Wide Arms Wide Open escrita por ChewyCullen


Capítulo 1
Capítulo 1 - After the Storm




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1º Capitulo – After the Storm 

 

A imagem que o espelho mostrava parecia desprovida de qualquer tipo de vida, era como se uma parte importante de si tivesse morrido, como se tivesse esquecido de como é viver. A verdade é que da maneira mais amarga ela tinha apreendido que a vida é algo muito ténue, quase tão ténue como o acto de respirar.

Jessica deixou que as suas mãos deslizassem dos seus ombros pela sua figura esbelta assentando na cintura, congelou naquela posição por vários minutos fixando o seu reflexo.

“ A noite já cairá há muito mas dentro do Jeep parecia que este mal tinha acabado de começar. Brandy e Jonh cantavam alegremente fazendo uma harmonia perfeita com os filhos.

 - É a minha vez de escolher a música – replicou Joshua ao ver a irmã procurar um CD.

 - Temos pena Joshy. – Miriam deu um piparote no nariz do mais novo – Jess da aí o CD. – um pequeno disco azulado voou de um lado para outro criando apenas uns segundos de silêncio. – Agora sim.

“Livin' life, life in the fast lane

Not that bad, no one can complain

Whos's to say that we won’t keep it real

Hold on tight, don't you dare let go

Nows the time let the whole world know

You can shine bright, but still keep it real”

 

Toda a familia cantou a música da jovem banda estadinense, com excepção do membro mais novo que decidira amuar. Joshua cruzara os braços e olhava pela janela bufando levemente enquanto que os ecos estridentes das vozes da irmãs eram projectados na sua cabeça.

 - Vá lá Josh, não sejas criança.”

Por mais que tenta-se recordar o resto era tudo uma névoa demasiado espessa e dolorosa. Um ruído irritante rompeu a quietude do quarto, mecanicamente a morena dirigiu-se á sua fonte – uma mensagem.

Arrastou-se morbidamente até ao tocador sentando-se no pequeno banco que o mesmo comportava, pegou na caixa de maquilhagem e começou a remexe-la procurando as pinturas negras. Num movimento brusco acabou por quase derrubar a caixinha de música que o seu pai lhe tinha oferecido quando era mais nova. Pegou na pequena caixa e revirou-a na mão abrindo-a por fim; uma melodia doce e calma rompeu pelo ar enquanto no interior da caixa uma bailarina rodopiava vezes sem conta numa graciosidade artificial. Ao ouvir a música daquela maneira Jessica percebeu que na verdade a melodia não era assim tão alegre quanto antes lhe soava, era triste e melancólica, era como uma recordação de um passado perfeito num presente frio.

Tendo como pano de fundo a melodia da caixinha acabou de se maquilhar, aplicou um batom vermelho vinho nos lábios carnudos e mais uma vez perdeu-se no reflexo que se estendia para lá do espelho – uma rapariga de cabelos castanho demasiado curtos, olhos verdes esmeralda rodeados de uma aura escarlate, cuja a pele demasiado pálida e baça lembrava vagamente a porcelana.

Do exterior da casa duas buzinadelas despertaram a boneca do seu sonho acordadando-a para a dura realidade. A jovem ergue-se, colocou o pequeno véu negro na cabeça e saiu deixando que apenas o ruído causado pelos seus sapatos de saltos prenchesse o enorme vazio. Transpos a porta e seguiu até ao carro que a aguardava, Sophie surgiu do outro lado do automovel de modo a abrir a porta á amiga. Por segundos o azul e o verde encontraram-se fugazmente, não fazia a menor ideia do que dizer naquela situação era tudo demasiado duro e irreal para compreender.

Após se instalarem no banco traseiro, o carro ganhou vida movendo-se sinuosamente pela serpente negra e sombria de caminho ao cemitério. Durante toda a viagem ninguém proferiu uma palavra – Sophie mantinha-se cabisbaixa brincando com os laços do vestido cinza chumbo, Kellan fixava os olhos na estrada mantendo uma expressão fechada, Jensen parecia estar num outro mundo diferente de todos e só por vezes voltava á terra para olhar pelo espelho retrovisor de modo a ver a melhor amiga, por fim Jessica olhava pela janela para céu negro e tempestuoso que não era nada comum naquela altura do ano, afinal de contas estavam em Maio devia estar um calor abrasador, não um dia frio de tempestade.

Estacionaram num lugar por ali vago e deslocaram-se para o interior do cemitério. Kellan colocou o braço sobre os ombros da irmã de modo protector e os dois seguiram á frente. A morena estacou em frente aos grandes portões, sentia-se incapaz de dar mais uma passo que fosse não estava preparada para enfrentar tudo aquilo, não ainda. Um gemido difuso rompeu pelo ar.

 - Jess calma. – o loiro aproximou-se velozmente segurando a rapariga pelos ombros – Está tudo bem, nós estamos aqui contigo. – puxou-a para os seus braços carinhosamente afagando as suas costas.

 - Eu não consigo Jensen. – fungou e choramingou apertando a t-shirt preta de Jensen entre os dedos fracos.

 - Vais conseguir, tu és forte. – murmurou ao seu ouvido.

**

 - A tua madrinha vai-se embora hoje não é? – questionou a aloirada.

 - Sim. – fechou a porta do cacifo e voltou-se para amiga – Vamos?

- Claro. – durante o caminho que levaria as duas até ao pátio Sophie interroguou-se se aquela ideia que tinha cosminado com os irmãos seria realmente boa. Discretamente observou-a pelo canto olho. Era certo que não seria mais brilhante das ideias deixa-a sozinha uma vez que tinha passado tão poucos dias mas…

 - Terra chama Sophie! – uma mão pálida vagueou no campo de visão da rapariga – Estás comigo ou estás na dimensão da lua?

 - Desculpa. – forçou um sorriso – Vens almoçar comigo?

 - Onde? – abriu a porta do veiculo apoiando-se na mesma.

 - A minha casa? – Jess fez uma careta, ela adorava a familia Lutz – de verdade. Mas não podia deixar de sentir que estava a incomodar. – Oh va lá Jess, não comeces com a história de “ É melhor não, não quero incomodar” sim? – fez um pausa breve – Os meus pais adoram-te, e os meus irmãos…bem tu já sabes. – a mais velha estacou por segundos considerando as hipoteses, mas tinha de admitir que a cara de cãozinho abandonado de amiga não estava a ajudar a escolha a ser imparcial.

A tarde passou rapidamente entre conversas fúteis sobre vernizes, penteados, rapazes, cinema, e vários batidos que Louise insistia que tomassem. Em parte tudo aquilo não passava de uma tentativa para distraí-la do acidente que lhe tirara a família.

  - Chegamos. – uma voz grave anunciou. As duas raparigas olharam, sobre as costas do sofá, para as figuras transpiradas, enlameadas e molhadas de Jensen e Kellan.

 - Oh! – pigarreou levantando-se apressadamente – Não fazia a mínima ideia que era tão tarde. – confessou, agilmente pôs a mala ao ombro e encaminhou-se para o hall de entrada. – Obrigada pelo dia Soph, foi muito divertido. – antes que pudesse passar pela porta dois sticks de lacrosse barravam o seu caminho – Sim?

 - Onde é que a menina pensa que vai? – indagou o mais alto.

 - Casa. – o tom que utilizou era como o de quem estava a falar com um portador de doença mental avançada.

 - E isso seria?

 - Aham…a minha casa que fica a cerca de quatro quarteirões a contar da—

 - Estava a ser irónico Jess. – alertou Kellan.

A loira revirou os olhos e pousou uma mão no ombro da outra.

 - O que eles estão a tentar dizer é “Fica aqui connosco.”

 - O quê? – passou os olhos pelas três faces semelhantes perplexa. – Nem pensar. Eu agradeço que estejam preocupados comigo mas não é necessário isto, sério. – encarou o olhar azul do mais velho – Eu não vou precisamente cortar os pulsos ou atirar-me da janela quando chegar a casa.

 - Nós sabemos. – arfou Jensen – Mas mais vale prevenir que remediar.

 - Jessica, querida. – a voz doce e pacata de Louise provinha da cozinha – Fica aqui connosco, além disso penso que não tens muita escolha.

 - Porquê?

 - Eles já trouxeram as tuas coisas para o quarto de visitas.

 - Impossível, só eu é que tenho as— Jessica apalpou os bolsos em busca das chaves de casa – Tu! – espetou o dedo no peito do melhor amigo. – Eu não acredito qu—

 - Importas-te de não ser tão teimosa e ficar aqui para nos dares algum descanso? – o de olhos verdes elevou a voz falando num tom rispido e autoritário; o olhar da morena esmoreceu – Bolas Jess.

 - Mas eu n—

 - Não és incomodo nenhum querida. – a progenitora dos Lutz colocou o braço carinhosamente sobre os ombros da jovem – Vá vai com a Sophie para arrumarem as tuas coisas.


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