Outside Plans escrita por Sany


Capítulo 13
Capitulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Olha quem apareceu, sim eu não desisti da fic. E não tenho como explicar a demora, na verdade eu até tenho, mas levaria muito tempo. Resumidamente meu tempo livre esta cada vez menor ai já viu...
Jotaka2000 e Jessi vocês não tem ideia do quando fiquei feliz com as recomendações eu adorei e esse capitulo é dedicado a vocês.



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Sempre acreditei que as férias eram o período mais complicado quando se tem crianças por perto. Prim costumava dizer que mantê-los ocupados nesse período era sempre trabalhoso, então acreditei que a volta as aulas seria um alivio, que o fato de que eles estarem na escola me renderia um período vago e uma redução considerável nas tarefas. Ledo engano. Talvez pelos acontecimentos e pelo luto, o fim do verão foi fácil, triste mais fácil de gerir, entretanto setembro foi um mês mais tumultuado do que poderia imaginar, afinal além do colégio, os três tinham cada um suas atividades extracurriculares  –  cada um em um dia e horário diferente  -, os deveres de casa e eles estavam começando a voltar a interagir fora de casa. Isso e o fato de que estava em busca de um emprego deixavam as coisas complicadas e mesmo com minha organização e planejamento, muitas vezes  –  para não dizer sempre – não era suficiente. Sempre havia algo fora do lugar, sempre algo a fazer.

                Detestava admitir, mas por sorte Peeta tinha um horário flexível e vinha ajudando muito, principalmente quando tinha alguma entrevista fora da cidade, ainda sim estava exausta.

— Tenho uma entrevista em Green Bay. Você pode buscar as crianças na escola hoje?

— Green Bay? – Ele olhou desconfiado enquanto terminava de arrumar o lanche das crianças.

— É em um jornal, eles ligaram ontem. Pareciam realmente interessados no meu currículo. – Não havia gostado deles terem ligado de última hora, ainda sim parecia uma excelente oportunidade.

— Você sabe que daqui até lá dependendo do horário pode levar mais de duas horas, não sabe?

— Sim eu sei, mas dependendo do horário leva apenas uma hora de carro.

— Em um domingo, ou de madrugada talvez. Não acha que o mais viável seria um emprego na cidade? O site de notícias da cidade não tinha mostrado interesse no seu currículo?

— É um site Peeta, não vou de editora para colunista em um site de notícias, onde os acontecimentos são monótonos.

— São as notícias da cidade em que você vive agora.

— Você pode busca-los ou não?

— Posso.

— Ótimo, obrigada e não esquece que a Lily tem...

— Ballet e Rose aula de piano. Eu sei e está no quadro. - Não que tivesse o que reclamar em relação a parte dele em relação às crianças. O loiro ajudava com a rotina e a organização da casa o tempo todo. Ainda sim, meu lado organizador tinha providenciado uma forma de organizar a rotina para que nada saísse errado então havia comprado um quadro e organizado os horários por dia, afinal em todos os livros que li sobre crianças, organizar uma rotina era fundamental.  – Vamos galerinha, ninguém vai se atrasar hoje  – ele avisou indo em direção ao cômodo ao lado, onde os três estavam tomando café.

— Certo. Melhor eu começar a me arrumar. – Me despedi dos três e fui me aprontar, em menos de uma hora estava a caminho de Green Bay. Não que fosse uma vaga dos sonhos, entretanto era um trabalho e sem dúvida precisava de um, antes que enlouquecesse. O trânsito não estava dos melhores, mesmo assim, cheguei com alguns minutos de sobra.

A redação era pequena, e pude ter um vislumbre da minha antiga vida. Era deprimente pensar em "antiga vida" levando em conta que estava há menos de dois meses sem trabalhar. Havia mais uma candidata e nos sentamos em uma recepção onde esperamos por quase uma hora, antes de nos levarem a uma sala onde falaram sobre o jornal e os princípios do lugar.

— Katniss Everdeen, estou realmente impressionado com seu currículo. Ótimas notas e indicações consideráveis de seus professores, sem contar os cinco anos na Chicago Entertainment. Vejo que saiu de lá como editora.

— Sim, da sessão de lazer.

— Muito bom, isso antes dos 30 anos, admito que é um currículo chamativo entre os demais. – Sorri. – Mas algo me intriga. Por que deixar um cargo considerável, sem uma proposta melhor? Houve algum incidente pessoal na empresa, algo que a desagradou?

— Não, eu realmente gostava muito de trabalhar na Chicago Entertainment, mas precisei sair de Chicago e atualmente estou morando em Twelve Valley. Por isso precisei sair.

— Twelve Valley. – Ele fez uma anotação. – Não é um lugar que apresenta muitas oportunidades na sua área. Desculpe a intromissão estou tentando entender.

— Realmente não é. Minha irmã faleceu e estou cuidando dos meus sobrinhos e Chicago não era viável.

— Green Bay é viável?

— Sim, é consideravelmente próximo.

— Certo, fale mais sobre você... – Passamos mais meia hora conversando, antes dele encerrar a entrevista e ficar de ligar com a resposta. Mas no fundo, eu sabia que não havia conseguido a vaga, pelo olhar e atitudes sabia que receberia um não.

O trânsito na volta para cidade estava terrível, e quando enfim estacionei em frente ao prédio já era noite. Assim que entrei encontrei os quatro, no que anteriormente era uma cozinha, mas que agora era uma verdadeira bagunça e levei minha mão até a têmpora.

— Nossa! O que estão fazendo? – Tentei soar casual, mas sem dúvida meu olhar me entregou.

— Pasta.  – Lily respondeu prontamente. – Com molho à lá Merllark, receita do vovô, ou é da bisa? – ela perguntou ao loiro que estava com um avental branco ligeiramente manchado de molho.

— Não tenho certeza de onde vem essa receita querida, mas passa de Mellark para Mellark, há muito tempo.

— Acho que você vai gostar tia, todo mundo ajudou. Até o Tony. – Ela diminuiu a voz como quem conta um segredo. – Ele lavou os tomates.

— Não tenho dúvida, mas antes do jantar é bom vocês lavarem as mãos, os três vamos – indiquei o corredor e o primeiro a ir na direção indicada foi o Tony.  – Um furacão passou por aqui? Olha essa cozinha!

— Vou limpar depois, não pira.

— Não estou pirando, mas olha essa bagunça – apontei para o local com as mãos e vi quando ele revirou os olhos. - Eles já fizeram a lição?

— Hoje é sexta-feira, eles podem fazer amanhã ou depois.

— Mas teria sido melhor se fizessem hoje, se seguissem a rotina que montei. Agora, durante o final de semana eles podem querer ir brincar, ou ver TV e terei que ser a megera que diz que eles têm lição para fazer.

— Eles sabem que tem lição e que tem que fazer, não dramatiza, Katniss.

— Não é drama, mas o quadro está na parede para ser seguido.  – Antes que ele falasse algo, a campainha tocou e fui em direção a porta, e assim que abri vi uma mulher por volta dos quarenta anos, os cabelos loiros platinados e um sorriso enorme.

— Boa noite, você é Katniss Everdeen?

— Sim, e você é?

— Effie Trinket, assistente social. – Ela estendeu a mão e sorri ligeiramente sem graça. – O processo requer algumas visitas marcadas, ou não.

— Claro. Entre, por favor. – Ela entrou no momento em que Peeta apareceu na sala. – Peeta essa é Effie Trinket, assistente social. – Ele pareceu surpreso por um momento, ainda assim sorriu se apresentando em seguida.

— Vejo que estava cozinhando, senhor Mellark.

— Pois é, as crianças e eu andamos aprontando um pouco na cozinha – comentou tirando o avental.

— Eu adoraria conhece-las – chamamos os três e aparentemente ela estava ciente da situação do Tony, já que sorriu pra ele com compreensão e não estranhou o aceno que o mesmo deu com a cabeça no lugar do comprimento. – Não tinha a intenção de atrapalhar o jantar de vocês, iria vir mais cedo, mas tive um contratempo.

— Não atrapalha, está convidada para nos acompanhar.

— Agradeço o convite, mas é uma visita rápida, será que posso conhecer a casa? – Effie olhou atentamente cada cômodo e a única coisa que pensava era que a casa não estava apta para uma analise naquele momento.  – Então vocês ajudaram a fazer o jantar hoje? – ela perguntou as crianças enquanto olhava a cozinha.

— Sim, fizemos o molho da família. Passa de generazione per generazione.

— Uau, então você fala italiano?

— Um poco. Tia Perla e o tio Peeta falam mais.

— Moramos um tempo na Itália, meu pai era de lá.

— Interessante e você, Rose? Fala italiano?

— Sim, nós três entendemos algumas coisas.

— Um segundo idioma é muito bom. Ainda tem parentes na Itália?

— Um tio e alguns primos, mas não temos muito contato.

— Entendo, podemos conversar em particular por um momento? 

— Claro. Rose leva seus irmãos para brincarem no quarto, por favor. - Os três seguiram em silêncio e nos sentamos no sofá da sala.

— Quero ouvir um pouco sobre vocês. Conhece-los um pouco. O que fazem, se sabiam sobre a escolha para serem os responsáveis pelas crianças. 

— Bom... Me formei em jornalismo e trabalhava como uma das editoras da Chicago Entertainment, e nesse momento estou procurando algo próximo. Meu trabalho tinha uma carga horária intensa e ir e vir de Chicago todos os dias não seria viável. Não sabia da escolha da minha irmã.

— Peeta?

— Tenho meu próprio negócio. A Fratelli, é uma pequena padaria que fica aqui na esquina do prédio e também não sabia.

— Acredito que tenham ficado surpresos com a decisão. Pelo que soube, há uma tia casada que parecia a escolha mais cogitada.

— Sim, minha irmã Perla. A princípio achamos que ela ficaria com eles.

— Sabem, se ela em algum momento se opôs à ideia de criar os sobrinhos?

— Não, minha irmã teria ficado responsável por eles sem dúvida, se eles não tivessem deixado escrita a vontade de deixa-los conosco.

— E vocês já pensaram nessa possibilidade? De deixar os três com a outra tia? – Nos olhamos por um momento sem saber ao certo o que dizer.

— Estaria mentindo se dissesse que não. – Comecei tentando ser o mais sincera possível. – Mas de alguma forma, Prim queria que fosse de outro jeito. Ela me escolheu e não sei o porquê, mas escolheu então...

— Entendo... Como se veem daqui a 5 anos? - Involuntariamente a pergunta me faz rir, atraindo a atenção dos dois em minha direção. - Algum problema? 

— Não. Desculpe-me, é que se me fizesse essa pergunta há alguns meses seria mais fácil de responder. 

— Você tinha um plano de 5 anos?

— Completo. 

— E agora? 

— Não faço ideia.

— E você senhor Mellark, também tinha um plano de 5 anos? 

— Não, não faço o tipo que planeja tanto assim. 

— Entendo, então posso concluir que o belo e metódico quadro que vi foi feito por você, Katniss - concordei com a cabeça. - Muito organizado, mas aparentemente não é seguido a risca pelo Peeta. - Ele não disse nada e me mantive em silêncio.

— Soube que vocês não são namorados, mas estão namorando outras pessoas?

— Não – respondemos juntos.

— Vou ser sincera. Essa situação me preocupa. São muitos acasos, espaços em branco para o futuro. Se um dos dois conhecer alguém o que vão fazer? Dividir a guarda, quem fica com eles nessa situação? Vocês são duas pessoas solteiras que aparentemente são bem diferentes.

— Estamos pensando em um dia de cada vez.

— E entendo isso. Olha, vocês parecem ser boas pessoas e provavelmente estão tendo um dos piores períodos da vida de vocês. Mas por mais que os irmãos de vocês tenham decidido que de alguma forma vocês conseguiram e que eram a melhor escolha eu não tenho certeza disso. E meu trabalho é saber se Luca e Pri, estavam errados, ou não.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso, conhecemos a assistente social e também deu para ver um pouquinho da convivência deles, espero que vocês tenham gostado. Como estamos prestes a completar 1 ano de fic a ideia é postar pelo menos mais um capitulo durante o final de semana. Então eu espero que tudo de certo e consiga voltar até domingo.
Desculpem a demora não é intencional ou por maldade juro, eu li todos os comentários e adorei cada um, e vou respondendo durante o final de semana.
Beijos