Eres escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 1
Pistas




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Aquele momento era confuso para Steve.

Ele ficou na ponta dos pés, se apoiando nas grades geladas que cercavam a janela,  procurando enxergar o que acontecia lá fora. Ignorando os roncos de Tony e Clint, ele tentava ao máximo ver os seguranças se movimentando pelo cinza e sem graça pátio, recebendo veículos pretos a todo instante.

Nunca tinha visto uma movimentação assim num lugar tão sem graça e chato como aquele internato, prisão, escravidão cinza... Em fim, ele não sabia o que aquilo era, apenas que sempre esteve ali.

Se recordava apenas uma vez de uma movimentação diferente, mas menos intensa: Quando sua amiga, Wanda Maxmoff chegou.

Foi tudo rápido, confuso, os carros começaram a chegar, os gritos da morena eram ouvidos até do céu, e do nada, a menina estava bem, sorridente, sendo apresentada a todos pela bruxa do 71, - como as crianças passaram a chamar a governanta deles, após ver um programa que ele não deu importância.

— Código 3, todos a seus postos... chegada... Rússia... KGB... – Ele estreitava os ouvido o máximo tentando ouvir, mas os roncos chatos dos amigos impedia, possibilitando o entendimento de algumas palavras. Que diabos era KGB?

As pessoas naquele lugar eram misteriosas, provavelmente nunca saberia. Mas ele estava acostumado. Mesmo tendo 7 anos, ele tinha um entendimento superior do que faziam com eles: mentiam.

O alto som da corneta, foi emitido vindo do grande rádio. Num pulo, ele voltou pra debaixo das cobertas, tentando parecer sonolento, o que era mentira, ele despertava cedo. Os três amigos começaram a reclamar, tapando os ouvidos com os travesseiros.

— Não! Hoje não vão me tirar da cama! – A voz esganiçada de Tony berrou.

— Vinte segundos, vinte segundos, levante da cama, e se posicione em frente a cama.— A voz metálica o fez estremecer, saindo do colchão rapidamente.

— Steve, vamos rápido. – Thor disse, já posicionado. O loiro obdeceu, arrumando de leve o travesseiro. A porta de ferro deslizou para o lado rapidamente, e um dos guardas vestidos de preto inspecionou a sala.

Todos posicionados, já acostumado com essa coisa chata que tinham que fazer todos os dias. O barulho chato das botas da bruxa do 71 foram ouvidos, até que ela parou na frente do guarda.

— Quarto um pronto senhora Radley.

— Ótimo.

Ela saiu andando, e o homem saiu, fechando a porta.

— Quarto dois pronto senhora Radley.

— Ótimo.

Assim, respectivamente, ela passava em todos os quartos.

— Por pouco Steve, amanhã você levanta na hora. – Thor avizou, colocando desajeitadamente a coxa por cima do travesseiro.

— Por que isso é tão difícil? Merda, eu não sirvo pra arrumar isso. – Clint desistiu, frustrado.

— Deixa, eu arrumo. – Steve disse.

— O que foi cara? – Tony perguntou, se sentando na cama já “arrumada”. Thor olhou pra ele. – Que? Eu fiz o melhor que pude, não consigo muito bem, também.

— Eu arrumo. Fiquem tranquilos. – O loiro repetiu, calmo.

— Hum, ele está estranho.

— Vocês lembram quando Wanda chegou? – Silêncio, que foi cortado por Thor.

— Sim.

— Tinha uma movimentação diferente lá fora, parecida de quando ela chegou.

— É? Mais alguém frequentando nossa escravidão cinza?

— Não sei.

— Todos pra sala de chamada.

— Mais um dia empolgante. – Clint disse, saindo pela porta que fora aberta automáticamente.

(...)

— Marie Jones. – Uma menina loirinha levantou, respondendo a chamada. Parecia ter uns 9 anos.  – Martha – uma ruivinha de 15 anos levantou. - Matheus. - Um menino moreno de 10 anos fez o mesmo. – Natasha Romanoff.

Todos estavam confusos.

Tinham ouvido aquela chamada milhões de vezes, mas nunca o nome “Natasha”

Seria a suposta nova moradora daquele lugar?

Seus pensamentos foram interrompidos pela senhora vestida inteiramente de preto, com a bota larga de salto batendo no chão, chegou correndo. Ela cochichou  com o locutor da chamada.

— Acompanhem ela. – Ele pediu, alto, a dois guardas.

— Sim, senhor Radley.

Ele limpou a garganta, e continuou.

— Steve. – O loiro acompanhava com os olhos os três, saindo rápido do recinto. – Steve. Steve Rogers!

— Ah, desculpe. – disse se levantando.

(...)

— Steve? Vamos Steve, está no mundo das sereias? – Bruce chamou a atenção do loiro.

— O que?

— O que houve com ele? Parece até apaixonado. – Wanda disse. – Todo abobalhado, olha isso que fofo.

— Do que vocês estão falando?

— O que houve com ele hein? – Bruce perguntou.

— Ele está delirando com o novo morador que ele acha que deve estar chegando. – O pequeno Tony disse, remexendo a gororoba no prato.

— Oi? Você comeu gliter, foi? – Wanda perguntou.

— Ninguém chega aqui a uns dois anos. – Bruce completou, ajeitando os óculos.

— Quem é Natasha então? – Perguntou o loiro, fazendo um silêncio pensativo se instalar na mesa.

— Hum, alguém que decidiu mudar de nome? – Clint sugeriu, os fazendo olharem confusos pra ele. – É, não.

— Mas não importa. Um novo morador não pode ficar escondido. – Thor deu de ombros.

— A menos que vá pra ala sul, e não saia. – Wanda disse, com certo desconforto.

— O que? – Steve perguntou, incrédulo. – Te levaram pra ala sul?

— Todos vão quando chega né! Vocês sabem, todo mundo sabe. – Ela colocou a mão na cintura.

— É... Mas você nunca disse nada.

— Não lembro de muita coisa. Só algo sobre... Uma tal de H.I.D.R.A... E um tal de Pietro.

— HIDRA? – Clint coçou a cabeça, confuso.

— Eu não lembro não, já disse. – Falou, enfiando a comida na boca. – Gente, o que eles colocam nessa aveia? Cocô?

— Deve ser coco do Matheus, só pode. – Tony disse.

— Se ele te ouvir, te pendura pela cueca na árvore. – Bruce disse, contendo um riso.

— Hidra? – Steve repetiu pela milésima vez.

— É Rogers, tu é surdo amiguinho?

— Não, é que eu ouvi algo sobre uma KGB... Vocês sabem o que é? – Disse, olhando mais pra Bruce, que era o mais esperto. Todos negaram dando de ombros.

— Vamos até o Phill! – Tony disse, animado.

— É. Nunca pensei em perguntar a ele. – Wanda deu de ombros, espalhando o batom rosa pelos lábios.

— Loki passa a maior parte do tempo conversando com ele. – Thor disse.

— Lógico, ele também é psico... Pisico...

— Psicólogo – Bruce corrigiu. – Também é professor de história, ex segurança... Nosso amigo.

— Vamos então. – Clint concordou, pegando o pote quase vazio de mingau. Eles fizeram o mesmo, e assim que passaram por uma mesa cheia de prés adolescentes, um menino colocou o pé na frente de Clint, o fazendo cair, derrubando o mingau na cabeça dele.

Todas as criancinhas riram.

— Qual o seu problema Matheus? – Steve perguntou, irritado.

— Vai fazer o que Rogers? Você é pequeno. – O loiro estava vermelho. Resolveu chutar a canela dele. Mesmo sendo fraco, a canela é um local sensível, o que fez o menino urrar de raiva.

— EU VOU TE ARREBENTAR! – Disse, erguendo Steve pela camisa. Acertou um soco, que fez um pequeno corte no lábio do loiro.

— Chega! Largue ele Matheus! – A voz de Phill Colson sobressaiu aos três guardas que se aproximavam. – Deixe que eu cuido dele.

— Ele veio pra cima de mim! Só me defendi! – o moreno tentou se defender, em quanto largou Steve que caiu forte no chão, sem negar.

— Chega Matheus. Terminem seu lanche. Vou falar com eles. – Disse, fazendo sinal para o seguirem. – Não à nada pra ver! Voltem a comer!

(...)

— Oh Capitão Américazinho. Sei que gosta de defender seus amigos, mas violência não é a resposta.

— Ele me chamou de pequeno, e disse que não ia fazer nada, como sempre. Eu sou fraco.

— Não Steve. – Negou, pousando os cotovelos sobre a mesa de madeira. – Você é mais forte que qualquer criança que já vi. O forte não é o com mais músculo nos braços, mas sim no cérebro. Steve, você é melhor que isso. Não precisa de violência, você é inteligente, não burro como ele.

— Tá. Mas não acredito que seja forte. – O professor suspirou.

— Só não faça de novo. Se não der bola, não importa pra ninguém e ele vai se ridicularizar sozinho. Promete?

— Prometo. – disse, encostando na cadeira.

— Certo, Vingadorezinhos, podem entrar! – disse mais alto, encadeando vários passo pra dentro do cômodo. – Queriam falar comigo?

— Sim. – Wanda tomou a iniciativa. – O que é...

— Subconsciente? – Steve a deteve, fazendo os amigos se olharem confusos.

— Subconsciente? O que... Eu sou professor de história... Mas por que o interesse?

— Não, nada, vi num livro. Mas esquece. Viemos mesmo fazer uma visita.

— O que está fazendo cabeça de alface? – Wanda sussurrou.

— Confiem em mim. – respondeu no mesmo tom.


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