Sacrifícios escrita por Usagi


Capítulo 1
Capítulo único - Do que você seria capaz?


Notas iniciais do capítulo

Hello pessoas!
1-Quem narra a fic sou Eu
2- Tokio Hotel não me pertence, mesmo que eu tenha pedido no natal...
3- FIC TOTALMENTE MINHA!AS IDEIAS SAÍRAM DA MINHA CABEÇA DOIDA!
4- Leia ouvindo:
In the End - Linkin Park
When You´re Gone - Avril Lavinge
In die Nacht - Tokio Hotel
Enjoy O/



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Algumas vezes não nos damos conta do quanto às pessoas ao nosso redor nos amam. Do que elas seriam capazes para nos ver sorrir, até mesmo respirar.

E acabamos não agradecendo.

Não dizendo aquele ‘’Eu te amo’’ e aquele ‘’Obrigado por estar do meu lado’’ que devíamos dizer todos os dias.

E apenas nos damos conta quando já é tarde de mais. Quando elas não estão mais aqui. Quando nossas palavras não poderão ser escutadas por elas.

Quando toda a gratidão que temos finalmente vem á tona, é tarde.

Mas pra quê? Afinal, não podemos fazer mais nada. Não seria apenas um jeito de nos fazer ficar arrependidos, carregando um sentimento de remorso?

Talvez. Provavelmente.

Mas isso nos ensina uma coisa. Pelo menos ensinou pra mim. Nunca cometa o mesmo erro duas vezes.

Nesses casos, uma vez já é o bastante. Para sempre.

E isso aconteceu comigo. E não é nada bom sentir esse remorso, essa culpa, esse vazio que te persegue, porque pra onde você olha você vê ele lá, fazendo questão de te lembrar dos seus erros.

E eu não desejo isso á ninguém.

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Tom era aquele garoto que aproveitava a vida exageradamente. Aquele que não tinha tanto limite. Ás vezes nenhum. Quem os colocava na vida do loiro era Bill, seu irmão gêmeo. Sua consciência pode-se dizer.

Tom sempre se preocupou com o irmão, mas não parecia chegar nem á metade do que o moreno se preocupava com o mais velho.

Nunca nada era demais. Tom estava doente e Bill pretendia sair? Bom, ele sairia outra hora. O gêmeo mais velho sempre seria mais importante.

Ele sempre dizia:

‘’ Eu mataria, eu morreria pelo Tom. ’’

Quando mais novos, perguntaram um ao outro o que dariam de presente quando completassem 21 anos, quando atingissem a maior idade.

‘’ – Eu vou comprar o carro que você achar mais legal! – dizia o loiro, sorrindo.

- Eu ainda não sei... Falta muito tempo, as coisas vão mudar até lá não é? – respondeu Bill, docemente. ‘’

Nenhum dos dois se esqueceu daquilo. E eles finalmente cumpririam os sonhados 21 anos.

Pelo menos era o que se achava.

[...]

- Contando os dias? – perguntou o mais velho, sentando-se ao lado do moreno.

- Sim. Só duas semanas Tom. Só isso pra nós nos tornarmos independentes. – disse Bill, sorrindo.

- Mal posso esperar! – vibrou o loiro. – Vai ser demais!

- Claro que vai. – murmurou o Kaulitz mais novo.

Naquele dia, os dois tinham ido ensaiar com Georg e Gustav uma música nova. Mal sabiam eles, que seria o último ensaio deles, com todos os integrantes presentes.

Naquela tarde, Tom desmaiou e quando caiu, acabou por bater com a cabeça, tendo de ir para o hospital.

Depois de vários exames e noites em claro, finalmente descobriram que Tom tinha problemas sérios no coração. E que precisava de um transplante.

Isso destruiu todos. Principalmente os gêmeos. Afinal, conseguir um coração não seria nem um pouco simples.

Em um dos dias em que Bill tinha ido visitar o irmão, sorria de canto.

- Oi Tom.

- Oi.

- Como você está?

- Com vontade de pedir que uma das enfermeiras desligue esses aparelhos, esqueça de me dar o remédio... Alguma coisa que me faça morrer logo. – respondeu o mais velho, com o olhar triste.

- Por que diz isso? – perguntou o menor, sentando na cama, olhando nos olhos do gêmeo.

- Eu vou morrer se não conseguir um coração. E eu sei que não vou conseguir, então estou aqui, parado, esperando a morte bater na minha porta. – murmurou ele, com lágrimas nos olhos. – Prefiro morrer á ficar aqui sofrendo.

- Não diga isso. Claro que você vai conseguir. Aliás, é sobre isso que eu queria falar com você. – sorriu Bill, apertando uma das mãos do irmão.

Tom não respondeu, apenas levantou o olhar.

- Acho que... Consegui um coração pra você Tom. – disse o menor, com os olhos brilhando.

- É sério?! – falou Tom, com o rosto iluminado.

- Sim! – respondeu o moreno.

- Ah Bill! – falou o mais velho, com as lágrimas escorrendo, enquanto abraçava o gêmeo mais novo. – Você é demais! Obrigado!

- Não precisa agradecer... Sabe que eu faria tudo pra ver você feliz. – murmurou Bill.

Tom não sabia que quando Bill dizia tudo, era tudo mesmo.

Á partir daquele dia, Bill levava tudo que Tom gostava para aquele hospital. Ele vivia cada momento como se fosse o último ao lado do irmão.

E Tom não notava que o menor estava estranho.

Ele apenas via a tristeza presente no olhar dele.

E quando perguntava á mãe, á Georg, á Gustav, o que havia com ele, recebia a mesma resposta.

‘’- Ele está preocupado com você, só isso. ’’

Ele sabia que tinha mais alguma coisa.

Mas não sabia o que era.

Três dias antes do aniversário deles, Tom foi operado. E nesse mesmo tempo, Bill parou de aparecer.

Isso preocupou o mais velho.

Onde ele poderia estar? O que ele estava fazendo? O que tinha acontecido?

Tom remoeu essas dúvidas até o dia de seu aniversário, o dia em que foi liberado do hospital.

Quando chegou a casa, viu a mãe sentada no sofá, chorando.

Perguntou-lhe o que tinha acontecido, onde estava Bill, o que diabos estava acontecendo.

A mãe do rapaz apenas apontou para um pacote em cima da mesa da sala.

Tom foi até a mesa e leu o que estava escrito do lado de fora.

’Só abra dentro do quarto. Apenas. Lá. ’’

O mais velho estranhou, mas fez isso. Subiu as escadas devagar, trêmulo.

Ele tinha um mau pressentimento. Mas não sabia dizer sobre o que.

Entrou no quarto, sentou na cama e abriu o pacote lentamente.

Tirou de lá uma carta. Uma carta do Bill.

Leu atentamente, deixando uma lágrima cair á cada palavra.

‘’ Tom,

Provavelmente, se você está lendo isso agora, é porque já saiu do hospital, e porque a nossa mãe lhe deu esse pacote.

Que bom.

Deve estar se perguntando por que eu parei de visitá-lo. Por que eu não estou aí com vocês agora.

Eu sei que está se perguntando.

Você não vai mais me ver Tom. Ninguém vai.

Sabe quando eu disse que tinha encontrado um coração pra você? Então. Esse coração era meu.

Eu pensei que como somos gêmeos idênticos, somos além de iguais por fora, provavelmente por dentro também.

E estava certo.

Eu dei meu coração pra você, pois não queria viver em um mundo onde você não estivesse.

E porque eu já disse que para te ver feliz, sou capaz de tudo.

Até de abdicar do meu direito de viver.

Ver você dizer que queria morrer, me fez ter ainda mais força para fazer o que eu fiz.

E juro que não me arrependo.

Cuide bem de si mesmo Tom. Cuide do coração que bate nesse exato momento no seu peito. O meu.

Não faça nada que comprometa você á morte. Eu prefiro não te encontrar tão cedo.

Quero que você viva por muito tempo.

Que escreva toda a sua vida de novo, esquecendo da dor que minha falta pode causar.

Dei isso á você, porque não quero que você desista do nosso sonho, como eu provavelmente faria se você morresse.

Dê um tempo na banda se quiser, mas não se separem.

Quando a dor te acertar em cheio, quero que você a use para escrever as melhores músicas que puder.

Toque até a dor passar. Até as cordas de sua guitarra se partirem, mas toque.

Eu te amo muito. E você sempre estará na minha alma não importa o que meu corpo esteja distante, perdido.

Você carrega um pedaço de mim. E esse pedaço vai te fazer seguir em frente, eu garanto.

Peço que cuide bem da nossa mãe, porque eu sei que ela está mal. E só você tem o poder de fazê-la melhorar.

Afinal, pra isso servem os gêmeos.

Quando um se vai, a mãe ainda tem o outro, não é?

Eu sei que você consegue seguir em frente. Tenho certeza.

Peço também, que você seja mais responsável, que pense mais nas suas ações, porque agora, não estou aí pra te ajudar.

No pacote, você vai achar algumas coisas minhas que eu queria que ficassem com você.

Minhas fotos favoritas, aquele chaveiro personalizado que você me deu, meu ipod, meu autógrafo da Nena... Enfim, tudo que tem aí.

Não quero que derrube uma lágrima sequer. Eu ia pedir pra você me esquecer o mais rápido possível, mas não quero isso. Quero continuar em suas lembranças.

Você tem meu coração Tom. Literalmente.

Não mecham no meu quarto. Deixem-no bagunçado do jeito que está. Assim toda vez que entrarem lá vão pensar:

‘’ O Bill não sabe arrumar as coisas não? Quando ele vai deixar de ser bagunceiro e arrumar esse quarto? ‘’

Eu sei que vocês pensam isso. E não to nem aí. Uma vez bagunceiro, sempre bagunceiro!

Eu vou estar te cuidando Tom.

Então se você não se comportar, eu puxo seus pés de noite.

Tô falando sério.

Quando se lembrar de mim, não chore. Sorria.

Perdoe-me por qualquer coisa que eu possa ter feito ou dito que tenha magoado você.

Sinto muito por não ter dito algumas coisas que queria. Por não ter te abraçado quando tive chance. Por ter discutido com você por motivos tão ridículos. Por não ter aproveitado tudo que pude.

Tem tantas coisas que eu queria te dizer antes de ir... Mas não posso. Não vou estar aqui para ver você se tornar um homem sério, casar, ter filhos... Não vamos poder ver as semelhanças que nossos filhos provavelmente teriam.

Mas não me importa.

Por você, esse sacrifício vale à pena.

Ah, já ia me esquecendo. Aí tem um DVD que eu fiz pra você. Quando sentir minha falta, veja ele.

Cuide-se.

E isso não é um ‘’Adeus’’, apenas é um ‘’Até logo’'.

Siga em frente. Levante a cabeça.

Foi um prazer viver ao seu lado. Poder ter te chamado de irmão.

Até um dia desses, Tom. Eu vou esperar por você. Pode ter certeza disso.

Assinado:

William Kaulitz Trümper

Bill Kaulitz Trümper

Billy Kaulitz Trümper

Seu irmão mais novo.

Seu maior admirador.

27 de agosto de 2010 ’’

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Bill partiu cedo demais. Não teve a chance de realizar tudo o que queria. Não teria filhos. Não se apaixonaria de verdade. Não tria chance de ver o que o destino reservava para ele.

Por uma causa nobre. No mínimo, honrada.

Que será lembrada por todos que o conheceram, principalmente por Tom.

A dor que ele sente, vai passar com o tempo. Com certeza vai doer muito. E quando a dor cessar será apenas um vazio presente no coração. Um aperto no peito, que vai se intensificar á cada vez que o nome de Bill for pronunciado. Á cada vez que se lembrarem dele.

E aquele remorso, aquela culpa que eu tinha dito, não vai sumir.

Quantas coisas ele poderia ter dito á ele e não disse?

Quantas vezes eles poderiam ter conversado, rido, brincado, mas preferiram não dizer nada?

Já imaginou quantas coisas você deixou de fazer? Quantos momentos você não aproveitou?

E você não pode recuperar o tempo que passou.

O que está feito, está feito.

Isso nunca irá mudar.

Aproveite cada momento da sua vida como se fosse seu último dia.

Porque talvez ele seja.

Abrace, beije, diga o que tem que dizer para quem ama todos os dias. Porque você não sabe se terá chance de fazê-lo outra hora.

Arrisque tudo por aquela pessoa que você ama.

Você nunca saberá como poderia ter sido se não tentar.

Quebre suas barreiras todo dia. Se supere á cada minuto.

Suspire como se seu suspiro fosse o último.

Porque quando você morrer, ou quando alguém ao seu redor, você vai saber que tudo o que você tinha que fazer, você fez.

É isso que eu quero saber quando minha hora finalmente chegar. Que eu cumpri minha missão.

E você?


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Dizendo se gostou, se não gostou, se é bom ou uma droga completa... Só deixe um review e faça uma autora feliz!
Enfim...Obrigada por ler...
Beijo! :*



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