The Patient 193 escrita por nsbenzo


Capítulo 6
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E chegamos ao epílogo.
Viram como não demorei?
Boa leitura *-*



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Ponto de Vista de Peeta

 

— Paciente no quarto 162. – a enfermeira informou, me fazendo pegar a prancheta de suas mãos, e acompanha-la.

— Qual o caso? – questionei.

— Acidente de moto. – informou. – A garota bateu em um poste.

— Está acordada? – perguntei entrando no corredor.

— Sim, mas está um pouco confusa.

Entramos no quarto 162.

— Clove, certo? – perguntei lendo o papel em minhas mãos.

A garota de cabelos negros me olhou, e piscou algumas vezes. Logo ela afirmou com a cabeça.

— Como se sente? – me aproximei da sua cama.

— Não sei. – Clove colocou a mão esquerda sobre a testa.

— A enfermeira fará alguns exames, e logo eu volto, tudo bem? – questionei.

Ela afirmou com a cabeça, olhando pra frente.

— A propósito. Eu sou Peeta. – sorri educadamente para a garota, que voltou a me olhar.

— Nome legal. – Clove deu um pequeno sorriso.

— O seu também. – respondi. – Nos vemos logo, Clove.

— Ok.

Sai do quarto e andei alguns passos, até Annie se jogar a minha frente.

— Preciso urgentemente que você venha comigo. – disse afobada, segurando-me pelo braço, e arrastando-me pelo corredor.

— O que você tá fazendo aqui? Achei que você começava só na segunda. – falei confuso.

— Eu começo. Ai que está o problema. – resmungou.

Continuamos a andar, até pararmos em frente ao quarto 193.

Ela me empurrou pra dentro, entrando logo depois.

Na maca mais próxima estava uma enfermeira de costas pra mim, levemente curvada, parecendo falar baixinho com o paciente.

Annie pigarreou, fazendo-a virar.

A mulher deu um pequeno sorriso.

— Que bom que veio logo, doutor Mellark. Tem alguém querendo ver o senhor. – ela disse, afastando-se da maca, me fazendo finalmente enxergar quem estava nela.

— Papai. – Liza disse com a voz baixa.

Meus olhos estavam arregalados, mas me aproximei dela.

Minha filha tinha um pequeno curativo na testa, e seu braço estava com um gesso recém colocado.

— O que aconteceu? – curvei-me em sua direção, acariciando seus cabelos castanhos.

— Caí do escorregador. – ela fez um bico de choro.

Olhei em direção a Annie, que tinha uma cara de culpada.

— Você é uma pessoa morta. Você sabe disso, certo? – questionei a ela, voltando a olhar Liza. – Está sentindo alguma dor, filha?

— Minha cabeça, papai. – resmungou. – Quero a mamãe. – seus olhos, que eram tão parecidos com os de Katniss, estavam avermelhados, denunciando que ela havia chorado ao cair.

— Ela já está vindo. – Annie quem respondeu.

Suspirei pesadamente.

Katniss mataria Annie, da forma mais lenta possível por ter deixado nossa filha cair.

— Papai vai buscar um doce bem grandão pra você, enquanto a mamãe não chega, tá?

— Não, papai. – Liza ainda fazia um beicinho de choro. – Eu quero a mamãe.

— Ela já vem, Liz. – Finnick disse, entrando com os gêmeos Odair, que andavam a sua frente.

— Tio. Ela machucou? – Mary Anne perguntou.

— Machucou. Não tá vendo? – Finnick Junior rebateu a irmã, correndo até a maca de Liz.

Ele escalou a mesma, e sentou ao lado da minha filha.

Mary Anne seguiu o exemplo do irmão, começando a conversar com Liza.

Quando notei que eles estavam entretidos, segui para fora sendo seguido pelo casal Odair.

— São três crianças. Duas com 5 anos, e uma com 4. Não dá pra prever, Peeta. – Annie disse ao pararmos no corredor.

— Eu entendo, Annie. De verdade. Mas Katniss não vai entender. Muito menos na situação atual. – falei passando a mão por meus cabelos.

— Deixa que eu resolvo com ela. – Finnick disse. – Afinal, eu quem estava de olho neles quando aconteceu.

— Apenas tente fazer com que Katniss entenda que crianças caem, e se machucam. – sugeri, fazendo Annie torcer o nariz. – De qualquer forma é bom tê-los finalmente em Los Angeles, depois de quase 6 anos. – dei um pequeno sorriso. – Assim dividimos o estresse da minha linda esposa em três partes.

Doutor Peeta Mellark. Por favor, comparecer ao quarto 162. — a voz no alto falante disse.

— Essa é minha deixa. Logo voltarei até Liza. Fiquem com ela, e boa sorte com Katniss. – disse tudo apressadamente, andando até o quarto de Clove.

— Vejo que não há nada de errado com seus exames. – comentei ao ler os papeis presos a prancheta. – Mas você ficará em observação, tudo bem? – ergui os olhos para olha-la.

— Tudo bem. – ela deu um pequeno sorriso.

— Se sente menos confusa agora? – perguntei.

— Sim, Peeta. É como se a névoa em minha cabeça começasse a diminuir. – respondeu. – Mas ainda dói. – Clove colocou a mão na parte de trás da cabeça.

— É comum sentir as dores depois do choque. – expliquei, anotando algumas coisas em seu prontuário. – Mas pedirei para que tragam os remédios. – sorri educadamente.

— Obrigada, doutor. – ela sorrio.

— Depois nos vemos. – falei, virando-me pra sair, mas dei de cara com Katniss parada na porta.

Seus braços estavam cruzados acima de sua barriga de 8 meses, e um bico infantil, muito parecido com o de Liza estava em seus lábios.

Engoli em seco, e caminhei até ela.

Antes que Katniss abrisse a boca, a puxei para longe do quarto 162.

— Dando em cima de uma paciente? Que clichê. – disse com a voz alterada, denunciando que ela estava nervosa. – E nunca mais me puxe assim. – ameaçou. – Eu sabia que você me trocaria.

Rolei os olhos, evitando rir de seu nervosismo.

— Não role os olhos pra mim, seu idiota. – ela acertou um tapa em meu braço. – Se você me largar só porque estou enorme, eu te mato. E mato sua nova namorada. – Katniss disse entre dentes.

— Sinceramente, nessa gravidez, parece que você foi trocada por um clone do mal. – falei empurrando-a pelos ombros, até o quarto 178 que estava vazio. – É melhor você se acalmar. – sugeri, fechando a porta ao entrarmos.

— Você fica cheio de sorrisinhos para as suas pacientes. Acha que não vi das outras vezes que estive aqui? – voltou a falar. – E não me chame de clone do mal, imbecil. – Katniss acertou outro tapa em meu braço.

— Faz parte da minha profissão ser educado. – rebati. – E por favor, pare de citar minhas pacientes, como se eu fosse um médico tarado. – falei baixo. – Já te falei que você é, e sempre será, a única paciente que eu amei à primeira vista. E isso não vai mudar, porque eu amo você há quase 9 anos, clone do mal. – segurei seus pulsos quando notei que ela me bateria de novo. – E continuarei te amando, mesmo que fique tão agressiva na gravidez.

— Que fique claro que esse é o segundo e último filho que eu te dou, Mellark. – disse irritada, tentando se livrar de mim.

Seus olhos haviam enchido com lágrimas.

— Viu, Antony? Você será o caçula. – falei direcionando o olhar para sua barriga. Voltei a olhar Katniss. – Para de tentar me agredir, tudo bem? – pedi com a voz tranquila.

Ela afirmou com a cabeça devagar.

Eu soltei seus braços, para abraça-la pela cintura.

— Não me abrace. Mal consigo sentir você. – murmurou.

— Deixa disso, anjo. – sorri para Katniss.

As lágrimas caíram de seus olhos, fazendo-me segurar seu rosto, e secar suas bochechas com os polegares.

Na gravidez de Antony, Katniss realmente estava nos extremos em tudo, e eu sabia que não era apenas a gravidez.

Seu pai havia morrido há poucos meses, e sua empresa sofria alguns problemas, o que a deixava nervosa com tudo, o que incluía a mim, mesmo que eu tentasse de tudo para vê-la bem. Mas afinal de contas, eu não a culpava, e na realidade, eu a entendia. Por isso eu era paciente com minha tão amada esposa.

— Não chore, meu amor. – falei baixo. – Eu não canso de dizer que você é a grávida mais linda desse mundo todo, e que eu quero cuidar de você. Não sou seu inimigo, lembra? Sou seu marido, que te ama mais do que tudo nesse mundo.

— E se você achar uma paciente melhor do que eu? – ela mordeu o lábio inferior, alcançando meu rosto com a mão esquerda.

Segurei nossa aliança com o dedo indicador e o polegar, que estava pendurada em seu pescoço por uma corrente dourada, já que sua mão estava inchada demais para tê-la em seu dedo.

— Ninguém é melhor do que você, anjo. – falei baixo, olhando seus olhos acinzentados. – E afinal de contas, você é minha eterna paciente do 193. Não quero outra paciente, outro número, ou qualquer outra coisa que não tenha a ver com você.

Katniss abriu um sorriso sincero, que eu não via há semanas. Meu coração se agitou, aquecendo meu peito, e fazendo-me sorrir de volta.

Curvei-me em sua direção, beijando-a devagar.

Sua mão alcançou minha nuca, enquanto as minhas alcançavam suas costas, acariciando-a.

Senti seus dedos se enterrarem em meus cabelos, e sua mão direita foi apoiada em meu ombro.

Doutor Peeta Mellark. Por favor, comparecer ao quarto 264. — a voz chamou no alto falante, fazendo-me soltar de Katniss.

Eu a olhei, lembrando-me que seu sorriso sumiria, assim que soubesse sobre Liza, que levara seu primeiro tombo feio longe dela.

— Antes que você vá, você viu Finnick e Annie por ai? – Katniss disse, franzindo as sobrancelhas. – Eles me pediram pra vir para o hospital, mas eu encontrei você primeiro.

— Sobre isso... É melhor você vir comigo. – segurei sua mão, e nos direcionei porta a fora, andando pelo corredor.

— Não me diga que... – ela começou, mas já havíamos entrado no quarto. – Liza! – exclamou ao ver nossa filha. – O que aconteceu? – questionou soltando minha mão e caminhando até sua maca, passando pelos Odair.

— Caí do escorregador. – ela repetiu a mesma resposta que deu a mim mais cedo.

Finnick Junior e Mary Anne ainda estavam ao lado de Liza.

— Como assim caiu? – questionou levemente alterada.

— Não se exalte, querida. – falei baixo ao me aproximar. – Ela está bem. Isso acontece com crianças. – tentei explicar.

— Vou matar vocês dois. – ela sussurrou olhando em direção a Annie e Finnick. – Eu disse para ficarem de olho nela.

— Calma. – segurei seu rosto, dando um pequeno sorriso. – Liza está bem, não é, filha? – questionei olhando nossa pequena de 4 anos.

— Sim, mamãe. Mary Anne falou que vamos no escorrega quando eu ficar melhor. – ela respondeu.

Eu soltei o rosto de Katniss, para deixa-la olhar em direção as crianças.

— Isso, tia. A gente vai no escorrega. – Mary Anne se entusiasmou.

— Nós vamos, filha. – Finnick a corrigiu.

— O senhor não cabe, papai. – Finnick Junior o rebateu inocentemente, o que me fez soltar uma risada.

Finnick riu baixo e se aproximou.

— Desculpa por isso, pequena. – ele disse, fazendo Katniss virar para olha-lo. – É a primeira vez que ficamos o dia todo com os três, e meio que saiu de controle.

— Está tudo bem. – ela suspirou, olhando em direção a Annie. – Estou feliz que estejam finalmente por perto. – Katniss olhou as três crianças que observavam tudo de maneira curiosa. – E me parece que eles se dão muito bem. Algum dia isso ia acontecer, do jeito que não param quietos.

Sua resposta pareceu tirar o clima pesado do quarto, afinal todos estávamos apreensivos com suas reações extremas.

— Então o que acham de irmos procurar comida, e depois voltamos para ver a Liz? – Annie sugeriu, descendo Mary Anne, e sendo acompanhada por Finnick, que desceu Finnick Junior.

— Vamos! – os gêmeos exclamaram animados.

— Traga algo pra mim, Ann, por favor. – Katniss pediu, dando um pequeno sorriso para ela.

— Se você prometer não me matar. – Annie disse.

— Eu não mataria. – Katniss afirmou.

Annie sorrio.

— Trarei um sanduiche. – comentou, acompanhando Finnick e as crianças que já saiam do quarto.

— Obrigada.

Katniss respirou fundo, ao voltar a olhar Liza, e curvou levemente seu corpo para acariciar seus cabelos.

— Você mesmo a examinou, Peeta? – Katniss perguntou.

— Ainda não, anjo. Ela já foi examinada. Eu estou atendendo outros pacientes. – expliquei. – Mas se isso for te deixar mais segura, eu a examino. – me aproximei, curvando-me levemente também, encostando o queixo no ombro direito da minha esposa, podendo olhar nossa pequena, enquanto eu a abraçava por trás, podendo repousar minhas mãos em sua barriga, que era chutada no momento por Antony.

— Tire os pés das minhas costelas, filho. – ela resmungou, colocando a mão livre sobre as minhas. – Examine-a, amor. Assim ela quem será sua paciente do 193. – Katniss deu um risinho, enquanto eu começava a acariciar sua barriga, tentando acalmar Antony. Ela endireitou seu corpo, deixando suas costas encostar em meu tronco. – Mesmo que o quarto original seja em Long Beach, acho que é válido aqui em Los Angeles.

Dei um sorriso pra ela, quando ela virou o rosto para o lado para me olhar. Selei nossos lábios devagar, enquanto nosso filho se acalmava em sua barriga.

— Papai. A mamãe tá aqui agora. O senhor pode trazer o doce. – Liza disse.

Katniss riu.

— Contrabando de doces. – comentou. – Legitima paciente do 193.

— Com certeza. – respondi rindo também.

Doutor Peeta Mellark. Por favor, comparecer ao quarto 264. — a voz chamou novamente no alto falante.

— Esqueci completamente. – soltei Katniss. – Vou até lá, e volto para examina-la.

— Tudo bem, amor. – Katniss virou para me olhar. – E nada de esbanjar simpatia por ai. – alertou.

— Não terei tempo pra isso. Minha prioridade está na paciente do 193. – respondi, caminhando em direção a porta.

— Acho bom! – exclamou.

— E não falo da Liza. – eu disse ao sair, ouvindo-a rir.

Eu realmente não falava, afinal, mesmo que Katniss tenha virado minha vida de cabeça pra baixo, fazendo-me até mesmo pedir transferência de cidade para estar com ela, eu me sentia o homem mais feliz do mundo, apenas por ter tido a sorte de tê-la comigo, e eu contava que fosse pelo resto da vida.

Algumas pessoas acreditavam no acaso, mas depois que conheci a paciente do 193, há quase 9 anos, eu passei a acreditar em destino.

Um destino lindo, de cabelos loiros e olhos cinzentos. Meu destino. E eu a amava mais do que tudo nesse mundo.


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Notas finais do capítulo

E foi isso amores.
Foi ótimo escrever essa shortfic, e mais ainda ver o apoio e o carinho de vocês ♥

Como prometi para alguns leitores...
https://fanfiction.com.br/historia/709821/O_Sol_em_meio_a_tempestade/

Siiiim! Já temos um prólogo postado do novo projeto *-*
Corram lá ♥
Amo vocês.



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