Outside Plans escrita por Sany


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite... Acho que vocês já sabem que não consigo guardar capítulos e no caso não consegui guardar esse projeto. Ele já esta na minha cabeça a um tempo e vai substituir In Love With My Best Friend que esta na reta final.



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Minha mãe nunca acreditou em planos, ela costumava dizer que a maioria das coisas não saem da forma que foi planejada, na verdade ela sempre usou a própria vida como base dessa teoria. Isso porque a maioria dos planos que fez ao longo dos anos não saiu como planejado. Nascida no Brooklyn, desde pequena sonhava em viajar o mundo e com esse sonho em mente ela decidiu que seria aeromoça e planejou tudo para chegar a isso. E, no inicio as coisas estavam dando certo e aos vinte anos conseguiu um emprego em uma companhia aérea pequena de voos domésticos, ela nunca foi de falar muito sobre o assunto, mas pelo que sei meus avós não deram muito apoio e ela acabou deixando a casa deles brigada.

Mesmo em meio aos problemas familiares ela viajou por alguns estados e adorava o que fazia, foi então que conheceu meu pai, um piloto de outra companhia e fosse o destino, ou qualquer outra coisa, mas eles se encontravam constantemente e logo iniciaram o que minha mãe achou que seria o romance do século, afinal tudo indicava que eram perfeitos um para o outro. Ambos tinham uma carreira que exigia viagens constantes e isso permitia uma melhor compreensão de ambos, bom isso até ela se ver grávida.

Acho que na época ela pensou que a gravidez fosse apenas um pequeno contratempo nos planos, ainda sim, meu pai a pediu em casamento e sete meses depois da pequena cerimonia eu nasci. E, isso nitidamente era mais do que um pequeno contratempo nos planos dela, mas nada comparado a surpresa que teve três meses após meu nascimento. Definitivamente estar grávida do segundo filho em um intervalo tão pequeno não estava nos planos e isso sem dúvida mudou tudo que ela planejou.

É quase impossível manter uma carreira que exige viagens constantes com duas filhas em casa, ainda mais quando não se tem nenhum familiar pra ajudar e seu marido viaja mais do que você. Então, ao invés de aeromoça minha mãe passou os próximos anos trabalhando como recepcionista em uma agência de viagens próximo a casa que meu pai herdou em Twelve Valley* uma pequena cidade as margens lago Winnebago próximo a Oshkosh no estado de Wisconsin. Com cerca de 8.000 habitantes.

E esse não foi o único plano que saiu errado, com meu pai passando a maior parte do mês fora de casa qualquer tipo de planejamento seja uma viagem, ou um passeio em família era quase sempre impossível de ser planejado com antecedência. A maior parte da minha infância não foi muito planejada ainda mais quando eles se separaram. Eu tinha 12 anos e confesso que já estava acostumada com as brigas constantes de ambos. Verdade seja dita, minha mãe nunca conseguiu esconder o rancor que sentia toda vez que meu pai chegava de viagem, ainda mais depois que ele passou a trabalhar em voos internacionais. Ele estava fazendo aquilo que ela tanto sonhou em fazer, então a separação não foi algo que, posso dizer que lamentei. Embora tenha passado a ver bem menos meu pai depois disso.

Prim costuma dizer que devido ao passado de nossa mãe eu me tornei obcecada por planos e não considero que ela esteja errada. Algumas pessoas pensam em um plano de cinco anos, eu por outro lado aos catorze anos fiz um plano de quinze anos e venho seguindo ele a risca, afinal a coisa que mais quero desde que entramos nessa fase pós divórcio da minha mãe é sair de Twelve Valley, entrar para uma universidade longe daqui e me formar com as melhores notas em jornalismo e conseguir um emprego em um jornal, ou revista em outro lugar, o mais longe possível de Wisconsin. Além de comprar meu próprio apartamento. Alguns podem considerar um plano longo demais eu considerava apenas um plano bem elaborado e foi por isso que nos últimos quatro anos o segui à risca. Mantendo minhas notas impecáveis e economizando quase todo dinheiro que consigo entre mesadas do meu pai e meus trabalhos de meio período, ou de verão e graças a isso estou a duas semanas de iniciar meu primeiro semestre com bolsa integral na Loyola University em Chicago.

— Eu estou tão feliz por você. – minha irmã sorriu sentada na minha cama com as pernas cruzadas estilo oriental enquanto eu verificava se tinha colocado tudo na mala – Eu vou sentir sua falta.

— Eu também vou sentir sua falta. – se existe algo bom em meio aos planos maus sucedidos da minha mãe é essa mínima diferença de idade entre Prim e eu, nós crescemos juntas e somos realmente próximas mesmo sendo tão diferentes uma da outra – Mas é por pouco tempo, no fim do próximo verão você vai me encontrar lá e vamos estudar na mesma universidade.

— Katniss você sabe que isso pode não acontecer, não é?

Em meio aos meus próprios planos havia feito alguns para Prim e queria muito que ela fosse para Loyola também. Embora não fosse tão ligada aos estudos como eu, Prim era muito inteligente e sabia que podia conseguir uma bolsa em alguma universidade de Chicago ou até mesmo em outro estado.

— Conversamos sobre isso Prim, e se você achar que não vai conseguir com suas notas, pode tentar uma bolsa como líder de torcida. Vamos lá, para alguma coisa todas aquelas horas de treino e todos aqueles jogos precisam servir.

— Não fale mal da torcida. – ela disse séria, mas sorriu em seguida.

Uma das nossas maiores diferenças estava dentro das paredes do colégio. Enquanto eu fazia o estilo nerd com poucos amigos e sempre na biblioteca, ou em atividades como o grupo de debate, o jornal da escola, ou o clube do livro Prim fazia o estilo popular rodeada por amigos, fazia parte da torcida desde que era caloura. Era representante de turma e estava envolvida em eventos escolares como organização de passeios e viagens. Fazia ballet nas horas vagas e tinha muita facilidade em lidar com pessoas.

— Eu queria poder esperar você para começarmos a universidade juntas, mas não sei se conseguiria a bolsa para o próximo ano.

— Eu sei Katniss e está tudo bem. Você irá e será a melhor jornalista que esse país já viu. Não se preocupe comigo vou ficar bem. – ela sorriu, mas eu sabia que havia algo errado. Nos últimos dias ela vinha evitando olhar em meus olhos e não estava tão falante como de costume, assim como não falava mais dos planos de ir para Chicago.

— Você pode me ligar quando quiser e talvez ir me ver nas férias de inverno. – eu precisava ter certeza de que ela ficaria bem, sabia o quanto nossa mãe era difícil e que com a minha partida ela acabaria descontando sua frustação nela.

— Vamos ver, se o papai não vier visitar no natal. – três meses atrás ele tinha prometido vir no aniversário dela, mas como era esperado não veio prometendo passar aqui para vê-la no natal.

— Ou você pode ir e ele nos visita lá. Sei que vai ser bem melhor sem todo o clima dele com a mãe.

— Vamos ver. – estava prestes a perguntar o que ela tinha de fato, quando o celular dela tocou – Oi Peeta ... – ela saiu do quarto em direção ao estreito corredor e desviei minha atenção para o que estava fazendo tentando não ouvir o que os dois conversavam, o Mellark como sempre atrapalhando as coisas – Não você deve ir, parece uma boa oportunidade não é certo perder. – ela fez uma pausa provavelmente ouvindo algo que ele dizia do outro lado da linha - Eu vou ficar bem prometo nos falamos mais tarde. – eles se despediram antes dela desligar e voltar ao pequeno cômodo que ocupei durante toda minha vida.

— Esta tudo bem?

— Esta sim, Peeta conseguiu uma reunião com o gerente do banco para amanhã, ele está tentando conseguir um empréstimo.

— Financiamento estudantil? Está meio em cima para isso não acha? – embora fosse o melhor amigo da minha irmã, Peeta Mellark havia se formado na mesma turma que eu no início do verão.

— Não é isso. Na verdade ele não tem planos de ir para a universidade agora.

— Isso não me surpreende, ele só sabia ficar lançando bola durante o colégio.

— Katniss! – vi o olhar dela de repreensão.

— Desculpa, não está mais aqui quem falou. – outra nítida diferença entre nós era a opinião sobre o italiano falsificado, enquanto eu evitava tê-lo por perto minha irmã vivia próxima ao loiro desde que éramos crianças.

— Ele tem outros planos para o futuro que aliás são muito bons, mesmo não incluindo alguns anos na universidade.

— Não está mais aqui quem falou. – fechei minha última mala e a coloquei no chão junto com as outras me sentando ao lado dela em seguida – O que está acontecendo Prim?

— Nada.

— Quer parar de mentir pra mim. Você não vai me deixar partir amanhã cedo pensando no que está acontecendo com você, vai? – ela suspirou e por fim olhou em meus olhos, foi então que vi um brilho de lágrimas em meio ao azul dos olhos dela, me preparei para algo sério, mas por mais que eu tenha tentado, jamais estaria preparada para as palavras que ela disse em seguida.

— Eu estou grávida.

 

*Twelve Valley é uma cidade fictícia.


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Notas finais do capítulo

Bom estou bem animada com esse projeto, pela primeira vez na categoria Jogos Vorazes não vou utilizar Panem e os Distritos. Estou tentando sair da minha zona de conforto por assim dizer.
Quero agradecer a Bel, que muito gentilmente ouviu sobre a ideia e vai me ajudar com a revisão dos capítulos.
Espero que vocês tenham gostado desse inicio, não se esqueçam de dizer o que acharam.
Beijos