O Sequestro de Snape 2 escrita por NiSnapeHirano
Notas iniciais do capítulo
Caros leitores: muito obrigada por continuarem a ler a Fanfic apesar de tudo, e ainda por cima comentarem! É um grande presente. :´D
(8o dia de babaquice)
Depois do café, Claudia deu poção rejuvenescedora a Aline, que imediatamente virou um bebê.
- Não é uma gracinha? – perguntou, pegando a criança no colo e exibindo-a para Snape.
- Consideravelmente – ele murmurou sarcástico, mas sem conseguir deixar de afagar a mini-Aline. – Neste estado, pelo menos, ela não fala tanta besteira...
- Então, a Aline bebezinha tem suas vantagens? (expressão inocente)
- Sem dúvida.
Cláudia esboçou um sorriso sinistro, e Snape se arrependeu profundamente do que tinha dito:
- Mas, por outro lado...
- Tarde demais, meu caro e infeliz amigo – Claudia praticamente jogou o bebê nos braços de Snape
- Sua tortura de hoje é cuidar sozinho de Aline. Tchauzinho!
- NÃO! EU NÃO SEI NADA DE...
Mas Claudia já havia aparatado. A mini-Aline sorriu banguelamente, ao que Snape suspirou resignado.
- Baaaatman?... – murmurou a nenê, tentando em vão envolver o bruxo com os seus braços curtos. Aquilo enterneceu Snape, embora preferisse ignorar aquele apelido.
Tentou colocá-la no chão, mas a mini-Aline se agarrara às suas vestes negras.
- Vá brincar um pouco – tirou a varinha do bolso e conjurou alguns brinquedos, os quais Aline simplesmente os ignorou. Seus olhos tinham se focado na varinha:
- Dá – pediu, esticando os bracinhos.
- Isso, não – respondeu Snape, rapidamente guardando a varinha no bolso.
- Dá.
- Não.
- Dá.
- Chega – sibilou Snape, lançando-lhe um “olhar mortal”. Mas se arrependeu amargamente, assim que mini-Aline começou a chorar e a espernear. Snape olhou para os lados, exasperado, e encontrou Milk rindo descontroladamente.
- É uma pena que a Cláudia não esteja vendo isso – disse, entre risadas.
- Se ela estivesse aqui, eu a esganava; e é melhor você parar de rir, se não quiser o mesmo destino.
Milk parou, mesmo que soubesse que ele só fazia aquelas ameaças da boca pra fora (talvez). Voou em volta do bruxo, que ainda tentava acalmar mini-Aline, sem sucesso.
- Procure distraí-la com alguma outra coisa – sugestionou Milk -, até que ela se esqueça da varinh...
- Um tuelho! – antes que a pobre criatura mística percebesse, teve suas longas orelhas agarradas pelas mãozinhas vorazes.
Primeiramente, Snape não pôde evitar um riso zombeteiro, mas vendo a expressão de dor de Milk, desvencilhou-a de Mini-Aline, que voltou a chorar.
- Não agüento mais – resmungou o bruxo.
- Por que não tenta cantar uma canção de ninar, ou algo assim? – opinou Milk, massageando as próprias orelhas. – Crianças adoram música, e costumam se acalmar.
Snape encarou Milk como se esta tivesse lhe pedido a Pedra Filosofal. Que diabos ele poderia cantar?... Vasculhou em sua mente a lembrança de alguém que um dia tivesse lhe entoado uma canção de ninar.
Sentiu uma leve amargura ao perceber que ninguém nunca lhe fizera isso, mesmo quando criança; seus pais eram frios e severos... Faltara-lhe à infância demonstrações de amor, concluiu.
“Então não faça o mesmo que eles” – sussurrou a voz de Milk, que acabara entrando nos sentimentos de Snape. Este concordou silenciosamente, e poucos segundos depois, lembrou-se de uma cantiga que ouvira esses dias em uma das dezenas de lojas trouxas que visitara. Não se lembrava da música desde o começo – apenas um fragmento.
- Bem, não é exatamente uma canção de ninar, mas... – pigarreou de leve, e começou a balançar levemente os braços que carregavam a Mini-Aline. – Maybe I’ve been here before, I know this room, I’ve walked this floor... I used to live alone before you...*
A pequena criança se emudeceu, e manteve-se somente a ouvir a melodia calma e meio melancólica, que a voz grave de Snape somente a tornava mais bela.
- I’ve seen your flag on the March Arch. Love is not a victory march, It’s a cold and it’s a broken hallelujah… hallelujah… hallelujah – a voz dele foi ficando mais baixa, até se transformar em um sussurros. – Hallelujah.
Snape olhou para a Mini-Aline que dormia serenamente em seus braços, e lançou um olhar de contentamento a Milk.
- Você conseguiu – disse Milk em voz baixa, sorridente.
- Até que não foi tão ruim... – de repente, Snape sentiu suas vestes se molharem, e mini-Aline acordou chorando, incomodada pelas roupinhas encharcadas – Não acredito. ò_ó
- Acho melhor... – começou Milk.
- Fique sabendo que não vou trocar a fralda dela – botou Aline no chão e foi para o quarto trocar de roupa, resmungando maldições.
Milk se aproximou cautelosamente da nenê, tentando fazê-la se deitar para poder lhe trocar a fralda, mas esta simplesmente tentou arrancar algumas penas da lebre.
- Sevvie – falou, vendo que Snape já voltara -, se você não fizer nada no momento, a Aline vai ficar com assadura e... Você teria que passar pomada no bumbum dela.
- Está bem, já entendi! – resmungou Snape, deitando o bebê e desabotoando-lhe a roupinha. Estalou os dedos, e um pacote de fraldas apareceu.
O que se seguiu nos momentos seguintes foi algo como uma operação de grande dificuldade, pelo menos para o bruxo, porque para Milk, era somente uma cena bizarra em que Snape, vermelho até o pescoço, tentava colocar uma fralda de ponta-cabeça na criança que tentava dar-lhe chutes na cabeça.
Depois do que pareceu uma eternidade, o bruxo conseguiu realizar a difícil missão. Suspirando de alívio e tirando o talco do cabelo, Snape olhou a bagunça que havia feito e, cansado, decidiu apelar para a magia: procurou a varinha em seu bolso – em vão.
Um bebê de olhos negros e amendoados tinha na boca a varinha do Mestre de Poções (a mágica!).
Snape arrancou a varinha da mãozinha de Aline, sem hesitar. Afinal, ninguém mexia na sua varinha, a não ser ele! (a mágica, eu já disse) Aline abriu a boca para começar um berreiro, mas o que saiu da sua boca foi um jorro de luz vermelha, que não atingiu Snape por pouco.
- O que foi isso??? – ele perguntou perplexo, ao que Milk só lhe devolveu um olhar intrigado.
Aline abriu a boca de novo, e desta vez, saíram fagulhas, que reduziu o pacote de fraldas às cinzas:
- Você por acaso é descendente de dragão? – tapou a boca de mini-Aline, antes que ela provocasse um incêndio.
Então Snape se lembrou que Aline havia chupado sua varinha (a mágica!!!) ; provavelmente, absorvera alguns feitiços. O bruxo já estava em desespero, quando finalmente o efeito da poção terminou e Aline voltou à sua idade normal.
- Acho que já parei de lançar feitiços... – disse tossindo, e foi correndo para o banheiro tirar a fralda.
- Até que foi legal ser babá por um dia, né? – perguntou Milk, ao que Aline, já de volta, lançou um olhar maroto a Snape.
- Se “legal” para você for algo próximo a ter desejos suicid... – parou, ao sentir o seu braço queimar de repente. Não poderia ser aquilo, poderia?...
Foram interrompidos por um leve estalido, seguido pelo retorno de Cláudia.
- Hm, oi pessoal – sua voz rouca, assim como os olhos avermelhados, evidenciava que ela chorara, e muito.
Aline foi correndo amparar à amiga:
- Você está bem?
- O que aconteceu? – indagou Milk.
- Dá para vocês a deixarem explicar? – perguntou Snape, que tinha sido o único a não fazer nenhuma pergunta ainda.
- Uma coisa inimaginável – murmurou Cláudia, ainda parecendo não acreditar. – O Sirius, ele... ele... – engoliu em seco, enxugando as lágrimas que lhe brotavam dos olhos.
- O que foi que ele te fez?? – perguntou Snape, com uma expressão que claramente dizia “Vindo de Sirius, deve ser algo no mínimo horrível...”
E, para a surpresa de todos, Cláudia agarrou Aline, que estava perto de si, e anunciou, a plenos pulmões:
- Agora, eu sou a Sra. Black! – sorria e chorava ao mesmo tempo, atrapalhando-se para mostrar a aliança.
- Parabéns! – Aline lhe retribuía o abraço apertado, enquanto Milk pousara no ombro de Cláudia para lhe beijar o rosto. – É a notícia do ano!
- Er.... – Snape estava se esforçando ao máximo. – Meus parabéns para você...
Cláudia olhou para o sonserino, surpresa.
- Uau, não esperava que você fosse aprovar.
- ... Que fez a pior escolha da sua vida – completou, sorrindo malvadamente. – Francamente, Cláudia! Até o Gilderoy seria menos pior...
Cláudia simplesmente fez um muxoxo e recebeu sorridente um abraço de Snape.
- Isso merece uma comemoração! – exclamou a ruiva, soltando confetes de sua varinha. – Vamos estourar uma champanhe!
Cláudia foi cantarolando buscar a garrafa, enquanto Aline colocava a música para tocar e pegava as taças.
- No que eu posso ajudar? – perguntou Snape.
- Seria de grande ajuda que você fizesse um show de strip-tease – berrou Aline lá da cozinha, ao que caiu na gargalhada, juntamente com Cláudia.
Snape ia retrucar, mas apenas sorriu consigo. Elas estavam felizes; o que poderia estragar este momento?
A resposta veio quase no mesmo instante, na forma de uma ardência no braço tatuado do bruxo. Ele recordou-se do sonho que tivera noite passada – tudo fazia sentido. Ergueu a manga das vestes: a sinistra tatuagem estava nítida.
- Você vai embora? – perguntou Milk tristemente, arrependida por ter lido os sentimentos do bruxo.
- Shhh! – fez Snape aflito. Verificou se ambas as garotas haviam escutado.
“Não perceberam...Graças a Merlin” – ele pensou aliviado.
***
- Então, você precisa mesmo ir? – indagou Milk após a explicação de Snape, a uma distância considerável da cozinha.
- É de vital importância.
- Não acha que a Aline e a Cláudia merecem ao menos uma despedida?
- Eu... não posso. Elas estão tão felizes; além do mais, odeio despedidas – acrescentou, desconfortável. – Guarde segredo sobre a minha ida, certo?
Aline surgiu de repente, usando um avental que seria branco, se não fossem pelas grandes manchas de chocolate.
- A torta está pronta! – exclamou, eufórica. – Vamos ao brinde?
A comemoração se seguiu como deveria ser: Aline disparava palavras pervertidas a todo o momento; Cláudia, alcoolizada, viu Milk voar e tentou pular da varanda segurando uma bexiga em cada mão. Snape participava e por vezes abria um largo sorriso – as meninas estranharam de início, mas acabaram concluindo que era o efeito da bebida.
Quase às duas da madrugada, todos já haviam se rendido ao cansaço, e finalmente o hotel silenciou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
* Obs: esta música, caso não conheçam, chama-se Hallelujah, e é cantada por Rufus Wainwright.