The Roxas Love escrita por Thata-chan


Capítulo 23
Capítulo 21 - Inocência.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora, mas eu estive ocupada pessoal =D, espero que gostem e ciao ciao o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/70883/chapter/23

Capítulo 21 – Inocência.

 

 

 Tudo que eu queria saber era porque elas estavam ali. Não que elas me incomodassem. Sempre tive aquela curiosidade que tomava por poucas vezes. Eu de maneira alguma consegui achar algo em comum dentre as situações onde elas apareceram. Estava ficando cada vez mais difícil raciocinar, então pousei sobre a cama e adormeci.

 

Quando acordei, era de noite, e Axel estava tentando me acordar, um pouco apressado, mais ainda com as luvas de jardinagem.

-Vamos, me ajude! Está chovendo e eu preciso tirar uma caixa que está no jardim, vamos Roxas! –Disse ao mesmo tempo em que me sacudia literalmente.

 A caixa realmente precisaria ser pesada o suficiente para que fosse necessário que ele me chamasse.

Eu levantei cambaleante, e ajudei-o a retirar a caixa da chuva. Realmente era pesada, e precisou que nós dois a carregassem.

 -O que há aqui dentro? –Disse arrastando a caixa até a sala de estar.

 -Bom, algumas coisas velhas que eu estava-Eu continuei interrompendo:

 -No jardim? –Perguntei desconfiado.

 -Era um dia ensolarado, e eu queria ver o que havia dentro. –Pausa. –Ah, vamos...

A caixa que mais parecia um baú foi solta no chão da grande sala com uma bela televisão.

Abrimos a caixa, e lá dentro parecia ter bugigangas, brinquedos velhos, fotos antigas...

 -Eu acho que nós realmente nos conhecemos antes. –Disse pegando algumas fotos aleatórias soltas na caixa.

Ele me mostrou uma foto em que estávamos um do lado do outro, ambos tomando sorvete, mas enfim, eu estava triste. Claro que éramos pequenos naquela época.

 -Mas enfim, porque diabos eu estaria triste? –Eu perguntei, já percebendo as nuvens e a luz do recém-luar. Mas infelizmente ainda estava chovendo.

 -Eu não sei. Perguntei anteriormente para minha mãe, - Pausa. Silêncio. Ninguém merecia relembrar aquilo. –Ela disse que você tinha machucado o joelho no balanço.

 -Bem...

Eu não ouvi mais nada. Acho que a palavra “mãe” desencadeou um tabu. Ele não deveria sofrer ainda mais, então nada disse. Mas eu pude perceber o sofrimento nos olhos dele, não havia mais brilho. Só em pensar que não teria com quem se abrir, abraçar, pedir perdão... A mãe dele, bem, eu não a conheci muito bem, mas parecia ser uma grande mulher, assim como o pai, um grande homem.

  Eu pensei tanto, fiquei magoado tão fácil, mas no final, percebi que eu era apenas um boneco de porcelana. Apenas dois meses, ou mais. Não estava tão longe, e afinal, foi tudo dramático e superficial. Eu não gosto de admitir o que fiz. Mas eu fiz. Se pudesse, faria tudo diferente. E em pensar que eu achava que estava sendo forte... Os pais dele morreram, e eu apenas iria ficar sem ver um amigo por dois meses ou mais. Ele não se martiriza, não chora, e, aliás, ele tenta mostrar o melhor humor possível.

É claro que aquilo durou apenas frações de segundo. Pouco depois, havia recobrado a consciência, balançado a cabeça e voltado a explorar a caixa empoeirada.

E assim passou. Outro dia veio, e assim, acordamos na linda manhã de sol. Era sexta feira, e havia escola.

Acordei um pouco mais cedo que Axel, e subi ao seu telhado. Era de mais fácil acesso que o meu.

 Olhando para o amanhecer, lembrei-me das borboletas.

Não tinha muito tempo restante. Axel iria logo acordar e teríamos que ir a escola. Mas eu queria saber o que eram aquelas borboletas.

 Logo, uma delas apareceu. Estendi a mão para ela pousar, e assim fez. Eu estava alvoroçado, mas tentei me conter.

-Mas quem são vocês? –Disse para ela pensando que ela realmente iria me responder.

Alguns segundos se passaram. E realmente ela nada disse.

-“Somos borboletas, oras.” – E como que magicamente ela respondeu.

Mas não como pensaram que fosse.

 Ela não falava, mas sentia suas palavras em minha mente. Tudo que eu pensava, ela estava vendo. Tudo que ela pensava, eu estava sentindo.

De repente, me senti em outro lugar. Um branco total, mas ainda assim, pude sentir com minhas mãos, que ainda estava no telhado. Talvez fosse minha imaginação.

“Mas que tipo de borboletas são vocês?” Perguntei, algo que não precisei falar, e sim, pensar.

“Nós somos do mais belo tipo.” Ela respondeu, me confundindo ainda mais.

“Não te confundas, somos tuas ajudantes.” Sentindo o que eu havia pensado, ela respondeu.

“Mas, eu pesquisei sobre vocês, e nada consegui.” Respondi com a maior educação possível.

“ Somos sua alma, seu espírito.”

Minha face se contraiu.

“Calma-te, irei te explicar.”

E assim fez.

“Nós somos você, seus sentimentos, sua paz interior, assim dizendo.”

“Mas, Axel também as viu, e todos meus amigos.”

“O que não quer dizer que não seja.” Pausa. “Representamos sua alegria, sua paz consigo mesmo.” Pausa novamente. “Irei te explicar.”

“Desculpe... ehr... Dona borboleta. Mas tenho escola para ir, se não se incomoda...”

“Não. Tudo bem. O tempo precisa ser cumprido, siga o seu dever.”

E num piscar de olhos, tudo voltou ao normal. Axel estava me chamando para descer e seguir até a escola.

   O dia estava normal demais. Tirando, é claro, o fato de que eu estava ficando louco o suficiente para conversar com borboletas, ou como disse, eu estava conversando com minha paz de espírito. Motivador.

 Tudo seguiu estonteante, e o intervalo havia chegado.

 -Olá Roxas-kun, Axel-kun! –Disse educada, Kairi, acompanhada de Sora e Riku.

 -Axel, Roxas! E então, qual vai ser nossa próxima aventura? –Disse como se estivesse no mundo de Pokémon. Mas eu consegui me acostumar com isso. Ventus sempre foi assim.

 -Axel, Roxas. –Saudou Riku.

Kisume apenas nos disse ‘oi’ e sentou-se ao nosso lado.

 O intervalo passou rápido assim como o resto da aula. Já estávamos chegando em casa quando Axel se deparou com um panfleto na parede.

 -Roxas. –Puxou o meu braço.

 -Hã? O que foi Axel?

Ele fixou o olhar no panfleto meio rosa. Era elegante e dizia: “Venham para o baile de fim de ano!”

 -Axel, você... Não esta pensando nisso, não é? –Disse com uma face desconfiada.

 Ele não disse nada. Apenas recolheu o panfleto e analisou-o delicadamente durante nossa volta para casa.

 -Axel, hoje vou para casa. –Eu disse em frente à dele.

 -Ah, bem... –Pausa- Ok.

Caminhei para casa, e ao contrário do que pensei, as borboletas não apareceram. Pelo que eu escutei, as borboletas eram minha paz de espírito. Mas eu estava em paz. O que há de errado? O que aconteceu?

 O dia se passou, e eu fui à academia. Voltei cansado, mas mesmo assim, tranqüilo.

Era sábado. Mas enfim, não tinha nada para fazer naquele dia.

 Após toda a burocracia que se faz quando se acorda, eu estava saindo de casa quando minha mãe me chamou.

 -Roxas. –Pausa. –Tem alguns minutos?

Sua face era de descontentamento.

 -Sim.

Nos sentamos no sofá. Ela parecia estar triste, por algo.

 -Roxas... –Disse acariciando meu cabelo... –Eu sinto falta de você, de nós, de nossa vida...

 -Mãe...

Não era invenção. Realmente, minha vida tem sido um pouco ‘agitada’ e não tive tempo pra quem me ama. Mas como uma reação automática, perguntei sobre meu pai.

 -Mas, e o papai? –Perguntei com medo da resposta.

 -Seu... Pai. –Disse deixando uma lágrima escorrer por suas bochechas. –Ele nos ama, mas infelizmente não pode estar com agente neste momento.

 -Mas o que aconteceu com ele?

 -Ele... –Uma longa pausa. Ela realmente não queria falar.

 -Por favor, mãe, ele é meu pai.

Nada foi dito. Ela apenas passava suas mãos em meu cabelo, me abraçando, como se estivesse com medo de algo. Minha mãe estava escondendo algo.

 -Mãe... Não me diga que ele...

 -Não, ele não morreu. –Disse sem foco. –Ele, você sabe, aquele trabalho... Eu nunca gostei que ele fosse servir o país.

 -Meu pai é corajoso, nada vai acontecer com ele. –Acariciei seu cabelo também, me mantendo abraçado.

 -Roxas, você nunca viu seu pai, não é mesmo?

 -Não. Mas eu sei que ele é um homem corajoso, e que certamente vai voltar para casa com  toda glória. Afinal, ele é meu pai.

 -Entendo...

E assim minha mãe voltou à cozinha, e eu saí de casa. Eu estava levando algumas coisas a mais para a casa de Axel.

 -Axel... –Disse abrindo a porta de sua casa.

Quando abri, me dei de cara com aquele ruivo maluco dançando sozinho no meio da sala de estar.

 -Mas o que diabos está havendo aqui?

Quando ele me viu, a cor vermelha subiu o seu rosto rapidamente.

 -R-roxas! O que faz aqui?!?!

 -Queria trazer algumas coisas a mais, mas vejo que está ocupado.

Como que uma reação automática, eu fechei a porta da casa dele, ficando do lado de fora, segurando de qualquer maneira a maçaneta para que ele não abrisse a porta.

 -Mas o que diabos você está fazendo? –Axel perguntou-me.

 -Eu que pergunto! –Ainda segurando a maçaneta, que parecia estar sendo puxada.

 -Eu só estava...

 -Dançando no meio da sala de estar! Mas o que acha que está fazendo? –Me senti um pouco envergonhado na hora, não sei por quê.

 -Bem... Deixe-me explicar! –Ele parecia suplicar, e a porta não estava mais sendo puxada.

 -Pense em uma desculpa até de noite. Eu voltarei.

E assim fez. Desde que estive pesquisando sobre as borboletas ele tem estado meio estranho... Primeiro com o panfleto, agora com isso...

 Aliás, as borboletas, ela nunca mais me explicaram nada, e eu parecia tão confuso sobre isso... E tudo, tudo parecia ser uma montanha-russa. Primeiro, as coisas se acertam, e depois decaem novamente. Parecia ser um vício.

Eu não sabia o que fazer com a situação de minha mãe. Ela estava “carente” de carinho, tal como nós –filhos- esquecemos disso.

 Gostaria de fazer algo, mas não sabia o que pensar. E ainda teria a incerteza de Sora, e a estranha situação de Axel. Mas eu precisava concertar tudo aquilo. Eu precisava.

Pesquisar sobre ele... Para trazer felicidade à minha mãe. E realmente descobrir quem ele era. Eu pesquisava algo na internet, mas nada de sucesso. Realmente, minha mãe escondia algo. E eu não sei o que era. Andei vasculhando algumas coisas velhas. Minha mãe ainda devia guardas as roupas dele, e deveria ter algo dentro. Dentro de seu guarda-roupa, encontrei um velho casaco de inverno dele. Estava bem escondido, fazia anos que ele foi embora. Dei uma olhada nos bolsos e achei um papel.

 “Comandante Hashigawa salva pessoas do grande desastre de Tókio.”

 Não tive expressões ao ler aquilo. Meu pai era um herói? Mas porque diabos minha mãe não queria falar isso? Eu ficaria muito feliz ao saber que meu pai salvou várias pessoas!

Desci as escadas, e andei até a cozinha com o papel em mãos. Cheguei em minha mãe e a reação dela foi de assustada.

  -Roxas! Onde conseguiu isso meu filho? –Ela disse surpresa, realmente parecendo que não havia visto ainda.

    -Achei no casaco velho do papai que estava em seu guarda-roupa!

Sua expressão mudou.

  -O que o senhor estava fazendo mexendo no meu guarda-roupa?

  -Isso não... –Logo me deparei com algo escrito atrás do pedaço de jornal. –Mas o que é isso?

 “Roxas, Sora e minha querida amada.

 

     Se vocês estão lendo isso, quer dizer que não estou convivendo com vocês. A força de defesa de Tókio é algo integral, além de que servimos para prevenir terremotos e desastres. Desculpe, me desculpe por tudo que os fiz passar. Eu sei que vocês provavelmente estão com, raiva de mim, mas eu aceito. Férias? Sim, a defesa de Tókio possui poucos soldados, e por isso não possuímos férias. As coisas aqui estão decadentes, e não sei quando poderei voltar.

 

 

Mas uma vez, Desculpe, de seu pai, Comandante Hashigawa, ou, Takeshi Hashigawa.”

 

 Eu não pude conter. Aquela altura da leitura, Sora já havia se juntado à nós, e não nos contemos em chorar. Aquilo realmente poderia ter sido um adeus. Em algumas partes do bilhete, tive medo do que ele iria falar.

Mas...

 Ele voltará?

.

.

.

Ninguém sabe.

 Mas não posso me depender disso e chorar prantos para que ele volte. Eu mudei, e esse Roxas realmente sente falta do pai. Mas a vida dele não mudará por causa disso.

 -Roxas... –Sora disse ainda triste.

 -Sim?

 -Você está sabendo do festival de fim de ano que vai ter?

Nesse momento um estalo surgiu.

 Axel hipnotizado em um panfleto. Axel dançando no meio da sala de estar. A única coisa que consegui dizer era: “EEEEEHHHH?!?!?!?”

 A risada surgiu de Sora que não se conteve em dizer que iria com Kairi.

Levei-o para um canto da sala e perguntei:

-Ah, então você se decidiu? –Eu disse com um sorriso na boca.

-Bem... –O olhar dele encontrava o chão da sala. -Eu não sei o que sinto... Mas se eu demorar posso acabar sozinho.

Não respondi. Mas porque então ele está escolhendo alguém que seu coração não mandou?

Mas o que diabos Sora esta  fazendo? Ele não admite dizer que...

-SORA! –Peguei seu rosto em mãos e fitei-o profundamente.

Ele se assustou.

-Você está feliz, Sora?

-E-e-eu... Estou... –Ele desviava o olhar, enganando a si mesmo.

-Sora... –Uma lágrima sai de meu rosto. –Porque você não consegue admitir que! –Ele me interrompeu.

-Não se meta, Roxas! Kairi está feliz, então eu estou feliz! Riku é meu amigo! Apenas isso, entenda! –E então deu um tapa em meus braços que o fizeram tirar de seu rosto.

Estranho. Era o que estava. Sora não aceitava que... E Kisume que iria embora... E meu pai que nunca vi antes... E Axel também... Era tudo muito estranho. Mas ainda sim, precisava resolver tudo isso.

  Caminhei até a casa de Axel, e quando cheguei em frente, a porta da entrada estava aberta. Entrei na sala, olhando o que havia acontecido ali, e vi Axel sentado olhando para o panfleto.

-Axel...?

Ele se virou.

-Você está bem? O que houve?

E então seu olhar voltou ao pedaço de papel.

-Ah, nada... Estou meio que nervoso... –E olhou para a sala de estar totalmente bagunçada. Havia coisas quebradas no chão, algumas coisas penduradas no corrimão da escada e várias migalhas de comida espalhadas pela sala.

-Mas o que houve nesta sala? –Me aproximei e sentei ao seu lado.

-Sabe... Não gosto de falar sobre a minha vida para ninguém... Então de vez em quando descarrego minhas ‘energias’. –De maneira alguma ele conseguia me fitar.

-Entendo... Você é muito diferente de mim. Eu sou um livro aberto do qual é fácil de se manipular, e que de alguma maneira, eu não me sentia feliz contando para alguém.

-... –Ele não respondeu.

-Há quanto tempo não descarrega suas ‘energias’?

-Há quase cinco anos. Alguns dizem que tenho algum problema, mas eu realmente acho que todo ser humano é assim. Naquela época, eu brigava muito com meus pais, mas nem sabia a importância deles direito. Eu sempre estou sorrindo, sempre debochando, sempre esboçando tranqüilidade e felicidade... Mas toda minha angústia e dor, eu descarrego assim.

Então ele tinha seu ponto fraco. Ele também se sentia triste. Ele também sofria a dor de perder alguém. Ele sofria a ausência de alguém. Ele sofria, assim como eu, em diversas ocasiões... Enfim, ele realmente é humano.

Olhei para o chão, a fim de esperar que algo acontecesse. Ou que eu teria alguma idéia de fazê-lo parar de se sentir assim.

Quando me deparei, Axel havia me jogado no chão, e ficou sobre mim.

-E o que acha disso? –Esboçou seu sorriso de deboche.

Era uma situação vergonhosa. Eu estava em baixo, sem nenhuma maneira de escapar, sendo que ele ficou parado observando meu pânico.

E logo sua risada ecoou e voltou-se a sentar deixando-me ‘livre’ dele.

-Mas do que diabos você sofre? Você é louco? –Fiquei revoltado, pois com toda aquela raiva que ele estava, fiquei com medo do que poderia me acontecer.

 E assim a tarde passou. Eu e Axel arrumamos aquela sala, e enfim, voltei para casa.

Era a última semana de aula.

 O fim de semana havia passado rapidamente, e os dias da semana haviam voado também. Era sexta-feira e aquela cerimônia que sempre acontece finalmente se deu por acontecer.

Assinamos cadernos, fizemos lanche comunitário, sorrimos, aproveitamos bem.

Foi um lindo dia, e no próximo, tudo seria diferente.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que vocês devem estar pensando que coisa de borboleta mais WTF né? Calma, as coisas irão se revelar no próximo capítulo que estou fazendo neste exato momentito, ok's? Beijos e ciao ciao o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Roxas Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.