Bem, eu nunca esquecerei a primeira vez que eu ouvi
Aqueles lindos lábios dizerem aquele palavrão
E eu nem ao menos consigo lembrar no que ela bateu meu carro
Mas ela cobriu a boca e seu rosto ficou vermelho
E ela me olhou de maneira tão graciosa
Que eu nem poderia fingir ter ficado bravo
Sim, eu vivo por pequenos momentos como este

Ela era linda, não um tipo de beleza padrão que você encontrará em desfiles de moda, ou em telas de cinema. Ela era linda em seu próprio modo, de uma forma única, totalmente dela, de um jeito que eu amava.

Os cabelos castanhos mognos, lisos e ondulados nas pontas caiam por seus ombros até o meio de suas costas. Seus olhos em um tom de castanho que parecia o mais doce dos chocolates. Os lábios que sempre davam o sorriso mais lindo do mundo. Estatura média, mas na altura exata para que seu ouvido encaixasse em meu peito quando nos abraçávamos, para que ela pudesse ouvir meu coração batendo por ela.

Sim, você não a encontraria em um desfile de moda. Mas, você ia amar aquela garota, ia amar o som de sua voz e, como o sorriso dela era o mais lindo do mundo, principalmente quando estava envergonhada com algo.

Eu estava ali, como um tolo apaixonado a observando dirigir meu carro, quando paramos abruptamente. Bella tinha acertado meu volvo em algo, uma bela batida naquela manhã de domingo.

— Puta que pariu! — ela praguejou, então cobriu a boca com as mãos, seu rosto assumindo uma cor intensa de vermelho. — Deus, Edward, me desculpe por isso! — Pediu, me olhando como se tivesse cometido o pior dos crimes.

Bom, se fosse outra garota eu teria ficado muito puto por ter, provavelmente, destruído o para-choque do meu carro. Mas, era Bella, eu não conseguia sentir raiva dela.

— Apenas me lembre de nunca mais te deixar dirigir meu carro, okay? — perguntei, a fazendo rir enquanto concordava com um aceno de cabeça.

Eu a amava, eu amava até o som da sua risada.

Bem, isso foi como no meu último aniversário
Ela perdeu a noção do tempo e queimou o bolo
E cada detector de fumaça na casa disparou
E ela estava prestes a chorar quando eu a abracei
E tentei não deixá-la me ver rir
Sim, eu vivo por pequenos momentos como este

Abri a porta do nosso apartamento exausto, tinha sido um longo e cansativo dia de trabalho e, era apenas segunda-feira, queria apenas me enrolar com Bella na cama e dormir até o dia seguinte. Mas, assim que cheguei a sala vi que os planos eram outros.

Ela estava sentada em uma mesa posta na sala, com uma lasanha e pequenas iluminarias imitando velas ali, com todas as luzes da sala apagadas. Eu estava ganhando um jantar de aniversário e, minha acompanhante para aquela noite era a mulher que eu amava, o dia chato até ali imediatamente se transformou em um incrível.

— Como foi no trabalho, hoje, amor? — ela perguntou, vindo até mim. Usando um hobby vermelho, por que ela estava de hobby se ainda íamos jantar? Ah, ela estava nua por debaixo dele, eu podia ver pela abertura na altura de seus seios, porra, era a garota dos meus sonhos.

— Senti sua falta! — A puxei para mais perto, deixando meus lábios se encontrarem com os dela, doces e perfeitos.

Bella gemeu baixinho em meus lábios quando a toquei por dentro do hobby, mas antes que eu pudesse deixar o jantar para depois e levá-la para o quarto, ouvimos os disparos dos detectores de fumaça do apartamento inteiro começarem a soar. Ela então se afastou de mim, correndo até a cozinha, onde a fumaça era escura vinda do forno.

— Seu bolo, eu queimei seu bolo, olha isso! — choramingou apontando para o pedaço de carvão que o bolo tinha se transformado dentro da forma.

— Não importa, amor, está tudo bem — falei, a puxando para meus braços, tentando não deixá-la me ver rindo sobre o bolo de carvão.

Ainda assim, foi um ótimo aniversário por tê-la ao meu lado.

Eu sei que ela não é perfeita, mas ela tenta tanto por mim
E eu agradeço à Deus que ela não é, pois isso seria tão entediante
São as pequenas imperfeições, as súbitas mudanças de planos
Quando ela dá as direções erradas e nós nos perdemos, mas estamos de mãos dadas
Sim, eu vivo por pequenos momentos como este

Obviamente ela não era perfeita, tinha essa grande mania de sempre achar que estava certa e, detestar quando eu a contrariava. Mas, todas as discussões que tínhamos sempre acabavam com sexo de reconciliação que era simplesmente maravilhoso, então eu não estava realmente reclamando.

— Você nos deu o caminho errado, Bella! — repeti, enquanto caminhávamos pela rua atrás do bar onde nossos amigos estavam esperando por nós.

— Não, é o caminho certo, você só está sendo preguiçoso e não quer andar.

— Eu nem sei que rua é essa, vamos pegar um táxi!

— Falta pouco, Edward! — teimou.

Revirei seus olhos, seu pai tinha me alertado quando comecei a namorar Bella sobre aquilo.

— Filho, boa sorte, as mulheres Swan sempre acham que estão certas em tudo! — Charlie tinha dito.

Meu sogro não podia estar mais certo.

— Nós estamos perdidos — Bella murmurou quando passamos pelo que parecia ser a terceira vez pelo mesmo lugar.

— Ah, você acha? — debochei, ganhando um revirar de olhos dela.

— Não seja um idiota! — ela disse brava, ainda assim segurando em minha mão. — Vamos pegar um táxi.

Eu sorri largamente, teríamos sexo de reconciliação aquela noite.

Quando ela está deitada em meu ombro no sofá e tudo está escuro
E quando ela cai no sono e meu braço direito adormece
E eu quero muito mexê-lo, pois está formigando e dormente
Mas ela parece tanto com um anjo que eu não quero acordá-la
Sim, eu vivo por pequenos momentos como este
Quando ela rouba meu coração novamente e nem se dá conta disso
Sim, eu vivo por pequenos momentos como este

Era sábado de noite, tínhamos terminado de assistir um filme qualquer que detestamos e, Bella tinha dormido sobre meu ombro logo depois. Desliguei a televisão e quis muito mexer meu braço já formigando por estar ali a tanto tempo.

Porém, era impossível imaginar perturbar o sono dela. Principalmente com a visão muito próxima do paraíso que eu estava tendo com ela ali junto a mim, tão serena e confortável em estar junto de mim, parecendo um anjo.

Sem nem se dar conta, Bella roubava meu coração todo dia, como quando a vi pela primeira vez nos corredores da escola. Carregando uma pilha de livros, discutindo com uma amiga, claramente irritada, ainda assim linda e tendo toda minha atenção para si naquele momento.

Quando nossos olhares se cruzaram ali, ela parou de brigar com a amiga e deu um sorriso envergonhado em minha direção. Acenei para a garota, a deixando continuar a andar, mas sabendo que eu podia nunca mais ter qualquer contato com ela, eu tranquei meu armário e fui atrás dela, que para minha surpresa tinha enfiado os livros na mão da amiga e dado meia volta até mim.

Nós nos encontramos no meio do caminho e, depois daquilo eu sabia que ela era garota certa. Por isso eu tinha um anel de noivado, pronto para ser usado na manhã seguinte no dia do nosso aniversário de namoro.

Então, nós dois iríamos ter mais uma porção de momentos juntos. Grandiosos, pequenos, tristes e felizes, mas com ela ao meu lado todos valeriam a pena.