Tempo Perdido escrita por Dreamer N, Srta Scarlet


Capítulo 1
Capítulo Único - Tempo Perdido


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, aqui quem fala é a Dreamer e a Mari Rosa. Gostaríamos de anunciar que voltamos com a nossa parceira e pretendemos postar semanalmente OneShots de ships variados - yuri - basta que vocês visitem nossos perfis para saber qual é a nova rsrsrs
Começamos com CaBenson ♥ desejamos que gostem! ;)



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Alex depositou a bolsa sobre a mesa e tentou relaxar os ombros. Estava perdendo no tribunal e isso a deixava tensa, muitas vezes mais do que gostaria de estar. Sentou-se ao tempo em que ouviu a porta ser aberta e uma Olívia furiosa entrar fuzilando-lhe com o olhar.

— Por acaso você enlouqueceu?

— Como? – a loira nem tentou levantar-se.

— Nós havíamos conversado antes da audiência começar, nós havíamos conversado sobre como tudo ocorreria, e você fez tudo ao contrário.

Alex respirou fundo enquanto Olívia despejava toda sua fúria em cima dela, não queria ter de iniciar uma briga naquele momento.

— Olívia, por favor...

— Era melhor você nem ter voltado.

A loira descruzou as pernas. Aquilo havia a atingido em cheio.

— O quê disse? – o tom de voz acusando sua indignação.

Olívia caminhou calmamente até ela e apoiou cada uma das mãos em um braço da cadeira, a encarou com o rosto próximo ao dela antes de repetir:

— Era melhor você nem ter voltado!

Alex ficou em silêncio por alguns segundos encarando os olhos castanhos de Olívia, que estavam transbordando e ardendo de raiva. Ela respirou fundo e seu olhar passou pelos lábios finos da morena e o fitou, recordando de coisas que não poderiam ser lembradas.

— Eu estou fazendo o meu trabalho, faça você o seu e arranje melhores provas na próxima vez. O advogado dele tinha saída para todas as minhas acusações. – Alex desafiou Olívia com seu tom mais gelado possível. Mais do que nunca a postura de Ice Princess voltara.

— Mas se você seguisse o que tínhamos combinado... – Olívia abaixou um pouco sua raiva mantendo em níveis controlados e descontou apertando seus dedos nos braços da cadeira.

— Não iria dar certo, Detetive. – Falou o título de Benson com um pouco de desdém. Apenas querendo provocá-la. – Você quer fazer meu trabalho, por um acaso? 

Olívia distanciou-se e passou as mãos pelo cabelo tentando acalmar-se.

— Me perdoe. – pediu também se sentando. – É que você me conhece, sabe como eu odeio ter que ver qualquer algoz deixar esse tribunal em liberdade.

— Sim, eu sei, e partilho do mesmo sentimento, mas gostaria que soubesse que a culpa não é minha. Eu estou tentando o máximo que eu posso.

A morena não lhe respondera ou comentara nada a respeito. Permaneceram em silêncio pelos minutos que se seguiram. Alex havia voltado há pouco tempo e quase não haviam tido tempo para conversar, afinal estavam nesse caso desde o seu retorno.

— Liv... – o olhar da morena subiu para encontrar os da loira. – Assim que o recesso acabar farei de tudo para vencer naquele tribunal, para marcar minha volta mostrando que esse é o meu lugar.

— Se fizer isso, juro que lhe pago um jantar. – sorriu abertamente e recebeu outro sorriso em resposta.

— Detetive Olívia Benson me chamando para sair? – Alex brincou divertidamente, levantando uma de suas sobrancelhas.

— Apenas se você ganhar.

— Bem, você sabe que nunca perco e agora você acabou de me dar mais uma motivação. – A promotora acertou a armação de seus óculos, com as pontas dos dedos, que escorregava um pouco em seu nariz enquanto observava Liv.

Olívia Benson adorava os olhos azuis de Alexandra, mas quando eles estavam por baixo dos óculos, tudo no rosto da promotora parecia ficar perfeito. Alex sabia que Liv havia ficado mal após sua partida, sua ausência perdurou por mais de três anos. Desde que sairá da Proteção de Vítimas (WPP) não se sentia a mesma Alex Cabot. Sua esperança era que quando voltasse se lembraria de quem realmente era e esperava que Liv a ajudasse. Esperava recuperar algo muito tempo perdido por elas.

***

— O júri declara o réu culpado! – o som das palavras sendo proferidas pelo juiz pareceu música para os ouvidos de Alex Cabot. Voltara em grande estilo, ganhara o caso.

Levantou-se e recolheu seus papéis, ao virar-se lá estava Olívia sorrindo para ela como se dissesse: Parabéns! Alex sorriu de volta, mas antes que pudesse ir até ela, a detetive já havia sumido entre a multidão.

Estava descendo as escadas para ir embora, quando sentiu uma mão apertar seu braço a puxando para trás.

— Parabéns e desculpa por duvidar de você! – era Olívia envergonhada.

— Tudo bem, eu entendo sua aflição.

— Obrigada! – o desconforto presente entre elas. – Então, você ainda aceita jantar comigo?

— O quão errada eu seria se dissesse não? – o som da risada de Liv lhe acalentou o coração. Nos últimos três anos desejou tanto poder ouvi-la. – É claro que aceito, Liv!

— Passo na sua casa às 21 horas então. – e sendo assim virou-se e desceu as escadas. Alex a acompanhou com o olhar até perdê-la de vista.

***

Olívia entrou no banco de carona e esperou que Amanda Rollins desse a partida no carro.

— Tudo resolvido. – Liv disse satisfeita com o julgamento, antes de colocar o cinto de segurança. Amanda ofereceu um sorriso mínimo e assentiu acelerando o carro.

— Essa é a Alex Cabot então? Que todos tanto falavam. – Amanda olhou de soslaio para Liv tentando esconder o sorriso maroto de seus lábios. Achava que talvez não tivesse tanta intimidade para conversar sobre certos assuntos com a detetive mais velha. O fato era que todos – pelo menos os mais antigos da delegacia – sabiam que algo acontecia entre as duas.

— Quem são todos? – Liv virou a cabeça para Amanda e a estudou.

— Ah, você sabe, Munch e Fin. – Ela deu de ombros despreocupada. – Eles disseram que ela é a melhor promotora da SVU, obviamente não descartando o talento dos anteriores. Mas parece que os dois tinham um carinho especial por ela.

— Ela foi nossa primeira promotora, ao menos a primeira que mais aguentou a ficar com a gente. – Olívia tentou ser imparcial, mas os meninos tinham razão Alex era a melhor no que fazia.

— Se você está dizendo, quem sou eu para discordar? – Amanda sorriu olhando para a morena de soslaio, mas Olívia pareceu não perceber, estava absorta em seus pensamentos e também sorria, o quê não passou despercebido por Amanda. – A volta dela parece ter te deixado feliz.

— Alex é minha amiga, trabalhamos juntas há muito tempo. E sempre fico feliz quando vencemos a causa. – ajeitou o casaco tentando não olhar para a loira. – Bom, o quê temos para hoje à tarde na delegacia? – mudou de assunto sentindo que aquilo se tornaria perigoso se não parasse.

***

Alex havia acabado de fechar a porta de casa quando ouviu o carro estacionando em frente ao imóvel.

— Com pressa? – Liv sorriu descendo do carro, não esperava encontrá-la do lado de fora a esperando.

— Você me conhece, Olívia Benson.

— Sim, conheço, ainda bem. – o olhar passeou pelo corpo da loira que trajava um vestido vermelho que ia até os joelhos, ato que a loira percebeu.

— Você também está linda. – disse já entrando no carro. Liv apenas riu antes de fazer o mesmo.

Olívia sabia do gosto fino de Alex e conseguiu fazer de última hora reservas para um bom restaurante francês, não muito longe do apartamento da promotora. Elas não trocaram muitas palavras dentro do carro, apenas corriqueiras conversas como o caso que venceram horas antes. Liv queria perguntar para ela como foram seus anos ausentes, queria se aproximar de novo. Ela ainda podia se lembrar de sua despedida dolorosa no quarto do hotel, quando ali havia ocorrido a primeira e a única vez que experimentara os lábios de Cabot.

A detetive estacionou o carro e ambas adentraram no restaurante bem organizado. Olívia optou por fim sentarem mais afastadas da movimentação onde pudessem conversar mais abertamente, sem que aumentassem a voz ou que fossem interrompidas. Olívia também pediu para que seu telefone não tocasse, essa noite queria saber até onde os divisores de água com Alex Cabot iriam.

Alex tentava manter-se calma, desde que voltara não teve a oportunidade de ficar tanto tempo sozinha com Olívia. Estava nervosa e aflita, esperava que não estragasse tudo.

— Você sabe me agradar, Benson. – a loira disse sorridente olhando o local a sua volta.

— Você merece, acabou com a defesa hoje nos minutos finais. E podemos definir isso como uma festa de boas vindas.

— Uma festa a dois? – sorriu arqueando uma sobrancelha. Liv apenas deu de ombros.

— Mas então, conte-me como foram seus últimos três anos.

— Cheios de trabalho. Era um ambiente legal de se trabalhar, mas sinto que voltei para casa. – o garçom interrompeu lhes trazendo os cardápios.

— E fora o seu trabalho... – a olhou por cima do cardápio. – Muitas emoções?

— Liv aonde você quer chegar? – sabia que o motivo de estarem ali não era apenas a de uma aposta ganha no tribunal. Nem sequer havia apostado.

— Á aquela última noite antes de você partir. – soltou de uma vez. – Não sei se você lembra-se do que aconteceu, mas eu me lembrei cada um dos meus dias nos últimos três anos.

— Eu esperei uma ligação sua.

— E eu liguei. – Liv falou rápido demais se defendendo. – Eu liguei, eu tentei. Depois que você foi para a WPP eu fiquei muito machucada, Alex. Eu não sabia que você iria simplesmente da noite para o dia sumir. Eu fiquei reclusa magoada e percebi depois de quase uma semana que meus sentimentos não importavam tanto, eu estava sendo egoísta, pois imaginei como você estaria, sozinha com um nome novo, um endereço novo e um trabalho novo.

Alex observava Liv com atenção esperando a mulher mais velha se explicar. O garçom até tentou se aproximar, mas ela lançou um olhar mortífero para o pobre rapaz que se retirou.

— Eu tentei te achar, mas eles não podiam me dar informações do seu paradeiro e quando você apareceu... – Liv olhou para baixo e sentiu a mesma sensação de quando vira Cabot após três anos. – Parecia que tinha simplesmente esquecido daquela noite no hotel.

— Liv... – Ela tentou argumentar achar as palavras certas, Alex abriu a boca duas, três vezes até finalmente algo sair dos seus lábios. – Eu mesma não me conhecia mais e foram quase três anos, Liv. Eu não sabia nada sobre você.

— Alex, você sabia quem eu era, o quê eu era para você, isso bastava, não?

— Não, é claro que não. – deu uma pausa e respirou fundo. – Liv, não foram três dias ou três semanas, foram três anos. Você podia estar casada, com filhos, podia nem mais ser detetive, podia ter me esquecido.

— Eu nunca esqueceria você, Alexandra. – nunca a chamava assim, mas sentia a intimidade que existia entre ambas abalada naquele momento. – Eu pausei minha vida esperando você voltar.

— Eu não pedi para que você fizesse isso.

— Talvez porquê você não quisesse pausar a sua. – levantou-se da mesa.

— Liv, onde você vai?

— Eu sinto que estou jantando com uma estranha, ou pior, com alguém que me trata como uma. – pegou a bolsa que estava na cadeira ao lado. – Quando sentir que se lembra de quem eu realmente sou, nós podemos marcar outro encontro.

Alex viu Olívia distanciar-se e deixar o restaurante. O garçom aproximou-se pronto para anotar os pedidos.

— A senhorita deseja algo?

— Sim, sumir. – respondeu antes de também levantar-se e deixar o local.

— Merda Cabot. – Alex murmurou furiosa consigo mesma.

De novo a promotora conseguira estragar absolutamente tudo. Alex não conseguia usar nenhum tipo de filtro, tudo o que ela pensava ela falava. Um grande erro. Ela saiu atrás de Liv. Já na calçada olhou para esquerda e viu a detetive caminhando em direção ao seu carro com as mãos no bolso de seu blazer. Alex adiantou seu passo e se apressou quase correndo. Antes que Liv alcançasse a porta do carro Alex a puxou pelo braço o suficiente fazendo com que a detetive virasse. As duas se olharam e a promotora viu aqueles olhos castanhos ardendo novamente. Frustração e raiva.

— Eu sinto muito. Perdoe-me. Eu sempre estrago as coisas. – Alex disse baixinho envergonhada, soltando lentamente o braço de Liv. – Eu nunca esqueci de você, Liv. Droga, eu passava noites sonhando com você. Ter você ao meu lado, mas minha vida se tornou uma confusão. Eu queria ter você de novo. Sua risada, seu jeito carinhoso de falar comigo, seu beijo.

Olívia ficou paralisada olhando fixamente nos olhos claros da promotora. Ainda sentia raiva, magoa, mas tê-la ali, tão próxima, deixando suas barreiras caírem aos poucos fez aquele sentimento há tanto tempo guardado tomar conta de si, de cada parte do seu corpo.

Desceu o olhar para os lábios de Alex e não pôde mais esperar, nenhum minuto sequer. Puxou-a para si com certa rapidez e beijou-a. Precisava tanto sentir o toque dos seus lábios, do seu corpo junto ao dela.

Alex por sua vez não tentou desvencilhar-se do toque. Seria mentira dizer que não queria aquilo. Seria mentira dizer que seu sentimento também não estava a flor da pele naquele momento.

— Eu estava completamente enganada achando que você poderia mudar. – falou baixo ainda junto de Liv que apenas riu enquanto passava as mãos pela cintura da promotora a segurando de maneira protetora.

— Muitas coisas aconteceram na minha vida nesse tempo, Alex, mas nada mudou o quê eu sentia por você.

Alex mordeu seu lábio inferior encostando sua testa na testa da detetive e fechou os olhos momentaneamente. Era bom, sentia-se como se finalmente tivesse chegado em casa.

A promotora passou seus braços em volta do pescoço de Liv e mais uma vez seus lábios se encontraram em um beijo lento e saudoso. Era perfeito. Olívia abraçou Alex trazendo a promotora ainda mais perto, nesse momento não ligava para quem passasse na rua e olhasse a cena. Liv estava aproveitando cada segundo da situação, ela teve vontade de chorar, mas se segurou. Era simplesmente inacreditável que depois de anos, finalmente Alexandra Cabot estava em seus braços.

— Obrigada pelo jantar. – Alex falou em cima dos lábios de Liv, enquanto sorria.

— Desculpe...

— Não tem que se desculpar, esse foi o encontro mais rápido que já tive, mas sem dúvidas o melhor.

— Ah é promotora? – Olívia sorriu maliciosamente acariciando levemente as costas de Alex.

— Sim. Parece que finalmente tudo está se encaixando, Liv.

— Talvez aquele quarto de hotel ainda esteja esperando por nós.

Liv falou olhando dentro dos olhos de Alex que apenas sorriu. Ela segurou na mão da detetive e a guiou para dentro do carro. Havia um tempo perdido esperando por elas.


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Notas finais do capítulo

A Mari é louca nesse ship, eu enlouqueci junto, não poderíamos deixar de escrever sobre elas. Esperamos que tenham gostado e nos deixem saber disso. Até a próxima ♥



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