Death Dream escrita por Killua, Akemihime


Capítulo 1
More Than You Know...


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Então, essa é uma one shot, que fiquei escrevendo durante algumas noites.
Deu um baita trabalho, mas no fim, acho que valeu a pena!

Tá aí, espero que gostem!
(espero que a formatação não esteja destruída)

Killu~



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Ele estava ali, sentado em uma poltrona no quarto que, no momento, era tudo o que podia chamar de seu.

Era a parte que lhe cabia do império ruído dos Mikaelsons. Um quarto estranho, numa casinha, que nem de longe lembrava o complexo em que moravam antes. A cidade então, ele nem sabia o nome. Esse pedaço de nada não valia o esforço. Não tinha nem uma ínfima parte da imponência de Nova Orleans.

Hayley conseguira, ele estava vivo. Os cinco, quase seis anos que a híbrida havia dedicado a encontrar uma cura para ele e seus irmãos, teve resultado.

Entretanto, o sucesso não fora completo.

Rebekah e Freya continuavam em seu profundo sono; teriam de esperar mais um pouco. Porém, a mordida de Marcel não era mais um problema tanto para Elijah, quanto para Kol.

Eles estavam despertos não fazia nem um dia, muito menos que isso na verdade. Fora tudo muito rápido, muito súbito.

O mais jovem homem dos Mikaelsons agora tentava se acostumar novamente ao mundo real, fora da ilusão de Freya; tentava absorver tudo.

Todavia, ele estava falhando. Miseravelmente falhando.

Após uma longa conversa, Hayley e Elijah decidiram que não fariam nenhum movimento. Eles ainda não tinham como vencer Marcel, portanto revidar seria suicídio.

No fundo, Kol sabia disso, mas mesmo assim, não conseguia conter-se.

Tudo o que conseguia sentir era raiva. Uma fúria que mal cabia dentro dele. Ele queria lavar a honra da sua família com sangue. Mais especificamente, com o sangue de Marcel.

Kol não ganhara a fama de “o mais selvagem dos Mikaelsons” atoa, afinal.

Era até ridículo o fato de que, era justamente para ele que estavam pedindo calma, equilíbrio; pedindo que não fizesse nada. O rapaz mal sabia o que isso queria dizer.

Pedir mansidão a ele era como pedir a uma tempestade que, por favor, se contivesse.

Nessas poucas horas desperto, ele já havia pensado em mil e uma maneiras de torturar Marcel, fazê-lo sofrer, para só então matá-lo. Ele nunca iria perdoá-lo.

Marcel havia feito tudo usando o nome de Davina como desculpa. Ele sujara o nome de sua amada com o sangue de um massacre sem sentido.

Tudo bem, Davina por inúmeras vezes declarou seu ódio contra os Mikaelsons, sua vontade de pôr fim à vida deles, mas nunca o fez. Nunca o faria. No fundo, a garota gostava deles. Daquele seu jeito torto, mas gostava.

Eles dois colocariam seus irmãos nos eixos. Talvez todos pudessem ter um novo começo, todos juntos.

A filha de Klaus era a esperança para isso.

O que havia acontecido não estava certo.

Nesse momento, todos e quaisquer sonhos tolos, que possam ter havido na cabeça do jovem Mikaelson, jaziam enterrados em suas próprias ruínas.

Agora, Kol já não se importava em morrer. Ele preferia estar morto. Ele preferia estar com Davina; se é que, depois do que ele havia feito, ele merecia estar com ela. Tudo o que ele queria era poder tocá-la mais uma vez.

Entretanto, o destino não ligava para seus desejos.

No fim, era como a jovem bruxa Bennett uma vez lhe dissera, “Nem sempre conseguimos o que queremos, não é?”.

Ele não a tinha mais. Ele provavelmente jamais estaria com ela de novo.

Kol estava ali, sentado naquela poltrona, afundado em ódio, amargura e em sua própria miséria. Fora isso que lhe restara. O sentimento de fraqueza; de vazio.

Isso lhe causava a mais profunda dor, que se misturava com a fúria causada pelo sentimento de impotência perante tudo.

Kol Mikaelson simplesmente não podia fazer nada.

Foi tentando extravasar esse sentimento, que o rapaz arremessou contra a parede o copo de Bourbon do qual bebia, soltando um grito quase gutural.

Ele socou o espelho, partiu a penteadeira em sabe-se lá quantos pedaços, quebrou a cadeira contra um vaso de flores e, só quando iria fazer o abajur em pedaços, foi que ele notou que não estava sozinho.

Um par de olhos assustados lhe observava da porta.

O homem travou. Kol ficou sem reação, paralisado. Diante dele, estava aquela pela qual todos lutavam; aquela que todos queriam proteger a qualquer custo.

Ele não havia visto a menina desde que voltara. A pequena estava em seu quarto repousando, afinal, em parte foram os poderes dela que ajudaram no seu salvamento.

Lentamente, pôs o abajur de volta em seu lugar, relaxando sua postura. A pequena o encarava, aterrorizada, como se ele fosse um monstro e isso lhe atingiu como uma punhalada.

Ele não era um monstro... Não mais.

Kol não queria ser um monstro!

Ainda um pouco atordoado, o vampiro deu um passo em direção à garota, que recuou na mesma medida.

— Não tenha medo, amor — disse ele, sinalizando com as mãos, num pedido mudo de calma — Você provavelmente não se lembra de mim. Eu sou Kol! Perdão se eu lhe assustei, não foi minha intenção.

A menina parecia um pouco mais tranquila; ela até havia avançado alguns curtos passos em direção ao homem, que se se agachara, para ficar na altura da menina.

— Eu sou Hope — seu tom era ainda um pouco amuado — Prazer! — Ela estendeu a mão para um cumprimento e Kol não conseguiu evitar sorrir.

Ele não havia se dado conta de que a menina não o conhecia pessoalmente; talvez Hayley tivesse falado dele para ela. Todavia, quando ele a viu pela última vez, ela era só um bebê.

Então, rapaz não hesitou em corresponder, pegando a pequena mão e trazendo-a próxima de si, para depositar um beijo em seu dorso. Dessa vez, a pequena Mikaelson foi quem não conteve um sorriso.

— Você viu minha mãe por aí? — A pequena perguntou confusa. Sua mãe raramente a deixava sozinha.

Depois de pensar um pouco, Kol ligou os pontos. Hayley provavelmente estava com Elijah, fazendo coisas que a pequena Hope não deveria ouvir sobre, ainda.

— Não, pequena, eu não sei onde ela está — ele viu o desapontamento tomar conta do semblante da pequena ao ouvir aquilo — Mas não se preocupe, ela deve voltar logo! Até ela aparecer, você pode ficar aqui comigo. Certamente, eu sou uma companhia mais bonita! — ele concluiu, dando um sorriso gaiato.

A tristeza deixou imediatamente o semblante de Hope, que abriu um largo sorriso satisfeito e correu para a cama que havia ali e sentou-se, com um pouco de dificuldade devido à sua altura do móvel.

Kol a seguiu prontamente, sentando-se ao seu lado. Os dois conversaram por horas.

Hope era bem esperta para a pouca idade que tinha. Provavelmente ela havia herdado isso de Nik.

Eles falaram sobre diversos assuntos. O rapaz perguntou como era a vida da pequena, se ela era feliz e se tinha amigos. Já a menina perguntou sobre o resto da família ao “Tio Kol” — O mais velho achara adorável a sonoridade desse título e com certeza poderia se acostumar com isso.

Contaram suas histórias um para o outro e nem viram o tempo passar. Hope estava deitada como um gato preguiçoso na cama, caindo de sono novamente.

— Eu posso dormir aqui, Tio Kol? Eu não sou medrosa, mas não quero ficar sozinha.

O mais velho riu e concordou prontamente, levantando-se e indo pegar uma coberta para a sobrinha.

— Claro que pode ficar, querida. Se eu ficasse aqui sozinho, quem iria me proteger? — Ele brincou enquanto espalhava o cobertor em cima da menina.

— A moça de sempre, ora — ela respondeu como se fosse óbvio.

Ele não esperava uma resposta da menina. Era só uma brincadeira, afinal. Mas ela havia chamado sua atenção.

— Quem? — O vampiro, que já se afastava da menina indagou confuso.

— A moça bonita, que está sempre com você — Ela tinha fala arrastada pelo sono, mas seu tom era casual, cheio de obviedade.

O mais velho agora tinha um olhar perdido no rosto e a menina percebera isso.

— Quando eu acordei, fui ao porão e ela não estava lá. Ela está sempre lá. — ela explicava sem pressa, um tanto receosa — Estava sempre sentada do lado de a mamãe dizia que você estava dormindo. Ela me fazia companhia, às vezes.

Kol estava imóvel, sem reação. No seu rosto, pura perplexidade.

— Eu a segui até aqui; ela quem disse que eu podia confiar em você. — e então, a menina fechou os olhos, entregando-se ao sono.

Kol sentiu seu corpo gelar e arrepiar dos pés à cabeça. Estava paralisado, sem reação. Ele só sabia que ainda estava vivo, pois seu peito emitia um calor que jamais emitira antes.

Em oposição a seu corpo, sua mente estava agitada e disparava pensamentos, sentimentos e lembranças como uma metralhadora.

Ele não tinha controle sobre si; era como estar em uma queda-livre, da qual só escapou quando, repentinamente, o aparelho de som da sala ligara sozinho.

Aquela música...

Fora como se, subitamente, o calor retornasse a seu corpo.

O jazz que começara a tocar, fora como um abraço terno, tranquilo e prazeroso. Era como um abraço dela.

Era exatamente como um abraço dela.

More than you know
More than you know
       Man of my heart, I love you so...

 

Debaixo dessas mesmas estrelas, há um cara — Kol voltara seu olhar de súbito para sua pequena sobrinha, que mesmo dormindo, começara a balbuciar algumas palavras, de forma pausada e arrastada — que está com a sua garota, e ele acha que tem todo o tempo do mundo — uma pausa mais longa — e ele está certo...

Então, um singelo e carregado par de lágrimas, que o original estava segurando, finalmente escaparam e escorreram, enquanto ele caía em seus joelhos.

— E eu o odeio... — ele fechou os olhos, dando um longo suspiro e voltando seu rosto para o teto, concentrando-se apenas na música que tocava e no calor que lhe cercava. — Eu te amo, Davina Claire.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Esse finalzinho veio do episódio 14 da segunda temporada, "I love you, goodbye", caso alguém não lembre.

Se gostou, não custa nada deixar um comentário!

Até mais! :D