A perola de Teerã escrita por xdrome


Capítulo 3
O homem das cabras




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O tempo passou e Farida continuou a viver, passou a cantar com frequência, passava horas tecendo belos tapetes que causavam admiração a sua mãe e um lucro considerável ao seu pai, conquistou a amizade de Aisha, às vezes iam ao mercado juntas.

Uma tarde Ali a levou para pastorear as ovelhas, já estava chegando à tosquia e os animais andavam com o peso da lã nos seus corpos, ela olhava para tudo como se procurasse algo que conectasse ao passado, mas a mão ocidental tinha tocado aquela região, agora haviam estradas asfaltadas e luz elétrica o que causava espanto nela.

Quando chegaram ao poço, havia um homem com uma dúzia de cabras magras, ele quando notou os irmãos Malik no poço, tremeu ao ver Farida, ela sempre esteve em suas orações, para que Deus a trouxesse de volta para ele foi difícil para José conter as emoções.

Na casa dos Malik, Farida chegou e correu para o quarto, palpitando, com lagrimas nos olhos, era ele, o seu primeiro amor, se envolver com ele lhe custou à paz de seus dias, Amina sua antiga confidente correu até o quarto para falarem a sós.

— eu o vi, Amina. Diz Farida chorando.

— viu quem? José?

— sim, ele e suas cabras, tal como me lembrava.

— Farida, ele lhe é proibido, não faça a ira de Abdulah recair sobre você outra vez.

— eu sei Amina, mas passei anos casada com um homem que não tinha o menor amor por mim, Nasir me machucou muito e agora não sei se posso voltar a amar.

— José não é a pessoa que vai te fazer voltar a amar, Farida não procure problemas, ele vai entender afinal a família de Nasir é responsável por você, segundo a lei.

— o papai vai me entregar para eles?

— eu não sei.

— Amina, Nasir não tem família, não que eu saiba.

No outro dia, Farida saiu só não queria que ninguém a visse, foi ao poço e lá estava José dando de beber as cabras, ela ficou parada e ele veio ao encontro dela, trajando uma túnica branca e descalço.

— você está aqui e me custa acreditar que isso é verdade.

— eu não posso, José, eu pertenço aos Hassan, pela lei.

— aquele homem, mesmo depois de morto consegue nos separar.

— eu tenho medo que a ira de meu pai recaia sobre mim, outra vez.

— fujamos do Irã!

— não é assim, não posso desobedecer a minha lei, você foi o único carinho que tive da parte dos homens, mas tenho que ir.

— Farida você não precisa ir com os Hassan.

Farida desmaia, ele a carrega nos braços é quando nota que ela passou por um quadro de desnutrição, no caminho para a casa dos Malik, olhava o rosto da amada desacordada, quando entrou no pátio de azulejos verdes, Amina veio ao encontro dele.

— José! Você está louco? Saia daqui!

— ela desmaiou, senhora Amina.

— agora ela vai ficar bem, vá!

— o que ele estava fazendo aqui?

— Ali, Abdulah não deve saber que José esteve aqui.

— sim, mãe.


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