My Sister and I escrita por KillerFrost


Capítulo 2
A força de vontade minha e da minha irmã de fazer alguma coisa




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A força de vontade minha e da minha irmã de fazer alguma coisa

Passei uma semana na casa dos meus pais, sem ir a faculdade. E Emily continuou em seu quarto, sem nem falar comigo.
— Filho, chame sua irmã para ir ao shopping com você. Diga a ela que vai lhe comprar um livro novo, ou lhe dar um seriado. Qualquer coisa para tirá-la de casa.- meu pai sugeriu.
— Pai, tá difícil. Já tentei falar com ela, mas Emily nem abre a porta.- expliquei. Na verdade era mentira, eu realmente não tinha a menor vontade de falar com ela. E o Oscar de melhor irmão do ano vai para: Evan Parker!
Meu pai colocou sua mão em meu ombro, me olhou no fundo dos olhos, e disse:
— Escute, Evan. Sua irmã está doente. A cada dia que se passa ela fica mais doente. E ela não está aproveitando a vida. Não chamei você aqui para animá-la; chamei para fazê-la aproveitar a vida que ainda lhe resta. Nós não conseguimos fazer isso, mas temos fé de que você conseguirá.
Fiquei em silêncio. Eu não iria conseguir fazer Emily sair do quarto nem se eu quisesse. E considerando o fato de que eu não tinha a menor vontade de fazer isso, impossibilitava as chances por completo.
— Pai, olhe. Eu não sei mais o que fazer.- na verdade, sabia. Chantagem. - Tentei de tudo.- grande mentira. - Mas ela não quer nem me ouvir!- e eu não queria nem falar.
No final da discussão, meu pai acabou conseguindo me convencer a falar com a Emily.

Cheguei no quarto dela, certo de que ela iria dizer para eu arranjar uma namorada e não encher o saco dela. Ela não sabia que tinha namorada. Para falar a verdade, podia apostar que ela achava que eu era gay.
Mas ela não falou nada disso. Na verdade falou para eu entrar, assim que bati na porta do seu quarto.
Ela estava na cama, lendo um livro. Tinha uma pote de remédios ao lado de sua cabeceira.
Ainda tinha esperanças de que ela não estivesse afim de sair. Mas tinha de tentar.

— Emily, vamos passear?- perguntei.
Ela não respondeu.
Pensei em desistir, mas lembrei de que não tinha tentado o suficiente, e papai descobriria.
— Eu te compro um livro novo.- falei. Esperava que ela mandasse eu ir tomar naquele lugar, pois ela já estava lendo um livro.
Mas ela fechou o livro na hora, e com um salto para fora da cama, pegou um casaco e um sapato.
— Vamos, tem uma livraria super legal em um shopping aqui perto.- anunciou, animada.
Nesse momento eu vi. A única coisa que faria Emily se animar eram séries de TV e livros. E era justamente isso que eu queria evitar.

Meus pais deixaram eu dirigir o carro deles para ir até o shopping, enquanto Emily me guiava.
Quando chegamos ao shopping, vi que era totalmente novo. Não tinha tantas lojas.
— Emily, por que não fomos no outro shopping?- perguntei.
— A livraria é pequena. E não tem nenhum lugar que vende séries de TV.- ela respondeu.

Quando chegamos na livraria, Emily foi direto na área de livros de fantasia. E ficou lá uma hora.
Esperei por ela no café. Particularmente, nunca fui fã de ler. Só lia livros que a escola mandava, com raríssimaa exeções. Kaitlyn gostava de uma série de livros chamada Desventuras em Série. Ela me obrigara a ver o filme, que até achei interessante.

Existe algo muito engraçado. Emily era totalmente o oposto de mim. Sou muito sociável. Lembro-me de que na época do colégio tinha muitos amigos. Também tive várias namoradas.
Era jogador de futebol americano e minhas namoradas eram líderes de torcida. Todas elas.
Era um aluno mediano, daqueles que senta no fundão e jogava bolhinhas de papel nos outros. Mas conseguia tirar notas boas para passar. Não via séries de TV ou lia livros.

Já Emily era o oposto.
Ela definitivamente era anti-social. Não tinha amigos, namorado e nem era líder de torcida.
Gastava o tempo que tinha lendo e vendo séries. Tirava notas muito boas. E adorava ficar com o nosso gato, Neanderthal.
Neanderthal é um gato gordo e velho. Tenho ele desde os dez anos, e considerando que tenho vinte, ele viveu bastante tempo. Depois que entrei na facul, deixei ele com minha irmã, pois acreditava que ele estava perto de morrer e que não adiantava levá-lo para a faculdade. E também por que minha mãe me obrigou a deixar alguma coisa para Emily.
Mas é uma boa companhia. Quando você não tem noção do que é uma boa companhia de verdade, que é o caso da minha irmã.
Sou meio malvado com ela.

Emily foi até a mesa onde estava sentado com um livro que parecia ter umas 500 páginas na mão.
— Leva.- ela disse, com um sorriso animado no rosto.
— Qual é a palavra mágica?- perguntei, afim de irritá-la.
— Leva.- ela repitiu, séria dessa vez. Quando se trata de algumas pessoas, é preciso saber os limites das brincadeiras.

Paguei o livro e liguei para meus pais, avisando que estava voltando. Eles disseram para eu ficar pelo menos mais duas horas no shopping. Minha mãe falou para eu conversar com Emily sobre a escola, que ela estava terminando. Também falou para conversar com ela sobre seu futuro acadêmico. Quando uma pessoa tem câncer e uma chance elevada de morrer, a pior coisa a se fazer certamente é falar sobre seus planos para o futuro.

Perguntei a ela sobre a faculdade.
— Então, sabe o que vai fazer depois de terminar o colégio?- perguntei, comendo um cheese burguer do Mc Donald's.
— Vou morrer, provavelmente.- ela respondeu. Não parecia triste, nem abalada. Parecia sem expressão.
— Não diga isso, Emily. Não é verdade.- menti. Disse isso para tentar tirar a tensão.
Ela deu os ombros.
— Sei que não é. Pare de mentir.
Fiquei em silêncio.

Voltamos para casa em silêncio no carro. A única coisa que Emily me falava era o caminho até a casa, que eu ainda não tinha decorado.

Quando chegamos, Emily subiu para o seu quarto, depois de tomar um remédio.

Fui para o meu quarto, que estava vazio. Só tinha uma cama, sem nenhuma roupa. Antes tinha uma TV, mas depois que eu fui embora, meus pai devem ter passado-a para Emily.
Resolvi ligar para Kaitlyn. Ela dissera para eu telefoná-la quando estivesse sem nada para fazer.
Caiu na caixa postal. Liguei novamente, mas dessa vez para Henry. Caixa postal. A mesma coisa com Mark.
Estava completamente entediado. Emily não iria sair do quarto, e eu realmente não me sentia muito a vontade ao seu lado. Decidi, por fim, andar pela vizinhança, afim de encontrar algum amigo.

Encontrei Jeniffer, minha paixão do nono ano. Quando ela me viu, veio correndo em minha direção e deu um tapa nas minhas costas.
— Hey! Jeniffer! Tá diferente!- exclamei.
— Sim. Ouvi dizer que foi pra Yale. Cinema, né? Sua mãe me contou. Comecei pedagogia, mas não continuei. Decidi que queria ser dona de casa. Tem mais a ver comigo. Sabe, limpar e essas coisar. Meu lugar não é uma sala de aula.- ela falou muito mais, só que parei de ouvi-lá. Jeniffer era extremamente chata. Não sei como já sonhei com minha língua na boca dela.

Continuei a andar, mas não encontrei ninguém.
Voltei para casa 30 minutos depois, e encontrei Emily sentada no sofá com o livro que comprei á ela na mesa.
Pensei em perguntar porque ela não estava lendo, mas bateu uma preguiça e resolvi deixar de lado.

Uma semana se passou em continuei na casa dos meus pais. Nada aconteceu. Emily estava completamente saudável. Nem parecia que sua médula óssea tinha algum problema.
Sempre que tentava ligar para o pessoal da faculdade, ninguém atendia. Me perguntei várias vezes se estavam fazendo uma surpresa. A faculdade é vida louca.

O papai e a mamãe obrigaram eu e minha irmã a vermos á alguma série de TV juntas. Tentou me fazer ver Arrow, mas dormi. Coisas fora da realidade não me atraem muito. A única coisa relacionada a essas coisas de magia que vejo é Harry Potter. Kaitlyn amava, e as vezes nós viamos algum filme dele juntos. Eu achava até legal, me divertiam um pouco.
Emily amava Harry Potter de uma forma surreal. Ela e Kaitlyn tinham muitas coisas em comum. Se dariam muito bem.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que comentem dessa vez.
Beijos.



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