- Apolo – chamou Will quando ele estava prestes a cruzar a porta da frente do chalé seguido de Austin e Kayla. Os três pararam e olharam pra ele com surpresa. Já fazia algum tempo que eles simplesmente o chamavam de pai – Preciso ter uma conversa com você. - continuou e como seus irmãos não fizeram menção de sair, acrescentou – Em particular.

- Tudo bem. - concordou receoso, em seguida olhando para seus outros dois filhos que só deram um dar de ombros para sua pergunta muda. Antes de saírem Kayla e Austin lhe lançaram olhares de boa sorte.

Apolo aproximou-se de Will que fez sinal pra que sentasse ao seu lado na cama do beliche. Ele parecia tenso, observou Apolo se perguntando o que poderia ter acontecido pra deixá-lo desse jeito. Seu coração falhou uma batida ao pensar que no final das contas, Zeus poderia ter decidido estender sua punição aos seus filhos.

- Will – chamou com preocupação no seu tom de voz – Aconteceu alguma coisa? È por isso que queria falar a sós comigo? É grave?

Afinal por qual razão mais o chamaria para uma conversa em particular se não pra evitar o pânico em seus irmãos seja lá o que tenha acontecido agora.

- Não, não é nada grave – negou rapidamente – É só que… Eu não sei como começar essa conversa com você.

Apolo não pode evitar sentir-se aliviado por não ser o que temeu de inicio. Observando-o em silencio percebeu que o filho parecia um tanto quanto constrangido. Ele franziu o cenho se perguntando o que ele poderia querer falar com ele de constrangedor.

- Você quer me perguntar algo? - tentou Apolo com o silêncio que se prolongou - Pode me perguntar o que quiser, sobre medicina, música, arquearia... Como paquerar garotos - e sorriu de forma cumplice pro filho que só fez corar - Então é isso? - perguntou com animação crescente, interpretando errado o constrangimento de Will - Você está com vergonha de falar comigo sobre garotos? Não há nada do que se envergonhar, Will, tem muitos conselhos que eu posso te dar!

Ele podia não estar no seu melhor com todas essas inseguranças com seu corpo adolescente e inconstantes emoções mortais mas ele ainda se lembrava claramente de como agradar uma pessoa e fazê-la chegar as alturas.

- DEUSES NÂO! - exclamou Will chocado - É sobre você que eu quero falar, pai! Você!
- Eu?! Porque? - perguntou na defensiva - O que foi que eu fiz?
- Na verdade é sobre você e Paolo. - corrigiu-se em um tom mais calmo porém não menos desconfortável.

Apolo o encarou não entendendo o porquê. Dias atrás, quando contou a ele que iniciara um namoro com o brasileiro, ele pareceu bastante feliz por eles. E foi isso que Apolo verbalizou ao filho.
- Eu não tenho nada contra você namorar Paolo, pai. - assegurou Will - O único problema aqui é você dois ficarem se pegando no nosso chalé.

Apolo permitiu-se um momento de surpresa, depois franziu o cenho não acreditando que estava ouvindo aquilo. Principalmente porque ele já vira Will e Nico aos beijos várias vezes e em nenhuma delas ele veio censura-los por isso.

O que talvez Apolo devesse levar em consideração era que ele e Paolo, nessas ocasiões, estavam a poucas peças de roupa de estarem nus.

Will por outro lado queria levantar de seu lugar, ir até Quíron e dizer a ele pra terminar essa conversa. É constrangedor demais.

Sentindo a mão de seu pai em seu ombro ele voltou a olha-lo.
- Will, filho – chamou em um tom surpreendentemente paternalista pra um garoto de dezesseis anos - Todo mundo sabe que a noite Nico Di Ângelo vem busca-lo pelas sombras pra ir ao chalé dele.

Ok. Agora Will queria mesmo que Nico aparecesse ali pelas sombras e o tirasse daquela situação. As pessoas acharem que ele fazia certas coisas com seu namorado é uma coisa. As pessoas saberem onde e quando ele fazia essas coisas é totalmente diferente.

Ele escondeu o rosto nas mãos sentindo seu rosto e até as orelhas queimarem em vergonha.

- Está tudo bem, Will - Confortou Apolo com um tapinha em suas costas - São só eu e seus irmãos que sabemos disso. Bom, e Paolo também.

Mas isso não o fez se sentir melhor. Ele se manteve na mesma posição por alguns minutos. Quando levantou a cabeça viu que o pai estava bastante tranquilo com aquela conversa olhando a decoração do chalé com um interesse parcial.

- Se Quíron perguntar - começou Will e Apolo o olhou imediatamente - Eu tive essa conversa com você. - e então suspirou ruidosamente antes de continuar - E pelos Deuses, se vão fazer essas coisas pelo menos fiquem no chalé dezoito, ninguém vai interromper vocês lá e nem ver o que não quer!
- Tudo bem – sorriu Apolo de forma satisfeita – Agora, sobre aqueles conselhos...
- A conversa acabou. - cortou Will bruscamente e Apolo começou a rir de verdade.