Some promises wich are broken escrita por Duquesa Sukita


Capítulo 3
Capítulo 03: Jane Ives


Notas iniciais do capítulo

Novamente aqui. Dessa vez trago um capítulo fresquinho que acabou de ser escrito E revisado, da maneira mais simples que pude. O capítulo não saiu grande como o esperado, mas gostei do resultado final. Terry mostrando sua verdadeira face, não é sempre que isso acontece.
Espero que gostem do capítulo, nos vemos lá embaixo!



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Hipotermia. Este foi o diagnóstico dado à Mike Wheeler.

Fora de certa forma um acaso do destino que o ônibus que Joyce e todos estavam havia chegado no máximo dois minutos depois do desmaio do rapaz. Ninguém sabia o que fazer direito, Terry por sua vez tinha certa experiência com aquilo. Não se lembrava direito, mas quando mais nova cursava enfermagem, onde conheceu Martin e sua vida toda mudara.

A mulher fez o procedimentos dos primeiros-socorros e Hopper correu o máximo que podia na pista molhada e coberta de neve, deixando para trás a bicicleta de Mike e o carro de Joyce. Ao chegarem no hospital municipal foi uma confusão, quer dizer, os 'adolescentes' estavam exaltados, com medo que seu amigo morresse. Joyce tentou e conseguiu pegar o controle da situação e explicar que ambos precisavam de atendimento imediato.

Dito e feito, em menos de cinco minutos depois ambos estavam em algo parecido com uma UTI, com aparelhos os ajudando a se recuperar. Mike não possuía sérias lesões mas estar exposto a neve havia feito com que um tipo agressivo de hipotermia o atacasse. Já Eleven precisou realmente de cuidados, desde transfusões de sangue quanto máquinas para ajudá-la a respirar direito.

Na sala de espera do hospital, onde a maioria das pessoas esperavam por notícias de ambos, Terry se aproximou de Hopper.

—- Jim... Aquela... -- A mulher começou, um tanto quanto gaga.

—- Olha, Terrance. -- Jim colocou a mão sobre o ombro trêmulo da mulher. -- Não sabemos se Eleven pode ou não ser a SUA Jane. Agora que ela está de volta há essa plataforma do mundo precisará de muito cuidado e... não podemos confundi-la muito.

—- Mas Hopper... -- Terry tentou começar a argumentar, porém parou, tentando ouvir pela primeira vez em anos a voz da razão, de SUA razão. Ele respirou e ficou por alguns milissegundos de cara fechada, logo desistindo. -- Okay, Hopper, mas ao menos me deixe ficar perto dela. Se ela for realmente MINHA Jane quero estabelecer uma relação com ela, por favor, Hopper...

O xerife suspirou, enquanto esfregava sua testa com o dedão e o dedo indicador, pensando no que faria. -- Vamos fazer o seguinte, você dividirá um pequeno andar, com um quarto, cozinha e banheiro com ela. Okay? Ela precisará de proteção e se você também, se eu deixá-las em um lugar perto da delegacia vocês estarão, na maior parte do tempo, seguras.

—- Qualquer coisa, Hopper. -- Terry sorriu. -- Qualquer coisa, só quero ter minha filha de volta.

Hopper suspirou, enquanto continuava a massagear os cantos de sua testa. Era uma decisão precipitada, mas seria necessário; aquilo tiraria as dúvidas se Eleven realmente seria Jane ou se o governo iria vir logo atrás das duas bizarrices que aparentavam ser parentes.

—- Se Eleven se assustar, você tem de prometê-la levar até Joyce. -- Hopper instruiu. -- Desde que a... menina deu de ajudar a encontrar o Will, Joyce se sente na dívida. 

—- E-Eu...

—- Terry, não posso deixá-la ficar com a criança se não aceitar meus termos.

—- Certo, Hopper, certo... -- Ela suspirou, completando bem baixinho, apenas para si mesma. --... vou tentar.

O hospital ficou movimentado pelas três semanas que se seguiram. Sempre com idas e vindas dos amigos, dos adultos e de vez em quando até do irmão mais velho de Max que queria ver se as 'más companhias' da irmã já haviam morrido, mas como sempre a resposta era não.
Quando a terceira semana de internação estava prestes a acabar, Mike, abriu seus olhos. Castanhos e profundos pelo sono longo que tivera tentavam focalizar, podendo apenas focalizar-se no teto quase que bege do quarto onde havia passado suas últimas semanas.
Ele tentou se sentar, tendo certas dificuldade. Sentia dores e seus braços possuíam algumas agulhas que injetavam medicamentos. Dentro da sala estavam Karen, Tedy e Nancy. A primeira pessoa a ver que o rapaz havia acordado foi Nancy, que estava ao lado da maca. 

—- Mike... Mike? -- Nancy colocou a mão sobre a face do garoto, enquanto ele recobrava a consciência.

—- Nan... ce? -- Ele forçou a voz, um tanto que rouca e ela assentiu, quase que chorando.

—- Mãe, pai, o Mike acordou. -- Ela anunciou, feliz, como se eles não tivessem percebido. Do nada estavam os três encima do rapaz, que continuava com olhar perdido.

—- Mike, você está bem? -- Nancy questionou, tirando os fios que caiam sobre a face do menino.

—- Querido, você nos assustou. -- Dessa vez foi a vez de Karen se pronunciar.

—- Está de castigo por 3 semanas. -- Tedy disse, fingindo estar bravo, mas no fundo estava aliviado que seu menino estava bem.

—- Cale a boca, Tedy, ele acabou de acordar e você já fala isso? -- Karen se virou rapidamente pro marido, lhe dando um olhar nada amistoso.

—- Não briguem, pelo amor de Deus. -- Nancy retrucou olhando para eles, com certa raiva.

Enquanto os três discutiam entre si e o rapaz até então cheio de fios processava tudo que havia passado, tentando lembrar de como chegou ali, escutou a porta de correr abrir e de lá surgir uma enfermeira.

—- Oh, vejo que o menino acordou. -- Ela se aproximou dele e colocou as costas de suas mãos na testa do rapaz, após o feito fez algumas anotações e por fim concordou consigo mesma, sem nem ao menos ter se pronunciado. -- Certo. Vou liberar as visitas para seus amigos, eles parecem bem ansiosos, não saíram daqui durante as três semanas que você manteve-se desacordado.

—- Três... semanas? -- A rouquidão continuava. Nancy esticou um copo de água para ele, que trêmulo, aceitou. A água desceu sobre sua garganta, molhando-a e fazendo com que se sentisse um pouco melhor.

—- É, com hipotermia não se brinca, rapazinho. -- A mulher olhou para o adolescente, como se fosse uma pequena criança. -- Se não houvesse sido levado pra cá, rapidamente, você poderia acabar com consequências piores ou até morto.

Ele não respondeu, permanecendo quieto. Não assentiu, não deu qualquer sinal de que se importasse com o fato de estar ali. Essa faceta durou pouco, logo sendo trocada por um pequeno sorriso, um tanto que forçado.

—- Me desculpa, agi por impulso.

A enfermeira balançou a cabeça e olhou para os outros integrantes da família Wheeler.

—- Nós temos um limite de quatro visitantes por turno, os amigos dele parecem extremamente preocupados, poderiam trocar de turno com eles?

—- Ah, claro... -- Nancy sorriu, enquanto puxava os pais para fora do quarto. Deu uma leve piscadela para a enfermeira que sorriu em resposta.

—- Obrigada por salvar Jane. -- A enfermeira disse olhando de relance para o menino que olhou de volta para a enfermeira sem entender nada. Logo após isso ela saiu, sem dizer mais nada.

Mike voltou a se deitar e olhar pra o teto que mantinha a cor sem graça de quando seus olhos abriram. O soro caía, fazendo um barulho irritante e as máquinas bipavam. Ele só queria estar fora de lá, junto com Eleven, podendo viver como um adolescente normal; ensinando e aprendendo coisas junto a sua 'amiga'. Colocou a mão que não estava picada pelo soro sobre os olhos e enquanto estava sozinho naquele quarto chorou. Chorou tudo que podia chorar.

Ele havia falhado em salvá-la, ele havia perdido-a. 

Os minutos foram angustiantes. Quando finalmente acabou de chorar e se recompôs a porta do quarto abriu, trazendo consigo Dustin que abriu os braços e correu para salvar seu amigo das lágrimas.

—- MIKE, SEU IDIOTA. VOCÊ QUASE MORREU! -- Ele disse, enquanto abraçava seu amigo com toda sua força.

—- Dustin, isso tá machucando. -- Mike deu uma breve risada enquanto o amigo se afastava.

Will, Lucas e Max entraram mais calmos que o de cachinhos. Will parecia pálido, mas sorria como sempre. Lucas estava um pouco irritado e Max parecia ter chorado, mesmo que nunca fosse admitir isso.

—- Você está bem. -- Will deu um sorriso maior do que ele havia entrado.

—- Geral desse grupo são do quarteto óbvio? -- Max disse com a voz embrigada de certa preocupação. Lucas deu alguns tapinhas no ombro da menina.

—- São, nós todos somos. Você está convidada a se retirar se não gostou. -- Lucas levou um tapa na menina em suas costas, deve-se levar em consideração que ela era uma das mais fortes do grupo.

Lucas olhou para Mike e sorriu também. -- Ficamos felizes que você esteja bem.

Mike sorriu também. -- Eu também estou feliz que vocês estejam aqui.

Dustin permaneceu em pé, enquanto os outros três amigos se ajeitavam no espaço perto dos pés do rapaz.

—- A Eleven...

—- Ela está... bem? Eu acho. -- Max respondeu enquanto brincava com um dos fios de seu cabelo. -- A Terry não desgrudou dela por um dia.

—- Terry?

—- Terrance, é uma mulher que o Xerife ajudou. -- A menina respondeu. -- Ela que ajudou nos primeiros socorros. Foi ela que nos chamou.

—- A enfermeira...?

—- É, ela... 

—- É, a enfermeira. Ela começou a trabalhar aqui na segunda semana dela na cidade. Parece que ela tinha diploma de enfermagem. -- Lucas cortou a menina, dando de ombros. Max revirou os olhos ao ser cortada.

—- Isso é confuso. -- O menino até então hospitalizado disse. Will sorriu, dando pequenos tapinhas na perna do amigo.

—- Mas você pode ver ela depois, primeiro tem que ficar melhor, okay?

Mike sorriu, dando um breve sorriso.

—- Você nos assustou, Mike! Mas até que vivemos uma mini-aventura de ficar preso em um carro, se sentindo um daqueles pudins. Foi bem... interessante. -- Dustin pronunciou-se novamente, enquanto sorria.

—- Vocês foram atrás de mim?

—- Não, imagina, nós teletransportamos até onde você estava com ônibus, uma enfermeira aleatória e a mãe do Will. -- Max respondeu. -- Claro que fomos, seu idiota. Não queria perder uma aventura de procurar pessoas.

—- Já está virando um hobby nosso. -- Dustin piscou, sorrindo com seus poucos dentes. Fazendo com que Mike ficasse melhor, sorrindo. Eles ficaram um bom tempo conversando até que a enfermeira de antes apareceu na porta.

—- Terry! -- Max foi a primeira a notar a presença da até então amiga dos adolescentes. A mulher sorriu. 

—- Hey, Maxine. -- Max por um momento fechou o rosto, mas logo deu de ombros. -- Vim ver como o aspirante a herói estava. -- Ela se aproximou da cama, onde todos estavam ao redor. -- Como se sente?

—- Como seu eu tivesse acabado de sair de um microondas depois ficar preso no freezer por um tempo. -- Ele respondeu, enquanto esfregava a mão que estava com o soro no braço sem.

—- Isso é normal, fique tranquilo. -- Ela observou se o soro ainda pingava e após rever algumas vezes para ter certeza, ela anotou algumas coisas na planilha e olhou para as crianças. -- Acho que até amanhã ou depois ele consegue a alta, só preciso que o médico responsável o diagnostique, mas para mim ele está muito melhor.

Todos pareciam mais aliviados, até mesmo Terrance.

—- Mas, como nem tudo são rosas o horário de visita acabou já uns doze minutos. Consegui manter você mais um pouco, mas... se a enfermeira-chefe me pegar eu perco o emprego.

—- Nós te entedemos, Terry. -- Dustin sorriu, enquanto os outros já levantavam-se.

—- Até mais, Mike. Voltamos amanhã. -- Lucas se despediu.

—- Eles vem, Billy está controlando minhas saídas desde que cheguei tarde em casa. É um saco. -- Max se pronunciou. Billy era o irmão mais velho e controlador da menina.

—- Nós damos um jeito, Max, nós sempre damos. -- Will bateu levemente nas costas da menina.
Mike sorriu enquanto via seus amigos saírem. Após todos os amigos saírem o sorriso vacilou, ficando sério novamente. Terrance permaneceu no quarto, olhou para os lados e fechou a porta. Puxou uma das cadeiras que o quarto possuía para acompanhantes e se sentou ao lado da cama do menino.

—- Acho que já sabe meu nome, certo? -- Ela perguntou, cruzando suas mãos sobre seu colo.

—- Hã... Terry, eu acho. 

A mulher assentiu.

—- Ano retrasado o Xerife e a mãe de seu amigo, Joyce, me procuraram. Eu não me lembro muito da visita, digamos que no momento que eles estavam por lá eu era impossibilitada de pensar direito. -- Ela começou a contar, Mike não entendia o intuito daquilo, então permaneceu calado. -- Mas há poucos meses atrás a menina que você salvou começou a aparecer em meus sonhos.

—- Eleven? -- Ele perguntou, esperançoso. Mesmo que seus amigos dissessem que ela estava bem precisava da palavra de uma 'profissional'.

—- Eleven...? Hã, acho que vocês a chamam assim. -- Terry deu de ombros. -- Ela começou a me instruir a algumas coisas que... me salvaram. -- Ela hesitou um pouco. 

—- Eu não entendo por que você está falando isso... 

—- Michael, pelo que me contaram de você no ônibus a caminho do hospital você faria qualquer coisa para um amigo, mas não consigo acreditar que vocês são apenas amigos. Você a abraçava de maneira protetora, como se soltasse ela, ela... não sei, poderia fugir?

O menino corou, segurando levemente o cobertor que estava sobre suas pernas. Ele não esperava que nada de bom saísse de uma conversa com aquela conversa.

—- Eu só fiz isso porque ela é minha amiga. Por que está falando isso?

—- Michael, há 14 anos atrás eu tive uma filha que foi tomada de mim, pelo governo. -- Ela disse pausadamente a última parte, para que ele entendesse. -- Isso soa familiar sobre uma certa garota?

Ele ficou sem palavras por alguns momentos. -- O que você está querendo dizer, Terry?

—- Mike, se Eleven for minha filha eu vou levá-la daqui e não quero que ninguém me impeça. -- Ela disse, fechando o sorriso que possuía. -- Espero que tenha entendido. -- Ao finalizar sorriu novamente, levantou-se, colocou a cadeira de volta no lugar e ao abrir a porta para sair, sorriu de relance para o garoto que estava paralisado com a notícia. -- Agora descanse.


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Notas finais do capítulo

Bem, este foi o capítulo de hoje. Dependendo de como a semana que vim for correndo posso até postar o capítulo 4 mais rapidamente, mas vamos ver.

OBS: durante essa semana as provas vão ser intensas então não prometo capítulos.



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