—Levante-se. ~A rainha o ordenou, um pouco confusa. O rapaz moreno ergueu a cabeça e se levantou.

—Meus pêsames por seu pai, minha rainha. Eu soube há poucos minutos. Ele era um homem honrado.

—Sim.~ Regina disse, em conflito com seus pensamentos.

—Mas ele se foi, agora, me escolte até meu palácio. Havia uma faca envolvida em seu vestido.

—Imediatamente, minha rainha. Henry o acompanhou até o palácio, onde de imediato os criados correram para a rainha.

—Meus pêsames, minha senhora.-Disseram, fazendo a reverência.

—Meu aposento está apresentável?~Ela os perguntou com impaciência.

—Perdão. Não sabíamos que a senhora chegaria hoje, então...

—Então, o que estão esperando? Quero meu aposento impecável, vocês tem até o momento em que eu me dirigir até lá. Ai de vocês se estiver alguma coisa fora do lugar.

Henry observava calado, uma estátua com cabelos pretos. Os criados murmuraram baixinho um:" sim, senhora", e dispararam até o quarto da rainha.

—Me acompanhe.-Ela disse ao rapaz. Ele seguiu sua rainha enquanto ela se dirigia até o trono dourado, sentando-se nele. Henry se posicionou à frente dos degraus em que antecediam a subida ao trono.

—Eu lembro de você. Regina disse sem olhar para ele.

—Eu sempre ouvi falar de vossa generosidade, e a do vosso pai em me deixar permanecer no castelo. Graças a isto pude me tornar um cavaleiro.

—E você é... grato por isto?

—Imensamente.

—Ótimo. A rainha levantou e seguiu em disparada ao seu quarto, de onde saíram 15 empregados na busca por um trabalho impecável.

A rainha examinou-o.

—Serve. Agora saiam daqui. Não foi preciso nenhuma outra palavra. Ela entrou e Henry encostou a porta. O grande espelho polido em bronze refletia suas belas imagens.

—E como tem passado sua vida por aqui?

—Bem, na medida do possível. Regina dirigiu o olhar fixo nele, e sentou-se na penteadeira, cruzando as pernas. Em Henry não havia nem uma luz.

—Minha rainha me permite fazer uma pergunta? Ela assentiu positivamente.

—A senhora sabe o que aconteceu com a minha mãe? Regina sentiu-se gelar. Esqueceu-se da discreta faca e preparou sua magia disfarçadamente.

—Não quero incomodar vossa majestade, mas é o que tenho me perguntado por toda minha vida.

—Aproxime-se. A essa altura ele estava perto da porta, então veio até ela. Quando Henry chegou, Regina o tocou com as unhas pontiagudas na frente da armadura, no peitoral, por cima do coração. Analisou o local com o dedo. Sentiu bater, com uma certa rapidez, ansiedade. Então ele realmente não sabia.

—E então, todo esse tempo, durante 17 anos, tem estado perturbado? ~A mão continuava lá.

—É uma dúvida inquietante, não saber de onde veio.

—Acredite, há coisas que não deveriam ser descobertas.~A rainha recolheu sua mão. Ela queria puxar seu coração, mas também queria morrer, matá-lo, morrer. Não importava, os dois se acabariam. Mas não, a rainha má era mais do que isso. -Mas, é uma pena, não faço idéia do que lhe aconteceu, ou de quem era sua mãe.~ Mentiu.~Agora pode se retirar.

Henry fez a reverência e saiu. Regina se deitou na cama, e de lá, selou a porta com um feitiço de proteção.

→Um fio de cabelo da herdeira do reino.

→Um fio de cabelo de seu verdadeiro amor.

→ Dois copos de solução mística.

→Pó de um coração enlutado pela perda do verdadeiro amor.