P.O.V. Zod.

Kal El tem uma filha. Cassandra.

O pai dele me negou o pedido de trazer meu filho de volta e tirou nossos poderes, mas isso não vai me parar. A humana Tessa é presa fácil.

Eu entrei na sala onde nos encontrávamos.

—Tessa?

A cadeira giratória virou e eu vi aquela mulher.

—Onde está Tessa?

A humana pronunciou palavras que eu não conhecia e o cadáver de Tessa apareceu.

—Ela não conseguia falar... depois que eu cortei a garganta dela, mas eu posso dizer pelo jeito que o coração dela batia...

A humana tirou um coração de um cálice.

—Que ela sabia que ia morrer.

—Quem é você?

—Mekare Le Fay, descendente de Morgana Le Fay. A pobre senhorita Mercer estava perdendo sua sanidade e em sua insanidade ela levaria o mundo com ela e isso eu não podia permitir. Eu tenho um acordo para lhe oferecer.

—Que tipo de acordo?

—Um passarinho me contou que você quer o seu filho de volta. Eu posso trazê-lo de volta, mas em troca você não vai tirar nenhuma vida inocente, nem você e nem os seus soldados. Caso se recuse, eu posso desfazer o feitiço e mandar ele de volta.

—Ele?

—Tragam o garoto!

Eu vi o meu filho.

—Trix?

—Papai!

O meu filho me abraçou.

—Agora que eu tenho o meu filho de volta o que lhe garante que eu não a matarei?

—Estava esperando você fazer essa pergunta.

Ela pegou uma agulha e furou o dedo. O meu filho reclamou e vi seu dedinho sangrar.

—Vamos ser claros. O feitiço que eu fiz pra trazer o seu filho de volta, não só o trouxe de volta, mas me ligou a ele então tudo o que acontecer comigo... acontece com ele. General, eu sou uma bruxa Le Fay. Eu já to por aqui á muito tempo.

—Uma bruxa. Você não parece uma bruxa.

—Não acredite em tudo o que você lê. Eles transformaram minha raça numa coisa ruim, denegriram nossa imagem e pior, fizeram a minha ancestral ser a vilã. Mas, não foi bem assim. Eu sei, ele era só um homem simples, apaixonado por uma garota não tão simples. Ela era sua alma gêmea e ele a dela. Ela era seu único e verdadeiro amor. Sabe como é. Eles pensaram que seu amor duraria para sempre.

—Como sabe tudo isso?

—Porque eu estava lá. Nos braços dele.

—Você está me dizendo que você era o único e verdadeiro amor do mitológico Rei Arthur?

—Sim. Eu faria qualquer coisa por ele.

—Isso é impossível. Como está aqui agora?

—O verdadeiro amor quebra as regras do possível. Arthur e eu éramos os mais poderosos membros de um povo chamado viajantes, quando estávamos noivos nós decidimos ir ainda mais longe.

Ela sorriu com a lembrança.

—Ele queria uma maneira para que o nosso amor durasse para sempre, para que Uther não nos pudesse atingir.

—Eu conheço a história. Tudo estava bem para o Arthur até uma bruxa chamada Morgana vir e ferrar tudo. Certo?

—Errado. Você não conhece a história.

Ela segurava um cálice de vinho.

—Arthur e Morgana não se odiavam, ao contrário. Eles se amavam mais que tudo. Arthur convenceu Morgana a trair a natureza e fazer um feitiço de imortalidade, mas quando ela conseguiu... descobriu que Uther havia assassinado o próprio filho e bebido elixir, então ela criou uma cura para o feitiço de imortalidade e enfiou pela garganta de Uther e o matou. Os guardas viram e a jogaram numa tumba fria onde ela ficou presa por séculos. E quando ela finalmente conseguiu sair, ela criou um purgatório sobrenatural que prendeu a alma de Arthur e Uther.

—Como qualquer mulher sã, racional e bem ajustada faria.

—O que nos trás aos tempos atuais onde Uther está de volta e quer destruir o purgatório sobrenatural, uma vez que o outro lado se for ele vai conseguir separar Morgana e Arthur para sempre.

—E?

—E? Eu sou Morgana Le Fay! Essa mulher sã, racional e bem ajustada que você parece conhecer tão bem!

Ela passou o dedo pela lareira incendiando-a.

—Claramente você ouviu a versão de Uther da história. Aquela onde eu sou uma vadia louca e traiçoeira que arruinou a dinastia Pendragon. Uma vadia raivosa cuja obsessão pelo Trono criou uma nova dimensão de sofrimento na vida após a morte e que matou o filho dele. 

—E o que você está fazendo aqui?

—Eu estava presa na tumba, mas eu voltei. Por você.

—Por mim?

—Você não sabe, mas Arthur e Uther eram Kândorianos. E eu precisava de um corpo Kândoriano, D.N.A. Kândoriano para poder trazer Arthur de volta. Eu te devolvi alguém que você amava, agora é hora de retribuir o favor. Me dê um pouco do seu D.N.A. e eu liberto seu filho.

—Tudo bem.

—Abra a boca.

Ela pegou as células da minha boca e fez um clone meu. E fez um feitiço que lhe deu vida.

—Morgana.

—Arthur. Aqui, beba isso.

—O que é?

—O elixir da imortalidade. Beba.

Ele bebeu.

—Liberte o meu filho.

—Com prazer.

Ela fez algo com um nó, que foi desfeito através de um feitiço.

—Pronto.

—Como somos tão parecidos?

—Efeito colateral do elixir meu amor.

—Tudo isso por causa de um homem.

—Você claramente nunca foi deixado no altar e encontrou o amor da sua vida morto com a garganta cortada e tudo no mesmo dia.

—Não.

—Como uma tola apaixonada, eu criei um jardim inteiro para o nosso casamento. E fiz o feitiço, o elixir que nos manteria vivos para sempre, um feitiço de imortalidade. Arthur e eu iríamos beber o elixir e sermos felizes para sempre. Mas, então tudo ao meu redor começou a morrer, minha flor de casamento, o jardim inteiro, a nossa colheita e então eu finalmente percebi porque. Achei que Arthur tivesse bebido o elixir sem mim, em outro lugar. Eu bebi a minha parte que eu guardei para caso algo desse errado. E fui atrás dele encontrando ele morto e Uther vivo, imortal e com a lâmina encharcada com o sangue do filho! Então, me chame de mulher machucada, maluca, vingativa ou o que quer que sirva melhor na sua história, mas eu fui enganada. Eu fui usada, Uther arrancou meu coração.

—Eu sinto muito.

—Eu já havia criado o outro lado, então eu olhei nos olhos de Uther e cortei-lhe a garganta.

O meu clone disse:

—Mas, nada disso importa mais. Estamos juntos e assim como você é minha, eu sou seu pra sempre. Porque quando eu olho pra você... Morgana eu só vejo um anjo.

Eles se beijaram e ela disse:

—Realmente espero que cumpra sua palavra e que encontre o amor.