As Ironias de um Clichê escrita por LizAAguiar


Capítulo 2
Capítulo 02


Notas iniciais do capítulo

Well, acho que esqueci de comentar que o segundo capítulo seria o último....My bad XD
Esquecimentos a parte, fiquem com o cap ^^



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— Por que eu? Isso não faz sentido. — Alex suspirou.

— Pela quarta vez, Bianca: ela consegue se abrir com você. — A morena socou o kimono na bolsa, irritada.

— Mas o que eu vou dizer? Nunca me descobri lésbica. — Ele dobrou o próprio traje com cuidado antes de colocá-lo na mochila, apenas depois o encarou, seus olhos refletiam aborrecimento.

— Apenas seja sincera e gentil, ela não merece isso? — Foi a vez de Bia suspirar, olhando para bolsa em suas mãos. — Eu não mereço isso? — Fitou-o de imediato, os olhos castanhos tinham uma expressão convicta e persistente, não conseguiu encara-los por muito tempo e, isso se mostrou um grande erro.

— O que aquela piranha está fazendo aqui?

— O que? — Alex também se virou, a ruiva estava com o garoto de uns 10 anos de idade que ela passara a ver alguns dias atrás. — Pelo amor de Deus Bia, pare de chamar a Vanessa assim. Que picuinha besta!

— Você vai embora agora. — Declarou, voltando a fita-lo.

— Como é que é? — Não apenas surpreso, ele estava também irritado.

— Se quer realmente que eu fale com a Tabatha, vai ter que sair daqui sem olhar na cara dela. — Alex respirou fundo, sabendo muito bem que contra uma Bianca decidida não havia outra opção além da concordância.

O moreno acenou com a cabeça, pegou os fones de ouvido e saiu rápido do dojo, apenas então deu atenção ao seu desafeto, viu a ruiva falar algo para o garotinho e olhar em volta, quando os olhos azuis se encontraram com os seus ela começou a caminhar em sua direção.

"Sério que você vai mesmo vir falar comigo?"

— Bia. — Ela sorriu falsamente quando parou a sua frente.

— O que está fazendo aqui? Não sabia que gostava de karatê. — Deu de ombros não se preocupando em ser legal. — Você foge da educação física. — Não era uma cutucada de fato, notou apenas quando falou, ela estreitou os olhos de forma quase imperceptível por alguns segundos.

— Eu não gosto de ficar suada ou trombando com os outros sabe, é meio nojento. Acho que já passei dessa fase. — Ela riu divertida com a própria fala. — Vim buscar o meu irmão, ele está precisando de exercício e eu lembrei desse lugar, o Alex sempre falava dele.

"Quem deixou você chamar ele assim?"

— Onde ele está? — Ela passou novamente o olhar pelo salão, procurando, sorriu satisfeita por ter antecipado os passos daquela ladra.

— Ele já foi, chegou tarde. — A ruiva rolou os olhos e suspirou, Bia estava certa de que a conversa tinha acabado, mas infelizmente essa não era uma verdade.

— É uma pena, eu falo amanhã. Quero ver se ele conseguiu passar do ouro. — Estava a ponto de responder algo muito grosso para ela, porém Vanessa foi mais rápida. — Aposto que o Matheus cansou do azul, chegaram algumas cores novas na loja, ele vai adorar. — A voz macia e provocativa chegou em seus ouvidos, dando uma vontade enorme de testar um Kin Gueri nela.

"São meus amigos, piranha vermelha. Não vai ficar com eles."

— Legal. — O sorriso dela ao notar seu tom cortante foi convencido e satisfeito. — Tchau.

— Bye, bye. — A voz doce a enjoou, entretanto foi bom vê-la partindo.

"Garota insuportável!"

Haviam poucas coisas que conseguiam tira-la do sério mais do que aquela situação. Como uma garota poderia ser tão vingativa?

"Caí nela naquela partida de handball, mas o que eu poderia fazer além de pedir desculpas depois do jogo? É um esporte rápido e de contato, ora!"

Bia sabia que o motivo era idiota e fraco, mas era o único possível, já que antes daquele intercalasse nem ao menos a conhecia, um dia depois do ocorrido Vanessa simplesmente topou com Alex e ficou grudada nele por uma semana, — quase no sentido literal da palavra, — depois a vítima fora Matheus.

"Eu não ligaria para isso se ela não me excluísse complemente."

Odiava aquele maldito Lol que o moreno gostava tanto e nunca se importara com tinta para cabelo, Matheus havia notado seu desconforto, — e por mais que quisesse negar, insegurança também, — em relação a outra garota, já Alex...

"Idiota, ele sabe tudo sobre plano cartesiano, mas não entende o que se passa ao redor dele."

— Imbecil. — Ela iria continuar com a chuva de xingamentos, mas ver a única figura que usaria um vestido branco de verão em um tatame acabou com toda a sua raiva.

Tabatha estava de costas falando com o pai, sabia que aquele não era o melhor ambiente para se conversar sobre um assunto tão delicado, mas que lugar seria?!

"Relaxa Bianca, não é nada demais e...Mentira do caralho! O que eu vou dizer?!"

— Ok, você disse que iria. — Respirou fundo, munindo-se de coragem. — E você vai.

Esperou que o sensei fosse ao encontro de Bruno, aquele garoto sempre ficava horas perguntado coisas e tirando dúvidas sobre tudo, era um saco normalmente, porém no momento em questão era mais do que perfeito. Seus passos até a garota foram ágeis, não queria que sua determinação fosse embora e para isso precisava de rapidez.

— Tabatha? — Ela se virou em um sobressalto, assustada com o contato repentino.

"Bianca: você é uma idiota."

— Oi. — Sempre havia achado a timidez da filha do professor de karatê meio exagerada, mas aquele fio de voz e o fato dela ter dado um cumprimento para o chão foi demais.

— Será que a gente poderia conversar? — Sua voz também saiu a contragosto, mas fez o impossível para que seus olhos continuassem focados nela. — Em particular. — A menor apenas acenou de forma positiva e logo moveu-se.

— Pai, a Bia e eu vamos alimentar as carpas. — Tabatha não esperou pelo aval do pai, apenas puxou a manga longa de sua blusa do Green Day e guiou-a até os fundos da casa, passaram pela sala, cozinha e chegaram ao grande jardim tipicamente japonês com um pequeno lago no centro, ela sempre ficava embasbacada com toda aquela beleza.

"Gente rica é outra coisa."

— Faz tempo que eu não venho aqui. — Era apenas um pensamento alto, mas fez com que a outra risse um pouco.

— A última foi quando você caiu no lago, né?

— Eu não caí, a desastrada da Helena tropeçou em mim. — Corrigiu contrariada, faziam meses, mas Alex ainda gostava de lembra-la das algas presas em seu cabelo.

A menor passou por ela com rapidez e foi até o meio da ponte avermelhada onde estavam alguns pedaços de pão, seguiu-a lentamente, tentando ganhar tempo.

"Você só tem catorze anos, é normal que as coisas estejam meio estranhas...Não, assim não dá. Estou parecendo um orientador de escola."

O tempo havia acabado, assistiu a garota jogar algumas migalhas na água enquanto apoiava os braços na ponte olhando para baixo, timidamente os peixes coloridos começaram a aparecer.

"Gentil e sincera, não é? Que merda, Alex! Desde quando eu sou gentil?!"

— Desculpe. — O tom ainda estava um tanto hesitante, todavia ela parecia mais consigo mesma, o que não aliviou sua surpresa.

— Pelo que? — Indagou em um murmúrio tão baixo quando o dela. — Eu é que pirei o cabeção e...

— Eu não sabia sobre o Alexandre. — Tabatha olhava para o próprio reflexo na água, mesmo estando escuro o suficiente para que pouca coisa pudesse ser vista.

— Ele é um idiota, idiotas se recuperam rápido. — Conseguiu arrancar um riso suave dela, o que acabou por fazê-la sorrir também.

"Eu sei que você adora ver nós dois brigando."

Mas não a culparia, deveria realmente ser divertido.

— E você? — Não poderia ficar enrolando para sempre e, não iria. — Está tudo bem? — O dar de ombros dela fez com que mordesse o interior da bochecha, simplesmente para segurar o impulso de bater o pé no chão ou começar com o código Morse, não era hora de fazer barulho.

— Só contei o que sentia em relação a você porque eu precisava contar, já estava sufocando. Mas eu não tinha muita esperança ou coisa assim, então não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem. — A menor sorriu de maneira tênue para as outras carpas amontoadas ao redor da comida, seu pé começou a chutar o chão sem que notasse, o tom dela estava tão triste que sentiu o próprio coração apertar.

"Mas o que eu posso fazer?"

Não era lá muito possível que mudasse a própria sexualidade, — ou seus sentimentos, — tão pouco os dela, entretanto sair assim e deixá-la daquela forma era impossível, se um dia Bianca começasse a não ligar para as pessoas ao seu redor deixaria que Matheus descolorisse e fizesse mais qualquer outra coisa que ele quisesse fazer com seu cabelo.

"Mesmo que seja verde."

— Sabe, eu tenho um amigo que já passou por algo parecido. — Esticou a mão para pegar um punhado de pão do balde que a outra deixara ao seu lado no braço da ponte, Tabatha permaneceu muito quieta perante sua movimentação, mas assim que voltou a atenção aos peixes sentiu o olhar dela em si. — Ele teve que mudar de escola depois que uns caras começaram a encrencar com ele. — Bia se lembrava muito bem de um dia ter achado a cicatriz no supercílio charmosa, hoje só lhe causava melancolia. — Ele acabou se fechando demais durante muito tempo e passando por muita coisa sozinho, mas não tem que ser assim com todo mundo. — Seu pé deixou de se mexer, toda a agitação havia passado para a voz.

— Bianca, eu estou bem...

— O Alex adora se meter na vida dos outros e o próprio Matheus é um ótimo conselheiro...

— Bia... — Sentiu que Tabatha estava tentado acalma-la, mas isso não deu muito resultado.

— E eu sei que não sou a melhor ouvinte do mundo, mas se preci... — Sua voz minguou totalmente ao escutar a risada espontânea vinda da garota ao seu lado.

Já tinha presenciado risos suaves e contidos, mas nunca uma gargalhada, suspirou notando o quanto deveria estar parecendo desesperada.

"Ou uma doida varrida."

— Desculpe, eu meio que entrei em pânico. — Passou a mão pelos fios castanhos que se soltaram do rabo de cavalo firme que lhe era de costume naquele dojo.

— Eu notei. — Dessa vez o riso foi mais ameno e característico dela. — Mas obrigado mesmo assim. — Sorriu, sentindo-se momentaneamente envergonhada.

"Bem...Poderia ter sido muito pior."

— Só... — Tinha uma coisa que rondava sua cabeça desde o momento em que soubera dos sentimentos da outra, infelizmente Bianca não tinha controle sobre sua própria curiosidade. — Como você...Droga. — A menor inclinou a cabeça para o lado, a dúvida era óbvia no rosto dela. — Como você foi gostar de mim?

— Como assim? — Viu as mãos de Tabatha se juntarem, exatamente como na semana passada, demonstrando nervosismo com sua indagação.

— Sei lá. — Resmungou, lembrando-se das informações que juntara sobre ela nos dois anos em que tinha aulas de karatê.

"Fala japonês e inglês bem, toca piano, é muito educada, nunca vi o sensei reclamar de nota baixa ou de alguma besteira que você tenha feito e com toda a certeza já sabe que faculdade quer fazer."

— Eu sou tão comum, a única coisa em que eu sou realmente boa é na culinária.

"E em me meter em confusão."

— Você sabe cozinhar? — O espanto na voz dela a deixou levemente irritada.

— É. — A menor pareceu notar seu incomodo, visto que um sorriso delineou os lábios finos.

— Comum, não é? — O tom divertido de Tabatha a confundiu, ela meneou a cabeça como se refletisse. — Isso me parece um escudo. —  A menor sorriu satisfeita quando notou que seu queixo havia caído.

— Qu-que seja. — Cruzou os braços enquanto seu pé voltava a chutar o chão.

"Olha para onde você levou a conversa, dona Bianca!"

Era verdade que tinha facilidade em conhecer pessoas e fazer amizades, mas a intimidade era outra história, não gostava de gente fuxicando em sua vida, seus problemas eram seus, nem mesmo com os dois melhores amigos ela se sentia bem em falar de algumas coisas.

"Como é que ela conseguiu perceber isso?"

Talvez aquela paixão repentina não fosse tão repentina como estava imaginado.

— Então, se você precisar conversar não hesite em...

— Não vou. — A garota levantou uma das mãos. — Prometo. — Suspirou aliviada ao notar a sinceridade na voz dela.

"Ok, só tem mais uma coisa."

— Quanto tempo faz que você se sente assim? — Pela primeira vez naquela noite viu o rosto dela tomar uma coloração avermelhada. — É que eu nunca notei e...

— Faz tempo o suficiente. — Tabatha voltou os olhos para o lago, seu pé deixou de agredir a ponte e se aquietou, dessa vez a agitação realmente sumira.

"Droga, eu quero saber."

Tratou de acorrentar seu pequeno monstrinho dentro de si, ato que não sabia que era possível de ser concretizado.

"O suficiente, mas quanto é isso? Seis meses? Mais com toda a certeza, deve ter passado muito tempo me observando para saber sobre esse escudo e coisa e tal."

Der repente o mundo lhe pareceu injusto, Alex era um ótimo cara, tinha uma das qualidades que ela mais admirava: a paciência. Algo que seria necessário para Tabatha, e ela era fofa, cheia de mistérios e simplesmente tão inocente que mesmo sem qualquer intenção conseguira encanta-lo, sabia que ele seria a pessoa certa para fazê-la se abrir.

"Vocês seriam um casal incrível."

Mas o que aconteceu?

"Eu aconteci. A vida aconteceu."

Com o amigo Bia poderia apenas ceder um ombro, ínfimo, mas era mais do que poderia oferecer a menor.

Tão injusto!

"Mas você pode tornar isso um pouco menos doloroso, ou talvez com uma lembrança boa."

Ao menos para a doce garota a sua frente.

"Bianca Eloísa da Souza Marinho: você está prestes a fazer merda."

— Tabatha. — Ela demorou alguns segundos para juntar a coragem necessária e encara-la, mas o fez. — Eu quero dar um presente para você. — A menor mostrou uma expressão confusa.

"Claro...Você não deveria fazer isso."

— Como as...

— Você quer? — Bianca tinha a habilidade de ignorar sua consciência quando necessário, entretanto ela era tão teimosa quanto a dona e nunca calava a maldita boca.

"Alguém tem que botar juízo nessa sua cabeça oca."

Mais uma vez a outra demorou para dar sinal de que havia ouvido, deixando-a em uma expectativa agoniante. Tabatha apenas fitou-a receosa e acenou de forma positiva, corando novamente.

"Estou mandando você parar, doida!!"

— Então feche os olhos. — Sussurrou, sentindo o próprio coração começar a retumbar com mais força. Ela o fez, dessa vez sem qualquer dúvida ou hesitação.

"O Matheus estava certo! Lembra disso, não é? Lembra?!"

Deu um passo silencioso a frente, a outra não se moveu, mas parecia nervosa. Tocou-lhe a face de forma delicada, mas mesmo assim a garota se sobressaltou, abrindo os olhos, novamente com receio, todavia Bianca não deixou de notar: Tabatha não havia se afastado.

— O q-que... — Inclinou-se em sua direção de forma vagarosa, dando o tempo necessário para que uma negativa fosse dada, todavia ela não veio. Afagou suavemente seu rosto com o polegar. — Bia...

— Está tudo bem. — Teria ficado surpresa com toda a segurança que sua voz passava, isso se estivesse prestando atenção nela. Roçou sua testa na dela de maneira carinhosa, o que fez a respiração da menor se tornar mais agitada.

"De que adianta ter uma consciência se você não consegue escuta-la?!"

— É que eu... — O tom de seus sussurros continuava sendo majoritariamente nervoso, mas também sentiu a preocupação nele. — Eu nunca...

"Pare de bancar a fofa, garota. Você não está ajudando!"

— Não importa. — Deixou que sua mão escorresse até o queixo da outra enquanto sentia-a puxar sua blusa de forma tímida, aproximando seus corpos.

"Puta merda, você realmente vai fazer isso..."

Capturou o lábio inferior de Tabatha de forma tênue, tão leve quanto um suspiro, deixando-a se acostumar com a ideia antes de intensificar o contato. Enquanto uma das mãos viajava até o encontro da nuca dela a outra foi até o ombro, delineando o braço fazendo com que ela circulasse sua cintura, sentiu um aperto maior na região assim que sua língua tocou a dela.

Bianca não estava se importando consigo mesma no momento, — ou talvez fosse o egoísmo disfarçado de altruísmo, jamais cairia na ilusão que as pessoas tinha com a bondade, — não estava ligando muito para o que aquele beijo poderia mudar em sua vida ou se ele queria realmente dizer alguma coisa, nem mesmo Alex se fez presente em seus pensamentos, só queria que aquele momento fosse mais do que algo que Tabatha gostaria de esquecer, algo que não fosse apenas ruim, menos triste, um momento inesquecível, mas não de maneira melancólica.

Primeiros amores mereciam terminar de um jeito melhor.

Por isso fez questão de explorar todos os cantos da boca dela de forma lenta e afável, sem se preocupar com o mundo exterior, ele não importava, o único ser que merecia atenção era ela, ao menos por aqueles instantes. A menor se deixou guiar, entregando-se aquele contato cálido e gentil, um pensamento de minutos atrás surgiu em sua mente outra vez.

"Talvez eu saiba ser gentil as vezes."

Tabatha estava ofegante quando se separaram, mas conseguiu surpreende-la ao esconder o rosto em seu colo e agarrar a sua blusa, conteve o suspiro para que ela não tirasse conclusões erradas e levou uma das mãos as suas costas enquanto a outra passou a acariciar o cabelo liso.

— Está tudo bem? — Murmurou em seu ouvido, sabia que a pergunta era idiota, entretanto foi impossível não fazê-la.

— Está. — A resposta dela foi abafada contra o tecido, mas não foi difícil decifrar, deixou que os minutos passassem e o momento se prolongasse, daria o tempo que ela precisava.

Bia não soube dizer quando, mas em algum momento Tabatha a apertou mais forte e soltou-se do abraço vagarosamente, quase como uma despedida custosa, ela não devolveu seu olhar, apenas seguiu encarando o desenho na blusa negra, teve que conter a vontade de socar a própria cara.

"Você tem cinco blusas do Green Day, mas teve que escolher justo a com a capa de 21th Century Breakdown. Anta."

Viu-a respirar fundo e subir o olhar devagar, todavia a espera não lhe deu frutos, assim que os olhos castanhos se conectaram com o verde dos seus a menor voltou-o para o lago.

— T-tchau. — O sussurro foi tão baixo e rápido que a obrigou a raciocinar sobre o que seria a fala, o que a impediu de conter a outra, quando deu por si Tabatha já havia atravessado a ponte com rapidez.

Juntou todo o ar que seus pulmões conseguiam por alguns segundos e exalou tudo de uma vez.

"Meu Deus do céu!"

Mais uma vez se perguntou como fora parar naquela situação.

"Eu estava dentro de um triangulo amoroso que envolvia o meu melhor amigo e a garota que ele estava afim. Isso seria um roteiro de comédia romântica se não estivesse invertido."

Que azar!

— Bianca! — O pulo que deu ao ouvir a voz grave do sensei não fora nada pequeno, virou-se para vê-lo com metade do corpo para fora da porta. — Sua mãe ligou, disse que quer uma boa explicação por você não estar em casa ainda. — O suspiro de cansaço foi responsável por fazer seus ombros caírem.

"Eu esqueci de avisar que iria me atrasar...Mas que saco! Ela acha que eu estou fazendo o que? Vendendo drogas?!"

— Ela também disse que se você chegar em dez minutos não vai ter castigo. — Ele riu quando a sua boca tomou a forma de um O. — Melhor se apressar.

Foi o que fez, passou correndo pelo professor de karatê, deu os maiores pulos que pode ser cair pelo dojo, quando já estava na estrada ouviu-o chamar novamente.

— Vai esquecer sua bolsa! — Ela choramingou quando viu o objeto lilás com ele.

— Eu odeio meu azar!


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Notas finais do capítulo

The End!
Críticas, sugestões ou similares são bem-vindos.
Até uma próxima vez o/
Ou não......



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