A Má Influência escrita por British


Capítulo 21
Dez dias para o julgamento


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! Fiquei feliz com os comentários que recebi no último capítulo e acabei tendo inspiração para os próximos capítulos! Boa leitura! Espero que apreciem o capítulo!



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Todos estavam em contagem regressiva. Sasuke estava apreensivo com razão. Sua honra estava em jogo. Nos últimos tempos ele havia aguentado os olhares tortos, os dedos apontados, as piadas, mas, se tudo saísse como ele e Boruto imaginavam, eles teriam uma saída.

— O primeiro a depor será Madara. Ele já foi instruído por mim e vai falar da sua competência como engenheiro, enfim... de suas qualidades. É importante causar uma boa impressão no júri. – Explicou Boruto.

— E depois? – Questionou Sasuke.

— O perito que analisou a caligrafia do caderno falso será chamado. Ele vai alegar que tem alguém tentando te incriminar. – Contou Boruto.

— Então, Neji vem depois dele? – Perguntou Sasuke.

— Não. Neji é o nosso trunfo. Ele é pro gran finale, padrinho! Já falei com ele e ele está disposto a colaborar completamente. Ele acredita em você!

— Ele está me dando um voto de confiança. – Contou Sasuke.

— Que bom, padrinho! Ter o depoimento dele contra você seria ruim. Aliás, acredito que ele vá ser o último a ser chamado.

— Kabuto irá depor?

— Sim, ele e o Orochimaru também.

— Bem, até agora só tem o depoimento do Kabuto contra mim. – Disse Sasuke.

— O promotor vai convocar a Sakura para depor. – Contou Boruto.

— Por que a Sakura? Minha esposa não tem nada a ver com isso. – Rebateu Sasuke.

— O promotor vai te acusar de ser o responsável pela queda daquele viaduto, padrinho. Para comprovar isso, ele vai apontar as suas falhas humanas. Todo mundo nessa cidade conhece sua história com a Sakura. Ele vai fazer de tudo para sujar a sua imagem.

— Qual é o nome desse promotor?

— É o Kimimaro. Ele costuma ser implacável, padrinho.

— Não vou permitir que ele use a minha mulher para me atingir. – Bufou Sasuke.

— Ele vai fazer perguntas indiscretas. Mas eu vou treinar a Sakura para responder bem.

— Só faltava ele chamar a Sarada para depor também!

— E provavelmente ele vai..

— Por que?

— Ele pode achar que ela vai cair em contradição, dizer algo sobre seu comportamento que denuncie que você pode ter sido irresponsável com o projeto. – Alegou Boruto.

— Vai treinar ela também?

— Duvido muito que Sarada queira me ver. – Disse Boruto.

— Vocês terminaram mesmo?

— Padrinho, é complicado. Não terminamos, mas também não estamos juntos.

— Por que isso?

— Sarada quer pensar sobre nós.

— Bem, então continue dando espaço a ela. Se ela pediu, é porque precisa.

— Sinto falta dela, padrinho.

— Tenho certeza que ela também sente a sua falta. Bem, voltando a falar do julgamento, quais provas têm contra mim?

— A perícia que comprova que existiu um erro de cálculo.

— Mesmo que eu alegue que esse erro não é meu, não vai adiantar de nada se eu não conseguir provar, certo?

— Sem o seu caderno de anotações fica difícil, mas temos chance por causa do caderno falso. Há um forte indicio de que alguém quis prejudicá-lo.

— Boruto, eu não quero ser condenado.

— Padrinho, vamos ter fé ok?

— Eu tenho fé, mas estou com medo do resultado desse julgamento. – Confessou Sasuke.

— Você vai passar por isso de cabeça erguida e todos nós vamos estar bem ao seu lado. – Garantiu Boruto.

— Obrigado.

[...]

Orochimaru estava satisfeito. O julgamento de Sasuke Uchiha coroaria o triunfo de seu plano. Com o passar do tempo, era óbvio que ele seria a escolha de Madara para ocupar o cargo que pertencia a Sasuke. Tudo bem que o tio do rival dizia que era apenas temporário, enquanto Sasuke precisava ficar afastado. No entanto, na cabeça de Orochimaru tudo que ele precisava era dar apenas mais uma rasteira e assim tomar a presidência para si da uchiha’s Construção & Engenharia.

— Madara não desconfia mesmo de você? – Questionou Kabuto numa rápida visita a casa de seu amigo.

— Por que desconfiaria? Eu sou o melhor funcionário dele. É mais fácil ele desconfiar do Sasuke do que de mim. – Garantiu Orochimaru.

— Onde você enfiou o caderno? – Perguntou Kabuto.

— Por que eu te diria? Ele está seguro. Longe das garras do Sasuke.

— Não acredito, Orochi! Você está desconfiado de mim?

— Não confio nem na minha sombra nessa altura do campeonato. Além disso, o que me garante que você não passaria a perna em mim para ganhar uns pontos com Madara e limpar sua barra com Sasuke?

— Eu me ferrei desde que te ajudei. Quase fui preso, Orochi!

— Besteira! Meu advogado te tirou dessa num piscar de olhos!

— Você vai depor contra ou a favor do Sasuke?

— Depende de como estará a situação. Se eu sentir que ele vai perder, vou relevar que o odeio. Senão, poso de bom amigo. É delicado.

— Seu filho ainda está apaixonado pela filha do Sasuke?

— Ele diz que superou, mas vive correndo atrás dela. É um pouco triste. Ela não merece o amor do meu menino. Pobre Mitsuki...

— Você devia mandar ele de volta pra Los Angeles...

— Eu bem que queria, mas Mitsuki não quer. Ele diz que se sente em casa aqui, que está habituado à cidade e à orquestra.

— Mande ele embora daqui a força então! Você sabe que ele apaixonado pela Uchiha complica seus planos.

— Mitsuki não me prejudicaria por causa de uma fulana qualquer, além disso, é do futuro dele que eu estou cuidado.

— Meu caro amigo, seu filho se interessa mais por qualquer coisa do que dinheiro.

— Ele sabe que dinheiro é importante e um dia vai me agradecer por fazer tudo para deixa-lo bem de vida.

— Se é o que você acha, mas eu ainda penso que você deveria despejar ele em outro lugar.

[...]

Mitsuki passou aquele dia todo com Sarada e Shinki no estúdio. Tudo porque a Uchiha havia convidado o amigo para tocar violino numa faixa do novo disco do duque.

— Foi um prazer participar do seu disco! – Agradeceu Mitsuki a Shinki.

— Quando Sarada mencionou o seu talento, eu tive que chamar! – Disse Shinki.

— Eu falei que ele é o melhor violinista dessa cidade! – Disse Sarada.

— O segundo melhor. Afinal, você ocupa o primeiro lugar dessa lista. – Elogiou Mitsuki.

— Que isso! – Disse Sarada envergonhada.

— Vocês querem que eu saia para continuarem a paquera? – Riu Shinki e ganhou um tapa no braço de Sarada.

— Somos só amigos. – Disse Sarada.

— É. Só amigos. – Concordou Mitsuki.

— Eu conheço as amizades dela. – Continuou rindo e ganhou mais um tapa.

— Vendo vocês dois juntos é até estranho pensar que já foram namorados. Como conseguiram lidar com o término? – Perguntou Mitsuki.

— O tempo e a distância ajudaram. Além disso, nós dois ainda tínhamos sentimentos por nossos ex-parceiros. – Contou Shinki.

— Exatamente. E, como você sabe, Shinki vai se casar com Yodo agora. – Disse Sarada.

— Quero ser convidado para o casamento. – Disse Mitsuki.

— E será, meu caro! Por enquanto, vamos adiar um pouco os planos do casamento, mas vai sair. – Afirmou Shinki.

— Vão morar aqui ou em Suna? – Questionou Mitsuki curioso.

— Ainda não decidimos. Existem muitas variáveis nessa equação que podem alterar o resultado. – Disse Shinki.

— Entendo. Tá ficando tarde e eu já vou. Me acompanha Sarada? – Perguntou Mitsuki.

— Não. Vou ficar um pouco mais. Tenho assuntos a tratar com Shinki. – Disse Sarada.

Mitsuki se despediu dos dois e então partiu. Após a saída do rapaz, Shinki continuou bombardeando a amiga com perguntas sobre o que estava rolando, mas Sarada afirmava que não era nada.

— Nada? O jeito como ele te come com os olhos é gritante. – Apontou Shinki.

— Ele não me come com os olhes. – Negou Sarada.

— Ah, come sim... Eu conheço bem o tipo dele. É o melhor amigo que fia cercando, só esperando a oportunidade de dar o bote. Ele nunca tentou ficar com você?

— Já tentou, mas eu deixei claro que amo o Boruto.

— Ok. Falando nele, como estão as coisas entre vocês?

— Não nos vemos desde o dia da ultrassonografia da Yodo.

— Você deve estar fugindo dele como o diabo da cruz então, porque é quase impossível não cruzar com alguém nessa cidade. – Comentou Shinki.

— Não frequento mais os mesmos lugares que ele, sei os horários dele então isso ajuda e quando ele vai pra minha casa eu me tranco no quarto e peço pros meus pais mentirem dizendo que eu saí. – Resumiu Sarada.

— E seus irmãos não te entregam?

— Fizeram isso uma vez, mas aí a minha mãe interferiu e eles nunca mais fizeram.

— Yodo se sente mal que ela seja o motivo disso.

— Fale para a Yodo não se sentir culpada. A culpa é do Boruto. Dele e dessa obsessão permanente que ele sobre ser pai. Eu fico imaginando qual será a decepção dele se esse bebê não for dele.

— Isso passa na minha cabeça todo dia também. Eu fico me questionando: E se não for meu? Como vai ser? Como vamos reagir? Como lidar com a minha família? Como aguentar a pressão e não ceder?

— Vocês têm feito um belo trabalho em esconder essa gravidez.

— Sim, mas e se o irmão dela vir visitá-la? Ou os pais? Ou pior... E se Nagato e Hanabi vierem pra cá? Eu já tive pesadelos com isso...

— Falta pouco pra ela poder fazer o exame de DNA. Essa tortura já vai acabar, meu amigo.

— Sarada, se esse bebê for filho do Boruto, a tortura não vai acabar. Eu tento ser educado, mas eu to quase surtando com a presença constante dele lá em casa.

— Ele ficou mais próximo da Yodo?

— Sim, eles se falam todo dia. Quando não estou em casa, ele sempre vai visitá-la. Yodo fica sem graça quando me conta, pergunta se tá tudo bem e eu minto dizendo que não me importo porque sei que ela ficaria triste. Eu sei que Boruto é importante pra ela.

— Não sei como você aguenta. Por isso, pedi um tempo para o Boruto.

— Não teme que isso afaste vocês?

— Mais do que já estamos afastados? Acho difícil... A conexão que ele tem com esse bebê é muito forte. Talvez, o encanto acabe se ele descobrir que o bebê é seu filho e não dele.

— Você acha que ele seria capaz de se apaixonar de novo por Yodo?

— Tudo é possível, meu caro.

— Sarada, eu juro pra você, que não vou deixar o Boruto se intrometer na minha história com a Yodo de novo. Eu já errei muito nessa vida, mas não vou perder mais o amor da minha vida e a oportunidade de formar uma família com ela.

— Você é um bravo guerreiro. Se Yodo tiver juízo, nunca vai ter dúvidas sobre com quem ela deveria ficar.

— Ela é a mulher da minha vida, Sarada.

— Eu queria poder dizer o mesmo sobre o Boruto, mas acho que me equivoquei de novo.

— Ah, vocês se amam. Só estão confusos.

— Se amor fosse suficiente, isso não teria dado errado tantas vezes. Precisa de algo a mais, uma coisa que eu não sei se consigo alcançar com o Boruto do meu lado.

— É que vocês têm planos de vida muito diferentes.

—  É. Ele é família e filhos. Enquanto eu não quero isso nesse momento. Eu quero viver o presente e deixar o futuro para depois.

— Bem, sendo assim, acho que vocês têm um problemão.

— Vou deixar para pensar nisso quando o resultado do DNA sair e eu tiver a minha resposta.

— Se der positivo e ele for o pai do bebê, o que você vai fazer?

— Não sei. Parte de mim quer terminar com ele definitivamente, mas a outra metade quer muito lutar por essa história e passar por cima das adversidades para provar a mim mesma que eu posso ser diferente da minha madrasta.

— Posso dizer o que eu vou fazer caso o filho seja meu?

— Claro.

— Vou me ajoelhar diante da Yodo e pedi-la em casamento. Agora sabe o que eu vou fazer caso o filho seja do Boruto?

— Não.

— Vou me ajoelhar diante da Yodo e pedi-la em casamento.

— Você só tem uma opção.

— É isso aí. Eu fiz minha escolha. Eu amo essa mulher e, consequentemente, esse bebê. Nós já somos uma família. Não quero que o Boruto arruíne isso.

— Para ele, vai ser uma decepção muito grande não ser o pai desse bebê.

— É melhor que ele não seja o pai desse bebê. E eu não to falando disso só porque complicaria minha vida com a Yodo, mas porque isso faria você decidir partir da vida dele novamente.

— Eu não disse que essa é a minha decisão.

— Aí que tá, Sarada... Você não precisa dizer. Tudo em você denuncia isso.

[...]

Sakura tinha ido ao hospital pegar o resultado do seu exame de sangue. Era um exame de rotina, só para saber se estava tudo bem e, como sempre, estava. Na hora em que estava saindo de lá, seu caminho cruzou com o de Neji. Então, ela parou e cumprimentou o médico.

— Ei, tudo bem? – Perguntou Sakura a Neji.

— Sim e você? – Perguntou Neji.

— Bem. Lá em casa, todos estão ansiosos para o julgamento. Finalmente, ver Sasuke livre das críticas.

— Eu estou me preparando para depor, um depoimento que espero que ajude a convencê-los de que seu marido é íntegro.

— Por que está fazendo isso?

— Acredito nele de verdade ou você acha que eu seria capaz de deixar o responsável pela morte da minha Tenten só para fazer as pazes com você?

— Não tenho tanta pretensão assim. Sei que não sou tudo isso pra você.

— Sasuke lhe disse sobre a suspeita dele de que eu esteja apaixonado por você.

— É. Ele disse, mas eu te defendi e falei que ele só podia ter enlouquecido.

— Na verdade, ele tem um pouco de razão.

— O que?

— Eu gosto de você, Sakura. Mas eu sei que eu tenho o total de zero chances porque você ama o seu marido e sua família é linda. Eu nunca tentaria destruir isso. Acho lindo o que vocês têm e espero algum dia encontrar isso de novo. Mesmo que eu ache que já tenha tido muita sorte por ter uma esposa tão incrível como a Tenten foi e saiba que é quase impossível ter uma relação tão perfeita de novo.

— Então, você se apaixonou por mim? – Sakura disse surpresa.

— Na verdade, não. Mas eu sei que poderia me apaixonar por você se eu quisesse isso. Você tem todas as qualidades que eu admiro em alguém.

— Eu não esperava por isso, Neji. Desculpe.

— Eu que devo desculpas. Você não merece ficar perdendo o seu tempo comigo.

— Neji, você vai encontrar alguém e se apaixonar de novo. Eu não sou essa garota, mas ela está por aí. Preste atenção.

— Vou prestar. Continue cuidando da sua família.

— É tudo que eu mais quero. Minha família é meu mundo.

— Outro dia encontrei Sarada aqui no hospital. Ela tava chorando. Aquilo partiu meu coração.

— Deve ter sido no dia que ela e Boruto brigaram.

— Foi nesse dia.

— Eles estão dando um tempo no relacionamento. Sinceramente, não sei se tem volta.

— É uma situação difícil mesmo.

— Você sabe o segredo?

— Que segredo?

— Boruto e Sarada estão escondendo algo de mim! Quer dizer, de todo mundo! Mas você parece saber.

— Bem, se é segredo, não sou eu quem vai te dizer Sakura. Acho melhor eu ir andando porque meus pacientes estão me aguardando. Até mais.

— Que droga, Neji! Até!

[...]

Sarada segurou entre os dedos o cartão com o telefone e o endereço de Neji. Ela ficou observando aquilo por longos minutos até tomar coragem para sair. Então, ela levou seus irmãozinhos para ficarem com a tia Izumi e avisou que passaria no final do dia para buscá-los. Então, Sarada foi até a casa de Neji. O médico mal acreditou quando o porteiro informou avisando sobre a visita. Por sorte, ele só iria trabalhar à noite na emergência.

— É uma surpresa feliz te ver aqui, Sarada. Hoje mesmo, encontrei com sua mãe no hospital e falamos de você. – Disse Neji, puxando a garota para dentro do apartamento.

— E o que vocês falaram? – Perguntou curiosa, enquanto se sentava no sofá ao lado do anfitrião.

— De você e do Boruto.

— Você não contou a ela, né?

— Não. Fique tranquila. Eu prometi a Yodo que não falaria com ninguém a respeito disso. É pessoal demais. Aliás, como está se sentindo?

— Perdida. Eu não sei pra onde ir.

— Todas as vezes que se sentir assim pode vir pra cá. – Sugeriu Neji.

— E se você não estiver em casa?

— Isso é fácil de resolver. – Neji então se levanta, pega a chave em cima da estante e joga para Sarada.

— O que é isso?

— Uma chave.

— Você está me dando a chave da sua casa?

— Sim, dessa forma você pode entrar e sair quando quiser.

— Eu não posso aceitar.

— Por que não?

— Isso seria invadir a sua intimidade.

— Sarada, essa casa vive vazia. Passo muitas horas no hospital e quando chego aqui fico sozinho. Me deixaria muito feliz te encontrar aqui quando voltasse do trabalho algum dia.

— Está falando sério? Por que você faria isso por mim?

— Estou. E eu faria isso por qualquer um que estivesse tão perdido quanto eu por aí.

Neji estava sendo verdadeiro. Desde que ficou viúvo, sua vida era um imenso vazio. Com o passar do tempo, aprendeu a conviver com a falta que sua esposa fazia, mas agora queria recomeçar. E, para ele, fazia parte disso conquistar novas amizades, fazer novos laços.

— As coisas dela ainda estão aqui?

— Algumas sim. Outras não. As roupas eu coloquei numa caixa. Os livros eu doei para a biblioteca de uma escola. Mas não consigo me livrar das memórias. – Neji encarou um porta-retrato então Sarada fez o mesmo.

— Vocês formavam um lindo casal.

— Essa foto foi do nosso casamento. É estranho pensar que um dia você jura que vai ser pra sempre e o destino brinca com você dessa forma. Tenho que encarar que nada é eterno.

— Ou então aprender a valorizar a eternidade de um simples segundo.

— Você aproveita segundos, Sarada?

— Sim, os segundos mais felizes. Eles duram pouco mesmo. E por isso são tão especiais.

— Pode eleger os cinco segundos inesquecíveis da sua vida?

— Acho que sim, Neji.

— Pode começar.

— (1) A primeira vez que vi minha mãe. Foi numa livraria durante uma sessão de autógrafos. Foram segundos lindos e inesquecíveis. Naquela época eu não sabia ainda que ela era a minha mãe. (2) Meu primeiro beijo com Boruto no cinema. Eu saí correndo depois. (3) O dia que reencontrei Inojin.  (4) Ver uma arma apontada para mim e minha mãe grávida dos meus irmãos e Boruto levar um tiro para nos salvar. (5) Ouvir Boruto dizer sim para Yodo no altar.

— Nem todos esses momentos foram felizes.

— Você perguntou os inesquecíveis e não os mais felizes.

— Substitua os dois momentos tristes por felizes.

— Ok. Primeiro, segurar Indra e Ashura no colo pela primeira vez. Segundo, tocar violino no casamento dos meus pais. Agora, sua vez Neji.

— Meus cinco momentos mais felizes?

— Sim.

— (1) O momento em que pedi Tenten para se casar comigo. (2) Quando decidimos viajar juntos. (3) O último beijo de boa noite que ela me deu. (4) Conhecer a sua mãe. (5) Te entregar a chave do meu apartamento.

— Por que eu estou na sua lista?

— Sinto que estou recomeçando. Sua amizade simboliza isso.

— Sua amizade foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos.

— É bom saber disso.

— É bom contar com você. – Sarada então guardou a chave do apartamento na bolsa.

[...]

Boruto estava se preparando para o julgamento de Sasuke, quando ouviu as batidas na porta. Era seu pai. Naruto pediu para entrar, então Boruto autorizou. O semblante de Naruto era sereno, enquanto Boruto parecia cansado. O juiz estava precisando ter uma longa conversa com seu filho.

— Eu não queria te interromper porque sei o quanto esse julgamento é importante pra você, mas essa é a única hora do dia que posso te encontrar e eu não posso esperar mais para ter essa conversa com você. – Disse Naruto sério.

— O que aconteceu pai?

— Eu esperava que você fosse capaz de me responder isso. O que aconteceu?

— Ah, pai...

— Eu não vou sair daqui até você me falar o que está acontecendo. De uma hora pra outra você mudou, filho. Você e Sarada não estão mais juntos e eu fico me perguntando o que seria capaz de afastar vocês novamente.

— É uma longa história.

— Pode me contar.

— Aí que tá... Eu não posso.

— Eu sou seu pai. Preciso saber o que de errado está acontecendo em sua vida. Tem algo a ver com Yodo e Shinki estarem juntos?

— Não. Eles estão juntos e felizes. Nada mudou com relação a isso. Eu amo a Sarada. Isso também não mudou.

— Então por que brigaram?

— Pai, respeita isso, por favor. Eu não quero falar.

— Eu estou preocupado com você filho. Quando você a Yodo se separaram você ficou mal, mas voltar a namorar com a Sarada te fez feliz de novo, vocês tinham planos. O que poderia arruinar isso?

— Talvez, eu não mereça a Sarada. – Boruto começou a lacrimejar.

— O que você fez?

— A única coisa que eu posso dizer é que eu a magoei de novo. E agora ela quer ficar longe e pensar se a gente não tá cometendo um erro em insistir nessa relação que já se mostrou tantas vezes ser muito complicada.

— Boruto, amar não é uma tarefa fácil. Pensei que tinha aprendido isso.

— Pai, eu sou humano e eu erro. O meu grande problema dessa vez é que não sei se consigo consertar meu erro dessa vez.

— É difícil te aconselhar sem saber o que aconteceu.

— Vou te contar uma situação hipotética, ok?

— Ok.

— Se você estivesse namorando uma garota, mas ela descobrisse que você pode ser o pai do bebê da sua ex. O que você faria?

— Eu contaria a minha namorada.

— Então, imagine... Essa pessoa contou a namorada e ela disse que compreendia, que permaneceria ao seu lado. Só que se na primeira oportunidade que você tivesse, acabasse escondendo dela que ia assistir a ultrassonografia do bebê que pode ser seu filho e ela te flagrasse e então acusasse que você não estava sendo sincero. O que você faria?

— Eu pediria desculpas e que nunca mais ia esconder nada dela.

— Mas e se isso não amolecesse o coração da garota porque ela tem medo da situação toda?

— Não tem como culpá-la, afinal você errou ao engravidar a ex.

— Mas ele não tem certeza que é o pai. Precisa esperar que o resultado do exame de DNA saia.

— Então, o mais correto seria esperar até o resultado sair. Então, ter uma conversa honesta.

— Obrigado.

— Espera aí... Você pode ter engravidado a Yodo?

— Situação hipotética...

— Não, não e não! Situação real! Eu fiquei sabendo da gravidez da Yodo, mas ela jurou pra mim que o bebê é do Shinki.

— Ela não queria alarmar ninguém. Pai, isso é assunto sigiloso!

— Então, eu posso ser avô?

— Tem 50% de chance.

— Você e ela tiveram alguma recaída?

— Não, se ela engravidou de mim foi antes da viagem dela pra Suna, quando ainda estávamos casados. Lembra que ela me traiu com Shinki lá? Parece que eles não foram muito precavidos também. Por isso, a dúvida.

— Quando sai o resultado desse exame? Dois dias depois do julgamento se Deus quiser!

— Sabe, filho... Não vai ser tão ruim assim ser avô. Eu gosto da ideia de ser vovô. Um avô muito jovem por sinal, mas vou poder mimar o moleque ou a princesinha.

— É. A ideia de ser pai também me encanta, mas isso pode tirar a Sarada da minha vida.

— O que for melhor pra vocês vai acontecer. Deixe as coisas nas mãos do destino uma vez. Pode ser?

— É o que eu tenho feito.

— Agora me dá um abraço! – pediu Naruto e então Boruto abraçou o pai. Tinha sido bom compartilhar aquele peso todo com alguém.


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