Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 20
"Ele pegou o cérebro!"


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Oi, gente. Sei que não tenho postado ultimamente, mas semana de provas acaba com qualquer um, né? Então aproveitem a leitura...



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Harry observou Hermione andando até A Toca com as pernas ainda bambas, ela abriu a porta e bateu-a com força, alguns segundos depois uma luz se acendeu no quarto de Gina, e Harry viu o vestido que Hermione estava usando sendo colocado no batente da janela.

— A culpa não é dela – disse Gina.

— Acha que é o fim de nós três? Da nossa amizade? – Harry perguntou com a voz trêmula.

— Claro... vocês três, e eu não existo. É sempre o trio – Gina bufou.

— Não, eu não disse isso, Gina... – mas ela já não estava mais ouvindo Harry, estava indo em direção à Tia Muriel.

Por um momento Harry sentiu que não queria estar ali, nA Toca, com todas aquelas brigas. Talvez uma entediante tarde da Rua dos Alfeneiros teria sido menos turbulenta.

Depois de mais duas horas de festa, os convidados começaram a ir embora, e Harry agradeceu pela festa estar acabando, finalmente ele teria paz e sossego na sua cama e a chance de dormir bem.

— Harry? Harry Potter? – Harry ouviu uma voz aguda e irritante chama-lo, e ele já sabia muito bem quem era: Rita Skeeter. – Olá, Harry! Te procurei a festa inteira... ainda bem que te achei. Tenho uma série de perguntas e quero...

Por um momento glorioso Rita parou de falar. Mas logo Harry percebeu porque, ele não tinha notado seus devaneios na janela do quarto de Gina, onde Hermione estava encostada, observando os convidados desaparecendo e indo embora.

— Hummm... – Rita murmurou. – Vejo que anda ocupado demais pensando na sua namorada, Hermione Granger, não? Está com ciúmes por seu melhor amigo ter trago ela como par? Vejo que ela não parece feliz... O que você fez à ela? Será que o seu passado a assusta e por isso vocês vivem um romance proibido?

— Quê? O que...? – perguntou Harry sonolento. – Não... nada a ver – ele disse mal-educado e deixou a jornalista parada no meio do salão.

Quando a festa já tinha acabado e a tenda já estava vazia, Harry e os Weasleys estavam guardando as mesas e todo o resto numa caixa com um feitiço que deixava esta maior. Gina já tinha tirado os sapatos de salto e seu coque estava se desfazendo. De longe era perceptível o cansaço no rosto dela.

Harry estava a ponto de pegar mais um caixote quando ouviu um estrondo por trás dele. Virou-se e viu Gina caída no chão, com três caixas abertas e também caídas.

— Você está bem? – Harry perguntou enquanto estendia o braço para Gina apoiar-se e se levantar.

— Estou ótima – ela sorriu. – Só estou exausta, e farta dessa briga dos dois.

— Eu também – concordou Harry.

Os dois ficaram se encarando por um longo tempo. Gina tinha um olhar encantador, era natural mas tão mágico ao mesmo tempo. Ela deu uma risada depois de um tempo e então disse:

— Valeu por ter vindo, e sido meu par, sabe? – a menina ajoelhou-se e começou a recolher o que tinha caído das caixas que derrubou. – Eu sei que uma tarde com a Cho teria sido mais agradável para você – brincou.

— Fala sério? Eu que acho que você teria gostado mais de um dia com o Dino. – Harry disse e nem sabia o porquê. Ele realmente não tinha previsto essa fala. E, lá no fundo, involuntariamente, torcia para que não fosse verdade.

Gina deu outra risada, mas então falou:

— Ele é legal, mas é muito controlador. Eu ia convida-lo, mas quando eu comentei sobre essa festa e ele disse que eu tinha que convida-lo... Ah, foi aí que eu terminei com ele de vez. Então pode apagar essa frase que você acabou de falar. Prefiro uma tarde com você.

Aquele monstro dentro de Harry começou a pular, mas pular de felicidade. Harry sentiu-se radiante por dentro.

— Valeu – ele sorriu enquanto se ajoelhava para ajudar Gina. – Também prefiro uma tarde com você, quer dizer, com você e o Rony e talvez a Mione, quer dizer, que gosto muito da Mione, mas não assim sabe...

Gina estava rindo, o que fez Harry ter vontade de rir também.

— A Cho chora muito – ele concluiu. A garota murmurou um ‘atah”.

Houve um estrondo atrás de Harry. Os dois olharam para trás e viram o quarto de Gina brilhando. Depois que o brilho cessou, um corpo foi jogado da janela. Era Hermione.

Harry correu até a amiga, mas de repente bateu em algo que parecia uma parede invisível. Ele não conseguia passar. Socou a suposta parede. Caiu no chão. Sua cabeça explodiu de dor. Sua cicatriz ardia como se estivesse sendo queimada. Todo o seu corpo começou a tremer. Ele fechou os olhos quando viu Gina o olhando de cima.

— Harry! Harry! Harry! – ela gritava. – Olha, olha a Mione! – ela apontou para o lado e Harry viu o corpo de Hermione jogado no chão. Na porta da casa, Rony tentava passar mas outra barreira invisível o impedia. O garoto urrava aos gritos e socos. Harry tentou se levantar com o apoio de Gina, mas era quase impossível.

Um relâmpago verde tomou conta do céu. Todo o corpo de Harry tremia. Ele não conseguia se manter em pé. Então uma fumaça negra surgiu, e dela saiu um homem todo de preto. O mesmo homem que aparecera na prova de DCAT. O homem voava, e foi até o corpo de Hermione.

Do outro lado, Harry ouvia Rony berrar, o amigo estava com o rosto todo vermelho. Estava desesperado. Os Weasley apareceram do chão – estavam no porão –, todos assustados.

O Sr. Weasley jogava vários feitiços contra aquele homem, mas todos eles ricocheteavam e voltavam, Gui fazia o mesmo. A Sra. Weasley parecia usar a varinha para se comunicar com alguém. Fred e Jorge pegaram suas vassouras e, do ar, jogavam bombinhas contra aquela barreira.

Então, o homem-negro circundou Hermione e, depois de alguns segundos, desapareceu. Devia ter desaparatado. Harry, que estava apoiado na barreira, caiu no chão. Rony também conseguiu passar pela porta. Os dois foram até onde Hermione tinha caído. O corpo da amiga não estava mais lá.

O mundo de Harry parou. Sua cabeça não raciocinava. Tudo ainda estava um borrão escuro. Harry podia sentir seu fluxo sanguíneo pulsando na sua cabeça. Sua cicatriz ainda ardia. Gina estava completamente paralisada. Harry olhou para ela e a garota estava perplexa, de olhos arregalados.

Os dois procuraram Rony e encontram o amigo estirado no chão. Ele gritava, socava a terra e destruía o gramado em que Hermione havia despencado. A Sra. Weasley o abraçou de lado.

Aquilo era culpa de Harry. Voldemort queria Harry, e não Hermione. Voldemort devia ter pego Harry, não Hermione. Não sabia o que fazer. E nem o que falar. Todos os Weasleys sabiam que aquilo não era por causa de Hermione, era por causa dele.

Harry não pensou em mais nada. Saiu correndo. Entrou na casa e subiu as escadas como um furação. Sentou-se em uma cadeira e arrancou um pergaminho qualquer de sua mochila, molhou sua pena com tanta pressa que fez o tinteiro virar e manchar toda a mesa de Rony. Com as mãos trêmulas, começou a escrever:

“Ele pegou o cérebro. Faz um minuto. Na casa do nove cabeça-vermelhas. Ajuda.

Pontas-Corça.”

— Edwiges! Edwiges! – gritou. A coruja veio assustada até ele. Harry dobrou o pergaminho de qualquer jeito e amarrou na perninha dela. – Para Dumbledore. Muito rápido, Edwiges – disse sério para a coruja, que piou e saiu voando.

Harry ficou andando em círculos pelo quarto por mais de duas horas. Sua cicatriz ainda ardia mas não tanto quanto antes. Como aquilo pôde ter acontecido? E principalmente com Hermione? Por que Voldemort tinha prazer em fazer pessoas inocentes sofrerem? Claro, porque ele era O Voldemort. Snape estava certo, pensou Harry, se Voldemort me quer morto, que o faça, mas que não prejudique os que não tem nada a ver comigo ou com os problemas que nasceram comigo.

Uma outra explosão.

Um grito.

Um zunido.

Parecia ter um apito no ouvido de Harry. Ele não ouvia nada, estava surdo. Cambaleando, saiu do quarto.

O corredor da casa dos Weasley estava em chamas.

Harry não sabia para onde olhar, tudo estava um borrão agora laranja e vermelho.

Desceu as escadas e foi para o lado de fora. Lá estavam todos os Weasleys. Arthur e Gui convocavam barris de água na tentativa de apagar, ou ao menos diminuir, aquele fogo. Percy parecia tentar comunicar-se com o Ministério, sem sucesso. Enquanto Molly fazia um curativo na mão queimada de Jorge.

— Mãe! Pai! – era Fred, que estava até o momento dentro da casa. – Não a acho. Não sei onde está! – ele gritou desesperado.

— Quem? – Harry murmurou, mas já sabendo a resposta.

— Gina – sem terminar de ouvir Fred, Harry adentrou a casa. O fogo dificultava imensamente. Tudo estava claro e quente. Harry estava certamente passando mal, mas não por causa das chamas, por causa do fato de Gina poder estar morta.

Ela está morta. Harry pensou. Não pode estar. Sua cabeça respondeu.

— GINA! GINA! – ele gritava, sem resposta.

O fogo ia se alastrando e Harry ficava sem tempo. Então parou de andar e apurou os ouvidos. Estalos do fogo queimando a madeira. Móveis se desintegrando. E então uma tosse. Praticamente inaudível, mas era uma tosse.

— Har-r-ry... – ela tossiu. – Você n-cof-ão vai cons-seguir chegar aqui em c-cima. Eu v-vou pu-cof-cof-lar.

— PULAR DA ONDE? COMO ASSIM? – ela estava ficando louca. Só podia estar louca.

— Esteja lá p-para me pegar... – ela murmurou.

Sem fazer mais nada, Harry correu para o jardim dos Weasleys. Todos perguntando a ele o que estava acontecendo. Harry simplesmente ignorou a todos.

E lá estava Gina. Em cima do batente da janela. No segundo andar. Realmente numa altura que poderia ser considerada fatal. E então houve outra explosão. Chamas surgiram por trás de Gina e a garota foi lançada da janela.

Nada mais importava para Harry. Ele só precisava pegar Gina. Só precisava salvá-la. Salvá-la mais uma vez. A ruiva, ainda em seu vestido, parecia voar em direção a Harry. Ele estendeu os braços, pronto para pegá-la. Iria conseguir.

Ela estava se aproximando. E então Harry se viu no chão. Suas costas doíam e sua cabeça também. Mas ao abrir os olhos, lá estava Gina, em seus braços, em seu peito, segura, salva. Os dois levantaram depois de um tempo se recuperando no chão. Ela estava pendurada no pescoço de Harry e ele mal conseguia se manter em pé.

Harry olhou para Gina, ela estava linda. Seu rosto pálido estava um pouco cinza por causa do fogo e agora seus cabelos pareciam ainda mais flamejantes. E, sem pensar, sem planejar, sem nem se preocupar com o fato de que os Weasleys estavam olhando, Harry a beijou. Um beijo caloroso e um tanto desesperado.

Harry precisava de Gina. Há muito tempo. Nada parecia ser mais importante do que ela. Agora, nada poderia separa-los ou desgruda-los. E o que fez Harry gritar de felicidade, foi que Gina retribuiu ao beijo.

Decorridos longos minutos, ou talvez tenha sido meia hora, eles se separaram. Todos ficaram quietos. O único barulho era dos estalos da casa em chamas. Harry olhou por cima da cabeça de Gina e viu Rony, o amigo parecia estar mais perplexo. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E Harry começava a voltar à realidade. A casa pegando fogo. Voldemort com Hermione. Gina nos seus braços. Só sua.

— Ah meu Deus – Sra. Weasley chorava. – Nossa casa, nossa querida casa...

— Nós vamos dar um jeito, amor – Arthur disse abraçando a esposa de lado.

— E Hermione? O que faremos para conseguir pegá-la de volta? – Rony disse, agora bravo.

— Vamos falar com os pais dela primeiro. Ah – Molly suspirou. –, nem imagino o que vou falar a eles.

— Vocês falam com os Grangers, eu vou busca-la – Harry disse. Os Weasleys viraram as cabeças e olharam para Harry com medo ou talvez repulsa, afinal, era culpa de Harry.

— Não, querido – Sra. Weasley disse. – Você só tem quinze anos, como vai sair sozinho por aí, e até correr o risco de enfrentar Você-Sabe-Quem.

— Mãe, Harry venceu o Tribruxo – Fred comentou.

— E já enfrentou Lorde Sem-Nariz uma vez – completou Jorge. – Acho que uma caçada pela floresta não vai fazer mal algum. – o garoto riu.

— Com todo respeito, Sra. Weasley. – Harry disse e ficou impressionado com seu grave e tenso tom de voz. – Mas eu escolho ir em busca de Hermione. Ela é minha melhor amiga e faria o mesmo por mim. E eu não vou esperar mais nenhum minuto. Eu estou pronto. Realmente espero que entenda.

Então Harry virou de costas para todos os Weasleys e começou a andar em direção ao lago; mal sabia para onde estava indo, mas tinha que começar de algum jeito. Até que ouviu a voz de Rony e parou de andar.

— Eu também vou – o garoto disse. – Nem morto que eu vou ficar sentado esperando notícias – Rony foi até Harry. – Não espero que me dê permissão, mãe, mas eu preciso ir.

A Sra. Weasley estava à beira das lágrimas, ao mesmo tempo, parecia confusa. Ela deu um olhar assustado para o sr. Weasley, que continuou calado, parecia concordar com a escolha de Harry e Rony.

— Eu também vou – Gina se pronunciou em meio ao silêncio. Molly pareceu delirar, seus olhos se arregalaram e ela quase ficou sem ar.

— Gina, ora essas... – ela murmurou enquanto pegava a filha pelo braço. – Não, mãe – a ruiva desvencilhou-se do apertão de Molly e chegou mais perto de Harry. – Você e papai sempre me ensinaram a ser boa e ajudar aos próximos. Hermione foi petrificada pelo Basilisco ao tentar me ajudar no meu primeiro ano em Hogwarts, sem ela eu com certeza não estaria aqui, isso é o mínimo que eu posso fazer por ela. E se vocês dois me proibirem de ir atrás da menina que salvou minha vida, além de estarem sendo hipócritas com relação aos ensinamentos que dera a mim e meus irmãos, irei do mesmo jeito.

Ninguém se atreveu a entrar no caminho de Harry, Rony ou Gina. Depois de um discurso sobre cuidados básicos na floresta e na cidade trouxa, Sra. Weasley deu muita comida e remédios para os três, ela praticamente deu tudo que restou e não fora incinerado. Uma longa despedida se estendeu por mais de uma hora. Molly e Arthur choravam, os gêmeos não foram porque a mãe os obrigou a ficar e ajudar a reconstruir A Toca.  Por fim, Harry, Rony e Gina adentraram a floresta e começaram sua jornada.


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Notas finais do capítulo

Sim. Eu já tinha postado esse capítulo, junto com o anterior. Mas o anterior estava com 7.000 palavras, aí fiquei achando que vocês terião preguiça de ler. Então dei uma mudada, mas amanhã vem capítulo novinho!
Um beijo com cheiro de unicornio!
Nox.



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