Corvette Country escrita por Mares on Mars


Capítulo 2
52 - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Segunda e última parte!
Espero que vocês gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708054/chapter/2

Dallas, Texas

8 de julho de 2016,9:05PM

 

Foi o som estridente da campainha que fez Phil Coulson saltar para fra de sua memória e começar uma corrida desenfreada para a mão protética no lugar, vestir uma calça de moletom em seu corpo molhado e agarrar sua 9mm, antes de correr até a porta de entrada. A campainha daquela casa só tocava quando eles pediam comida, e até nessas situações, enquanto Phil receberia a entrega, Mack ficava atrás da porta com uma arma apontada diretamente para a cabeça do entregador. Agora, sozinho em casa, Phil teria que correr o risco de se aproximar da porta para olhar através do olho mágico. Com a arma empunhada, ele caminhou lentamente, sem fazer som algum, e quando estava a poucos passos da entrada, a pessoa do outro lado se pronunciou.

— Phil, eu sei que você tá segurando uma arma contra a porta, mas sou eu e seria muito bom se você me deixasse entrar — Melinda May disse com seu tom de voz impaciente e ele suspirou aliviado, abaixando-se a arma e encerrando sua caminhda até a porta. Ao alcançá-la, girou a chave e a maçaneta, puxando a porta azul até que ela se abrisse. Lá estava sua melhor amiga, parecendo menor do que o normal em seus ridículos 1,60cm de altura e os braços totalmente ocupados com duas caixas imensas de pizza e uma embalagem de bolo empilhada em cima das duas caixas. A seus pés, no chão, uma caixa com seis latas de cerveja e um pacote de papel, cheio de compras de mercado — Feliz aniversário! — ela disse assim que olhou-o e sorriu.

— Oi! — ele respondeu, um pouco encantado por vê-la depois de quase quatro meses.

— Uma ajudinha? — ela pediu e ele pegou as duas caixas e o bolo, enquanto ela abaixou-se para pegar a caixa de cerveja e as compras.

 

Quando ambos estavam parados no meio da cozinha, com as compras em cima do balcão, ele percebeu que estava despido da cintura pra cima, e ainda molhado do banho, pois na descarga de adrenalina, nem se secara.

— Eu vou colocar uma camiseta — ele disse, envergonhado por estar com sua cicatriz a mostra e ela assentiu. Em um segundo, ele saiu da cozinha, deixando-a lá sozinha. Sem perder tempo, ela vasculhou os armários atrás de guardanapos para segurar sua fatia de pizza, e quando Phil retornou, 4 minutos depois, ela já mastigava a ponta de uma fatia — Com fome? — ele perguntou de brincadeirinha e ela confirmou, engolindo a comida.

— Eu peguei um vôo hoje cedo para Austin, e de lá eu peguei carona num quinjet até aqui — ela narrou — E desde cedo eu não comi nada.

— Você pegou um vôo hoje cedo? Quantas horas de Minesotta até aqui? — questionou confuso, antes de pegar uma fatia de pizza para si.

— Quatro. Mas eu não estava em Minesotta — respondeu simplesmente e ele aguardou por mais explicações.

— Confidencial? — insistiu e ela colocou sua fatia de pizza em cima da mesa e tirou uma caneta do bolso.

— Definitivamente confidencial — disse, enquanto escrevia algo em um guardanapo limpo. Ao terminar, estendeu-o para Phi, que leu-o: “Londres. Investigando novo diretor. Ficha limpa. Ele acha que eu fui resolver algo no MI6.”

— Veio no mesmo quinjet que a Yoyo? — rapidamente ele mudou de assunto para prosseguir com a conversa, assentindo para a mulher.

— Se por Yoyo você diz aquela que não parou um minuto de falar sobre o Mack, eu vim sim — brincou e os dois deram risadas.

 

Assim que eles devoraram a primeira pizza inteira e a maior parte da segunda, e tomaram duas latas de cerveja cada um, Melinda começou a desempacotar as compras que trouxera.

— Couve, bifes, nabo, cenoura, alface, batata, arroz, pão integral e cereal — ela enumerou conforme esvaziava a sacola.

— Você tá planejando criar um coelho? — provocou e ela revirou os olhos, enquanto guardava os itens na geladeira vazia.

— Vocês dois não podem viver de delivery e comida congelada — rebateu e ele sorriu genuinamente, pela primeira vez em meses.

— Além de pizza, qual seu plano para o meu aniversário? — perguntou, sentindo-se feliz e leve pela companhia.

— Eu não tenho nenhum plano — disse com tristeza — Eu preciso voltar pra Minesotta no último quinjet do dia, que sai à 01:15.

— Nós ainda temos três horas e alguns minutos — ele calculou rapidamente e sorriu largamente para a mulher.

— Então eis um plano: você assopra as velinhas e a gente assiste O Império Contra Ataca — sugeriu e os olhos de Phil brilharam como os de uma criança na manhã de natal.

— Feito — concordou e ela revirou sua bolsa, de onde tirou três pacotinhos de velinha palito, e imediatamente ele começou a rir — Não era mais fácil ter comprado uma vela com os números? — perguntou entre risos.

— E quando foi que eu fiz isso? — ela rebateu e ele recordou-se do costume antigo de Melinda de acender uma velinha para cada ano de vida do aniversariante. Ela vinha fazendo isso desde o aniversário de 19 anos de Phil, e o fizera também no 29º de Fitz e Simmons, no 27º de Skye, 33º de Yoyo, 34º e 36º de Bobbi e Hunter e no 45º de Mack. Mas agora, para os 52 anos de Phil, a tarefa tornava-se mais difícil, e as velinhas tomaram toda a superfície do bolo, e somente após cinco minutos, todas as 52 velas estavam posicionadas e acesas em cima do bolo, e só então, ela começou a cantar:

— Happy birthday to you,happy birthday to you, happy birthday to you dear Philip, happy birthday to you — assim que ela encerrou, ele inclinou-se para assoprar todas as velas e ela sorriu satisfeita, antes de arrancar uma por uma e partir o bolo ao meio. Cada um pegou uma metade e os dois sentaram-se no sofá, em frente a TV, para assistirem pela centésima vez o filme escolhido.



Duas horas e meia depois, os créditos finais de Star Wars subiam na tela, enquanto Melinda calçava sua bota para ir embora.

— Quer uma carona até o hangar? — ele perguntou e ela negou imediatamente.

— Eu levo o seu carro — respondeu.

— Mas aí eu vou ficar sem carro — ele lembrou-a, criando um sorriso no rosto da mulher.

— De jeito nenhum — afirmou e ele olhou-a com confusão. Com um sorriso no rosto, ela puxou-o para fora da casa, até a garagem lateral, e após digitar a senhora no painel, o portão de madeira abriu-se, revelando o Corvette vermelho e brilhante.

— V-você trouxe a Lola — ele gaguejou, atônito.

— Eu consegui uma permissão para você usar ela durante a missão — ela começou a explicar enquanto ele a encarava — Eu disse para o diretor que a Lola poderia ser usada à paisana e … — nesse momento, ele interrompeu-a ao puxá-la para um abraço forte e um beijo cheio de paixão, onde os lábios se chocaram com desejo e as línguas dançaram um ritmo lento.

— Me desculpa … — ele pediu ofegante, ao se separarem por ar, mas Melinda rapidamente o beijou de novo.

 

Depois de dois beijos cheios de paixão, ela afastou os lábios, mas eles mantiveram as testas coladas.

— Eu preciso ir — ela disse seriamente e suspirou derrotada, tendo que afastar-se completamente. Somente quando ela estava na porta do SUV preto foi que Phil sorriu para ela.

— Obrigada, por tudo — ele agradeceu e ela sorriu e piscou, antes de entrar no carro e manobrá-lo para fora da garagem. Quando o carro já estava na rua, ela desceu o vidro do carro e chamou- de volta.

— Hey! Tem um presente pra você na Lola — ela disse e acenou em despedida, antes de acelerar até o fim da rua, desaparecendo na curva.


Quando a perdeu de vista, ele fechou o portão da garagem e abriu a porta de seu conversível, tocando o volante com carinho, antes de virar-se para o banco do passageiro, onde havia uma pequena caixinha com um simples bilhete de feliz aniversário: “Caso você tenha perdido a de 22. Com amor, sempre sua, Melinda”. Imediatamente, ele abriu a caixinha e lá encontrou uma fita cassete, como a que ele encontrara há 30 anos em seu toca fita, e nela, uma inscrição breve: “Phil Coulson’s 52 Mixtape”. Com um sorriso encantado, ele colocou-a para tocar, e assim como há 30 anos, lá estava ele em seu corvette, ouvindo a voz potente de Janis Joplin. Só o que faltava era sua melhor amiga, que fora embora há pouco com uma promessa silenciosa em seu lábios de que algo estava para mudar. Naquele momento, Phil refletiu seu dia, principalmente as últimas horas, e no fim das contas e de um jeito muito particular, aquele não fora um aniversário ruim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, como sempre, é um prazer escrever pra vocês, que sempre me apoiam muito e demonstram muito amor! Muito obrigada sempre e espero ler o que vocês acharam.

Titia ama vocês!