Minha ruína escrita por Manu


Capítulo 13
Mãe




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—Eu realmente deveria contá-lo.-A rainha disse para si mesma enquanto comia seu desjejum. Não era justo Henry não saber o que havia acontecido com a mãe dele, mas se ela contasse...ele a odiaria para sempre, e Regina não tinha certeza se suportaria isto. Por que teve que fazer aquilo? Como tudo havia chegado naquela situação, para começar? Não poderia passar o resto da vida olhando para ele e lembrando-se que o privou de uma mãe, mas também não poderia simplesmente chegar e lhe dizer isto. Não se sentia culpada, fez o que precisava ser feito, mas... Será que realmente precisava? Não havia mais o que fazer. Henry estava em sua casa colocando sua armadura e pensando em sua rainha, fechou a porta e pôs-se a caminhar em direção ao castelo. Quando estava quase chegando, uma mão delicada tocou-lhe no ombro. Ele virou para ver quem era e ficou atônito. A mesma moça que havia visto quando Regina mostrara-lhe sua magia estava diante de seus olhos.

—Você...-Ele disse olhando cada detalhe dela.-Henry, não é?-Emma perguntou, com os olhos imersos em lágrimas. Ele não conseguiu responder mais do que com um simples aceno afirmativo. Ela jogou-se para um abraço apertado. -Filho...-sussurrou para o rapaz. Henry não conseguiu abraçá-la de imediato, era uma situação muito complicada para que pudesse entender, mas como ela estava ali? Como a tinha em seus braços? Ela era exatamente como havia visto. Tão linda, que achou ter tão pouco dela naquele momento.

—Eu sabia que te encontraria, não via mais a hora de te abraçar.-Ela disse sorrindo. Henry se afastou dela devagar para observá-la melhor. -Você está tão lindo, lembra tanto o seu pai...-Ela disse completamente encantada. "Seu pai" Outro parente que também nunca havia conhecido, pelo que sabia também estava morto, ou será que haviam lhe mentido sobre isto também? -Mãe.-Ele tocou em seu rosto, a palavra ainda lhe era estranha-Como isso aconteceu? Eu pensava que você estava... Você me abandonou? -Não! Claro que não,Henry. E agora você precisa saber de tudo, venha aqui, sente-se.-Ela o puxou para um tronco de madeira. -Mãe, é o que eu mais quero saber,mas agora eu tenho que ir patrulhar no castelo, por que não fica na minha casa? Eu te levo lá.-Henry estava ainda confuso, mas não poderia abandonar seus deveres para com o reino. -Não!-Ela se desesperou-Não pode voltar para o castelo,deve ficar longe de lá. -Acalme-se.-Henry disse, já assustado. -Você precisa saber. Ela começou a sussurrar algumas palavras que não faziam sentido aos ouvidos. -Quando eu estava grávida de você, eu me lembro que era a coisa mais linda da minha vida, e o que eu mais desejava era te ver em meus braços o mais rápido possível. Então, no dia seguinte eu comecei a sentir que o parto estava começando, deitei na cama e gritei para uma jovem que vivia ao lado de minha casa que me ajudasse, no momento em que senti que havia saído de dentro de mim, já estava completamente feliz, até que... de uma nuvem de fumaça roxa eu vi surgindo duas pessoas, um velho e uma mulher. A última coisa que me lembro é a mulher pegando meu bebê e atravessando uma luz sobre meu rosto. Como se fosse... magia, você entende? Ele estava perplexo. -Mas você não se lembra como ela era? Algum detalhe importante que possa me dar? -Era a rainha! Por isto você não pode voltar lá, ela sabe quem você é, e tentará fazer alguma coisa, me surpreende que ainda não tenha feito. O mundo dele caiu, não conseguia acreditar, não iria. -Isso não pode ser verdade. Como tem certeza? -Ela apagou minha memória, Henry. O senhor das trevas me devolveu. -Ele colocou falsas lembranças em seu pensamento, não deveria ter confiado nele. Mãe, você não podia ter feito isto. -Não são falsas! É a verdade. -Não! A rainha não teria porquê fazer isso comigo, conosco. Ela não faria. -Você não acredita em mim? -Eu nem mesmo sei o seu nome! Emma parou. Quis morrer ali mesmo, sem exageros de mais sentimentos. Sentiu-se tão miserável que precisou se sentar no tronco de madeira que havia oferecido a Henry mais cedo. Seu filho sentiu a consciência pesar.

—Sinto muito, eu não deveria ter falado assim, é só que...

—Emma Jones Swan.-Ela disse e se levantou, andando para longe dele.

—Onde está indo?

—Para minha casa, longe deste castelo.

—Mãe! Espere!

—Não deveria falar tanto tempo com desconhecidos, filho. Sinto muito não ter tido oportunidade de ensiná-lo isto.-Ela continuou.

—Eu já me desculpei.

Ela virou-se para ele. -Por que defender a mulher que desgraçou nossas vidas e não acreditar em sua própria mãe? -Não é isso, é que... a rainha não pode ser o que você está me dizendo. -Por que não? O que a imacula? Emma conseguia ver uma culpa nos olhos de Henry, machucando-o numa eterna aflição. -Por que?-ela continuou. Ele olhou para baixo, tentando reunir a coragem para falar. -Eu...e ela... nos apaixonamos. -Você fez o que?-Emma gritou. -É por isto que não posso acreditar. Não creio que a pessoa que eu sempre amei pode ser um monstro. -Ela é um monstro. Henry não sabia o que fazer, estava se sentindo sobrecarregado, tinha encontrado sua mãe, mas junto com isto, tinha descoberto tudo de pior que poderia jamais saber. Não era mentira, ele sabia, no fundo de seu ser. "Eu já fiz coisas terríveis." Ela havia lhe dito. Não poderia duvidar que também isto ela tivesse feito. Mas por que não havia contado? Ainda não poderia perdoá-la, claro. Mas o que mais machucava era não ter sabido. Escondendo ao máximo o fardo de um coração partido, ele posicionou as mãos nos ombros de Emma, num gesto protetor.

—Vamos para casa, Mãe.

Rumple observou ao longe, a semente que plantara caindo em solo fértil.


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