Nice- França; meses depois.
Farida escrevia cartas para o irmão, que estava a espera de um filho, Kenan retomou sua vida normal, mas a família estava de mudança para Marselha, Latifa estava contente com a presença de Farida.
Depois que aprendeu a ler, ela comprou uma edição das Mil e uma noites e pode ler os contos que ouvia docemente de sua mãe, Pierre amigo de Kenan, já havia percebido os olhares para a Perola de Teerã.
Era uma manhã de domingo, Farida olhava a rua da janela, Kenan lia Balzac, calmamente e Latifa cozinhava o almoço
—Kenan!
— o que é mamãe?
—leve Farida ao mar, está aqui há tanto tempo, nunca viu o mar.
— em Marselha, eu a levo.
—por quê?
— mamãe eu perdi a minha família naquela orla; tudo o que me era mais caro.
—Kenan olhe para Farida, é jovem, bonita, apegada aos costumes...
— ela foi obrigada a casar, não quero que reviva esse sentimento.
—Kenan; você ensinou-a ler, meu filho ela iria se casar de novo e pior sem amor, talvez com outro idoso que oferecesse privilégios a Abdulah, ou que o xeique escolhesse...
—como escolheu Nasir?
—exatamente!
—pobre Farida, eu quero cuidar dela, ampara-la...
—case-se com ela Kenan, não vai se opor.
—casar-me de novo?
Farida pegou um dos livros de Kenan para ler, era um romance, ela imaginava seu protetor no lugar do protagonista, ele a deixava nervosa desde o dia da champanhe em Teerã, nesse dia ele ganhou o coração da protegida.
Na segunda-feira no hospital, Kenan conversava com Pierre enquanto verificava o soro glicosado de uma idosa.
— tudo bem?
—sim, minha mãe está com ideias estranhas...
—de que?
—de me casar com Farida?
—por que não?
— meus sentimentos por Farida são apenas de carinho.
—bem, você não poderá esconder sua joia pra sempre.
O que ela sentia por ele era amor, ele sentia um carinho por ela que na verdade era amor, mas ele ainda não sabia, em Marselha durante a mudança dentre as caixas ele via a beleza de Farida.
Em sua nova casa, ela ganhou uma colcha feita de lã de ovelhas do Irã em um quarto novo preparado para ela.
—Obrigada.
— pra você não esquecer seu país.
— minhas ovelhas...
— eu queria ser um homem do deserto.
—não, vocês no ocidente podem escolher.
—então faça a sua escolha!
Então um beijo apaixonado aconteceu