Aprimorados escrita por Maria Walburga Heeten


Capítulo 12
Senhora Stark?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708386/chapter/12

Peggy havia decidido aceitar o convite de Howard e se mudado para uma das casas dele em Nova Iorque após o ataque sofrido por sua colega de apartamento logo no início da investigação sobre a suposta venda de armas de Stark para terroristas. Estava se preparando para ir trabalhar quando avista da janela uma mulher loira na piscina de Howard. Era muito alta, magra e tinha os cabelos presos numa longa trança. Tão cedo e na piscina? Será que Howard estava na casa?

Peggy sai do quarto já pronta e encaminha-se até a cozinha para tomar café com Jarvis e sua esposa, Anna. Ao entrar na cozinha, gentil e discretamente, fita o senhor Jarvis.

— Howard está na casa, Mr Jarvis? - pergunta Peggy sentando-se na mesa

— Não que eu saiba, senhorita Carter. - responde Jarvis

— Então... quem é a mulher loira na piscina? - pergunta Peggy

Óbvio que ela tinha reconhecido a mulher loira da foto de Howard na lancha que tinha visito na mesa do agente Sousa.

— Creio que ainda não foram apresentadas. É a senhora Stark. - fala Jarvis tranquilamente

— Senhora Stark? Desde quando Howard é casado? - pergunta Peggy pasma

— Desde o final da guerra. Ele se casou com Maria para ela não ter que voltar para a Rússia. - fala Jarvis

— Deus, Stark gosta mesmo dela. - fala Peggy

— Isso é evidente. Mas acredito que Maria não acredite nessa ideia. - fala Jarvis

— Stark troca de namorada o tempo todo, eu também não acreditaria. - fala Peggy

— Eu acredito. - fala Jarvis

— Ela sabe? - pergunta Peggy

— Das acusações? Com certeza. - fala Jarvis

— E ela acredita na acusação ou na inocência? - pergunta Peggy

A seguir, levanta-se da mesa e encaminha-se até a piscina. Queria falar com Maria. Encontra-a sentada na beira da piscina fitando a aliança.

— Com licença, senhora Stark... Agente Deriglasov? - espanta-se Peggy

— Agente? - pergunta Jarvis chegando logo a seguir

— Não sou mais agente. - fala Maria sentada na piscina

— Não existe ex NKVD. - fala Peggy

— Sobre o que gostaria de conversar, agente Carter? - pergunta Maria tomando um gole de seu chá

— Sobre a acusação contra Howard. - fala Peggy

— É estapafúrdia. - fala Maria

— Não quero sua opnião de esposa dele, mas de profissional. - fala Peggy

A loira fita-a séria e a seguir, chama-a para se sentar ao seu lado.

— Acredito que Howard seja inocente. Ele não tem perfil de traficante de armas. Viu o depoimento dele? - pergunta Maria

Peggy confirma com a cabeça.

— Bem, é notório que ele evita de responder as perguntas assim como é notório que ele está escondendo algo. Acredito que se ele fosse culpado, ele teria uma resposta bem explícita e convincente na ponta da língua. Howard está assustado e acuado com essa situação. Acho que ele foi pego de surpresa e não sabe como lidar com isso. - fala Maria

— Mas ele é um mentiroso. - fala Peggy tentando testá-la

— Mas ali ele não mentiu. Tentou usar de charme para amolecer aqueles juízes e políticos... mas metade deles odeia Howard porque ele se casou comigo. Sabe, agente Carter, eu tenho um apelido entre aqueles nobres senhores. É "vaca comunista". Uma parcela significativa deles já esteve aqui em casa e isso foi o que eu ouvi. E isso porque meu casamento com Howard nem é de conhecimento público. - fala Maria

— Mas eles sabem... - fala Peggy pensativa

— Sabem. - fala Maria

— Onde está Howard? - pergunta Peggy

— Seguro. -fala Maria

Peggy sorria aliviada. Mas essa não era a única memória de Maria dessa época. Um interrogatório também estava na lista. Agente Jack Thompson. A russa presa, a pressão absurda, tão pesada quanto tinham feito com Mister Jarvis... e a loira sem perder a calma e o auto controle nenhuma vez. Se ela ainda era uma agente, era das boas. Nem mesmo a ameaça de deportação para a Rússia a fez tremer nas bases. A tentativa de manipulação de Dr Ivchenko surtia efeito. A loira percebera o ruído metálico ao fundo da voz dele e quase se atracou no pescoço do médico russo para ele parar com o sonzinho irritante.

O reencontro com Howard quando finalmente foi inocentado. As tentativas de Howard de conquistá-la... As visitas dele, as reflexões dela a cerca do risco de perdê-lo... o ciúmes que ela sentia de Whitney Frost. E enfim, os dois juntos. A festa de "casamento" que não tiveram quando se casaram na Alemanha... A lua de mel. 

Os anos se passando e o casal era completamente apaixonado. Maria era o centro da vida de Howard e ela o amava mais que tudo. As tentativas mal sucedidas de engravidar. E finalmente a gestação bem sucedida. A felicidade de Maria, o ciúme de Howard... O nascimento de Tony. Howard era um pai relativamente presente. Apoiava as decisões acadêmicas do filho, mas não era tão carinhoso, de demonstrar afeto. Em compensação, Maria era muito presente na vida do filho, sempre estimulando-o e orientando-o. Apesar de estar casado com o amor de sua vida, dos negócios irem sempre de vento em popa e da vida aparentemente perfeita, Howard era alcoolatra e o vício lentamente o consumia.

Tony estava sentado nos pés da cama da mãe, lendo um dos cadernos de poesia dela quando percebe a movimentação da mesma. Maria abre os olhos e fica a olhar tudo em volta. A seguir, senta-se na cama e fica a olhar Tony confusa.

— Sou eu, mamãe. Bem vinda de volta. Até onde você se lembra? - pergunta Tony

— Íamos te visitar no MIT. Era 16 de dezembro de 1991. Só me lembro de ter entrado no carro. Onde está Howard? - pergunta Maria

— Estamos em 2017. - fala Tony

— Como assim eu tenho 95 anos? Se eu tenho 95... Howard tem 102. Bebendo daquele jeito... ele não deve estar vivo. - fala Maria pensativa

E o baque da verdade a joga no chão como um supetão dado com luva de borracha molhada diretamente no rosto. A constatação de que Howard estava morto doía nela como uma lança atravessada diretamente no peito. O amava demais para perdê-lo assim. E nem pode se despedir. Havia acordado e ele estava... morto. Tony dá um abraço apertado na mãe que desaba e põe-se a chorar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprimorados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.