E L D A R Y A — Anos Sombrios escrita por Luna Tolking


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu me atrevi a juntar esses dois jogos em uma estória só. Eu sei, um desafio e tanto. 

Um prólogo curto, apenas para uma singela apresentação. 

Nos vemos nas notas finais.

Boa leitura!



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Lembro-me de uma freiada. Logo, um grito sufocou em minha garganta. Ao meu lado, Castiel deu um berro, enquanto Nina, do outro lado da rua, molhava seu vestido vitoriano com as lágrimas incessantes. 

Aquela cena se repetia tantas vezes em minha mente que eu não conseguia nem ao menos dormir direito. A visão de Lysandre estirado ao asfalto, com sangue em suas roupas e a respiração fraca me faziam sentir uma dor imensa em meu peito que teimava em doer cada vez que me levantava da mesinha da lanchonete do hospital para olhar a chuva do lado de fora.

Rosalya estava comigo. Assim como Leigh. O segundo citado parecia querer manter um semblante calmo, demonstrar uma maturidade que ele tinha de sobra, mas dentro da UTI estava seu irmão, ele tentava apenas, mas não conseguia. Vez ou outra o vendedor da loja de roupas passava as costas do braço nos olhos, na esperança de secar possíveis lágrimas que tentavam sair. Ela iam cair por entre as bochechas alguma hora.

Olhei para baixo ao lado de fora. Sentado em um banco pegando chuva estava Castiel. Este parecia não ligar por estar encharcado. Em um movimento automático, pedi um guarda-chuva para Rosa, que me entregou de bom grado, indo consolar o namorado. Com uma determinação que nem mesmo eu sabia que tinha, fui em direção a Castiel.

Me protegendo da chuva, parei na frente dele. Este parecia um tanto arrasado. Tentei falar algo, mas nada útil saiu da minha boca a não ser um soluço sufocante. Castiel ergueu os olhos, estes tão fundos e vermelhos quanto o meu.

— Andrômeda, o que pensa que está fazendo aqui? 

A voz extremamente rouca e irritante de Castiel tomou conta de meus ouvidos. Respirei fundo, engolindo um choro sem motivos.

— Vim tirá-lo da chuva. Pode ficar doente. — falei. Um minuto de silêncio. O som das gotas de chuva eram a orquestra da vez. Ele se levantou. Os cabelos vermelhos molhados, assim como a jaqueta e a calça jeans. A blusa estava grudada no corpo, mas ele não parecia se incomodar.

— Me abraça. — ele disse de repente. Eu abri a boca um pouco confusa, mas isso foi substituído pelos braços fortes de Castiel que apertaram meus ombros. Fui obrigada a soltar o guarda-chuva. A água molhou meu cabelo plantinado, deixando ele escorrido. 

Ouvi um soluço de Castiel. Logo, eu solucei. Ambos estávamos chorando. Assustados pelo acontecimento com Lysandre.

Meu namorado. Melhor amigo de Castiel. 

Nada naquele momento se passou pela minha mente. Absolutamente nada. Castiel e eu ficamos abraçados por alguns minutos, um chorando no ombro do outro. Jamais pensei que aquele ser irritante de cabelos de fogo fosse virar um bom amigo. Álias, da maneira que era próximo de Lysandre, diria que Castiel poderia ser considerado um quase cunhado. Era o irmão de alma de Castiel que estava lá dentro daquele hospital.

Nos soltamos ao ouvir os gritos de Rosa. Essa, chamando a gente. Castiel pegou o guarda-chuva e logo corremos para onde a garota estava. As gotas de chuva misturadas a lágrimas. 

— Voltem para casa. Estão molhados. — ela falou nos olhando preocupados. Castiel me encarou, seus olhos em um pedido de desculpas. — Lysandre ainda está desacordado, e quando acordar, não poderá receber visitas. 

— Mas eu queria... — tentei argumentar, mas Rosa me calou.

— Andy... eu sei que você quet estar aqui. Os dois querem. — ela falou se referindo a Castiel, que estava quieto ao meu lado. — Mas vão para casa, se troquem, comam algo e voltem. Vai ficar tudo bem.

Eu não queria sair do lado de Lysandre. Não quando ele precisava, mas Rosa tinha razão. Desde que aconteceu, eu não havia comido absolutamente nada. Estava com a mesma roupa que usei na Feira da Escola e meu rosto estava péssimo. Em silêncio eu assenti, vi que Castiel murmurou algo positivamente.

Minutos depois estávamos os dois a espera de um ônibus. Castiel estava estranhamente quieto, mas eu não o culpo. 

— Andy... — ele chamou. Eu me virei para ele, deixando de lado minha estranha e obcessiva atenção pela estrada. — Se quiser pode ir lá pra casa. Sei que não quer encarar seus pais agora e...

— Castiel, eu não preciso...

— Não é pena garota! — ele me cortou com seu tom mal humorado. Vi as bochechas dele ficarem estranhamente vermelhas. — Minha casa está tão vazia e eu realmente não quero ficar... sozinho.

Castiel parecia engolir seu orgulho para me dizer aquelas coisas. Eu sabia o quanto aquilo estava sendo difícil para ele e, a razão estava ao seu favor. Realmente eu não queria encarar meus pais naquele momento. Eles iriam me julgar, fazer perguntas indecentes e dizer o quanto eles avisaram. Eu não queria julgamentos, não naquele momento.

— Tudo bem. — respondi. Ele não fez nenhuma expressão nova, apenas assentiu com um resmungo característico.

As pessoas do ônibus jamais imaginariam o que eu e o que Castiel estavámos passando. Encostei minha cabeça na janela, vendo o céu, agora nublado, passar pelos meus olhos. Castiel olhava fixamente para frente, como quem queria parecer despreocupado. Algumas pessoas nos olhavam, e eu apostaria que estavam se perguntando porque estávamos molhados. 

A viagem durou meia hora, logo estava na frente do apartamento de Castiel, vendo ele destrancar a porta de maneira desanimada. Não esperei um convite formal e apenas entrei. O local estava limpo, bem arrumado e muito organizado. Não havia ninguém em casa, o que me fez ficar aliviada. Não queria encarar os comentários dos pais do Castiel, que gostavam de ser engraçadinhos.

— Aqui, uma toalha e uma roupa. Eu não tenho uma blusa feminina, mas tenho um short. — ele disse e me perguntei de quem seria aquele short. Como se lêsse meus pensamentos, ele falou. — Era da Debrah.

Tentei não fazer um rosto enojado, mas logo ele percebeu. Ignorando minha reação, ele me empurrou para o banheiro, alegando que só falaria comigo quando eu estivesse limpa. A blusa vermelha — que calculei ser dele para eu usar — quase se prendeu na maçaneta da porta.

Castiel era um cara estranho, mas isso não significava que era malvado. Uma pessoa boa, com um orgulho grande demais e um coração ferido. Entrei no box do banheiro — já sem a roupa — e liguei o chuveiro. A água parecia tentar lavar minha angústia, mas as lágrimas que desabaram de meus olhos verdes só piorava tudo. 

O quanto eu poderia chorar? O quanto eu tinha que sofrer para no final ter minha sonhada felicidade?


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Notas finais do capítulo

Ai ai! Doeu em mim escrever esse prólogo. Ainda mais porque sou uma Lysandrete de carteira assinada e comprovante nas mãos. 

A Andrômeda é uma personagem um tanto enigmática. Gosto de dizer que ela está na sua fase primeirista ainda. Calma, que ainda tem muito a vir.

Os capítulos serão atualizados de acordo com o tempo disponível, sem dia previsto — por enquanto.

Novo objetivo:
— Acompanhe, favorite e comente na fanfic para desbloquear o novo capítulo: A Constelação Esquecida.

Um grande beijo e nos vemos no próximo! 



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