Um Black Entre Nós 

 

  -Você está espetacularmente linda! -Exclamou Alice.

 

 

 

  Olhei-me novamente no espelho, olhando por todos os ângulos possíveis. Mas não havia defeitos algum em meu vestido longo e preto, aberto nas costas. Então me sentei ao lado de Alice na cama.

 

 

 

  -Onde está Bella? -Questionei a ela.

 

 

 

  -Como se você não soubesse... -Alice bufou. -Ela está com Edward.

 

 

 

  -Então aquela vaca nos abandonou, hem? -Indaguei.

 

 

 

  Nós gargalhamos.

 

 

 

  -Não se preocupe, irei matar o meu irmão, e a teremos de volta. -Ela disse com um tom maligno.

 

 

 

  Mais uma vez gargalhamos.

 

 

 

  -Uau. Não somos nem um pouco ciumentas... -Comentei.

 

 

 

  Ela balbuciou algumas sílabas indecifráveis, e eu fiquei no "cri-cri".

 

 

 

  -Já ficou sabendo das novas?-Ela questionou.

 

 

 

  -Quais? - Indaguei.

 

 

 

  -O herdeiro dos Black finalmente voltou para casa. -Ela contou.

 

 

 

  -O bom filho a casa torna. -Argumentei. -É aquele moreno, não é?

 

 

 

  -Sim. Aquele gato. -Ela disse, seus olhos brilhando.

 

 

 

  -Hey! Você ainda namora o meu irmão. -Brinquei. -Pena que ele é um Black, deve ser como os outros.

 

 

 

  -Os Cullens não possuem inimigos. -Ela arfou. -Vou criar pontes esta noite. -Mais uma vez seus olhos brilharam.

 

 

 

  Gargalhei.

 

 

 

  -Ótimo! -Falei.

 

 

 

  -Acho melhor irmos. Johan já deve estar chegando.

 

 

 

  Levantamo-nos e fomos até a entrada de minha casa esperar por Johan e o seu “magnífico” carro.

 

 

 

  Johan era o amigo gay que toda garota devia ter. Havíamos o conhecido no colegial, eu, Bella e Alice éramos o trio inseparável, e Johan era o novo aluno da escola, que por sinal era o excluído. Até que certo dia Alice chegou com sua bolsa Prada vermelha na sala de aula, e ele teve um ataque. Bem, esse não é melhor tipo de se conhecer alguém, mas com certeza Johan foi a melhor pessoa a se conhecer.

 

 

 

  Desde então, somos o quarteto fantástico.

 

 

 

  -Johan disse que passaria na casa de Bella primeiro. –Comentou Alice. –Não sei se estou mais curiosa para ver o carro de Johan, ou o vestido misterioso de Bella.

 

 

 

  -Não se anima. Edward com certeza deve tê-la censurado, ele é um estraga-prazeres mascarado de garoto bonito. –Bufei.

 

 

 

  Alice gargalhou.

 

 

 

  -Não, Edward com certeza não vai querer levar “bolsadas” de mim, novamente. –Ela alertou.

 

 

 

  Gargalhamos na calçada. A luz do sol estava no momento em que eu mais gostava. Com pouca intensidade mais ainda sim, radiante. O crepúsculo estava quase a se expor. E este céu era o que eu mais gostava em Los Angeles.

 

 

 

  -Wow. –Alice disse boquiaberta, seus olhos mirando, quase que hipnotizados, por algo atrás de mim.

 

 

 

  Olhei na direção em que seus olhos olhavam, e me deparei com uma limusine Pink. Mas não era qualquer limusine, essa de alguma forma era muito mais luxuosa do que as outras.

 

 

 

  A Limusine parou a nossa frente. A porta de trás se abriu, e Johan colocou sua cabeça para fora.

 

 

 

  -Quem vai querer uma carona no meu “possante”? –Questionou com um ar provocativo.

 

 

 

  Alice e eu gargalhamos.

 

 

 

  O solar do carro abriu, e eis que Bella deu as caras.

 

 

 

  -Dá para acreditar? Estou me sentindo a própria Barbie! –Ela exclamou.

 

 

 

  -Johan você não existe! –Disse Alice.

 

 

 

  Entramos no carro. E se por fora ele era incrível, por dentro era inacreditável. Havia vários “pufes” felpudos rosa, o banco era de couro e adivinhe! Era Pink. E havia milhares de outras coisas que me esqueci de prestar atenção, mas estavam ali, fazendo com que aquela fosse realmente a limusine da Barbie.

 

  O vestido misterioso de Bella, era tão lindo e gracioso quanto ela. Era branco e tinha detalhes suaves, e era frente-única, o que realçava o seu colo. Seus cachos moldavam seu rosto de uma forma sensual e caia sobre seu colo.

 

 

  -E então gostaram do meu carro? –Perguntou Johan ironicamente.

 

 

 

  -Sim, mas você deveria devolvê-lo para a Barbie, huh? –Caçoou Alice.

 

 

 

  -Ela está muito ocupada com o Ken agora. –Johan disse arqueando as sobrancelhas.

 

 

 

  -Por falar em Ken... Teve notícias de Will na Europa? –Bella Perguntou-lhe.

 

 

 

  -Na verdade não, o bofe desgraçado deve estar muito ocupado com seu “trabalho”. –Ele disse logo armando uma tromba. –E vocês, como estão de vida amorosa?

 

 

 

  -Jasper vai me dar um anel de compromisso com um diamante! –Alice exclamou radiante.

 

 

 

  -Como você sabe?-Indaguei bestificada.

 

 

 

  -Fui ao quarto dele para sentir o seu perfume, enquanto você estava no banho, e vi uma caixinha em cima da cama. –Os olhos dela irradiavam um brilho extremo.

 

 

 

  -E você a abriu? –Indagou Bella incrédula.

 

  -Não! –Alice esbravejou.

 

 

 

  -Então como sabe que é diamante? –Questionou Johan.

 

 

 

  -Porque ele não seria idiota o bastante para me dar um latão! –Ela disse como se fosse óbvio. –Mas e vocês?

 

 

 

  -Edward e eu estamos extremamente felizes! –Exclamou Bella.

 

 

 

  -Ótimo, então eu sou a única solteira. Estou me sentindo uma mal-amada! –Choraminguei.

 

 

 

  -Mas e o Jeremy? Ele é tão lindo. –Disse Johan.

 

 

 

  -A única coisa com que concordamos é que, nunca ficaríamos juntos. –Falei.

 

 

 

  -Então temos uma missão! –Exclamou Alice. –Encontrar um cara para Rosalie.

 

 

 

  -Ainda não cheguei a esse ponto Alice! –Falei com os olhos arregalados.

 

 

 

  Com certeza, eu não havia chegado a tal ponto. O que seria mais ridículo do que pedir a alguém para te arranjar um namorado? Mas Alice adorava dar uma de cúpido.

 

 

 

  -Estou com a Alice! – Exclamou Johan.

 

 

 

  -Bells?... –Supliquei.

 

 

 

  -Rose, eu sinto muito, mas eu estou com eles. Você precisa de mais amor no coração. Ninguém vive sozinho.

 

 

 

  Eu não podia acreditar. Eles queriam mesmo me ver com alguém. Vou fingir que tenho super-poderes e sumir deste carro.

 

 

 

  -Sr. Schmidt, estamos no destino escolhido. –Avisou o motorista.

 

 

 

  Descemos no carro, e pisamos diretamente no tapete vermelho que ia até a porta de entrada no salão.

 

 

 

  Edward e Jasper esperavam por Alice e Bella para entrarem. Quanto a mim e Johan? Não! Não havia ninguém nos esperando.

 

 

 

  Flashes e paparazzis por todos os lados. Encarei o tapete vermelho junto com Johan. Afinal a pior coisa do mundo era pisar sozinha no tapete vermelho, porque no próximo dia, no jornal da elite, as matérias cairiam em você sem dó.

 

 

 

  Então nós sorrimos e entramos.

 

 

 

  -Srta. Hale, Sr. Schmidt. –Cumprimentou-nos Victoria, a debutante do jantar. –Mandei reservar uma mesa para vocês junto com seus amigos, afinal é um saco ouvir os mais velhos conversar sobre negócios. –Ela brincou. –Judith vai levá-los até lá. –Ela gesticulou para uma de suas organizadoras do evento.

 

 

 

  -Tenho certeza que ela planejou este jantar para anunciar seu casamento com James. –Sussurrei para Johan.

 

 

 

  -Com certeza! –Disse Johan.

 

 

 

  Nós rimos.

 

 

 

  -Sentem-se, por favor, e fiquem à vontade. –Disse Judith.

 

 

 

  Nós agradecemos e nos sentamos em nossos devidos lugares. Fiquei no meio de Bella e Alice, e os rapazes à nossa frente. Era uma mesa redonda, e havia um único lugar vago ao lado de Alice. Confesso que fiquei curiosa para saber quem Victoria havia colocado ali.

 

 

 

  -Olá Edward, olá Jasper. –Cumprimentei-os.

 

 

 

  -Rose... –Disse Edward com um sorriso.

 

 

 

  -Irmãzinha. –Disse Jasper com um ar caçoador.

 

 

 

  -E então, alguém sabe quem está sentado conosco? –Questionou Johan.

 

 

 

  -Aquele cara que chegou esses dias. –Disse Jasper indiferente.

 

 

 

  -Que cara?-Indaguei.

 

 

 

  -Não me diga que é Jacob Black! –Disse Alice boquiaberta.

 

 

 

  -Esse mesmo. –Disse Jasper, ainda indiferente.

 

 

 

  -O quê?! – Indaguei.

 

 

 

  Como assim um Black se sentaria conosco? Não existe nenhuma cogitação de um Black se sentar junto a um Hale, e nesse caso, dois! E como Jasper poderia estar assim, tranquilo?

 

 

 

  -Como assim? Como um Black está sentado conosco? E Jasper por que você não está dando a mínima?! –Quase gritei. Meus nervos estavam a mil.

 

 

 

  -Rose relaxa. Essa rivalidade é entre nossos pais, e você sabe que nunca liguei para isso. –Disse Jasper.

 

 

 

  -Sem falar que ele é um gato! –Cochichou Alice.

 

 

 

  -Jasper! Não podemos nos sentar com um Black! Nós não podemos, não tem jeito! Você não sabe de nada do que aconteceu? Você não entende?! Ele não é bem vindo aqui. Não posso me sentar com um Black! –Minha chegou a um tom alto, e eu percebi que estava berrando.

 

 

 

  Ótimo, um escândalo! Tinha como ficar pior? Mais uma vez, vou fingir que tenho super-poderes, ficar invisível e fugir daqui!

 

 

 

  -Boa noite. Acho que sou o Black que não pode se sentar aqui. –Disse ele, Jacob Black, com extrema ironia.

 

 

 

  Eu ardia de raiva. Fitei-o com todo o ódio que consegui arranjar.

 

 

 

  -Boa noite. –Todos na mesa disseram, exceto eu.

 

 

 

  -Esta vai ser uma longa noite. –Enfatizei com ironia.

 

 

 

  Cruzei os braços e armei uma tromba.

 

 

 

  Durante o jantar inteiro, Jacob foi a estrelinha, o centro das atenções. Johan quase babando em cima dele. Quanto a mim? Tive de aturar o momento.

 

 

 

  Agora estávamos saboreando a sobremesa, a qual eu não estava ligando, por conta do ódio.

 

 

 

  -E então Rosalie Hale, você não fala nada, e antes de eu chegar você estava gritando tanto. –Ele provocou-me.

 

 

 

  Mordi o lábio inferior com raiva, e lhe dei um sorrisinho irônico.

 

 

 

  -Eu me sinto ofendido. –Ele completou.

 

 

 

  -Jura? –Indaguei irônica. –Essa não era a intenção. Vamos conversar.

 

 

 

  Sorri e continuei sendo irônica.

 

 

 

  -Que ótimo que estão ficando bem! –Alegrou-se Alice, quase não se aproveitando da situação. –Rose está solteira, sabia? E ela está procurando um namorado. Sabe que vocês têm muitas coisas em comum?

 

 

 

  Não era possível! Eu teria um AVC! Como Alice pôde fazer aquilo? Como?

 

 

 

  Fiquei boquiaberta.

 

 

 

  -Alice! –Esbravejei.

 

 

 

  Ela se fez de inocente.

 

 

 

  -Perfeito. –Ele disse.

 

 

 

  -Preciso ir ao banheiro! –Levantei-me quase que soltando fumaça.

 

 

 

  Caminhei até o banheiro feminino, e tinha certeza de que o meu rosto estava vermelho, podia senti-lo pegar fogo. Ao entrar, fui em direção a pia, molhei o rosto e respirei eu precisava respirar. E como minha maquiagem era à prova d’água, porque eu realmente não estava com saco para retocar nada.

 

 

 

  Coloquei minha bolsa sobre a pia, respirei fundo, e fechei os olhos. Pelo menos aqui ele não me atormentaria.

 

 

 

  Tudo bem, eu confesso que isso é um tanto difícil.

 

 

 

  -Pelo jeito você não para de pensar em mim. –Disse Jacob adentrando o banheiro feminino.

 

 

 

  -O que você está fazendo aqui? –Indaguei pasma. –Não pode entrar aqui. Eu poderia estar nua!

 

 

 

  -Mas para a minha infelicidade, não está. –Arfou.

 

 

 

  -Cala a boca! –Ordenei aos berros. –Você não vê o quanto está sendo infantil.

 

 

 

  -O sujo falando do mal lavado... -Murmurou.

 

 

 

  De pronto, ele tinha razão, eu detestava admitir isso.

 

 

 

  -Okay, mas você pode me deixar em paz? –Minha voz estava fraca.

 

 

 

  Ele desviou o olhar.

 

  -Olha eu sei que não começamos bem. –Ele disse. –Por que não corrigimos isto? Odeio não me dar bem com alguém.

 

 

 

  -Mas é claro, você é a perfeição em pessoa. –Falei com ironia.

 

 

 

  -Vindo de você, isto é um enorme elogio! –Ele gabou-se.

 

 

 

  Peguei minha bolsa e fui em direção a saída.

 

 

 

  -Espera. –Ele disse travando a passagem.

 

 

 

  -Por favor, pode deixar eu sair? –Pedi impaciente.

 

 

 

  -Vamos dar uma volta, conversar, por favor. Prometo que não vou te aborrecer. –Jacob disse.

 

 

 

  Suspirei.

 

 

 

  -Você não vai me deixar em passar mesmo, vai? –Bufei, dando-me por vencida.

 

 

 

  -Não... –Ele disse com um sorrisinho.

 

 

 

  Eu não tinha dúvidas de que aquela seria uma noite extremamente longa.