P.O.V. Rose Weasley 

Hoje, seria a final Grifinória contra Sonserina , mas precisava fazer algo antes.  

Logo que acordei, recebi carta, cujo remetente era conhecido, mas adoraria saber a razão dele me chamar antes da final.  

“Me encontre na Sala Precisa assim que acordar, 

                                                                                S.M.” 

Com as provas que fizemos, eu basicamente encontrava o Scorpius para estudar, talvez, ele quisesse agradecer, não seria a primeira vez, de qualquer forma. 

Devido ao grande jogo do dia, o caminho oposto ao que levava até o Salão Principal e o campo de quadribol estava vazio, portanto, não levei muito tempo para caminhar rumo ao destino.  

Assim que me vi de frente para a grande porta, meu coração acelerou, deixando-me nervosa por um momento, não sabia a razão, mas acho que todo nervosismo pelas provas estava tendo efeito agora. Dei um longo suspiro e empurrei a porta.  

O lado de dentro me surpreendeu, ali, estava uma espécie de quarto com vista para um lago, era realmente muito bonito e bem decorado, pude ver alguns detalhes colocados de forma a enfeitarem o ambiente; quatro rosas vermelhas estavam em um vaso. 

—Eu me lembro de que são suas preferidas. - Ele estava parado perto da porta. - Rosas como seu nome, vermelho como seu cabelo. - O loiro deu uma risada nervosa. 

—Sim – Sorri. - Scorp, você está bem? - Perguntei estranhando a atitude do loiro. 

—Estou. - Ele passou as mãos pelo cabelo, uma clara atitude de nervosismo. Cruzei os braços e seu suspiro foi alto.  

Enquanto aguardava, sentei-me em uma confortável poltrona que me permitia visualizar todo o ambiente, o sonserino ainda estava nervoso e não podia negar que eu compartilhava do sentimento, a tranquilidade não me dominava no momento. 

—Rosie. - Olhei em sua direção, ele se sentou no chão à minha frente. - Você sabe que me deu uma oportunidade de ser seu amigo e sou muito grato a isso. O julgamento me machucava e você se lembra, então fiquei incrivelmente feliz quando seu primo, finalmente, me deu uma chance, sem considerar meu sobrenome, ele não demonstrou medo nem interesse.  

‘Não foi fácil conseguir a sua, mesmo sempre querendo e tendo curiosidade sobre Rose Weasley, eu tive que impedir uma queda bem grande para poder te convencer a não me olhar como um Malfoy. Eu não me surpreendi quando, conforme eu me aproximava de você, mais diferente eu ficava; mesmo não querendo ser superado em notas.’ 

Ele parou de falar, rindo de nervoso, conforme passava a mão no cabelo novamente e esfregou ambas, provavelmente, suadas. Meu coração já estava a mil, será que era o que imaginava? 

—E eu ficaria extremamente feliz se você aceitasse ser minha namorada. - Ele segurou minha mão, eu já estava em choque e realmente a palma suava. - Então, Rosie, você aceita namorar comigo?  

Apesar da expressão de pânico no rosto do loiro, seus olhos acinzentados brilhavam. Ele me observava, aguardando minha resposta, pela primeira vez, eu não sabia o que responder logo instantaneamente. Conforme o tempo passava, ele ficava mais nervoso e apertou minha mão em algum momento, isso enviou uma corrente elétrica pelo corpo e me despertou. 

—Sim, Scorp. - Ainda parado, ele não demonstrou perceber minha resposta. - Eu aceito. - Apertei a mão dele levemente e ele sorriu.  

Sem saber muito bem como agir, eu me abaixei na sua frente, ficando de sua altura, mas o sinal que indicava um início próximo do jogo soou e o loiro se levantou em um pulo, segurando minha mão. 

—Vem, Rosie, precisamos ir. 

Disparamos pelos corredores até o campo, quando chegamos, já estava lotado. Scorp deu um beijo na minha bochecha, caminhando para o vestiário da Sonserina, enquanto eu me dirigi para o local onde os torcedores da Grifinória se encontravam. 

—Rose, onde você estava? - Hugo perguntou com o mesmo ar emburrado que papai fazia, quando mamãe não avisava algo. 

—Na Sala Precisa. - Sentei-me ao seu lado. 

A vantagem de se ter uma família grande é que eles guardam seu lugar nos jogos disputados sem dificuldades e nos melhores locais possíveis. Pude perceber, durante a chegada que os irmãos Masons, Cecília e Dylan, estavam alguns lugares acima de nós, aquilo me surpreendeu um pouco, pois imaginei que eles estariam na torcida da Sonserina, ainda mais que o primo deles jogava no time da casa; seria duplo motivo para isso e, na minha opinião, são maiores para a torcida verde do que a nossa. Em poucos minutos, a voz do narrador soou. 

—Muito bem, os jogadores estão posicionados, recebam o time vermelho e dourado, o time leonino, com vocês... Grifinória!! - Os jogadores da minha casa entraram no campo, mesmo com a distância, conseguia localizar meus quatro primos. - Recebam, agora, a casa das serpentes, a casa de Salazar Slytherin com as cores verde e prata... Sonserina! - O time adversário começou a voar e vi Alvo bem alto, além do Scorp que passou próximo às arquibancadas.  

Mais próximo no círculo era possível ver dois jogadores, um de cada time, imaginei que fossem o James e Kent Flint, os capitães. Até ano passado, o cargo era ocupado por Phineas Jordan, porém esse abriu mão por causa dos exames, permanecendo apenas como artilheiro do time ao lado de Rox e Domi. 

Poucos minutos depois, os goleiros se posicionaram, na sequência, o assobio da professora Hooch soou e as bolas foram jogadas.  

P.O.V. Nathan Mason

Assim que as bolas entraram no jogo, eu ergui a vassoura, disparando para mais alto, percebi o Potter na minha cola, eu queria muito uma vitória ainda mais sobre a equipe do grifinório, mas não podia negar, entre meu time vencer e eu capturar o pomo, escolhia a segunda; apesar de ser um jogo extremamente difícil e acontecer isso seria humilhante. 

Apesar de tudo, com o fato do irmão de nosso capitão e nosso goleiro não estar muito bem, tinha certeza que iríamos vencer.  

—Logo no começo do jogo Potter pega a goles, disparando em direção aos aros grifinórios, será que ele vai marcar? As Wealeys se aproximam para tirar e elas conseguem trombar nele, mas Malfoy salva a goles e continua no jogo, Finnigan joga um balaço em sua direção, será que ele escapa? E escapou, em uma jogada incrível, Zabine salva o companheiro de equipe lançando o balaço contra Fred Weasley. 

Ignorando por alguns momentos a narração do jogo ocorrido abaixo de nós, procurava o pomo de forma bem decidida, eu não deixaria o Potter encostar a mão nele nem que tenha que imitar minha prima. 

Nada de dourado, nada de voador por perto, então comecei a me movimentar na busca daquela bolinha até localizá-la em um ponto abaixo das arquibancadas, evitando chamar a atenção de meu adversário, segui para o local de forma rápida e discreta; mas, logo, ele percebeu e começou a me seguir. 

—Muito bem, Potter venceu MacLaggen e marcou mais 10 pontos para a Sonserina, sendo assim estamos com um placar de 90 pontos para Grifinória contra 30 pontos para a Sonserina, parece não ser o dia de sorte de Quin Flint.  

A perseguição continuou, o Potter se aproximou até um trecho da fala do narrador e um movimento do meu lado direito chamar a atenção. Um balaço vinha disparado em nossa direção, não dava para abaixar sem eu me machucar nem para diminuir a tempo, portanto, eu só tinha uma opção: subir o mais rápido possível. 

A fuga deu certo, mas eu perdi o pomo dourado. Por outro lado, o Potter também perdeu.  

—Oh, não, Finnigan acabou de rebater um balaço na direção do goleiro sonserino, será que os batedores de Salazar chegarão a tempo?  

Olhei na direção do gol, Nott disparava para o local e realmente conseguiu chegar a tempo para salvar Flint, mas nem tudo deu certo, pois o segundo balaço foi rebatido na direção do Malfoy e, por estar mais perto, ele foi salvar o primo. Sem perceber que o Finnigan repetiu sua estratégia e deixou  Quin desprotegido tentando proteger o gol da prima ruiva do Potter.  

Afinal de contas, onde estava Zabine? Olhei ao redor procurando o segundo batedor que aparentemente ignorou sua função. Quando finalmente o encontrei, ele estava do lado oposto, virando a vassoura quase que em um laço e se dirigindo para o irmão mais novo de nosso capitão. Ótimo treinamento que ele teve. 

—Flint consegue defender a goles lançada... mas o balaço atinge o goleiro sonserino que caí da vassoura. 

Quin Flint caia aparentemente desacordado, por isso, comecei a voar em sua direção, pude perceber que, atrás de mim, nosso capitão iniciou o mesmo trajeto até o irmão e, na nossa frente, Nott foi o primeiro a chegar, pegando o companheiro de equipe antes do impacto no chão. Era impressão minha ou, vendo a cena, o Weasley também mergulhou?   

O jogo foi interrompido e mal todos os jogadores pousaram, nosso capitão se afastou para conversar com o Zabine. Finnigan levou uma falta e não foi expulso graças ao irmão do ferido dizer que aquela era a função dele, o problema foi a falta de atenção do nosso batedor. Por fim, o goleiro reserva foi chamado, ele não era tão bom quanto o Flint, mas teria que dar um jeito.  

—Por que não deixou a expulsão? - Questionei Kent antes de subirmos. 

—Quero vencer de forma justa, todos jogadores contra todos. Além do mais, Nott não chegou por pouco e Zabine estava do outro lado do campo, Finnigan podia fazer isso, mas não acertaria se colocassem em prática o que treinei. - Era possível perceber a raiva contida. - Ele disse que foi erro de cálculo, ele rebateu o balaço defendido pelo Weasley que foi para o Malfoy, mas ele imaginou que iria para mim. Quando percebeu, teve que fazer a volta, era tarde demais.  

Ele estava tenso, era seu último jogo em Hogwarts e não queria deixar uma marca feia na história. Flint podia não ser muito forte ou o maior especialista do jogo, mas era um bom capitão. 

Suspirei. Apesar dos treinos, eu odiava admitir, porém a equipe do Potter estava melhor. Com o goleiro não muito bem desde o início e, agora, desmaiado e um dos batedores perdidos, nossa situação se agravava. O jogo já em 90 para a Sonserina contra 130 da Grifinória, nos permita reação, como já estávamos fazendo. 

—Flint. - Ele se virou no ar. - Você sabe que os artilheiros vão ter que defender, se quisermos uma chance de vitória. - Então eu tive uma ideia. - Coloca o Potter como principal defensor e o Malfoy para auxiliar, tenta focar mais em você para marcar.  

Ele olhou-me confuso, mas entendeu. Com dois dos três artilheiros adversários sendo primas do Potter e o capitão sendo irmão, ele teria chances maiores de entender o jogo e permitir uma vitória; acredito também que o Malfoy já tenha jogado com os Weasley em algum momento. 

Percebi ele se aproximando dos dois companheiros para passar o recado. Momentos antes do apito soar e o jogo recomeçar. 

—Muito bem, após o incidente, o jogo retorna, a goles já em posse de Dominique Weasley que avança rapidamente contra os aros, será que vai vencer o goleiro? Vejam só, ela lança a goles, mas Potter intercepta no meio do caminho, que habilidade impressionante. 

Isso não vai durar muito antes do time rival perceber, mas esperava que fosse por tempo suficiente. 

Torcendo para isso, foquei exclusivamente em capturar o pomo o quanto antes. Voei pelo campo, avistando depois de um bom tempo, o placar trazia uma diferença maior. Um jogo mais aguardado e espetáculo apresentado era quase um vexame, no jogo final. Durante o campeonato, o jogo entre o verde e vermelho foi de 110 a 270 com vitória da Sonserina. 

Logo no jogo final, tudo atrapalha o time; Quin Flint não muito bem, Zabine viajando e o goleiro fora do jogo. Enquanto voava, avistei a bolinha dourada e disparei na direção dela, o Potter me encontrou no meio do caminho, um batendo no outro na tentativa de chegar primeiro no pomo, não estávamos muito longe, quando eu bati nele, fazendo-o se afastar.  

Estiquei a mão, mas o pomo virou bruscamente para a esquerda. Eu tentei seguir, mas assim que virei, ele tinha sumido; observei o Potter e não deu mesmo assim. Ótimo, eu estava frustrado e sem o pomo. O jogo caminhava para para 200 pontos da Grifinória contra 120 da Sonserina, não porque não conseguíamos chegar nos aros, mas por MacLaggen defender mais do que o nosso reserva. 

A diferença começava a pesar, mesmo enquanto procurava o pomo, a cada vez que ouvia mais 10 pontos, a tensão em mim aumentava.  

O jogo continuava com 250 a 130, o lado bom era que, pelo menos, não perdemos mais nenhum jogador e, aparentemente, Zabine tinha voltado à sua função e performance normal. 

 -Em uma jogada espetacular, Roxanne Weasley e Jordan fazem uma combinação de passes que permitiu mais 10 pontos para a Grifinória. E cuidado, pessoal, Weasley rebateu um balaço que quase derrubou o seu primo da vassoura, isso pode atrapalhar os passes da Sonserina e, minha nossa, Flint salva a jogada e marca mais 10 pontos para as cobras. 

Eu analisava cada centímetro daquele campo em uma tentativa de visualizar algum brilho dourado, mas não encontrei nada até o momento. Percebi que meu rival fazia o mesmo, olhando para as arquibancadas, pude ver Jenny no meio do mar verde e prata dali e meus primos na arquibancada adversária, não era exatamente o apoio que esperava para o primeiro jogo meu que eles vissem, mas, conhecendo os dois, tinha grande probabilidade deles só estarem lá por serem da Grifinória do que pela torcida em si, na verdade, eu acho até que tanto faz quem vencer esse jogo para eles. 

Conforme o tempo passava, eu ficava mais apreensivo, o placar disparava e estávamos em 290 contra 150 para o outro time. Só tínhamos uma saída, eu encontrar o pomo. E precisava ser agora. Como por um milagre, uma ajuda de Salazar, eu vi, pairando bem acima do aro central da Sonserina, sem planejar muito, eu avancei para o local.  

Balaços disparavam pelo campo e precisei desviar de vários, em algum momento, Nott parou na minha frente e indicou que eu deveria me abaixar, sem pensar, eu apenas segui o pedido e ele rebateu um balaço na direção do Potter que vinha atrás de mim. Isso me permitiu colocar uma distância maior entre nós.  

Quando cheguei ao aro, o pomo se moveu para a direita e eu seguia cada movimento atento, o olhar fixo na pequena bolinha, mesmo no momento em que a Grifinória marcou mais 10 pontos, pude distinguir a voz do Flint um pouco distante, sem entender as palavras. Eu só tinha um foco e o objeto fazia diversas manobras, subindo, descendo e virando. 

Em pouco tempo, Zabine e Nott chegaram e então eu entendi o que nosso capitão tinha falado, sem esperanças de vencermos pelas goles, eu seria a última esperança e, com a quantidade de balaços focadas em mim, eles deviam me proteger, afastando as bolas ameaçadoras, a fim de jogá-las para o Potter. Obviamente, Weasley e Finnigan não focavam só em mim, principalmente, quando minha proteção estava reforçada; mesmo assim, eles conseguiam retirar apenas um dos batedores ao meu redor.  

De repente, o pomo subiu extremamente rápido em direção ao céu, fazendo com que o seguíssemos por uma altura razoável até ele descer como um meteoro, eu fazia o mesmo, devido aos dois garotos ao meu lado, o Potter não podia esbarrar em mim, mas ele ficou ligeiramente à minha frente nessa queda, eu tinha que pensar em algo. Então um balaço foi na direção do Malfoy e Nott saiu por tempo o bastante para o segundo, ser lançado um pouco a frente, fazendo Potter parar, desviando um pouco para isso, e o Zabine trocar de lado para rebatê-lo. Mas eu não podia parar. 

Então eu vi um espaço abaixo, não era muito, porém teria que dar, sem a opção de desviar, com pouco espaço entre a bola e a grama, eu tentei misturar os dois, diminui a velocidade, aproximando-me do chão, senti o verde tocando na ponta do meu calçado e virei-me, não exatamente de ponta cabeça, mas de lado.  

O balaço passou rente ao meu braço, sem atingí-lo e, logo depois, ali estava, a bolinha dourada, apenas um pouco mais alta; retornando para a posição original, com a vassoura subindo, eu estiquei o braço, movendo meu corpo para a ponta dela, isso deslocaria o peso e poderia provocar uma queda. Não me importava. O Potter se aproximava, então, em um último impulso, eu me lancei para frente, meus dedos se fecharem no objeto dourado, mas não antes da Weasley marcar mais 10 pontos. O apito soou. 

—Mason captura o pomo, conquistando 150 pontos para a Sonserina, mas não foi o bastante, com o último gol de Roxanne Weasley, o jogo termina em 310 contra 300 para a Grifinória. E os leões são os campeões! Parabéns! 

Não foi o resultado desejado pela nossa equipe, mas fiquei muito feliz de vencer o Potter e, claro, limitar os danos para as cobras. Aparentemente, esse final deu uma energia nova para minha casa, que explodiu em palmas e gritos, mesmo que, em sua maioria, abafados pelo grito dos torcedores adversários.  

Com esse resultado, todos descemos e caminhamos para os vestiários, Flint na nossa frente. Já no local, sentamos nos bancos do local, ficando apenas o Flint de pé. 

—Tivemos alguns problemas, mas, no geral, foi um bom jogo, Sonserina. Não chegamos perto do resultado desejado, mas reduzimos consideravelmente essa diferença, graças a Nathan Mason. Scorpius e Alvo, ótimo jogo, conseguiram auxiliar muito o goleiro após a mudança necessária. - Kent Flint abriu um leve sorriso. - Nott, parabéns pela performance, cuidou muito bem dos balaços. - Ele acenou na direção do batedor. - Mason, parabéns, você sempre foi muito bom apanhador e contra a Grifinória sua dedicação aumenta muito mais, quem nos salvou foi você.  

Ele sorriu mais e ouvi muitos elogios de todos os lados, não sabia identificar quantos eram realmente sinceros e quantos eram resultantes do meu sobrenome, mas não me importava muito com isso. Se eu e Cecília tínhamos algo em comum, esse algo seria o quanto gostamos da atenção.  

—Zabine. - Kent começou mudando a voz. - Em primeiro lugar, acredito que começar de forma positiva é sempre melhor, então obrigado por me defender, você imaginou que o balaço viria para mim e partiu para rebatê-lo. - O capitão parou para respirar fundo. - Mas o jogo de quadribol não pode ser jogado por imaginação, então sua atitude foi muito ruim, todo treinamento que fizemos devia evitar ações semelhantes a essas e, por isso, meu irmão está na enfermaria agora. Sua sorte é que antes disso nunca deu problema e, segundo, é que eu não vou comandar a equipe ano que vem. Sua atitude deve ser mais atenta. - Ele suspirou. - E depois você se recuperou, então parabéns pelo resto da performance.  

Todos sabíamos que Flint não deixaria de falar algo, afinal, mesmo o erro sendo para protegê-lo, seu irmão estava machucado. Não podia culpar a rigidez do treinador, se fosse Jennyfer no lugar de Quin, eu não estaria tão calmo assim, mesmo entendendo o jogo. 

—Capitão, por que não deixou que o Finnigan fosse expulso? - Zabine perguntou com a voz trêmula, depois de engolir em seco.  

—O erro não foi dele, a função de batedor resulta nisso. Mas nossa defesa foi falha, além do mais, queria vencer com todos os jogadores e mostrar que não precisamos de quantidade reduzida para ganhar. - Ele encarou o questionador com um jeito ainda um pouco irritada. - Antes de finalizarmos, eu queria parabenizar todos do modo mais sincero possível. Foi uma honra jogar Quadribol ao lado de vocês, eu nunca pensei que teria uma equipe com tanto talento e muito menos que a comandaria, eu queria que todos estivessem presentes... Eu estou encerrando meu ciclo em Hogwarts e no Quadribol, mas sempre me lembrarei dos nossos jogos e dos amigos que tenho para além do campo. E desejo que daqui para frente, independente de quem comandar, continue o trabalho que tentei iniciar, desejo muito sucesso para todos os já membros e para os novos também, muitas vitórias e quem sabe, se isso não for muito, lembranças minhas. 

O time inteiro bateu palma, era difícil descobrir se o motivo seria o discurso ou a despedida de Kent Flint. Como forma de reconhecer o trabalho dele, um jogador de cada vez, levantou-se e o abraçou. De certa forma, não é como se os Masons saíssem abraçando todo mundo, então, na minha vez, eu me levantei e apertei a mão dele que me puxou. 

P.O.V. Rose Weasley 

Depois do jogo, o time da Grifinória ficou um tempo a mais no campo, comemorando a vitória. Geralmente, seriam as namoradas e os namorados que entrariam, mas, como boa parte da minha família ainda era solteira, o campo foi invadido basicamente por Weasleys e Potters.  

Antes de descer, pude ver que o Mason tinha um leve sorriso no rosto, antes de acompanhar a irmã para fora da arquibancada até próximo dos vestiários, eles não entraram e nem ficaram logo na saída, mas a distância era pouca e a localidade estava no caminho entre onde os jogadores se encontravam e o castelo. 

—James. - Lily correu para o irmão.  

Aparentemente, o único que não estava ali era Alvo, por causa das reuniões que os times faziam após o jogo. Enquanto os primos iam cumprimentando e parabenizando os jogadores, pude ver que o Fred abraçou Dominique, antes de fazer o mesmo com sua irmã, Roxanne, que marcara os pontos da vitória. 

—Eu não capturei o pomo, Lily. - Ouvi a voz do Potter mais velho.  

—Mas foi um ótimo capitão. - A ruivinha disse com um sorriso orgulhoso no rosto. 

Gritos de apoio à fala dela tomaram conta de todo o campo e, ao longe, vi alguém correndo para perto de nós. Essa pessoa foi direto para o James, mas errou um pouco na força, fazendo os dois caírem.  

—Alvo. - O capitão da Grifinória riu.  

—Desculpa, eu ia dar um abraço no meu irmão. - O sonserino sorriu, levantando e estendendo a mão para o outro.  

Assim que os dois estavam de pé, o de olhos verdes conseguiu, finalmente, abraçar o irmão. Ele estava radiante, mesmo perdendo, era isso que acontecia, quando se jogava em família. 

—Parabéns, James, foi um jogo incrível.  

—Obrigado, Alvo, mas você jogou muito bem, dificultou o jogo. 

—Obrigado. Será um ótimo capitão ano que vem também e será bem difícil te vencer, mas não vamos desistir.  

—Espero mesmo. 

—Admito que para ser perfeito, a Sonserina poderia vencer... 

—De jeito nenhum – O mais velho interrompeu, mesmo aparentando bom humor. 

—...mas com você capturando o pomo. - James olhou surpreso. - O Mason é bom, mas você é meu irmão e, além do mais, provaram que capturar o pomo não leva à vitória. 

—Isso é verdade, porém vocês vão ter que treinar mais.  

—E vamos, Domi. - Alvo cumprimentou todos os jogadores dali, demorando mais nos primos. - Rox. - O garoto parou na frente da última que faltava e a abraçou. - Foi uma jogada incrível, a da vitória.  

—Obrigada, posso fazer isso mais vezes. - Ela sorriu, piscando para ele. 

No canto mais afastado do campo, uma figura loira me chamou; dizendo para todos que já voltava, corri para onde Scorp esperava.  Ele me puxou para um canto mais afastado, dado o perfume e os cabelos molhados, ele já tinha tomado banho.  

—Parabéns, foi um jogo emocionante. - Eu o abracei. 

—Rosie, nós não vencemos. - Ele tinha se afastado um pouco, mas seus braços ainda estavam ao meu redor. 

—Mesmo assim, você foi ótimo. Imagino que terão uma nova chance ano que vem e saberão aproveitar. Você será o novo capitão? - Ele riu. 

—Não sei, Rosie. O Flint não falou nada e temos jogadores muito bons. O irmão dele, o Mason, o Zabine, meu primo e seu primo... Alvo é um excelente jogador. 

—Vou torcer por você, mas não sei o que seria mais emocionante, Alvo como capitão e jogos entre irmãos ou o Mason capitão e um jogo entre os dois. 

—Nisso eu concordo, mas podemos parar de falar um pouco sobre Quadribol?  

—Tudo bem. 

—Tem algo que quero fazer há um tempo. - Eu o analisei por um tempo, meu coração acelerando. 

—O que? - Minhas bochechas começavam a esquentar. 

Colocando as mãos nelas, ele se aproximou e, depois de um tempo aparentemente grande, seus lábios encostaram nos meus, iniciando um beijo ansioso, senti uma de suas mãos retornando para o local onde estava anteriormente, minha cintura.  

Eu suspirei, não percebi o tempo que esperava por isso até agora, o beijo não muito intenso nem muito calmo, era simplesmente igual a nós, tínhamos o lado forte e o lado gentil, afinal éramos rosa e escorpião.