Parallel escrita por Escrever Sonhar Viver


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Desculpem a demora, estou ficando meio louca trabalhando e estudando ao mesmo tempo, uma correria horrorosa, sem contar a semana de provas. Mas vamos ao que importa. Espero que curtam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708588/chapter/3

A grifinória abriu os olhos, seu coração estava disparado, e viu uma garota toda tatuada e cheia de piercings a observar contrariada. Um dos lados da cabeça da menina era raspado e no outro ela tinha os cabelos pintados de roxo. A jovem parecia ter aproximadamente 20 anos.

— Bom dia senhorita. Sabe falar inglês? –Boris estendeu a mão para a garota, que não mexeu um músculo.

— É claro que sei! Vocês me acordaram antes do meio dia e isso não me deixa nem um pouco feliz. Eu estou de ressaca e minha casa está cheia de pessoas bêbadas dormindo em todos os cantos. O que querem?

— Er... como você se chama? –Hermione falou, enquanto esticava o pescoço somente para confirmar que a casa realmente estava lotada de jovens dormindo.

— O nome dela é Stéphka. –Um rapaz alto e ainda mais tatuado e cheio de piercings do que a garota surgiu à porta. Sua voz era grossa e poderia ser classificada como assustadora, e sua expressão não era das melhores.- O que querem com ela?

Boris hesitou, claramente assustado com o tamanho do homem. O contraste era visível, já que o garoto era alto e magro e o outro também alto, porém uma pilha de músculos. Hermione, já mais encorajada, se pôs à frente do amigo e falou:

— Queremos saber se Viktor Krum mora aqui.

— Não. Quem mora aqui somos nós. Passar bem. –O rapaz assustador falou, fechando a porta. Mas Stéphka o impediu.

— Krum? Aquele cara estranho que sempre estava com uma vassoura na mão? Ele tinha umas mil vassouras em casa, cara! Que pessoa em sã consciência guarda tantas vassouras?

— Então ele morava mesmo aqui?            

— Sim. Eu morava no andar de baixo e ele aqui na cobertura. Eu ouvia barulhos o dia inteiro, parecia que ele estava sempre jogando algum tipo de bola na parede.

Hermione riu. Provavelmente Viktor treinava o dia todo em casa.

— Mas ele se mudou a mais de um ano e eu decidi vir para este andar. É bem maior aqui.

— E você por acaso sabe para onde ele foi?

— Ele deixou um endereço comigo, caso alguém procurasse por ele aqui. –Stéphka falou, porém continuou encostada na porta.

— Pode me dar o endereço?

— Só se vocês me derem dinheiro.

— O quê? –A grifinória perguntou, indignada.

— Meu pai é rico e me dá dinheiro, mas só o suficiente para pagar comida e o aluguel desta cobertura, que é muito caro. Eu estou sem grana para minhas bebidas e o único jeito de arranjar dinheiro fácil é aqui e agora com dois idiotas feito vocês. E então, vão aceitar?

— Claro que sim! Quanto quer?

— Cem leva. –A garota estranha disse, como se isso não fosse nada. Hermione a olhava incrédula, juntamente com Boris.- O quê? Acha muito dinheiro? Você tem cara de rica!

Ela tinha razão, Hermione conseguira muito dinheiro desde que começara a trabalhar como medi-bruxa. Mas não pagaria isso tudo somente para uma delinquente juvenil se divertir. A não ser que isso a levasse até Krum, e Stéphka parecia irredutível quanto ao valor. Depois de alguns minutos pensando, Hermione se deu por vencida e pagou a quantia à garota, sob os protestos de Boris. Stéphka entrou no apartamento sorridente e voltou logo depois com um papel em mãos.

— Aqui. Pode olhar, está tudo aí.

Com um movimento rápido Hermione pegou o papel das mãos da garota e se agarrou a ele. O endereço era de uma fazenda na zona rural da capital, e se dependesse da mulher eles iriam até lá no mesmo dia.

Hermione e Boris já se encaminhavam ao elevador decidindo que iriam à fazenda naquela tarde quando ouviram a garota falar da porta em um tom cínico, enquanto balançava o dinheiro de Hermione na altura da cabeça:

— Foi um prazer fazer negócio com vocês, idiotas.

Já no carro, a decepção de Hermione por não ter encontrado Viktor era evidente. Mas ela já sabia que não o acharia logo de cara. Boris a olhou consolador antes de arrancar o carro e disse com convicção:

— Ei, não fique triste. Você vai encontra-lo e eu sei disso. Você sempre soube que não seria fácil e mesmo assim veio da Inglaterra até a Bulgária atrás desse cara. Eu sinto que você vai conseguir. Só não desanime.

— Obrigada mais uma vez Boris. –Hermione sorriu e logo voltou a olhar para a janela, observando a linda paisagem.

~#~

 “Viktor abriu a porta da casa e, assim que o viu, Hermione praticamente pulou em cima dele, em um abraço que demonstrava a falta que ela sentira do búlgaro. A mulher apertava p pescoço dele com todas as suas forças, quase sufocando-o enquanto molhava a camiseta do homem de lágrimas.

— Amor? –uma mulher loira e alta, com uma beleza incomparável e estonteante surgiu no alto de escada. Uma Veela. Ela fechou a expressão no momento em que viu Hermione agarrada a Viktor.- Quem é essa?

— Karoline! Esta é Hermione, uma antiga colega, da época do torneio tribuxo.

Hermione mirou Viktor desnorteada. Colega? Vagarosamente, ela soltou os braços do pescoço dele e colocou os pés no chão. A grifinória sentiu um puxão em sua saia e se virou, encontrando uma garotinha loira, tão bela quanto a mulher na escada, ou talvez mais.

— O que você estava fazendo em cima do papai, moça? –A menina perguntou, com sua linda voz rouca.

— P-pa-papai? –Hermione gaguejou, e assistiu enquanto Viktor seguia até a loira da escada e a abraçava pela cintura, dando um selinho na mesma e, com o movimento das mãos dele, Hermione logo notou a aliança. Então tudo ficou claro. E a única coisa que Hermione conseguia pensar em fazer era correr. E chorar. Derramou um mar de lágrimas enquanto pegava a estrada de chão a pé e corria como nunca. Ela não diminuiu a velocidade até tropeçar em uma pedra e de repente se sentiu ser sugada para um enorme buraco preto no chão.”

Hermione pulou no banco do carro, sobressaltada. Seus olhos estavam arregalados e ela respirava com dificuldade. A mão direita segurava com força o apoio da porta e a esquerda apertava o tecido acolchoado do banco, deixando os nós dos dedos brancos.

— Mione?

A grifinória não respondeu. Estava concentrada demais na imagem de Viktor beijando outra mulher, na aliança que brilhava na mão esquerda do amor de sua vida. E aquela aliança não era porque ele estava casado com ela.

— Foi só um sonho.

Boris assentiu, preocupado. Durante todo o resto do caminho, Hermione repetiu essa mesma frase em sua cabeça, enquanto apertava os olhos e tentava apagar as imagens, que insistiam em lhe assombrar.

Depois de aproximadamente meia hora em total silêncio, Hermione se pegou rindo de si mesma. Ela se virou para Boris, que estava completamente atento ao trânsito, e sorriu.

— Sabe, eu costumava ser mais inteligente. –Boris a olhou surpreso e incrédulo.

— Do que está falando, Mione? Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço, provavelmente a mais inteligente do mundo bruxo! Depois de Dumbledore, claro.

— É só que... você já percebeu o quão estúpido é o que estou fazendo? Quer dizer, correndo atrás de um cara que vi pela última vez há oito anos atrás, o qual pode estar casado, ter se mudado para a Antártica ou nem se lembrar mais de mim.

— Não é estúpido. É amor.

— Eu sempre ouvi a lógica. O meu cérebro dizia o que era certo e eu fazia. Acho que por isso perdi Krum. Se na noite do baile eu tivesse deixado-o me beijar, talvez estaríamos casados e teríamos uma linda casa na praia, com lindos filhos e um gato de estimação parecido com o Bichento.

— Ainda dá tempo de realizar tudo isso. Mas, se ele estiver casado, você não vai se abalar. Porque você sabia dos riscos de procura-lo depois. E se isso acontecer, você pode voltar para a Inglaterra e encontrar um amor lá. Quem sabe Draco Malfoy seja seu amor? Sempre pensei que vocês dois tivessem um caso.

Ao ouvir a última frase, Hermione se lançou em cima de Boris e desferiu socos por todo o braço esquerdo dele.

— Você é louco? Nós nunca tivemos um caso! –a mulher enrubesceu.- Pelo menos não na época de Hogwarts.

— Então é verdade! Viu? Você pode voltar e se atirar nos braços da doninha albina. Minhas amigas costumavam dizer que ele era o mais gato de Hogwarts.

— Eu não vou fazer nada disso! Malfoy está casado!

— Mil desculpas Mione. Mas não se preocupe, tudo vai dar certo e você e Krum irão voar na vassoura dele por toda Bulgária.

Hermione deu um sorriso fraco. Ela realmente esperava que o que Boris falava se concretizasse. Com um longo suspiro, concluiu:

— O amor nos deixa estúpidos.

Faltando pouco para chegarem ao seu destino, Boris ligou o rádio. Hermione tinha a cabeça recostada no banco e os olhos fechados. A música que tocava era a mesma que despertou sua vontade de procurar Viktor.

— Agora essa música vai me perseguir? Não é possível! Isso só está me fazendo sentir pior!

O rapaz riu e aumentou o som.

— Eu gosto da música. Tem uma batida boa.

Era verdade. O ritmo era contagiante. E, apesar de irritá-la, a música tinha tudo a ver com o que Hermione sentia no momento.

Ela fechou os olhos e imaginou como seria se tivesse beijado Viktor oito anos atrás.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Se a resposta foi sim ou se foi não, me deixem saber!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Parallel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.