Richard Moore

Megan era apenas mais uma adolescente naquela escola, ela andava com a turma dos "revoltados", para quem não sabe quem são essas pessoas eu explicarei agora. Eles pertencem a um mundo diferente do nosso e vivem uma realidade completamente diferente e conturbada, não importa qual seja o motivo se envolver com drogas é errado, mas eles não parecem se importar.Eu nunca havia reparado naquela garota até o dia em que tudo começou.

Eram sete em ponto e eu já estava sendo acordado pela minha irmãzinha,Melissa. Era hora do café da manhã e logo após eu sairia para correr. Melissa se jogou com força brutal em cima de mim, muitos diriam que uma garotinha de sete anos não poderia causar muitos danos, mas eu estava ali para discordar. Abri os olhos ainda sonolento e me levantei reclamando.

—Você precisava pular em cima de mim!—Ela sorriu.

—Eu não poderia perder essa oportunidade.—Me zanguei.

—Você é terrível.

Entrei no banheiro para escovar os dentes e me trocar. Meu dia definitivamente tinha começado cedo. Assim que terminei desci para o café da manhã. A mesa estava posta como sempre e os empregados estavam terminando de servi-la. Meus pais já estavam sentados e a pestinha da minha irmã também,resolvi me juntar a eles.

—Bom dia,filho.—Disse papai, mas dava para ver que para ele não era um bom dia.

—Bom dia.—Respondi automaticamente.

—Ric, você pode me levar para escola hoje?—Perguntou Mel, apenas para quebrar o silêncio.

—Tudo bem, sua aula é agora?—Ela confirmou com a cabeça sem dizer nada.

—Como está a Lana, Ric?—Mamãe perguntou.

Para ela a única garota que estaria a meu nível seria a Lana. Isso me cansava, mas estando com ela eu poderia estar com todas.

—Ela está bem.

—Mande um beijo para ela e diz que eu mandei lembranças e aproveita e pede para ela aparecer mais vezes aqui em casa.

—Tudo bem. Vamos Mel.

Depois do café da manhã péssimo só me restava levar Mel para a escola, peguei a chave do carro e nos despedimos de nossos pais. Não dissemos nada durante todo o trajeto até a escola.

Megan Zummach

Era como se o mundo estivesse desabando sobre mim, era doloroso dormir e acordar em um mundo tão cruel. Minha madrasta, Anna, estava cada dia mais insuportável, por outro lado meu pai estava cada dia mais ausente por causa do trabalho, na maioria das vezes ela viajava com ele e eu até preferia assim. Meu pai sempre conseguia me magoar com as suas viagens sem prazo para terminar, aparecia em casa uma vez por ano e olhe lá. Eu praticamente morava sozinha, sentia falta de quando a minha mãe estava viva, mas agora a realidade era outra e cedo ou tarde eu teria que abraça-la.

O despertador tocou e eu tive vontade de joga-lo na parede. Acordei de péssimo humor, me arrumei e desci para o café da manhã. Mary já tinha colocado a mesa e estava com um sorriso enorme que me fazia duvidar se ela realmente era feliz sendo uma simples empregada de meu pai.

—Bom dia, senhorita.—Disse ela.

—Bom dia.—Respondi friamente.

—Você...digo...a senhorita vai precisar de meus serviços hoje a noite?—Ela se atrapalhou toda para pedir a tarde livre, a Anna não devia colaborar muito com ela.

—Não, eu estarei bem você não precisa aturar uma drogada delinquente.—Respondi tomando um pouco do café que estava em meu copo.

—Não, imagina senhorita, é muito melhor aturar a senhorita do que aquela mulherzinha prepotente.—Ela se deu conta do que havia acabado de dizer e se desculpou rapidamente.

—Não precisa se desculpar, a Anna é uma estúpida que só pensa em roubar o lugar da minha mãe, mas do que depender de mim isso nunca acontecerá.

Após o café eu fui para a escola, era o único momento do dia em que eu não me sentia completamente só. Assim que cheguei fui recebida por Lizbeth, ela parecia animada.

—Posso saber o motivo pra tanta animação?—Perguntei curiosa.

—Aposto que sou eu.—Disse Josh.

—Desencana.—Ela respondeu fechando a cara.—acontece que hoje é um dia importante pra mim.

—Ai,ai eu realmente não sei o que pode haver de importante neste dia.—Respondi seca.

—Não liga pra ela, ela andou fumando uns baseados.—Disse Mike sorrindo de lado.

Fomos para a sala de aula e nos sentamos nos fundos como em todos os anos. Foi doloroso ter que assistir a todas as aulas até o intervalo, mas fumar por uns vinte minutos deviam ser suficientes para me deixar tranquila até o fim das aulas seguintes.

—Gatinha, que tal irmos em uma festa mais tarde? Toda a galera vai.—Disse Mike.

—Eu topo, mas não me chama de "gatinha".—Respondi, eu odiava que me chamassem assim.

Richard Moore

Na hora do intervalo, saímos da sala e fomos até o pátio principal da escola. Lucas e Jonathan estavam discutindo desde que saímos da sala. Eles disputavam para saber quem tinha "ficado" com as garotas mais difíceis da escola. Sem querer me gabar, mas se eu estivesse no meio daquela disputa eu venceria, já que eu já tinha "pegado" todas as garotas bonitas dessa escola. Eles leram meus pensamentos.

—A gente sabe exatamente o que você está pensando,Ric.—Disse Lucas.

—Isso mesmo.—Concordou Jonathan.

—Era só o que me faltava, vocês leem pensamentos agora?—Perguntei sem esperar por uma resposta.

—Você não merece ter o título de "maior pegador" desta escola.—Disse Jonathan.

—É verdade, faz muito tempo que você não "fica" com ninguém, apenas com a Lana.—disse Matheus.

—Pelo visto você virou homem de uma mulher só.—Zombou Lucas.

—Pessoal, é melhor tirarmos esse título dele.—Disse Matheus apelando.

—Não, eu acho melhor a gente desafia-lo a ficar com alguém.—Disse Lucas.

—Eu acho isso uma ótima ideia, Lucas.—Concordou Jonathan.

—Se vocês acham.—Matheus concordou do jeito dele.
Respirei fundo. Era tudo o que me faltava.

—Qual vai ser o desafio dessa vez?

Foi nesse momento que Matheus observou atentamente Megan enquanto ela passava por nós sem ao menos nos notar.

—Megan.—Disse Matheus, ele nem disfarçava que a achava bonita.

—Pela primeira vez você teve uma boa ideia, Matheus.—Disse Lucas.

—Verdade, Ric nunca vai conseguir conquistar a Megan.—Jonathan riu.

Ou, ou as coisas não estavam boas para o meu lado, porém eu sempre consigo o que eu quero e não será uma garota qualquer que vai cruzar o meu caminho e me atrapalhar.

—O quê?—Matheus parecia atordoado, acho que aquilo não tinha sido uma ideia proposta.

—Tudo bem, a Megan será um desafio ganho.—Respondi confiante.