Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 3
Discipulis Partialiter


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Oi, gente. Vim me redimir por ter demorado tanto para postar o segundo capítulo. Então aqui está o terceiro. Aproveitem.



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— Meninos, meninos, acordem! – com esses gritos vindos da Sra. Weasley, Harry acordou atordoado. Então lembrou que era o dia de ir para Hogwarts.

Harry olhou para a cama de Rony e viu que o amigo já tinha acordado. Levantou, fez sua higiene pessoal, tomou um banho refrescante, colocou uma roupa limpa e desceu as escadas para encontrar os outros Weasleys.

— Bom dia, Harry, querido – Sra. Weasley disse animada ao ver Harry descendo as escadas. – Meninos, o material de vocês chegou hoje de manhã. Tomei a liberdade de abrir seus malões e guardear seus materiais.

— Ah, obrigada – Hermione disse em um tom de inocência que Harry nyunca ouvira a menina usar.

— Imagina, querida. Veem? Todos deviam ser educados como Hermione.

— Claro, bajulando a sogra, essa não é nova, mãe – Gina comentou sincera, enquanto mordia uma maça. 

— Como assim sogra? – Rony indagou.

— Ignora – Hermione girou os olhos e serviu-se de suco de uva.

— Agora, todos vocês, tomem rápido esse café, em meia hora saímos. – Molly berrou enquanto ia para o quintal.

Todos obedeceram. Harry serviu-se de alguns brigadeiros, duas torradas com manteiga e suco de laranja. Rony parecia ter voltado da guerra, estava faminto. 

— Meninas... torta? – Fred disse oferecendo uma torta roxa para Gina e Hermione, que olharam para esta com uma expressão que demonstrava um certo nojo.

— Não vamos comer isso – Gina desdenhou.

— Ah, vamos lá... – Jorge insistiu.

— Nada pior que os biscoitinhos da Madame Pomfrey... – argumentou Fred.

— Não. Da última vez que alguém comeu algo que vocês dois fizeram essa pessoa foi para o St. Mungus, e nunca mais voltou! – Gina deu ênfase na última parte.

— Erros técnicos, irmãzinha...

Gina e Hermione giraram os olhos e se sentaram para comer.

Depois de trinta minutos, todos estavam prontos para irem embora, menos Fred e Jorge, que alegaram terem esquecido coisas ‘mui importantes para serem esquecidas n’A Toca’.

— Estamos atrasados, não? – perguntou Hermione.

— Eu sei, eu sei – gemeu a Sra. Weasley, apertando o passo –, se ao menos Arthur tivesse nos arranjado carros do Ministério outra vez... mas Fudge ultimamente não o deixa pedir emprestado nem um tinteiro vazio...

— Por que o Fudge não nos empresta mais os carros? – Rony perguntou.

— Ah, querido – Sra. Weasley hesitou em falar, olhou desconfiada para Harry e então se calou.

— Qual é o problema? Tem algo a ver comigo? – perguntou Harry.

— Ah, bom... – Molly tentou não dizer nada, mas com os olhos curiosos de Harry fitando-a, ela pareceu se render. – Bom, agora existem muitas histórias, muitos boatos no ministério, Harry.

— Como o quê?

— Dizem que você mente – Hermione disse de uma vez. – Dizem que seus relatos sobre o cemitério são falsos, e que você e Dumbledore só querem aparecer nos jornais.

— Quem em sã consciência acharia que é tudo mentira?

— Acontece que Fudge não tem uma sã consciência, Harry. Ele prefere ocultar de todos que Você-Sabe-Quem está a solta à desesperar todo o mundo bruxo.

Harry não disse nada, ficou bravo, bravo com Fudge.

— Como é que os trouxas conseguem viajar sem magia... – Sra. Weasley murmurou tentando desvirtuar no assunto.

Depois de quase vinte minutos e uma longa despedida da Sra. Weasley, Arthur pôde levar Fred, Jorge, Rony, Harry, Gina e Hermione embora. Levaram dez minutos para chegar à King’s Cross. Soou um primeiro apito; os alunos que ainda na plataforma correram para o trem.

— Depressa, depressa – disse Sr. Weasley. – Escrevam... se comportem... se esqueceram alguma coisa nós mandaremos... agora subam no trem, depressa...

— Até mais! – gritou Gina pela janela aberta quando o trem começou a andar, enquanto Harry, Hermione e Rony acenavam ao seu lado.

Conforme o trem se movia, a silhueta de Arthur ia diminuindo rapidamente.

— Bom – disse Fred, batendo palmas –, não podemos ficar aqui o dia inteiro. Tutores são muito atarefados.

— Tutores? De quê? – Gina olhou desconfiada para os dois.

— Do nosso ramo, irmã. Vemos vocês mais tarde. – E ele e Jorge desapareceram pelo corredor à direita.

O trem continuou a ganhar velocidade, fazendo os garotos que continuavam em pé balançarem, e transformando as casas em imagens fugidias.

— Então, vamos arranjar uma cabine? – convidou Harry.

— Claro, olha, essa está livre – Hermione abriu as portas de vidro. – Nosssa, estou cansada – ela murmurou ao deitar-se e tomar dois bancos ao mesmo tempo.

— Como pode estar cansada se não fizemos nada? – Rony perguntou enquanto abria um pacote de bala.

— E como pode estar com fome se acabamos de comer? – ela perguntou risonha e o garoto ficou sem argumentos. 

— Sempre estou com fome – ele disse enfiando um canudinho de açúcar na boca.

— Sempre estou com sono. – os dois riram, e Harry riu da conversa deles. – Algum de vocês tem algo que eu possa usar como travesseiro? 

— Seu moletom – Harry apontou para casaco marrom da amiga. 

— Verdade. – Hermione sentou-se, segurou na bainha de seu moletom e ergueu os braços.

— Ahm... – Rony gaguejou. – Hermione... 

— Quê?

— Sua blusa, está indo junto com o...

— Ah, meu Deus – a menina levantou-se e foi até Rony. – Segura minha blusa?

Harry quase explodiu de gargalhadas ao ver a reação do amigo. Rony, claramente, estava na duvida entre segurar ou não a blusa – que se encontrava bem acima do umbigo da amiga.

— Ah, sim – ele puxou a blusa para baixo e, assim, Hermione pôde tirar seu moletom com tranquilidade.

— Valeu – falou ela enquanto, em um pulo, deitou-se no banco, virou para Harry e Rony e fechou os olhos.

Harry simplesmente riu com a expressão de Rony; uma mistura entre um sorriso e um olhar espantado.

— Ai, Catriona. Já disse... – Harry ouviu uma voz se aproximando do compartimento em que ele, Rony, Gina e Hermione estavam.

— Eu estou com medo, Fleur – uma voz de criança reclamou.

Harry percebeu que Rony e Gina sentiram seus estômagos congelarem.

— Fleur? – Rony mexeu a boca sem emitir nenhum som.

— Ela não pode estar aqui! – Gina disse. – Não a suporto mais.

— O que a Fleur fez? – Hermione perguntou muito curiosa, ainda de olhos fechados.

— Nessas férias ela veio estudar em Londres – Rony começou, sussurrando.

— E adivinha quem ela conheceu? – Gina completou.

— Gui! – Rony respondeu.

— Então ela veio passar as férias lá em casa... acreditem... in-su-por-tá-vel – Gina sibilou.

— Eu juro que quando chegarmos à Hogwarts, eu mando uma carta para mamãe – a voz ia ficando mais alta.

— É a Fleur? – Rony perguntou.

— Não sei, mas a irmã da Fleur se chama Gabrielle, não Catriona, não é? – Hermione palpitou.

Harry afirmou com a cabeça.

— Não me diga que existe outra Fleur que tem uma irmã mais nova... – Rony resmungou ainda olhando para a janela.

— Parece que é uma coincidência – Hermione disse ao mudar de posição e aconchegar-se.

Harry ouviu a menina mais nova começar a choramingar.

— Vamos, Catriona... – a tal Fleur disse, mas pareceu perder a paciência em seguida: – Catriona Bryce! Para. Você não é mais um bebê, tem onze anos. Você só passou um ano no Castelobruxo, não vai sentir diferença ou falta de lá. Isso é só por um ano. Mas graças ao papai, conseguimos vir pelo Expresso, e não pelo Portal do Amazonas. Chega de choro. Vamos voltar para a cabine e... Ah! Desculpa! Nossa... nossa, desculpa mesmo.

Como se estivessem esperando um motivo para olharem o corredor, Harry e Hermione espicharam o pescoço para verem além do vidro da porta do compartimento deles.

Harry viu duas meninas: uma mais alta, e provavelmente mais velha, que a outra. Elas pareciam irmãs, mas não estavam usando o uniforme de Hogwarts: usavam vestes verde-claras com símbolos diferentes estampados nelas. Fleur acabara de esbarrar em Dino, que segurava um copo de suco de abóbora, o uniforme dele estava todo manchado de laranja.

— Ei, olha por onde anda, sua doida – Dino falou.

Sem que Harry pudesse se dar conta, Gina já tinha saído do compartimento em que estava e entrado no meio da confusão.

— Dino, não precisa falar assim! – Gina disse séria.

— É, não mesmo. – Fleur disse, também séria. – Foi um acidente, desculpa.

— Fica tranquila. Eu sei que não foi por querer. – Gina disse. – Vamos, Dino. Tchau – ela acenou para Hermione, e, puxando Dino pela mão, foi até o fundo do trem e desapareceu ao entrar em um dos compartimentos.

Harry sentou-se de volta, mudo.

Por mais uma hora, os três continuaram calados, até que Hermione se pronunciou enquanto se sentava: 

— Vamos, Rony. Lá para o fundo.

— Quê? – Rony tinha uma expressão de quem acabara de ver um fantasma, o que, na verdade, era bem comum em Hogwarts.

— Não ouviu? Gina está chamando – ela ergueu as sobrancelhas e Rony pareceu finalmente respirar depois de prender o ar por cinco minutos. – Vem logo...

— Ahh... Claro, vamos. Já volto, Harry – Rony se apressou em acompanhar Hermione pelo trem.

Antes que Hermione pudesse abrir a porta de vidro, o trem deu um solavanco e a cabine deles passou por uma espécie de terremoto.

Quando Harry colocou a gaiola de Edwiges em pé novamente, viu que mais algo tinha caído. Hermione estava em cima de Rony. O garoto; tinha batido a cabeça no malão dele.

— Ah, Rony. Perdão – Hermione levantou-se com a ajuda de Harry. – Te machuquei?

— Hermione, você não é pesada. Estou bem.

A garota sorriu.

— Vou levar isso como um elogio. Ah, não, te machuquei, sim. – Delicadamente, Hermione passou a mão pela nuca de Rony. Quando viu, seu dedo estava um pouco manchado de sangue. 

— Está tudo bem. Nem dói. 

— Seu burro, vira de costas para mim. – Rony obedeceu.

De uma bolsa que estava transpassada em seu busto, Hermione tirou um potinho que continha um líquido branco. Molhou seus dedos com um pouco e passou o indicador e o dedo do meio na área machucada. 

— Faz cóssegas – Rony riu ao comtrair o pescoço quando Hermione soprou a ferida, na intenção de diminuir a dor.

Harry percebeu Hermione sorrir enquanto "acariciava" a nuca de Rony, mas preferiu ignorar e concentrar-se na paisagem que passava borrada. Depois que Hermione terminou como médica, ela e Rony saíram em busca do chamado de Gina.

Harry dormiu o resto da viagem. Até que ouviu um apito que indicava a chegada à Hogwarts. Vestiu seu casaco, guardou as coisas que tinha tirado da sua mochila e abriu a porta da cabine. Segundos depois, Hermione emergiu ofegante da multidão.

— Não tenho comentários sobre os assuntos tão bobos de Gina. Vamos logo, vamos pegar uma carruagem juntos, antes que lotem todas...

 

O saguão estava tão bem arrumado quanto nos outros anos, ecoando os passos dos que atravessavam o piso em direção às portas duplas, à direita, que davam acesso ao Salão Principal e ao banquete de abertura do ano letivo.

As quatro mesas compridas no salão foram se enchendo sob um céu escuro sem estrelas. As velas flutuavam à meia altura ao longo das mesas, iluminando os fantasmas prateados que pontilhavam o salão e os rostos dos alunos que conversavam, pressurosos, trocando notícias sobre as férias, cumprimentando os colegas das outras casas, aos gritos, observando os cortes de cabelo e as vestes uns dos outros.

Mais uma vez, Harry reparou nas pessoas que juntavam as cabeças para cochichar quando ele passava; trincou os dentes e tentou agir como se não visse tampouco se importasse.

— Quem é aquela? – Hermione perguntou bruscamente, apontando para o meio da mesa dos professores.

Os olhos de Harry acompanharam os da amiga. Olharam primeiro o Prof. Dumbledore, sentado na cadeira dourada ao centro da longa mesa, trajando vestes azul-marinho pontilhadas de círculos dourados e um chapéu igual. A cabeça do diretor estava inclinada para a mulher sentada ao seu lado, a qual ria de alguma coisa que o diretor tinha falado.

Era uma mulher com longos cabelos ruivos misturados ao moreno. De longe, era tudo que Harry conseguia ver. Mas ela parecia bem bonita e jovem. Usava um vestido longo verde-esmeralda com um decote em v.

— Uou – Rony murmurou. – Parece ser bem bonita.

Harry concordou com a cabeça. Hermione soltou um olhar fuzilante aos dois, que pararam de sorrir na hora. Alguns segundos depois, as enormes portas se abriram.

Uma longa fila de garotos de cara assustada entrou, encabeçada pela Profª McGonagal, que vinha trazendo o banquinho em que repousava o velho chapéu de bruxo, cheio de remendos e cerzidos, com um largo rasgo na copa esfiapada.

O vozerio no Salão Principal foi cessando. Os calouros se enfileiraram diante da mesa dos professores, de frente para os demais estudantes, a Profª McGonagall colocou cuidadosamente o banquinho diante deles, e recuou um pouco.

Os rostos dos aluninhos refulgiam palidamente à luz das velas. Dumbledore se levantou e foi até Minerva. De repente, quatro homens entraram pela porta de trás e foram até Dumbledore. O homem da extrema esquerda era baixinho, com pele morena, cabelo grisalho e usava óculos quadrados. O segundo da esquerda era alto, com a pele rosada e totalmente careca. O terceiro homem era negro, alto e com cabelo ralo. O último, da extrema direita, de altura média e era branco como um fantasma.

— E que a mensagem que vocês cantarão toque cada aluno nesse salão e os inspire. – A Profª Minerva disse com um sorriso amarelo no rosto, e em seguida deu um olhar para Dumbledore, que entendera o recado.

Com um gesto com o braço direito feito por Alvo, todas as tochas que iluminavam o grande salão se apagaram uma de cada vez, assim como as velas flutuantes que iluminavam o mágico teto, deixando assim, uma penumbra dominar o salão e só uma chama azul iluminar fracamente alguns traços do rosto de Dumbledore, mas logo essa chama se extinguiu, transformando a sala em escuro total.

Um ar frio tomou conta do salão, que antes estava sendo aquecido pelas tochas de fogo presas na parede. Uma voz masculina, grave e estrondosa ecoou em tom de sol menor anunciando o início da música. Outra voz apareceu em tom de lá menor, seguido por uma voz em sí e outra em dó, que ao se juntarem formaram uma forte melodia, e ao passar do tempo uma música se formava naquele conjunto de vozes.

No ápice da música o som era tão forte que Harry sentiu a mesa vibrar e, de repente, saída do chão, uma chama vermelho-sangue iluminou momentaneamente o salão, dando um susto nos alunos.

Depois de sete minutos cantando, a música acabou; o som cessou e um silêncio misterioso tomou conta do salão, imediatamente que as chamas se extinguiram um mar de aplausos se alastrou pelo salão.

— Sonoros! – Dumbledore gritou com a ponta da varinha encostada nas suas cordas vocais, fazendo com que volume de sua voz, que já era alto, aumentasse vinte vezes, na mesma hora todos se aquietaram para ouvir o que o professor tinha para falar.

— Muito obrigado, Vozes Impactantes, um grupo musical extraordinário, que teve a boa vontade de vir cantar para nós. – Minerva completou.

— Tenho certeza de que vocês, meus caros alunos, já perceberam que essa não é uma noite qualquer – Dumbledore começou. –, o grupo Vozes Impactantes está aqui por um motivo, um evento está prestes a acontecer, eventos mágicos como esse são anunciados pelo Ministro da Magia, mas me sinto honrado em poder anunciar o que está por vir.

A cada pausa que Dumbledore fazia para tomar o fôlego era possível ouvir a respiração pesada e ansiosa de cada aluno.

“Tentarei ser breve, é claro, para explicar o que está por vir... Bom, devido ao Torneio Tribruxo que aconteceu ano passado aqui em Hogwarts, vários bruxos e bruxas se interessaram uns pelos outros, e consequentemente, se interessaram por culturas diferentes. Então, esse ano, algo realmente grande, envolvendo escolas de magia estrangeiras, alunos estrangeiros e pessoas de altíssima importância, irá acontecer novamente. Agora, acredito eu, que vocês estão se perguntando: por que esse velho está ali, parado, em frente à Hogwarts inteira, explicando um evento e não fala nada?" Nessa hora Dumbledore parou para dar uma risadinha, mas nenhum dos alunos riu, pelo contrário, todos queriam ouvir as notícias e comer logo.

— Todo e qualquer evento de tal porte como o que acontecerá, que não me atrevo a revelar imediatamente, merece uma digna abertura. – Dumbledore gesticulava e Harry teve a sensação de que ele olhava fixo para cada aluno a cada minuto que ele falava. – Bom, já percebi que falei demais e esclareci de menos, vocês entenderão. Então, é com um enorme prazer que eu oficialmente início o Discipulis Partialiter.

No mesmo instante, uma chama flamejante e forte de fogo saiu do chão, assustando a todos e dando ao salão uma iluminação alaranjada.

— Esse evento não significa nada mais, nada menos, que Sua Chance. Basicamente, os alunos de todas as escolas de bruxaria do mundo poderão ter a oportunidade de estudar por certo período aqui em Hogwarts.

“Antes de qualquer coisa, quero anunciar o nome das escolas que nos visitam essa noite. Mahoutokoro (do Japão), Castelobruxo (do Brasil), Uagadou (da África), Beauxbatons (da França), Ilvermorny (dos Estados Unidos) e Instituto Durmstrang (da Bulgária).

“E fico extremamente feliz e em dizer que duas figuras muitíssimo importantes que todos aqui que estavam em Hogwarts ano passado conhecem estão aqui: Vítor Krum e Fleur Delacour!” No mesmo instante, uma onda de aplausos encheu o salão enquanto Vítor e Fleur entravam pelo corredor principal do salão, os dois seguidos por um fila de alunos da Durmstrang e Beauxbatons.

— Ele está aqui? – Rony exclamou surpreso.

— Parece que sim... Eu não sabia, ele não me contou nadinha – Hermione disse, ainda calma, mas sem conseguir esconder um pequeno sorrisinho.

— Para quem não os conhece – iniciou Dumbledore, sorridente. –, estes são Vítor Krum, do Instituto Durmstrang, e Fleur Delacour, da Academia de Magia de Beauxbatons. Ano passado os dois foram escolhidos pelo Cálice de Fogo como participantes do Torneio Tribruxo, ambos extraordinários bruxos. E bom, é agora que eu chamo para entrarem, os alunos das demais escolas! Primeiro: os alunos brasileiros, do Castelobruxo! – Dumbledore gritou.

De repente, as enormes portas de carvalho se abriram, e, por ela, cerca de vinte alunos com uniformes verde-claros entraram dançando, sincronizados, uma música que lembrava a Harry um animado samba, mas ainda com classe.

Depois que os alunos do Brasil entraram e se colocaram em fila de frente para a mesa dos professores, Harry pôde perceber algumas batidas ritmadas de tambores soarem pelo salão.

— Uagadou, África – Dumbledore gritou.

Aos poucos, os alunos da África, também dançando mas não em fila, entraram lentamente pelo corredor, A música tinha um ritmo que Harry não sabia explicar, mas que certamente o lembrava da África. Os alunos de Uagadou foram dançando até chegarem onde Dumbledore estava, onde fizeram uma referência ao diretor e se colocaram na frente da fila brasileira.

— Mahoutokoro, Japão. – Alvo gritou com sua estridente voz.

Os alunos africanos mal tinham se acomodado e Harry ouviu o som de um enorme gongo ecoar pelo salão. Uma música, que Harry concluiu ser japonesa, começou a ser tocada e, também dançando, os alunos japoneses, com capas de diversas cores, entraram pelo corredor até Dumbledore, depois se colocaram em fila, na frente dos alunos africanos.

— Ilvermorny, Estados Unidos da América – ele gritou por fim.

Por último, as portas se abriram novamente, três colunas de alunos americanos entraram marchando, ao som de uma música que Harry não conseguiu identificar, mas o lembrava de uma marcha de exército. De qualquer jeito, prestando atenção, Harry pôde ouvir alguns trompetes e tambores compondo a melodia. Assim como todos, os alunos americanos se colocaram, em fila, na frente dos japoneses.

— Que lindo... Dumbledore disse. – E bom, para os alunos novos e alunos estrangeiros, Hogwarts tem a tradição de fazer com que todos os calouros passem pela seleção do chapéu seletor. Depois que fizermos a seleção dos alunos novos, poderemos fazer a mesma seleção com os estrangeiros, sei que não é nada oficial, mas como vocês ficarão conosco por um ano, acho que seria o certo colocá-los em suas devidas casas, algo bem mais simbólico do que didático.

Dumbledore fez um sinal com a cabeça para Minerva, que se levantou e foi direto para onde o diretor estava.

— Agora, chamarei os nomes dos novos alunos em ordem alfabética, tanto os que estudarão aqui até o fim quanto os que vieram pelo evento, quando disser seu nome venha até aqui, sente-se e eu colocarei o chapéu sobre a sua cabeça. – Minerva abriu um rolo de pergaminho que parecia infinito, e então começou:

— Acker, Felicity! – uma menina gordinha e baixa se pronunciou no meio da multidão dizendo ´sou eu, sou eu´ até chegar à Minerva.

Corvinal! — todos na mesa da Corvinal aplaudiram e assobiaram, mas logo que o próximo foi chamado o silêncio voltou.

— Bertocchi, Zaraa. Da Beauxbatons.

Sonserina! — outra onda de aplausos e asovios vinda da mesa da Sonserina.

— Bryce, Catriona. Do Castelobruxo. – Harry espichou o pescoço e viu uma menininha loira de pele bronzeada subir, sorridente, até Minerva. A menininha que estava chorando no Expresso Hogwarts.

Lufa-Lufa! — o chapéu seletor gritou, e mais aplausos tomaram conta do salão.

— Delacour, Fleur. Da Beauxbatons.

Corvinal!

— Bryce, Rosely Fleur. Do Castelobruxo. – Minerva disse arregalando os olhos em uma tentativa falha de enxergar melhor a miúda letra no pergaminho.

Grifinória! — mais aplausos e barulho feito pelos grinifórios.

Harry teve a sensação de dormir sentado por duas horas, porém, quando abriu os olhos, percebeu que ainda estavam na letra O.

— Ortiz, Abelardo – um menino baixinho e magricela se agitou no meio da bagunça de novos alunos e se dirigiu até McGonagall, sentou-se e o chapéu mal tocou sua cabeça quando gritou:

— Lufa-lufa!

Harry dormiu por mais um tempo e acordou quando estavam no K.

— Kênia, Zarina. Da Uagadou. – Harry ouviu. Uma menina negra e esbelta saiu do monte de alunos das outras escolas e sentou-se, o chapéu deu o veredito:

— Grifinória! – os ouvidos de Harry já tinham até se acostumado com os aplausos, que devido ao seu sono ficavam cada vez mais longínquos na sua cabeça.

Harry intercalava entre o sono e a realidade, às vezes ouvia a já conhecida voz do chapéu seletor, ou o tom apressado e inexpressivo da Profª Minerva, ou as palmas que se alastravam entre as mesas a cada aluno escolhido. Até que Harry ouviu um vago Krum Vítor, então abriu os olhos para saber onde o aluno ficaria.

— Sonserina! – o chapéu gritou, Krum pareceu desapontado, mas andou até a mesa da Sonserina e sentou-se.

— Ainda bem, não? – Rony murmurou para Harry.

— É...

Harry voltou a cochilar e acordou no Y, para sua decepção, existiam mais alunos com a letra Y que ele podia imaginar.

— Yamaguchi, Akemi. Da Mahoutokoro.

— Corvinal!

E finalmente encerrou-se a seleção. A Profª Minerva apanhou o chapéu e o banquinho e levou-os embora;

— Já não era sem tempo – exclamou Rony, apanhando os talheres e olhando esperançoso para seu prato de ouro.

O Prof. Dumbledore se levantou. Sorria para os estudantes, os braços abertos num gesto de boas-vindas.

— Ótimo, ótimo! – Dumbledore disse sorridente com sua voz grave ecoando pelo salão. – Agora, bon appétit!

Em um piscar de olhos, Harry se viu em frente ao maior banquete que já vira em Hogwarts, podia jurar que havia pelo menos vinte ou trinta opções de pratos diferentes, provavelmente, Hermione concluiu, para satisfazer ao paladar de todos, já que estudantes de diversos países estavam lá.

— O que acharam de tudo isso? – Rony perguntou depois de alguns minutos sem ninguém nada.

— Interessante, Vítor mencionou em uma de suas cartas que ele estava muito ansioso para fazer algo, mas não me disse o que é. Eu devia ter descob...

— Ainda fala com ele? – Rony perguntou.

— Algum problema? – Hermione perguntou sem olhar para Rony ou Harry, simplesmente vidrada no seu macarrão.

— Não, nenhum, só queria saber – respondeu Rony.

— Tenho dó de você – Harry disse a Hermione.

— Por quê?

— Por causa da Lilá, você está no quarto dela, não? – respondeu Harry.

— O que Lilá tem a ver com isso? – Rony retrucou. Tanto Harry quanto Hermione se impressionaram com a repentina seriedade na voz do garoto.

— Nunca ficou mais de um minuto no mesmo cômodo que ela? – Hermione perguntou ao engolir a comida.

— Ê?

— E que ela é insuportável, não é, Harry? – Hermione arregalou os olhos. Harry concordou com a cabeça.

— Não para de falar sobre a aula de Adivinhação, que, por sinal, eu odeio – Harry comentou.

— Mas não tenha pena de mim, Harry – Hermione continuou. – Conversei com a Profª McGonagall nas férias, ela me deixou mudar de quarto e escolher minhas colegas.

— Com quem ficou? – Rony perguntou.

— Angelina, Parvati e Gina.

— Mas vocês estão em anos diferentes. Gina é mais nova e Angelina mais velha, não? – Rony disse.

— Eu sei, pelo visto nós quatro queríamos mudar de quarto. Então a coincidência aconteceu. Somos o que restou e formamos um quarto. – ela disse indiferente.

— A McGonagall deixou vocês fazerem isso? – Rony perguntou.

— Digamos que ter notas exemplares ajuda nas coisas – Hermione respondeu depois de dar um grande gole de suco de laranja.

— Entendi... – Rony murmurou.

Houve um grande estardalhaço ao redor deles; obviamente Dumbledore dispensara a escola, porque todos estavam se levantando, prontos para abandonar o salão. Hermione levantou-se de um pulo, parecendo agitada.

— Rony, quero falar aquele negócio com você;

— Ah, é – disse Rony, que obviamente se esquecera. – Já volto, Harry.

— Vejo vocês mais tarde – Harry disse a Rony e Hermione, e saiu do Salão Principal sozinho, tentando ao máximo ignorar os cochichos, olhares e as pessoas que apontavam quando ele passava. Subiu correndo a escadaria de mármore, tomou uns atalhos secretos e não demorou muito a chegar à Torre da Grifinória.

Como fora tão tonto em não ter previsto isso?, pensou com raiva ao caminhar pelos corredores bem mais vazios do andar superior. Naturalmente que todos o encaravam; ele saíra do labirinto Tribruxo dois meses antes agarrado ao corpo de um colega morto dizendo que vira Lorde Voldemort renascer. E os jornais não o procuraram para explicar o que havia acontecido, mas de qualquer jeito Harry recusaria a visita de todo e qualquer jornal ou revista.

A sala comunal da Grifinória tinha a aparência confortável de sempre, uma sala aconchegante e circular na torre da Casa, mobiliada com poltronas fofas e velhas mesas desconjuntadas. Um fogo muito vivo crepitava na lareira e uns poucos alunos aqueciam nele as mãos, antes de subir para os dormitórios. Do outro lado da sala, Fred e Jorge Weasley estavam fazendo alguma coisa com um menino de cabelo roxo, Harry acenou para eles e continuou seu caminho em direção à porta dos dormitórios dos garotos. Adormeceu antes de Rony chegar, Simas e Neville também não estavam no quarto. Pelo visto, somente Harry não queria contar suas férias aos amigos.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente, foi isso. Espero que tenham gostado. Não deixem de comentarrrrrr, isso me animaaaaaa, e aí eu posto maissssss. Enfim, era isso que eu tinha para dizer. Acho que vou aderir a essa rotina: postar de final de semana. A escola tá me matando eu eu não posso ir mal. Que acham? Capítulos de final de semana? Então, comentem e digam suas opiniões. Bjooo. Amo vcs.
Nox.



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