Pov. Paulo

— Mais o que é isso?- perguntei irritado- quem foi, foi você? você- ia apontando pra qualquer um

— opa calma ai cara- disse Cirilo, o "eu quero a paz mundial"

— ahh cala a boca dono da paz

— Não precisa ser Grosso, calma rei do mundo- disse Maria Joaquina, a novata da escola 

— e você não se intromete

— cara você é muito idiota, se toca- e assim ela se foi, enquanto Cirilo a olhava impressionado e a seguia

— tá chega, fala logo quem foi- estava impaciente

Marcelina chegou no mesmo instante, se juntando a Alicia, e as duas quase morderam a língua pra segurar o riso, mais eu não disse nada

— que milagre, O rei da Terra não disse nadinha, e ta se fazendo de idiota pra realmente não perceber quem fez isso, não é verdade? dono da beleza mundial- me virei avistando Hannah e um marcador enorme na mão, como eu não imaginei- mera coincidência, não é mesmo- ela debochava

— como eu não percebi, tinha mesmo que ser a bruxa não é?

— ora, bruxas só assombram quem mexem com elas, e acho que é isso que faz por toda a vida, com todo mundo, e não sou só eu que pensa assim, não é?- ela olhou para Alicia e logo depois se foi, me virei pra ela

— então você ajudou?- me virei pra ela

— não, não, eu não tenho nada a ver com isso e nem gosto da Hannah, e essa é uma das segundas vezes que fala comigo, em quatro anos que estudo com você, sendo que só sabe meu primeiro nome- ela disse, sério?

— é mesmo? nunca te percebi muito, só quando busca minha irmã, na verdade nem sei pra que, Marcelina é crescida, ainda precisa de baba?

— de baba não, de uma irmã mais velha de verdade, já que parece que ela não tem isso, tchau Paulo Guerra- ela se foi e Marcelina com os olhos arregalados a acompanhou

Fiquei ali atordoado e pensando no que ela falou, mais logo me dirigi a sala

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Sai assim que as aulas terminaram e passei a tarde em casa, dentro do meu quarto, vendo meus votos, convencendo pessoas, até que abri minha biblioteca e me deparei com a foto da minha mãe, a achei a algumas semanas no computador do meu pai, e quando a vi percebi, que parecia que ela ainda estava aqui me ensinando a ser tudo o que eu não sou, tudo o que ela não queria que eu me tornasse, mais me apoiaria e como sempre seria a melhor mãe do mundo

Ouvi um barulho de violão e abri a porta, Marcelina cantava no quarto e comecei a observa-la pela greta da porta, ela segurava a mesma foto nas mãos, que tinha revelado a poucos dias

"-Tudo que sobe, desce
Tudo que entra, sai
Hoje você me vê
Amanhâ talvez não veja mais

Tudo que nasce, morre
Tudo que vem, se vai
Hoje morreu um sonho
Que ele descanse em paz

Não temos controle
O tempo é ligeiro
Na estrada da vida
Somos passageiros
Mas que Deus guarde
Cada estrela a mais no céu

As lembranças ficam
Não tem como voltar
Pro mesmo momento
Naquele lugar
Aquele sorriso
Jamais verá de novo

Onde estiver
Olha por mim
O meu amor, não vai ter fim
Tudo que passou, do meu lado
Estará para sempre, marcado

Onde estiver
Olha por mim
O meu amor, não vai ter fim
Tudo que vem, tem que ir
É a lei da vida
Não é feita por mim"- ela chorava, então sem que ela percebesse, sai e voltei pra o meu quarto 

Ouvi o carro do meu pai chegar e desci apressado, já era oito da noite, e ele como sempre estava no telefone

— oi pai- tentei chamar a atenção

— oi, não espera, dei oi pro meu filho- ele intercalava entre mim e o telefone

— eu fui eleito hoje

— que ótimo- ele disse, e vi que não prestava atenção

— ahh e bati num professor

— impressionante- ele não ouvia

— e experimentei maconha e cocaína

— maravilha- ele disse 

Ai eu mereço, decidi escrever uma mensagem "eu fui eleito"

—é serio, que perfeito- e voltou para o telefone, aff

— oi pai- Marcelina descia 

— oi filha, que bom saber que está ajudando na eleição- aff dois, ele sempre sabia as coisas dela

Subi correndo, que coisa mais chata