Addicted escrita por Jazzy


Capítulo 1
One Shot


Notas iniciais do capítulo

Adorei escrever essa, ah~ Deixem reviews, meus amores, não se esqueçam!
Dedicada à Atenais, minha unnie. E à Anna, my heaven. ♥



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A chuva incessante se chocava contra a grande janela de vidro, especificamente naquela noite estando coberta pelas cortinas escuras. Dois amigos reunidos na ampla sala buscavam um ambiente propício a sustos mais freqüentes, reforçando o clima pesado do filme de terror que assistiam.
Ou pelo menos um deles.
O mais velho da dupla, TOP, tinha coisas melhores para focar seus olhos do que em um psicopata juvenil. Naquela noite, seu companheiro de filme se vestia de um modo nada peculiar aos seus olhos.
G-Dragon, seu amigo de longa data, usualmente não trajava roupas muito comuns, e não seria tão espantoso se ele aparecesse ali com uma calça feita de penas de avestruz. E por um momento ele desejou que o mais novo estivesse usando tal peça.
Uma boxer escura marcava perfeitamente as coxas do outro presente ali. E não era como se aquela peça estivesse sendo vista pela primeira vez. Com a presença dos outros amigos em casa, ficava um tanto difícil reparar com tanta atenção naquilo que parte do tecido escondia.
E, por todos os Deuses, aquilo deveria ser um pecado.
- Ei, T. – G-Dragon chamou sua atenção, cutucando sua perna com um dos pés. Ele não percebera realmente para onde o maior olhava pelo fato da pouca luminosidade, então só a falta de atenção dele para com o filme foi notada. – Você não quer ir lá dentro pegar refrigerante pra mim? – E ele sorriu largo, exibindo aqueles dentes quase infantis com o ato. Como ele poderia negar um pedido daqueles? Principalmente quando a pessoa que lhe fizera tal estava com as pernas seminuas esticadas no sofá.
Deveria existir uma regra de vestimenta naquele hostel. Definitivamente.

O trajeto até a cozinha aparentou ser infinitamente mais longo, uma vez que sua mente estava presa no par de coxas vulneráveis sobre o sofá. E o fato de ficar tão desligado de tudo não se devia somente às coxas, mas também ao dono delas. Ao menos para ele poderia olhar mesmo quando a casa estava cheia de gente; seria estranho, sim, mas seria ainda pior se vissem seu estado naquela sala.
Sentia-se um tarado completo.
Com uma latinha de Coca-Cola em mãos, ele retornou à sala, evitando ao máximo que seus olhos encontrassem a pele clara e aparentemente macia. E seus dedos formigaram quando, ao seguir até seu lugar no sofá, tocaram acidentalmente uma das coxas alheias. Deixou a lata nas mãos do mais novo e sentou-se, agindo como se não houvesse se afetado com coisa alguma, e tentou deixar os olhos fixos somente na televisão.
Porém, não mais do que repentinamente, sentiu pernas se esticando sobre as suas, preguiçosas e quase inconvenientes. Quase, se não fossem as pernas de G-Dragon. Por um momento as mãos que se acomodavam sobre o estofado ficaram desconfortáveis. A tentação de tocar as pernas expostas era bem maior do que simplesmente tatear o tecido que revestia o móvel. Chegaram a se erguer, inquietas, fazendo a menção de tocar o mais novo, mas o maior as conteve.
No entanto, os olhar ferino do menor dali não deixou aquela cena escapar. Mais estranho do que ver aquilo acontecendo, foi entender o que se passava. Ele riu baixo, cobrindo os lábios com parte da mão que segurava a latinha de refrigerante. Aquilo só podia ser brincadeira.
Fingiu ter o olhar em cárcere pela televisão e cruzou as pernas, de uma maneira que deixasse as coxas ainda mais evidentes; de soslaio ele acompanhou a reação do mais velho, que encarou aquela parte de sua anatomia como se fosse uma das maravilhas do mundo. Modéstia à parte, ele pensava assim, e gostava muito de saber que despertava algo diferente em seu hyung. Cutucando seu abdômen com o pé, G-Dragon perguntou, sorrindo sem qualquer necessidade – aos olhos do mais velho, pelo menos.
- Te incomodo, hyung? – Perguntou em um tom de perceptível escárnio, sorrindo de um modo que contestava tal forma de falar. Mas TOP, no limite de sua aparente confusão, somente balbuciou, precisando simplesmente mover a cabeça em um menear negativo para fazer-se entender. Tocou superficialmente a área da canela do mais novo, supostamente tentando mostrar que estava tão confortável quanto ele; na verdade, o mais novo era o único ali que poderia passar horas da mesma forma, divertindo-se com o desconforto alheio.
Deu de ombros, por fim, dizendo sem verbalizar, que iria manter as pernas daquela maneira.
Isso deixou TOP totalmente desesperado. Sabia que mais algum tempo olhando para as coxas do menor daria vida própria às suas mãos, e nem ele saberia dizer o que poderia acontecer depois disso.
Estava viciado naquela visão. Era a típica situação em que tentava desviar o olhar e simplesmente o sentia não obedecer, atraídos se houvesse um imã naquele par de pernas.

G-Dragon se moveu, talvez pela milésima vez, causando um arrepio irritantemente delicioso no mais velho dali. O filme já estava quase no fim e o rapper sequer havia se dado conta; só se lembrava que a televisão ainda estava ligada ali quando seu dongsaeng comentava qualquer coisa sobre o enredo.  O que não fazia muita diferença, já que raramente respondia.
Estava nervoso com a ausência dos outros amigos, pois aquilo chegava a soar como uma conspiração. Tudo parecia agir contra a sua sanidade, e esta já estava escassa desde que seus orbes encontraram as pernas indecentes sobre o sofá. Isso o levava a crer que estava terrivelmente vulnerável enquanto os amigos não retornassem para casa.
Subitamente, tudo ao redor parou, incluindo o som da TV. Pensou estar no meio de algum tipo de crise, ou estar prestes a ter alguma, mas percebeu ser algo muitas vezes mais intenso do que uma crise; sua mão estava segura pela do mais novo, firme sobre sua coxa. Ele tinha a oportunidade de ouro de apertar a carne até ver as marcas de seus dedos ali, acariciar a pele lisa... Mas ele não conseguia reagir de acordo com os comandos de seu cérebro. O que, aparentemente, não agradou ao outro.
- Eu vou ter que ajudar com isso? – Ele perguntou baixinho, impedindo que o riso saísse ao morder o lábio inferior fracamente. Movimentou a mão do mais velho devagar, subindo até seus joelhos e voltando para a área mais cobiçada por ele, fazendo-o apertar ali e sequer mostrando alguma reação negativa àquilo. Então, diante da expressão satisfeita do outro, TOP conseguiu agir, pressionando os dedos na carne macia e suspirando em total deleite. O corpo inteiro se aqueceu.
E de uma maneira tão súbita como tudo aconteceu, as imagens foram desaparecendo de sua visão, aos poucos dando lugar para a sala escura e a televisão exibindo um trailer de algum filme sem importância. TOP moveu as mãos, sentindo o tecido áspero do sofá como única coisa para tatear. Bufou totalmente insatisfeito, mal acreditando que algo tão real não passara de uma peça que seu próprio inconsciente pregou. As mãos formigaram com a lembrança recente da pele macia sendo pressionada, do calor que ela emanava...

E o som da porta o fez voltar à realidade. Três amigos entrando animados, dando outro clima a tudo ao redor. A ausência de G-Dragon o deixou um tanto incomodado inicialmente, mas um suspiro aliviado deixou seus lábios ao vê-lo sair do quarto, trajando calças de pijama. A tentação ainda estava ali, mas não iria se descontrolar daquela vez; não podia vê-las, afinal. Levantou-se preguiçoso e juntou-se ao pequeno circulo que se formou no centro da sala, com novidades escapando das bocas daqueles que ficaram ausentes o dia todo. Sorria, achando tudo completamente interessante e realmente atento até que surgisse algo para tirar-lhe o foco.
- Eu não sabia que você era sonâmbulo, T. – A voz já tão conhecida sussurrou em seu ouvido, discretamente. – Me lembre de deixar que durma sempre que eu estiver com as pernas de fora. – Falou por fim, sem fazer questão de esconder o riso curto antes de se afastar na direção Seung Ri, o mais novo de todos ali. Risadas soaram após um comentário de G-Dragon sobre qualquer coisa que afetava o ego do maknae, mas TOP somente manteve um sorriso impassível no canto dos lábios.
Seria obrigado a manter seu vício, afinal.
E o loiro lhe sorriu de volta, como se de algum modo concordasse com ele.


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