She likes girls... And it's okay. escrita por Isa


Capítulo 1
(Único) Ela gosta de garotas... E está tudo bem.


Notas iniciais do capítulo

Olá serumaninhos maravilhosos do meu coração ♥
Essa é a segunda one-shot que eu escrevo. Espero que gostem. ;)
Como sempre, deixem suas críticas



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“Frustração”.

Era o que o rapaz sentia naquele momento. Um tanto bizarro, levando em consideração que estava na companhia de Audrey Parker, a mais bonita e cobiçada garota do colégio e, também, de seus dois melhores amigos, Collin e Ethan. Todos os seus colegas de classe – os héteros, é claro – matariam para terem a chance de estar ali, em um encontro com a encantadora loira dos olhos avelã. Contudo, ele tinha algo que o diferenciava dos demais: percepção. Podia ver claramente o quão entediada a namorada se encontrava. E pior: isso não era uma exclusividade daquela noite. Incontáveis vezes ela parecia distante, como se desejasse estar em outro lugar ou, quem sabe, até mesmo com outra pessoa... Isso o magoava, pois não apenas gostava dela. Estava, infelizmente, apaixonado.

Joseph suspirou. Poxa, fazia de tudo, o possível e o impossível e, ainda assim, continuava incapaz de agradá-la. Como poderia não se frustrar? Era tão óbvio que ela o via mais como amigo que namorado. Chegava a ser patético!

“Por quê?” ele se perguntava todas as manhãs quando acordava e todas as noites antes de dormir. Não sabia onde estava errando e era isso que tornava a situação mais complicada. Queria melhorar, fazê-la querer estar ao lado dele e retribuir seus sentimentos com tanta intensidade quando lhe fosse possível.

Joe! – Ethan, o mais novo dos três garotos ali, o chamou. – Sua vez, cara.

Hm? – olhou para o ruivo, confuso, entendendo apenas após o amigo se aproximar dele com o taco. – Ah, é. Esqueci que nessa rodada eu prometi jogar.

Collin riu e balançou a cabeça, abrindo espaço para ele passar.

— Boa sorte. – desejou o negro, tocando-lhe o ombro. – Vai precisar caso queira vencer. 

Joe ignorou a provocação do mais alto e, sem muito esforço, encaçapou a bola azul e voltou à mesa. Como o esperado, Audrey não pareceu impressionada. Sequer pareceu notar que ele havia saído do seu lado.

Foi quando rumo daquele encontro – que estava mais para uma saída em grupo – mudou completamente: a porta do bar se abriu e por ela entrou um casal, também alunos do colégio em que estudavam. Scott Bryant e Emily Cook. O rapaz era alto, loiro e atlético, do tipo que interessava muitas garotas. Entretanto, não foi ele quem pareceu atrair a atenção de Audrey e sim a gordinha de cabelos negros e olhos azuis. De início, Joseph achou que pudesse ser inveja, por uma garota “fora do padrão” – que apesar disso, admitia, era linda – estar com alguém como Scott. Mas logo percebeu que não era bem isso...

Repentinamente, a namorada voltou-se a ele e começaram a conversar. Ela sorria mais do que antes e mexia no cabelo, parecendo estar bem animada. Quase como se quisesse convencer Emily disso. No entanto, os olhos avelã sempre desviavam dele e iam em direção à morena, que tinha um sorriso de canto, sabendo que a suposta noite divertida de Audrey não passava de uma encenação.

Joe franziu o cenho. Elas se conheciam? Eram amigas? Nunca as tinha visto juntas antes na escola, então o que diabos significavam aquelas trocas de olhares? Será que...? Não... Não podia ser. Ou podia?

É, não tinha outra explicação.

— Audrey... – disse ele, sério. – Tem alguma coisa que você queira me contar?

Isso pareceu chocá-la pois, pela primeira vez, a viu sem palavras e com a atenção totalmente focada nele. Sorriu.

— Eu sou bom em ler sinais, sabia? – afirmou. – E você não está sendo exatamente discreta.

— J-Joe, e-eu... – ela balbuciou hesitante, em uma falha tentativa de se justificar. – Eu juro que eu nunca...

— Mas queria, não é? – a interrompeu, mas não de maneira rude. Ela abaixou a cabeça e foi o bastante. Ele não precisava de nenhuma resposta. – Não precisa ter vergonha, sabe? Eu só... Você gostava de mim, pelo menos?

Audrey suspirou.

— Não. – disse, em tom baixo. – Não dessa forma, pelo menos. Você é um cara legal Joe, mas sei lá, acho que só queria deixá-la com ciúmes mesmo.

— Vocês já ficaram? – questionou, agora realmente curioso.

— Ainda não. – ela riu. – Nós... Flertarmos algumas vezes. Mas não passou disso. Seria meio errado te trair...

— “Meio”? – gargalhou. – Bem, de qualquer forma, agora está liberada...

— Oh, jura? – Audrey ironizou e ele sorriu. – Achei que fosse continuar comigo após descobrir que eu gosto de garotas e só estava com você para fazer ciúmes na Emily. – fez uma pausa, olhando para a garota, que os encarava, com certa irritação, tentando decifrar sobre o que conversavam. – E veja só... Não é que funcionou?

O sorriso satisfeito e quase maldoso da loira o fez rir mais uma vez. Era surpreendente até onde algumas garotas iam para provocarem a pessoa que gostam...

— É, mas parece que ela pretende revidar. – comentou malicioso, observando a forma como Emily puxou Scott para beijá-la. E mais uma gargalhada escapou ao notar a expressão de fúria que a ex – o quão estranho era chamá-la assim, menos de cinco minutos do “término”? – tinha em seu rosto. – Aja.

Hm? – ela encarou-o, agora confusa.

— Estou dizendo para agir, Rey. – explicou. – Vai lá...

— Eu queria, só que... Tem tanta gente aqui... – a garota murmurinhou, um tanto receosa.

— Entendi. ‘Tá com medo de ser pega... – mais uma vez, sorriu, dessa vez compreensivo. – Mas relaxa! Faça o que te faz feliz. Em algum momento você vai ter que sair do armário mesmo. E, acredite, não precisa se preocupar com ninguém aqui. Sabe por quê? – ela fez que não com a cabeça. – Se alguém ousar mexer com vocês, pode deixar que eu, o Ethan e o Collin damos um jeito no babaca.

— Joe, você é um amor! – Audrey exclamou, abraçando-o. – E você está certo. Eu vou lá...

— Isso! – “comemorou”, alegre.

Ela riu, antes de se levantar e caminhar até Emily. Pôs-se a observá-las. Não demorou para que Scott saísse de cena. As garotas conversavam e as coisas pareciam ir bem. Era incapaz de ouvi-las, devido à distância da mesa em que estava sentado do canto em que as duas falavam, cada vez mais próximas. Foi quando elas se beijaram...

Desviou o olhar. Não que a cena o incomodasse, mas não queria parecer um pervertido, ou um daqueles idiotas que fetichizam relações entre duas garotas. Olhou então para Scott, que não parecia nada surpreso. Pelo visto, a relação entre ele e Emily também existia com o intuito de gerar ciúmes em Audrey e fazê-la agir.

“E veja só... Não é que funcionou?” riu consigo mesmo ao pensar nas exatas palavras que a ex dissera anteriormente.

Joey! – Ethan o chamou, de olhos arregalados. – O que...? O que a Rey tá...?

— Não é óbvio? – perguntou, divertido.

— B-Bom, é, mas... – o ruivo franziu o cenho. Na verdade, nem sabia muito o que dizer...

— Como é que você está tão de boa com isso? – quis saber Collin, se “intrometendo” na conversa. – É a sua namorada beijando outra pessoa...

— Ex. – corrigiu. – Acabamos de terminar.

Os dois amigos não pareceram satisfeitos com aquela resposta. Balançou a cabeça, de um lado para o outro. Como os dois eram infantis.

— Que outra reação eu deveria ter? Me irritar? – inquiriu. – Não ia mudar nada. Ela gosta de garotas... E está tudo bem.


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