Antes de Partir escrita por Lady G


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoaaaaas!

Na época que escrevi, ainda estava naquele arco onde os dragões haviam "retornado" e a Levy, por um momento, aparece toda cheia de cicatrizes num futuro diferente. E como sempre, escrevi um drama sobre isso.

É uma das mihas histórias favorita e falo mesmo!
E nessa vibe que está atualmente, parece que me inspirei no Arco deste guerra infinita.

Espero que gostem!



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Era apenas um quarto...

 

Um quarto branco e vazio...

 

Sem cores, sem energia e sem lembranças...

Era agora a “casa” de Levy McGarden. Sem amigos, sem família, sem passado, presente ou futuro, não lhe restou mais nada do que a eterna solidão. Antes, uma menina feliz, gentil, esperta e apaixonada. Hoje... Nada.

Estava numa casa para pessoas com problemas mentais. Não que ela ficara “louca”, quase. Perdeu tantas pessoas que tanto amava e bem na sua frente, mesmo escrevendo as cartas para suprir a dor. Acabou enlouquecendo, e sucumbiu-se á depressão. E com o resto de dinheiro que tinha, o exceed Pantherlily, a esta casa, metros de distancia de Magnólia. Levaria quase uma semana para chega de trem, imaginem a pé. Então não teria como Levy fugir. No começo da internação fora difícil. Já que a Levy era a única família que restara para Lily, não encontrava mais os outros Exceeds. Mas, sempre ia visitar Levy quando podia e passava horas e horas conversando. Porem uma conversa sem rumo, como se fosse uma gravação que sempre se repetia.

Levy estava sentada debaixo de uma arvore, fazia um pouco de frio, mas isso não a impediria de ficar ali, pensando. Refletindo sobre o seu passado, cujo qual não se lembrava de como era, seus olhos hoje não tinham mais emoção, portanto logo evitou ter pensamentos direcionados á sua antiga Guilda, na verdade, ela nunca saíra dali de imediato. Ainda possuía o símbolo no ombro esquerdo, e por isso seu quarto não podia ter espelhos senão entraria em desespero como das outras vezes. Não só pelas cicatrizes no rosto, e o olhar angustiado, ou até mesmo pelas roupas simples que agora usava. Mas sim pelo símbolo.

Fechou os olhos por um segundo, e sentiu a brisa fresquinha tocar em seu rosto tão delicado e machucado, por questão de segundos, viu aqueles olhos vermelhos.

— Gajeel...

Sussurrou aquele nome, gostaria de retornar a ver o dono desse nome, o dono daqueles olhos, o dono do seu coração.

— Levy você tem uma visita. – disse um homem, e era pouca coisa mais velho que ela, e responsável pelos cuidados de Levy, ele era moreno, cabelo curto e tinha olhos azuis. E era muito gentil com ela.

— Quem...? – perguntou inocentemente.

— Oi Levy. – apresentou-se o Exceed preto, sua única visita.

— Ah! Oi Lily. – deu um rápido sorriso, e começou a procurar por alguém. – Ele não veio com você de novo?

— Não... Sabe como são as missões difíceis, não é mesmo? – era a única maneira dela não enlouquecer de vez, era mentindo. O gato tinha mais cicatrizes no corpo e estava impossibilitado de ficar no Modo de Batalha, resultado de uma difícil batalha pela vida.

— Ah... Quero muito vê-lo tenho que contar algo... – baixou a cabeça.

Começou a brincar com a grama úmida. Levantou a cabeça novamente e fitou o lago que ficava há poucos metros da arvore de onde estava. O lugar onde estava internada era muito bonito, jardins floridos, uma espécie de pousada. Não tinha muitos pacientes, mas mesmo assim aquele lugar parecia estar sempre cheio. Tinha uma boa energia vinda da tal “pousada”.

— Como ela esta? – perguntou Lily, mas já estava desconfiado da resposta.

— Esta piorando, e o seu poder mágico esta instável, ficou muito exposta ao poder do Zeref que até mesmo ela o possui. Mas é uma quantidade pequena. Ela só tem que ficar calma. – explicou o medico.

— Entendo. Ela ficara assim para sempre?

— Até o tempo decidir se ela deve mesmo saber o que esta acontecendo. – estavam falando aos sussurros. Levy não prestara a atenção, retornou a ler o seu livro distraidamente, não era daqueles românticos, e sim de figuras, mais usados para crianças.

— É muito triste vê-la assim. – comentou Lily.

— Imagino, ela viu muitas pessoas que amava morrer, eu vi as imagens vindo diretamente da cabeça dela, usei magia de “projeção”, usamos esse tipo de magia nos pacientes para ver o que resultou ficarem tão perturbados. Perder os melhores amigos e quem ama, quase que ao mesmo tempo é muito difícil mesmo. – fitava as madeixas azuis se movimentarem com a fraca brisa. Levy parecia desligar-se do mundo.

— A pessoa que ela amava era o meu melhor amigo, mas como já servi ao exercito vi coisas piores, não sei por que ainda estou tão firme. – disse Lily com uma feição tristonha.

— Você esta sendo forte por ela Lily, não que ela não fosse, mas, a mente dela esta tão abalada que automaticamente se prendeu naquilo que lhe conforta, ela espera pelos seus amigos. Que entrem pelo jardim e a enchem de alegria. Ela não quer ser mais desse mundo, ela criou um mundo onde seus amigos a aguardam para uma missão, para uma festa, para um abraço. A Levy que você conheceu, não existe mais... Sinto muito. – explicou sentindo a dor do gato que havia dado alguns passos ate Levy.

Lily pediu licença a ela, por causa do livro e sentou-se no seu colo. Lily agora era só um gato tendo uma nova dona dando-lhe um afago. O medico, chamado Thomas deu-lhe um espaço, entrando na pousada. O gato que não a olhava, apenas perdia-se fitando o lago, lembrando-se de tudo que já passaram, das aventuras, das brigas divertidas dela com o Gajeel. Ele pensava que iria ao casamento deles algum dia, sorriu. Levy notou.

— O que foi?

— Nada não, estava apenas... Pensando em algumas coisas. – explicou Lily que continuava olhando o lago.

— Ah ta... Lily? – virou o gato para encará-lo. – por que estou aqui? – o gato primeiramente não soube responder, abria a boca e não conseguia uma resposta... “Normal” para ela.

— Para melhorar suas habilidades... – mentiu novamente, esperando que ela acreditasse.

— Ah entendi, que bom, vou poder ficar forte para proteger a todos, não é mesmo? – e deu um sorriso, um sorriso melancólico, ela não sabia mais expressar emoções. Lily estava a ponto de chorar.

— Le-Levy eu preciso ir, outro dia eu volto eu prometo, e vejo se... – parou ao dizer o nome, respirou fundo. – Se o Gajeel vem também esta bem? – deu um falso sorriso.

— Claro! Estou com saudades daquele chato. – o gato levantou-se, virou novamente para Levy antes de embora.

— Antes de eu ir embora, posso saber o que gostaria de falar para ele? Eu prometo que não conto. – se arrependeu por ter perguntado.

— Bom... É que eu o amo. – a pele pálida corou por instantes, logo foi interrompida por uma forte dor de cabeça. – Ma-mas não conte a ele viu?! – esforçou-se para parecer seria. Ela realmente havia se esquecido de como ter certas emoções.

Lily assentiu, mordeu o lábio inferior para não chorar, e a dor forte no peito era resultado de imaginar como seria a Levy percebendo queele não iria voltar. Não a chamaria de Devora Livros ou Nanica. Que Gajeel estava morto.

Chamou Thomas e comentou o que havia conversado com ela, se despediu de Levy. E seguiu de volta para Magnólia, para os restos dela e para as pessoas que ali ainda viviam em estado critico. Alguns Fairy Tails haviam sobrevivido, mas com sequelas também, mas, mais físicas do que psicológicas.

Thomas chamou Levy para tomar café da tarde, ele particularmente gostava dela, não que ele se aproveitaria dela. Mas criou uma simpatia por ela, e sempre estaria disposto a cuidar dela. Levy acordava no meio da noite por culpa de seus próprios gritos Os pesadelos que se repetiam todas as noites.

E naquela noite em especial... O pesadelo fora diferente. Na verdade não era pesadelo, e também não era sonho, era o nada. Viu uma figura perto do lago, enquanto abria a janela para tomar um ar. A janela tinha grades, claro, mas via aquela figura comprida jogava pedrinhas na lagoa, as pedrinhas quicavam pela água e depois afundavam. A curiosidade tomou conta dela. Parecia ate a mesma Levy de sempre. Seu corpo moveu-se automaticamente até o corredor, que ali não havia ninguém, direcionou-se pela porta dos fundos, onde ficava a cozinha e também não tinha ninguém, provavelmente pelo barulho no banheiro um dos médicos responsáveis pela segurança tinha ido usá-lo.

Levy usava uma regata branca e calças de algodão brancas também e estava descalça. Andou alguns passos em direção a silhueta que agora parara de jogar pedras, e olhou por cima dos ombros a figura pequena. Levy se encolheu por conta do frio que começava a fazer.

— Deveria ter trazido uma blusa não acha? – indagou a sombra, a azulada abriu um sorriso orelha a orelha por ter reconhecido aquela voz.

— Finalmente! – celebrou chegando mais perto da sombra, que graças a Lua que finalmente aparecera iluminando o lago pode-se reconhecê-lo.

— É bem diferente vê-la com roupas de uma cor só. – debochou vendo-a toda de branco.

— E você também. – observou, realmente, ele estava todo de branco . Mas os cabelos negros e olhos vermelhos eram os mesmo.

— Por que só agora? – perguntou ela, ficando ao lado dele, Gajeel fitava o lago. Estava com uma feição tranquila.

— É que você não me deixa descansar em paz... Precisava fazer algo... – falou com um pouco de tristeza na voz.

— Descansar...? Alguma missão tão difícil assim? – perguntou com certa curiosidade, Levy estava muito feliz por vê-lo.

— Sim, cuidar de você é um trabalho difícil, vou sentar... – E o fez, sentou-se na grama úmida, molhando os pés na água fria. Ele não se importou muito.

— Posso me sentar ao seu lado? – na verdade ela não ligaria para o que ele responderia, mas não queria parar de falar com ele.

— Claro... Sente ai... – bateu levemente a grama. Levy se sentou ao lado dele, e pode sentir o calor que não sentia há tempos.

— Por que não me visitou antes?

— Talvez não fosse a hora ainda. – agora a fitou, ficou serio ao ver o rosto totalmente diferente do que era acostumado ver, em vez do rosto delicado, cicatrizes, olheiras, e uma feição tristonha.

— Ah... – encarou os pés do moreno, fez o mesmo colocando os pés na água, tirou-as imediatamente, ela estava muito fria. – Como não esta sentindo frio com os pés na água?

— Não estou com frio... – respondeu sem muita rispidez, estava até que educado. – Quer me dizer alguma coisa? – pareceu ler a mente de Levy quando a viu fitá-lo intensamente.

— Você não esta aqui de verdade não é? – os olhos castanhos, agora sem brilho algum começaram a umedecer.

— Não.

— Então, esta mesmo morto? – as lagrimas não se limitaram a cair sobre o rosto judiado.

— Infelizmente... – ele também parecia triste. – Sinto muito baixinha... – e começou a enxugar as lagrimas da azulada que teimavam em cair.

— Por que consigo sentir você me tocando, e sentindo o seu calor? – perguntou tocando nas mãos firmes e ásperas do moreno que ainda tocavam o seu rosto.

— Porque estou vivo dentro de você. – respondeu com normalidade, dando um daqueles sorrisos típicos dele. – Você é uma Fairy Tail, onde esta aquele sorriso lindo que sempre me dava ao entrar na Guilda? Onde esta aquela garota que sempre tinha um livro de romance nas mãos? Levy não “morra” por que nós morremos. Então por favor: viva por nós!

Levy soltou-se das mãos e deu um abraço forte nele, encharcando a blusa de Gajeel, apertando cada vez mais o abraço, o moreno também retribuiu a apertando mais contra si. Afagou os cabelos azuis, e por alguns minutos ficaram assim, as nuvens haviam desaparecido, permitindo a Lua iluminar ainda mais o lugar.

— Gajeel... – separou-se do abraço, encostou-se sua testa na dele.

— Sim...?

— Quero te contar uma coisa...

— O que foi? – estava bem tranquilo, finalmente a sua Levy estava voltando, aos poucos.

— Eu te amo.

— Eu sei. – distanciou-se dela, empurrando com toda gentileza que tinha para ela se afastar. E fitá-la melhor. – E fico grato por ter me perdoado. – e sorri. – Você precisa dormir, daqui da para ver essas olheiras esquisitas, só por que estou bonzinho vamos nos encostar ali naquela arvore e você pode dormir ao meu lado. – levantou-se e estendeu a mão para Levy levantar-se também.

— É estou com um pouco de sono... –afirmou, e assim acabou bocejando.

Acompanhou Gajeel sentar-se e se encostar-se à arvore, ela sentou ao lado dele, o mesmo passou o braço por cima do pequeno corpo que agora deitava sobre o seu peitoral, uma mão ficou acariciando as costas do rapaz e outra segurava o ombro direito dele. E aos poucos suas pálpebras teimavam e cair, e para poder finalmente dormir.

— Antes que durma... Quero que me prometa uma coisa. – começou a cariciar os cabelos azuis, e levantou um pouco o rosto de Levy, e como ele sentia falta daquele calor, daquele corpo franzino.

— Sim...? – abriu novamente as pálpebras, fitando os olhos vermelhos que tanto sentira falta.

— Que volte a ler, a escrever também. Sabe... Você tem uma letra muito bonita tenho que admitir. – isso a fez sorrir, e depois assentiu com a cabeça. - Agora pode dormir, esta tarde...

— Ta bom... Ah... Gajeel...? – continuou falando, agora com os olhos fechados.

— Oi...? – pareceu meio impaciente. Mas percebeu que aquele era seu ultimo momento ao lado dela. E então relaxou.

— Obrigada por ter vindo. – e aos poucos começou a sentir uma leve onda de calmaria. Como se tivesse sido tranquilizada por mais remédios, mas esse caso era diferente. Ele finalmente estava ali.

— De nada...

Fitou a Lua mais uma vez, e antes de partir, ele se ajeitou o suficiente para chegar perto do ouvido dela, e cochichou um “Eu te amo”, e abraçou. Deixando as lagrimas que um dia nunca pensou em derramá-las novamente em seu rosto. Gajeel chorou, chorou por ter que deixar a sua pequena. Mas agora ele sabia que ela estaria melhor de agora em diante. E continuou por ali. Até o amanhecer. Um rapaz se aproximou o apressando, suspirou ao ver Levy daquele jeito, e resolveu ajeitar melhor o cachecol que usava, Gajeel quando o viu bufou, mas sabia que o seu dever já havia sido feito. 

Levy acordou assustada, acordou na cama de seu quarto. Não sabia nem o porquê, como, ou quando foi parar ali. Levantou apressada, correndo em direção á arvore. Começou rir e a chorar ao mesmo tempo ao ver o que tinha aos pés da arvore. Tinha um lenço laranja tendo uma flor azul como enfeite preso á uma raiz. O pegou e arrumou corretamente aos seus fios compridos, pois antes não usava mais seus famosos lenços e tiaras. Algo a “forçou” olhar para direita, onde ficava um dos jardins. Levy levou as mãos á boca chorar, ao se deparar com as figuras sorridentes. Jet, Droy e... Gajeel. Claro que havia outros magos que haviam sido mortos, porem, aqueles fizeram questão de antes de partir a visitarem. Ambos os seus “irmãos” abanavam freneticamente as mãos, a saudando. Gajeel estava com os braços cruzados, sorrindo. Levy teve algo ofuscando a sua vista por conta de um reflexo no chão, o dia estava ensolarado depois de tanto tempo. Thomas percebia da varanda da Pousada que Levy olhava constantemente para algo que não estava lá. Mas ele não foi ate ela. Não se preocupou, sabia que, ela finalmente ficaria bem. No chão tinha nada mais nada menos que o símbolo em metal de Fairy Tail, Levy fitou novamente o jardim, mas não tinha mais nada lá. Mas ela não chorou, ela deu um dos mais belos sorrisos. Apertou contra o peito o símbolo. E sentiu uma brisa vir a sua direção, acalmando todas as suas dores e sentimos ruins. “Eu sou uma maga Fairy Tail, não posso desistir!” pensou confiante.

 

O amor nos salva de muitas coisas ruins, e quando é verdadeiro ele nos liberta das dores e aflições.


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Notas finais do capítulo

Fiz alguém chorar?

ESPERO que sim! Hahaha! Obrigada por terem lido! Não se esqueçam de comentar, é super importante saber o que pensam sobre a fanfic ;)

Beijos!



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