Uma nova filosofia existencialista escrita por Paloma Her


Capítulo 5
Segunda dimensão universal


Notas iniciais do capítulo

Desta feita então, nestes mundos vive-se em ritmo de festas. É farra em todo lado. Felicidade. Boemia durante a vida toda. Folias onde se bebe uma cervejinha, ou um vinho caseiro, onde se paquera, ou namora, numa vida feliz. A sensação de bem-estar é tão comum quanto à emoção do estar apaixonado. Como infidelidade e traição não existem mais, a paixão é cultivada dia após dia, sem deixar a chama ardente se apagar.



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Existem vários tipos de civilizações. Aquelas aonde chegarão os homens trabalhadores, e as “outras”. As sociedades de boêmios que nascem para uma vida mansa, apenas de prazer. Afinal, trabalho neste caso pode ser dispensável. Mulher que sabe movimentar objetos no ar é capaz de preparar um jantar fazendo tudo se mexer sozinho. Como no seriado de TV: A Feiticeira. E artista que se preze, só vai querer nascer lá, para fazer farras sem fim.

Vamos agrupar as sociedades humanas conforme o tamanho da diversão:

Mundos de Lazer:

São sociedades encantadoras, onde os homens são mais dados ao “fazer artístico” do que ao científico ou tecnológico.

A arte estará nas veias de todos os homens.

Desde o jardim de infância, a garotada tocará violão, piano, trompete, pintará, fará teatrinho, bordará, fará costura, cerâmica, tecerá em teares, pois em nenhuma sociedade superior existem as fábricas. Muito menos operários. Nem gari de ruas, nem mineiro, sequer boias frias. Apenas laboratórios de pesquisa, em cujo lugar os robôs se encarregarão de fazer tudo que é pesado, obedecendo instruções de mestres e estudantes universitários.

Trabalham o mínimo possível. Embora seja obrigatório aprender agricultura, medicina, construção, mecânica, engenharias em geral, quando adultos preferem viver na mordomia completa. Difícil é encontrar alguém com vassoura na mão limpando o chão. Eles desintegram a sujeira com um olhar, e as sementes da roça  fazem-nas voar para entrar na terra como por arte de magia.

Desta feita então, nestes mundos vive-se em ritmo de festas. É farra em todo lado. Felicidade. Boemia durante a vida toda. Folias onde se bebe uma cervejinha, ou um vinho caseiro, onde se paquera, ou namora, numa vida feliz. A sensação de bem-estar é tão comum quanto à emoção do estar apaixonado. Como infidelidade e traição não existem mais, a paixão é cultivada dia após dia, sem deixar a chama ardente se apagar.

Além do que, estão sempre sendo invitados a dar um espetáculo desde outros mundos distantes e essas viagens renovam esse bom viver.

 Eles transportam os instrumentos musicais, ou as roupas de balé, ou uma exposição de pinturas, ou cerâmicas, para mostrar o talento e se deixar amar. Cruzam então, a imensidão, para alegrar a vida em outros lugares do Universo. Se poderia dizer que são os que disseminam a alegria nos mundos visitados. Seria como um Teatro de Mambembe, numa dimensão universal.

Quando são chamados ao suicídio, o fazem em meio da mais barulhenta farra intergaláctica.

Mundos de trabalho:

São sociedades muito similares aos “Mundos de conhecimento”. O que muda é a maneira como se estuda, e o comportamento social de todos os homens. Nestes planetas, não é a teoria que marca o rumo do conhecimento, pois, nestas sociedades, os meninos vão para as escolas trabalhar. Aprende-se construindo cidades ao lado dos professores, ou, armando máquinas em laboratórios experimentais, ou, mergulhando no mar para estudar Oceanografia, ou, descendo em grutas para estudar Geologia.

Desta feita, a tecnologia nestas sociedades de trabalhadores é inimaginável. Inventam as cidades flutuantes, ou, cidades submersas, ou aquelas que voam. Carros que fazem tudo, voar, submergir, e viajar no espaço. Sem deixar de salientar que o estudo da força mental é a primeira coisa que um guri aprende na escola.

O trabalho de todos os homens diminui na medida em que se é velho. Lá, também existe a aposentadoria. Um pouco diferente (não esquecer que a grana é desconhecida). Algo assim como se os homens trabalhassem uma hora a menos a cada ano de vida. Desta feita, é chegada a data quando não se necessita mais fazer nada, além de desfrutar das maravilhas do bom viver. Sem deixar de anotar que mulher com filho não trabalha, pois cuidar de um filho é a coisa mais importante na vida de um casal. E desta vez, a licença paternidade é tão longa quanto à da mulher.

Morrem quando escutam o chamado, desde o mundo espiritual, e se suicidam de amor. Geralmente no cimo de uma montanha, longe da civilização, e onde os corpos desaparecerão com o tempo soterrado pela neve, ou pelo mato selvagem, ou serão desintegrados por um olhar de algum familiar.

Mundos de ócio:

Todo malandro sonhará com encarnar neste mundo, em algum momento, pois aqui ninguém faz NADA. É o PARAÍSO, gente!

Eles não constroem cidades, não estudam nada, e sobrevivem com aquilo que a mãe natureza lhes oferece. São vegetarianos! Bebem um leitinho de cabra, ou comem um ovo de marreco, se os bichos cruzarem de perto. Só.

Os homens que têm preguiça até para casar, namorarão, mas nunca engravidarão uma mulher. Pois nesta altura da evolução, um filho é cuidado como algo precioso, tanto pelo pai quanto pela mãe, pois em nenhum mundo superior se aceita a paternidade irresponsável. Então, os machos inutilizam seus espermas, para não passar pelo sufoco.

São visitados constantemente por outras civilizações. Principalmente por pesquisadores, em busca de algum achado interessante. E é também, desta maneira, que possuem alguma mordomia. Afinal, quem chega por lá, o faz carregado com presentes.

Vivem eternamente. No lado espiritual, ninguém se dá ao trabalho de promover estes preguiçosos para mundos melhores. No máximo, são chamados ao suicídio para reencarnar num planeta similar, sempre dentro dos confins da segunda dimensão.


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Notas finais do capítulo

Os homens que têm preguiça até para casar, namorarão, mas nunca engravidarão uma mulher. Pois nesta altura da evolução, um filho é cuidado como algo precioso, tanto pelo pai quanto pela mãe, pois em nenhum mundo superior se aceita a paternidade irresponsável. Então, os machos inutilizam seus espermas, para não passar pelo sufoco.



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