para trás.

Ele bateu a cabeça em uma pedra, talvez, e escutou o barulho de seus óculos quebrando. Ele podia sentir o sangue escorrer pelo seu rosto.

Ele escutou alguns gritou vindo ao redor dele.

— Me deixa em paz! Percy! – Ele escutou a voz de Annabeth – Eu quero que você vá embora! Para!

— Você termina comigo e vem beijar outro garoto na mata?! A quanto tempo isso acontece? – Luke.

— NÃO INTERESSA! – Ela gritou – Você não tem o direito de fazer isso com ele e não tem o direito de me exigir respostas! Eu não sou mais sua namorada, seu bastardo!

Então Percy escutou um estalar alto e em seguida Annabeth gemeu.

— Sua vadia nojenta – Annabeth gemeu outra vez e Percy escutou ela soluçar – Você vai vim comigo agora.

Percy tentou se levantar, mas tudo parecia tão turvo.

— Me solta – Annabeth disse, a voz tremula e tentou soltar o braço do aperto do garoto – Você ta me machucando.

— Eu quero te machucar, Annabeth! – Ele gritou com ela – Eu vou te levar pra longe daqui e vou te machucar muito.

Annabeth soluçou e começou a gritar por ajuda. Então Luke a soltou. A garota parecia assustada.

— Percy – Ela disse tremula.

Luke se levantou.

— Fique longe dela – Percy o encarou, os punhos cerrados.

O nariz de Luke sangrava. Ele tentou dar um outro soco em Percy, mas o moreno desviou e lhe socou outra vez. E outra.

Luke deu vários passou para atrás.

— Isso não vai ficar assim – Ele apontou para Percy, a outra mão pressionando o sangramento do nariz.

— Eu vou está esperando você voltar – Percy abriu os braços – Babaca.

Luke saiu da clareira. Percy deixou seus braços caírem e começou a limpar o sangue do rosto com a manga do moletom.

Annabeth se colocou na frente dele e tirou os cabelos grudados pelo sangue grudados na testa do garoto.

Ele olhou para ela. Uma das bochechas estava incrivelmente vermelha e o braço estava roxo. Os olhos preocupados sobre ele, mas vermelhos pelo choro.

— Onde você aprendeu a brigar? – A voz dela estava tremula e dolorida.

— Ele bateu em você – Percy levou a mão até a bochecha vermelha dela – Como ele pode...?

— Você bateu nele – Ela voltou a chorar – Você podia ter se machucado. Você devia ter ido embora.

— Ele bateu em você – O garoto repetiu – Ele ia bater em você mais. Como eu poderia ir embora e deixar ele machucar você? Eu nunca abandonaria você.

Ele negou com a cabeça e juntos seus lábios. Percy estava assustado, mas logo notou que ter os lábios da garoto juntos ao seu era a melhor coisa que ele podia imaginar.

— Você tá com gosto de sangue – Ela riu e beijou ele outra vez, rápido – Ele quebrou seu óculos, sua mãe vai me matar.

Percy sorriu e balançou a cabeça.

— A primeira garota que eu beijei disse que eu tenho gosto de sangue – Ele continuo balançando a cabeça – Isso é péssimo.

Annabeth deu uma risada gostosa e o beijou outra vez. Deuses, como aquilo era bom.

— Você ainda me quer pra jantar na sua casa? – Ela murmurou.

— Depende – Ele murmurou – Estamos juntos?

Ela riu outra vez.

— Só se você me quiser – Ela corou – No pacote vem o Luke. Ele não vai sair do seu pé nunca mais.

— Eu não ligo – O moreno negou – Eu quero você, eu quero tanto. Você me quer, desse jeito?

Annabeth deu um sorriso tão amplo e verdadeiro, que o garoto não precisou de uma resposta.


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Notas finais do capítulo

Eu espero, realmente, que vocês tenham gostado. Eu ando muito sumida tanto em ones quanto em atualizar a minha long, mas eu vou dar um jeito de voltar a ativa. Eu vivo tendo ideias geniais e não consigo colocar elas aqui pra vocês, mas eu vou tentar!
Era só isso. Beijão, meus amores! Até a proxima! ♥