Victoria e Cersei aguardam apreensivas o sinal de Regina. Já faz algum tempo que ela saiu para tentar entrar no CPGA, levando as armas das duas.

—__ E se ela fugiu? ___ Questiona Victoria

—__ Não acho que ela faria isso ___ diz Cersei __ Você não confia nela né?

—__ Confiança é um luxo que não me permito ter ___ responde Victoria

A verdade é que no fundo nenhuma das três confia em nada além delas mesmas, afinal como uma vilã poderia confiar em outra?

Não demora muito até que Cersei e Victoria sentem o pulso vibrar. É o sinal. Com o coração disparado, as duas saem do carro e correm até o portão da CPGA. A princípio elas não veem nada, mas como num passe de mágicas Regina surge na frente delas.

—__ Vamos. Não temos muito tempo ___ diz Regina

—__ Meu manto ___ lamenta Cersei ao ver seu precisos presente sendo usado por outra pessoa.

Com agilidade Regina se aproxima de Cersei e a segura por trás

—__ Ei ___ grita Cersei ___ o que pensa que esta fazendo?

—___ Preciso te carregar até o outro lado ___ diz Regina ___ como acha que vai entrar aí?

—__ Achei que você ia abrir o portão pra gente ___ diz Victoria

—__ Eu não tenho a chave

—__ E não pode fazer uma alohomora ? ___ pergunta Victoria

Regina e Cersei olham intrigadas para ela. Cersei não faz a menor ideia do que aquela palavra significa. Regina até reconhece o termo,  mas se surpreende com o fato de Victoria saber, ela não tem cara de Potterhead.

—___ Que foi? Eu tenho filhos ___ Responde Victoria, mesmo que ninguém tenha lhe perguntado nada

—___ Olha não temos tempo a perder com besteiras.__ diz Regina __Não sei por quanto tempo as câmeras ficarão paralisadas.

Sem dizer mais nada Regina pega Cersei no colo e com um impulso no chão as duas voam pelos ares e passam por cima do portão. Em seguida ela volta para buscar Victoria.

Assim que as três já estão do lado de dentro, Cersei se apressa em pedir  seu manto de voltar. Regina devolve as armas e as três correm para dentro do local.

O CPGA é uma grande construção, um prédio branco sem janelas e apenas com uma porta central.

—__ Provavelmente esta trancada ___ diz Cersei

As três correm para conferir, mas como era esperado a porta esta trancada. Elas decidem contornar o prédio para ver se encontram outra entrada, mas não acham nada. Aos fundos do prédio elas conseguem ver um enorme campo, com plantações já crescida.

Antes de se aproximarem elas olham atentamente para os lados em busca de alguma câmera, mas parece não haver nenhuma.  Elas correm até a plantação mas percebem que ela é cercada por uma parede de vidro. Regina pega impulso e voa . Ela deixa suas mãos encostadas no vidro para saber quando ele acaba. Regina sobe tanto que Victoria e Cersei quase não conseguem mais vê-la.

Após alguns minutos Regina retorna

—__ Não dá pra entrar ___ diz ela ___ é uma redoma

—__ E agora? ___ pergunta Victoria

—__ Tem que haver uma entrada ___ responde Victoria

As três andam ao redor da plantação olhando atentamente para a parede.  Após andarem alguns metros, Cersei avista uma parte um pouco mais fosca do vidro. Ao olhar atentamente ela vê um ponto vermelho piscando. Sem pensar duas vezes, Victoria saca sua arma, mira no ponto e dispara.  A luz vermelha se apaga, mas a porta não abre

—___ O que houve? ___ pergunta Victoria

—___ Isso paralisa máquinas, mas não abre portas ____ diz Regina

—__ Mas o ponto parou de piscar ___ comenta Cersei ___ alguma coisa foi desligada

Regina observa e estende as mãos a frente. Onde antes existia um vidro não existe mais. A passagem esta livre.

—__ Vamos ___ diz Regina correndo para a plantação

Victoria e Cersei a seguem, mas de repente Regina pára.

—___ Esperem ___ grita ela

As duas param assustadas

—___ Quando o tempo da paralisação acabar o vidro vai surgir novamente e vamos ficar presas aqui dentro. Victoria volte e espere do lado de fora, assim poderá desligar o vidro de novo para Cersei e eu sairmos.

Victoria recua até estar fora da área em que o vidro estava. Regina e Cersei correm plantação a dentro.

A plantação está delimitada por setores. Regina e Cersei entram na  plantação de milho e observam as plantas.

—__ Parece tudo normal aqui ___ diz Cersei parecendo meio desconfortável ali ___ acho que o problema está dentro do prédio.

—__ Não sei ___ diz Regina pegando uma espiga  de milho ___ isso não parece normal, olhe

Regina retira um grão da espiga e o aperta. O grão se esfarela em seus dedos. Ela pega outra espiga de uma outra planta e o mesmo acontece. Regina aperta a espiga inteira e poucos grãos continuam inteiro, a maioria se esfarelou completamente

—__ Isso não devia ser assim ___ diz Regina

—__ Por que não? ___ pergunta Cersei ___ esse mundo é todo doido, vai ver que aqui os grãos já nascem pré moídos, fica mais fácil fazer farinha assim

—__ Não. Isso não me parece normal ___ diz Regina ___ vamos ver as outras plantações. Vá para a esquerda que vou para direita assim não perdemos muito tempo.

—__ Não acho uma boa ideia nos separarmos ___ diz Cersei

—__ Não tem nada aqui dentro além de plantas ___ diz Regina ___ Temos que acabar logo com isso. Nos encontramos na entrada em quinze muitos ok?

Mesmo sem estar muito convencia de que esta fazendo a coisa certa, e com medo de ficar sozinha na plantação,  Cersei concorda

—_ Ok.

Elas seguem caminhos diferentes. Regina corre até a plantação de trigo, ela pega alguns grãos e os aperta, mas não encontrada nada de diferente, pelo menos não aparentemente.  Ela continua seguindo pela plantação e observando atentamente as plantas. Arranca, aperta, cheira. Ela tem uma certa facilidade  em lidar com plantas, afinal uma bruxa precisa de muitas ervas e plantas exóticas em suas poções. E Regina tem uma plantação de maçãs que cuida com muito carinho.

Cersei caminha pela plantação de arroz sem muito entusiasmo. Ela odeia plantações, tem um certo trauma com elas. Certa vez, quando tinha entre quinze e dezesseis anos, sua família foi passar uns dias na fazenda de um tio em Terras Ocidentais e num certo fim de tarde ela e o irmão Jaime foram até uma plantação para se divertirem um pouquinho.  Tudo estava indo muito bem, mas na melhor parte da diversão Cersei viu uma lagarta subindo em seu braço e entrou em pânico. Ela deu um empurrão em Jaime que saiu de dentro dela e caiu de mal jeito no chão terra, torcendo o cotovelo. Enquanto Jaime chorava de dor, Cersei gritava histérica tentando se livrar de outra lagarta que tinha se embolado em seus longos cabelos. Os dois estavam nus e por sorte ninguém presenciou aquela cena deprimente. Desde então Cersei tem horror a plantações, mas agora estava ela ali no meio de uma.

Incomodada por estar no meio daquelas plantas, Cersei decide sair dali. Ela coloca o capuz que a deixa invisível e volta para a entrada. Ela vê Victoria do lado de fora, com a arma na mão e pronta para agir a qualquer momento. 

Após algum tempo analisando as plantas, Regina sente a terra se movendo lentamente sobre seus pés. Ela se abaixa e percebem uma movimentação na terra em forma ondulatória. Sem receios ela cava um pouco e logo encontra uma espécie de minhoca mecânica.

—__ Mas que droga é essa? ___ diz ela para si mesma ____ uma minhoca robô?

Regina  sente mais vibrações e percebe que devem haver muito mais daquele estranho inseto, e se esses robôs estão funcionando só pode significar uma coisa: a redoma está ativa novo.

Usando o relógio ela chama Cersei

—__ Mudança de planos. Vamos sair agora, me encontre na entrada

Arrancando algumas amostras do trigo para analisar melhor depois, ela corre de volta e ao passar pela plantação de milho também pega algumas espigas. Ao chegar ao local em que entraram, Regina não consegue ver Victoria.

—__ Droga

Em menos de um minuto Cersei surge logo atrás dela.

—__ Uma coisa atacou a Victoria ___diz Cersei.

—__ Ahhh ___ grita Regina de susto ___ de onde você saiu?

—__ Eu estava aqui. ___ responde Cersei ___ invisível e vi quando alguma coisa atacou a Victoria, ela correu e não sei para onde.

—__ Droga. E agora como vamos sair daqui?

—__ Não consegue resolver isso com magia? ___ pergunta Cersei

—__ acho que não

Regina cria uma bola de fogo e joga contra o vidro, mas nada acontece. Em seguida ela tenta congelar o vidro, mas também não funciona.  Regina tenta se concentrar para criar algo mais forte, mas é interrompida por Cersei

—__ Olha

Regina se vira e vê Victoria correndo com a arma em punho. Ela para de repente, mira e atira desligando a redoma. Regina e Cersei saem correndo e as três se juntam novamente

—__ O que aconteceu? ___ pergunta Regina

—__ Fomos descobertas ___ diz Victoria ___ consegui neutraliza-los mas o efeito não vai durar muito, temos que sair daqui

As três saem correndo rumo ao portão, mas são surpreendidas por uma legião de pequenas máquinas. São robôs de cerca de um metro de altura e com mãos que lembram ceifas.

—__ Provavelmente são os trabalhadores das plantações ___ diz Regina

Victoria mira no NB deles e começa a atirar, paralisando os que acerta, mas eles são muitos e continuam se aproximando

—___ Você não vai conseguir paralisar todos ___ diz Regina ___ temos que sair agora, venham aqui

Victoria e Cersei param, uma de cada lado de Regina, que as abraça pela cintura e fecha os olhos

—___ É peso demais, vou precisar de muita concentração

Os robôs continuam se aproximando. Victoria e Cersei estão em pânico mas permanecem imóveis. Elas olham para Regina que continua com os olhos fechados e muito concentrada. 

A ceifa nas mãos dos robôs começa a girar e Victoria já imagina sendo fatiada por elas. Eles estão cada vez mais próximos e Cersei coloca seu capuz na esperança de conseguir fugir, mas antes que ela possa dar um passo, elas estão voando. As três sobem como um foguete e os robôs acabam batendo contra o vidro da redoma. Regina as guia para fora do CPGA e elas pousam tranquilamente no solo.

—__ Uau! essa foi por pouco ___ diz Victoria olhando para o lado e vendo Regina caída no chão ___ ai meu deus, ela se esforçou demais.

Regina permanece inconsciente no chão.