Sasuke desceu do avião sentindo o estômago revirar, depois de quatro anos voltara a Konoha, sua cidade natal, onde havia crescido, desceu e parou na plataforma esperando que sua mala viesse, olhou ao redor e não reconheceu nenhum rosto. Bufou. Naruto, seu melhor amigo e único com quem manteve contato ao longo dos anos havia esquecido de busca-lo, o pior era que o Uchiha não se espantava com isso. Sorriu parando em frente as grandes portas de vidro do pequeno aeroporto. Ali, onde a viu pela última vez, onde ela se despediu com o olhar tão magoado, agora ele era um homem, um homem digno de tê-la. Não importa como ela estava, ele iria reconquista-la, pediria perdão de joelhos se fosse necessário. Ele a faria entender que sempre a amou, que nunca, sequer um dia se esqueceu de seus olhos perolados, de seu sorriso tímido, de sua pele pálida ou de seu cheiro doce.

O Uchiha pegou a pequena caixa no bolso do casaco escuro que usava e um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

— Hinata. – Sussurrou para si mesmo em meio ao barulho dos passageiros que desembarcaram consigo.

Fechou os olhos para que as lembranças o invadissem.

— Vamos Sasuke-kun. – Os cabelos azulados movimentavam-se a sua frente enquanto a Hyuuga pulava entre as lanternas do jardim dos Uchihas.

Hinata era sempre muito tímida e reservada com os outros, mas as famílias eram amigas muitos antes dos dois nascerem, ambos cresceram brincando pelas casas Uchiha e Hyuuga, que eram vizinhas em um bairro nobre da cidade.

— Hinata você vai acabar caindo. – A voz de Sasuke saíra rouca e a Hyuuga apenas sorriu pegando a mão do moreno e o puxando por entre o jardim da casa.

— Nem pense nisso. – Sasuke falou acompanhando o olhar da morena e ela fez bico.

— Sasuke-kun, pare de ser estraga prazeres.  – Falou doce e ele sorriu.

— Essa velharia vai cair Hina, não adianta querer subir ai. – Falou encarando a casa da árvore em que brincavam quando eram mais novos.

— Não vai não. Ita-kun subiu aí ontem mesmo, eu vi lá de casa. – A morena falou já começando a subir a árvore e Sasuke revirou os olhos e como ela sabia que ele faria, a seguiu.

Sasuke sentou-se ao lado de Hinata no que seria a porta da casa, mas era apenas um vão pelo qual Sasuke caiu quando tinha sete anos e devido a sua gritaria por ter quebrado o braço, conheceu a vizinha que preocupada e doce, ficou ao seu lado até que sua mãe viesse, nunca mais haviam se separado e ali havia sido o lugar apenas dos dois. O primeiro beijo que deram enquanto Sasuke com quatorze anos bufava por sua amiga ter ganho uma flor solitária roubada da porta da casa de alguma senhora, coisa do Kiba.

As lanternas no jardim Uchiha eram devido a festa de ano novo, todos os anos comemoravam em algum lugar na vizinhança e dessa vez, era na casa de Sasuke, o moreno preferiria ter ficado em seu quarto, mas a animação de Hinata era contagiante e ele a queria feliz.

— Dias como esse deveriam ser eternos. – Hinata falou baixo enquanto olhava para o jardim iluminado, as famílias riam e se divertiam e era possível ver Hanabi, a irmã da Hyuuga, correr atrás de um pequeno gato que Hinata insistia em chamar de Pennwise, em homenagem a Stephen King. Sasuke a olhou e sorriu de canto. Ele a amava. Parecia ser tão nítido e ela não parecia notar. Descobrira que a amava como alguém respira, sem se dar conta. Com o tempo passou a procurar desculpas para precisar falar com a morena, se tornaram melhores amigos. Hinata sempre doce e gentil fazia contrapeso a um Sasuke frio e grosso. Se assustou quando os olhos perolados se dirigiam a ele.

— O que está pensando Sasuke-kun? – A morena sorria e ele sorriu sendo levado por ela, sua mão colocou no lugar uma mecha do cabelo azulado que teimava em tremular contra o vento.

— Realmente dias como esse deveriam ser eternos. – Falou rouco e a viu ruborizar enquanto o céu era tomado por luzes.

— Feliz ano novo Sasuke-kun. – Falou olhando para o céu.

— Feliz ano novo hime. – Sorriu olhando para ela.

Sasuke chegou em casa pisando duro e Itachi apenas o olhou pelo canto do olhos.

— Onde está a Hina-chan? – Itachi perguntou estranhando o fato de o irmão mais novo ter chegado cedo da escola e ainda sozinho, geralmente ele e Hinata sempre voltavam juntos e quando não almoçavam na casa dos Hyuuga, ela almoçava com os Uchiha. Quando isso não acontecia Sasuke parecia um zumbi pela casa.

— Pergunta para o Kiba-kun dela. – Sasuke falou rude pronunciando o nome do rapaz com um tom de ódio.

— Otouto você está me saindo um belo ciumento. – Itachi falou debochado e Mikoto riu da cozinha.

— Não tenho ciúmes dela. – Sasuke falou rápido. – Quer saber Itachi me deixe em paz e vai cuidar da sua vida.

Sasuke subiu as escadas com raiva. Ele e Hinata finalmente estudavam na mesma escola, haviam dois anos que sempre passavam o tempo todo juntos e com o passar do tempo o sentimento que antes o Uchiha julgava ser um amor infantil, cresceu dando espaço a um amor forte e que trazia a melhor e a pior parte de Sasuke. Mais cedo o Uchiha esperava a morena para irem juntos pra casa. Havia despistado todo o seu fã clube de garotas irritantes e a aguardava perto do portão. Hinata saiu da sala caminhando calmamente e antes que Sasuke mostrasse onde estava um garoto da sala da morena a agarrou pelo braço e ela sorriu, ele era o Kiba, cão sarnento que viva correndo atrás de Hinata, mesmo ela jurando que ele era apenas seu amigo. Mesmo quando ele trazia flores pra ela. Porra Hina! Ele te traz flores. O cachorro fedorento a entregou um rosa e beijou Hinata. Na boca. Ele beijou Hinata na boca e Sasuke simplesmente virou as costas e saiu de lá, pronto pra matar o primeiro que aparecesse na sua frente.

Hinata não amava o moreno, não era como suas fãs histéricas que corriam atrás dele durante o ano todo na escola, Hinata era Hinata. Vivia lendo, gostava de filmes de terror, andava de pijama durante o domingo inteiro e babava enquanto dormir, o Uchiha tinha fotos que comprovavam isso.

Sasuke se jogou na cama com raiva, na estante ao lado de uma foto dele com o irmão, estavam os dois se olhando na casa da árvore durante o ano novo. Itachi havia tirado a foto no ano novo a dois anos atrás e realmente a foto ficara linda. Sasuke desviou os olhos e esmurrou o travesseiro segurando a vontade de gritar de ódio.

— Sasuke-kun? – A voz baixa o chamava e ele se virou na cama resmungando. – Sasuke-kun eu sei que está me escutando.

Ele respirou fundo e abriu os olhos encarando os olhos perolados que estavam a centímetros dos seus, ela sorriu e ele sentou-se afastando o corpo do dela.

— Não posso dormir mais? – Falou seco e ela o encarou.

— O... o que aconteceu? – Hinata perguntou baixo.

— Eu estava dormindo, não sei se você percebeu. – Falou levantando-se e indo até o banheiro em anexo no quarto Hinata bufou, mania que aprendera com ele.

— Porque está falando assim comigo? – a voz baixa denunciava a angústia.

— Fagando gomo? – Falou com a boca cheia de espuma e a escova a deslizar sobre os dentes.

— Grosso e estúpido. – Ela falou de uma vez e ele voltou para o quarto com um sorriso cínico nos lábios.

— Então eu sou grosso e estúpido?

— Não costuma ser – ela falou levantando-se – Mas está sendo agora e eu quero entender o porquê.

— Talvez eu sempre tenha sido e você não notou porque estava ocupada demais com aquele cachorro do Kiba. – Sua voz era alterada e Hinata fechou os punhos.

— Você não passa de um idiota Uchiha.

— Onde está o Sasuke-kun agora? Isso tudo é porquê eu não te dou flores?

— Nani? – Ela o olhava confusa. – Do que você está falando?

— Eu vi Hinata. Eu vi vocês se beijando hoje. – Ele falou praticamente em um grito.

— Eu... eu não... – Ela balbuciava sem formar sequer uma frase.

— Você não o quê? Vai negar que se beijaram?

— ELE ME BEIJOU! – Ela explodiu gritando. – Ele me beijou e se declarou mas eu não correspondi.

— Eu vi quando ele te beijou. – Sasuke falou encarando os olhos magoados da Hyuuga.

— Mas não viu quando me afastei não é? – Ela foi até o moreno desferindo tapas no braço do mesmo. – Seu arrogante, estúpido, baka. Como você pode ser tão cego, seu estúpido Uchiha.

Sasuke segurou o braço da morena a puxando contra si de maneira grosseira, os olhos dela agora eram assustados.

— Cego porquê Hyuuga? – Perguntou quando a morena já deixava algumas lágrimas rolarem pelo rosto. Sacudiu a Hyuuga pelo braço. – ME RESPONDE HINATA.

Ela então desviou o olhar chorando e Sasuke sentiu o peito apertar.

— Vo... você me ama. – Ele falou, uma afirmação. Ela se soltou rápido quando ele afrouxou o braço e virou-se para sair, Sasuke segurou o braço da pequena. – Hinata

O barulho do tapa foi alto e Sasuke ainda a encarava, os olhos de Hinata agora estavam vermelhos e ela chorava bastante.

— NÃO ENCOSTA EM MIM. – Ela gritou e a porta do quarto foi aberta bruscamente.

— O que está acontecendo aqui? – Mikoto estava a porta segurando uma colher de pau na mão e Itachi atrás de si. – Meu Kami, Hinata querida você está bem?

A morena que ainda chorava apenas curvou-se pedindo desculpas e saindo apressada da casa dos Uchihas, Sasuke não a viu durante três dias e foi o suficiente para que ele se sente o pior lixo da face da Terra. Ela o amava, tão claro como um dia de sol forte e ele que a achava cega por não ver que ele a amava, também não via que era amado por ela.

Sasuke olhava a casa da Hyuuga com o semblante triste, Hanabi abriu a porta sorridente.

— Ohayo Hanabi. – Falou indo de encontro a caçula que o encarava com um sorriso no rosto.

— Ela está no quarto. Otou-san e oka-san foram visitar o tio Hizashi. – fez uma careta divertida. – E eu só volto no final da tarde. Não façam besteiras.

Saiu deixando a porta aberta e Sasuke sorriu, Hanabi tinha quatorze anos agora, mas agia como uma adolescente muito experiente. Fechou a porta da casa atrás de si e subiu até o quarto de Hinata, conhecia aquela casa de cor. Bateu três vezes na porta.

— Já lhe dei todo o dinheiro que eu tinha Hana. – Hinata falou baixo, estava deitada na cama, provavelmente com o rosto no travesseiro já que a voz saiu abafada.

— Se quiser eu quebro meu porquinho e te empresto. – Sasuke falou sorrindo e Hinata sequer se virou na cama, mas ele percebeu como ficou tensa pelo modo como juntou as mãos abaixo do queixo.

— O que você quer Uchiha? – Falou com a voz carregada de mágoa e Sasuke se xingou internamente, caminhou até a cama e deitou-se ao lado de Hinata. Já haviam feito aquilo tantas vezes e agora o significado era tão diferente que parecia fazer tudo ser novo, o cheiro dela, a respiração calma, puxou-a com cuidado fazendo com que ela virasse para ele. Hinata estava séria, o cabelo lhe caía sobre o rosto e Sasuke tirou cada mecha com cuidado enquanto os olhos claros lhe encaravam perto.

— Você. – Falou baixo. – Eu quero você Hinata.

A primeira vez deles foi na cama da morena após a reconciliação do casal e Sasuke sempre brincaria com ela a fazendo ficar vermelha quando falava no meio de outras pessoas que onde mais gostava de estar com ela era no quarto da mesma. Quando completaram três meses de namoro o Uchiha lhe deu uma linda gargantilha com o um pingente de lua que era o apelido carinhoso que Sasuke a chamava. O namoro foi marcado por dias alegres e Sasuke a pediu em casamento um ano depois de começarem a namorar e um mês antes de toda sua família morrer em um acidente de carro. Sasuke não havia ido com os pais e o irmão, pois preferiu passar o feriado com a Hyuuga em uma casa na fazenda com os pais da morena, o carro dos Uchiha saiu da estrada e colidiu de frente a um caminhão, não houve sobreviventes.

Hinata estava ao lado de Sasuke todos os dias e mesmo tendo de enfrentar seu pai, passou a dormir com o moreno que sempre tinha pesadelos e era acalmado pelos toques de Hinata que o despertava com palavras de amor e carinho, mas nem mesmo o amor de sua noiva o salvou do abismo que ele se colocou. Várias noites a Hyuuga o buscava em diferentes bares da cidade, chegando a ter que carrega-lo para casa. Ela não se importava em fazer isso, se importava por o estar perdendo, Sasuke já não sorria, não comia direito, não lhe amava, quando dormiam juntos, nunca faziam amor, passou a ser sexo sem sentimento, Hinata sentia Sasuke se satisfazer e virar para o lado para dormir. Todos os dias a Hyuuga pedia a Kami pelos dois.

— Eu vou pro Canadá. – Sasuke falou ao chegar em casa e Hinata que cozinhava o olhou incrédula.

— Co... como? – Hinata perguntou apoiando-se no balcão da cozinha.

— Apareceu uma oportunidade para trabalhar na filial de lá e eu fui cotado. – Falou sem olhar nos olhos da morena. – Eu já aceitei.

— Vo.. você já aceitou? – Os olhos marejados da Hyuuga, a voz embargada. – Você ao menos cogitou falar comigo antes? Como posso ir assim de um hora para outra?

— Você não vai. – Ele falou seco e ela apenas o olhou. – Não suporto mais estar aqui Hina. Tudo me lembra eles. Você me lembra eles. Eu... eu sinto muito.

Hinata não disse nada. As lágrimas acumuladas durante tantas noites desciam com força agora, ele a viu olhar para a mão em que o anel de noivado estava, o anel que havia sido de sua mãe. Sua mente gritava para que ele a parasse, para que a abraçasse e se declarasse, a dor havia consumido mesmo tudo nele?

Hinata tirou o anel com cuidado, caminhou lentamente até Sasuke e parou ao seu lado. Segurou a mão do moreno e por um segundo Sasuke esqueceu de tudo ao redor, o metal gelado em sua mão o fez olhar para baixo. Ela depositara o anel em sua mão e saiu sem dizer uma palavra. Hanabi veio no dia seguinte buscar as roupas da morena e Sasuke chorou feito uma criança sozinho na casa e sabia que na casa ao lado ela chorava. A viu uma única vez pela janela do quarto da morena, ela vestia um pijama e juntava algumas coisas em um grande saco preto, quando viu que Sasuke a olhava, fechou a janela. No dia seguinte haviam persianas instaladas e Sasuke não a viu mais, mas viu vários presentes que havia dado pra ela no lixo dos Hyuuga.

Um mês se passou e Sasuke não viu mais Hinata e mesmo Hanabi parecia evitar encontrar com ele. O Uchiha estava visivelmente mais magro, as olheiras fundas e já se dirigia ao terminal de embarque o voo para o Canadá sairia as seis horas da tarde e o Uchiha estava pronto as três. Não havia se despedido de ninguém, não teve coragem de procurar por Hinata mesmo que tudo em si implorasse por ela.

Quando estava embarcando deu uma última olhada ao seu redor, talvez nunca pisasse ali novamente, mas parou ao encontrar os olhos perolados que sempre o hipnotizavam, ela estava lá, atrás do vidro da plataforma o encarando, os olhos vermelhos, as olheiras, ela estava magra também e Sasuke soube que ela sofrera tanto ou mesmo mais do que ele. Ele não a merecia, nunca a mereceria, mas a amava com tudo o que tinha. Apenas virou-se e embarcou.

Sasuke agora era um homem, passou os dedos entre os cabelos rebeldes suspirando. Era diretor da empresa em que trabalhava e havia comprado ações tornando-se um empresário de respeito e conceituado, mas sempre faltara algo, sempre era ela. Em toda noite de ano novo passava sozinho, nunca ia as festas oferecidas por ninguém e chegou ao ponto de apenas sair com mulheres branquinhas de cabelos longos e negros, nunca achara nenhuma com o cabelo azulado como o dela. Pegou novamente a caixinha no bolso do casaco e a abriu. O anel recém polido estava intacto da mesma forma que ela havia devolvido, aquele anel pertencia a ela, como cada célula do corpo do Uchiha era dela. Sorriu. Hyuuga. Minha Hyuuga.

Olhou ao redor procurando a cabeleira loira, havia conhecido Naruto na escola e se reencontraram quando o loiro foi a trabalho para a cidade em que o Uchiha morava no Canadá. Haviam mantido contato e ele era o único que sabia da volta de Sasuke. O moreno parou os olhos em uma silhueta conhecida. Os cabelos azulados desciam até a base da coluna, um pouco mais longo do que ele se lembrava, o corpo moveu-se sozinho até onde a mulher se encontrava de costas para o mesmo.

— Hinata? – A voz rouca pareceu fazer a mulher se assustar e ela virou-se fitando os olhos negros e intensos. O coração de Sasuke disparou, ela estava ainda mais linda do que ele se lembrava, as bochechas coradas, os olhos serenos e confusos, o corpo com as curvas mais acentuadas.

— Hina-chan – uma voz alegre chamou a atenção da morena, mas Sasuke ainda a encarava queria beija-la ali agora. Como sentiu falta de sua pele, de seu toque, de seu sorriso. – Você encontrou o teme.

Naruto parou ao lado da mulher e lhe deu um selinho rápido, Sasuke conhecia bem Hinata pra saber que ela tremia, seus olhos se encontraram novamente e ela respirou fundo.

— Sasuke teme, essa é minha esposa. Hinata. – Naruto falou sorrindo abertamente e Sasuke agora olhou para a mão de Hinata onde uma grossa aliança dourada podia ser vista de longe.

Hinata pareceu se recompor e Naruto alheio a tudo pegou a mala do amigo para carregar até o carro, Sasuke estendeu a mão automaticamente.

— Uchiha Sasuke. – Ele falou sentindo o coração apertar. Havia chegado tarde, sentiu a mão fina tocar a sua e teve vontade de chorar.

— Uzumaki Hinata. – Ela sorriu gentil e visivelmente pertubada, em seu pescoço o pequeno pingente de lua brilhava.

Tarde demais.