My Favorite Toy escrita por Asunyan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ficou menor do que eu esperava, mas creio que usei toda a minha inspiração para essa fic. Estava louca para criar uma fic sobre "marionetes". Acabou que fiz yaoi... meu primeiro yaoi. Então, no mais, espero que gostem.



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        Ele sempre fora tratado por Dylan como um briquedo, desde a primeira vez em que se encontraram: Dylan estava com seu traje negro e uma de suas bizarras máscaras cobria-lhe a face, resultando que apenas seus longos cabelos negros e suas mãos pálidas e ossudas ficassem à mostra, um personagem perfeito para aquela noite fria naquele lugar sombrio e vazio - ou não tão vazio assim. Ele caminhava tranquilamente, quando uma figura o obriga a freiar suas lentas passadas. Dylan gira a cabeça num ângulo de noventa graus, e observa um menino sentado no meio-fio, o rosto coberto por lágrimas, o corpo vestido com farrapos tremia. O moreno agachou-se tão próximo do garoto, que o fez assustar com sua máscara.

       "Por que tão triste, pequeno garoto?" - Perguntou Dylan ao garotinho ainda assustado.

       "Desculpe... Não posso falar com estranhos..." - Disse o menino, fitando a máscara de Dylan com certa curiosidade.

       Dylan sorriu, apesar de ter a máscara tampando o seu rosto. E começou com seu jogo de charadas.

       "De onde venho, atraio os olhares dos jovens, dos velhos, das moças e dos cabras. Venho de um lugar tão belo quanto mágico, mas a beleza não é sua única magia. Cores enchem os olhos dos espectadores, o som do tambor faz saltar o coração que para quando a pomba se transforma numa linda jovem. De onde venho?"

       Não sabia se o menino tremia mais era de frio ou de medo do homem moreno à sua frente.

       "Eu venho do circo." - Dylan sussurrou no ouvido do garoto loiro. - "Venha comigo e garanto que não irá chorar mais por problemas. Não resolverei nenhum deles, mas farei com que você os esqueça, desligar de suas emoções e tornarei você minha nova marionete, e tudo o que eu lhe desejar você irá seguir. Prometo não te fazer chorar, prometo não te fazer sofrer, prometo não te fazer gritar." - E estendeu a mão para o garotinho loiro, que a aceitou depois de algum tempo em dúvida.

       O garoto loiro não fora feliz depois daquele dia em que seguiu Dylan para o circo, mas se tornara um objeto sem emoções, assim como lhe fora jurado. Tornara-se o brinquedo da vida fantasiosa do circo de Dylan. Ele recebera todo o carinho que alguém pode receber, toda a atenção e todo o amor que uma criança carente pode querer. Nunca chorou. Nunca sofreu. Nunca gritou. A estranha figura caricata e sua máscara haviam lhe proporcionado uma vida sem quaisquer sofrimentos.

       Mas agora a tal figura e sua máscara estavam caídas no chão, morrendo. O antigo garotinho, que era agora um homem, estava ao seu lado, acariciando a cabeleira negra do outro, seu rosto inexpressivo.

       "Quem diria que um dia eu, o Mestre dos Bonecos, me tornaria um corpo nulo, como que um boneco, que precisa de um mestre para poder movimentar-se." - Dylan falou, com sua voz rouca que parecia estar acabando. - "Queria lhe dar a melhor vida de todas, mas acho que meus desejos e minha obceção por você foram maiores, tudo o que lhe fiz foi para o meu agrado." - E estendeu o braço, tentando tocar o rosto do loiro, mas de tão fraco, não o alcançou. - "Pelo menos cumpri minhas promessas, nunca fiz nenhum dos meus brinquedos sofrer, principalmente você, o meu boneco favorito. A mais difícil de cumprir foi não lhe fazer gritar. Você não imagina o quanto eu tive que me segurar para esquecer minha vontade de lhe jogar contra a parede e te fazer gritar de prazer." - Dylan soltou um riso abafado e deu sua última ordem. - "Deite-se ao meu lado e durma comigo."

      Ele sabia que sua vida seria breve, pois não cuidava da própria saúde, era como uma criança que só queria brincar com seus bonecos, que via neles o brilho que nenhuma outra pessoa consegue ver, que ama cada um de seus brinquedos. Mas há sempre aquele que você gosta mais, que você brinca mais. E ele estava feliz de passar seu último momento com ele, aquela marionete loira que, obedecendo à ordem de seu mestre, estava deitado ao seu lado, dormia tranquilamente. Para sempre. Esperando uma ordem para poder acordar, uma ordem de seu mestre, mas que nunca mais ouvirá.


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Notas finais do capítulo

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