Mischievous Destiny escrita por Raura


Capítulo 2
Holmes, Sweet Holmes


Notas iniciais do capítulo

nada a declarar, só desejo uma boa leitura x3



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— Sherlock

 

Acompanhei os movimentos de minha mãe com o olhar, ela estava toda eufórica pela chegada da sua hóspede.

— Espero que sejam gentis com Molly. – mamãe disse ao ouvir um carro parando na entrada.

— Duvido que Sherlock saiba o significado de ser gentil com alguém. – Mycroft comentou na tentativa de me alfinetar, claro.

— Como se você soubesse.

— Pelo menos eu sei fingir muito bem. – meu irmão baixou o jornal que lia e me encarou com sua cara cínica.

— Meninos, por favor! – nossa mãe nos repreendeu, a campainha tocou e ela foi abrir a porta. — William! Molly! Entrem!

Os Hooper foram escoltados até a sala, primeiro fiz uma rápida análise em William Hooper: distraído, ainda amava muito a esposa, adorava a filha, ex-fumante, um pai como outro qualquer, sem algo muito interessante.

Decidi então analisar Molly Hooper: tímida, amante de gatos, esperta, muito leal, praticamente as mesmas coisas que vi de última vez, reconheci seu rosto de imediato, o mundo era muito pequeno mesmo.

Quando mamãe nos disse que hospedaria a filha do casal Hooper, na hora associei o sobrenome à garota que se declarou para mim no final do meu último ano do colegial, a carta foi assinada por ‘M. Hooper’ e apesar de eu não saber seu primeiro nome, a possibilidade de ser a mesma pessoa existia, mas esperei para confirmar.

Assim que meu olhar se encontrou com os olhos castanhos de Molly, ela desviou o rosto e um rubor começou a se espalhar pelas suas bochechas, pelo jeito ela realmente devia ser a garota da declaração e se lembrar disso ou ela fingia estar envergonhada muito bem.

— Esses são meus filhos, Mycroft e Sherlock – minha mãe nos apresentou.

— William Hooper, é um prazer conhecê-los. – apertei sua mão, depois foi a vez de Mycroft.

— É um prazer conhecê-lo Mycroft... – primeiro Molly cumprimentou meu irmão – com um aperto de mão e um beijo no rosto, para surpresa dele que nem teve tempo de fazer cara de desagrado, depois foi minha vez. — Sherlock. – ela me cumprimentou como fez com meu irmão, mas notei uma frieza superficial e extremo cuidado na sua atitude, como se tentasse evitar demonstrar certas emoções e temesse estar próxima de mim.

— Fiquem a vontade, vou buscar um chá.

Felizmente nenhum dos Hooper tentou iniciar uma conversar e para meu desespero minha mãe não voltou carregando só a bandeja com o chá, debaixo de seu braço tinha um álbum de fotografias, era minha deixa para sair da sala.

Subi até meu quarto para checar a experiência que tinha iniciado naquela manhã, me ocupei com meus afazeres decidido a não voltar para sala, tinha que encontrar algo no meio das minhas coisas. Um tempo depois ouvi passos e vozes no corredor – era minha mãe levando a hóspede para seu quarto que seria de frente para o meu, peguei meu achado e fui até o quarto de Molly, bati na porta e aguardei.

— Entre. – ouvi-a dizer, abri a porta me encostando no batente, esperei ela se virar para ver quem era — Ah! É você.

 — Molly Hooper. – tirei a folha rosa com desenhos de coração do bolso e comecei a ler. — Caro Sherlock Holmes... – ela ficou tensa no mesmo instante. Bingo! — Sei que vai parecer loucura e bobagem, mas não quero que saia do colégio sem saber que me apaixonei por você. – a cada palavra lida Molly ficava mais vermelha. — Você aceita ser meu par no baile? – encarei-a e suas mãos estavam fechadas em punho, por meio segundo achei que fosse apanhar dela. — Jugando pela sua reação agora tenho certeza... Essa carta é sua.

Molly fechou os olhos e inspirou profundamente tentando se controlar – definitivamente ela queria me bater.

— Sinceramente eu não me lembrava disso, faz tempo. – sabia que ela estava mentindo.

— Está mentindo.

— E por que você se importa? Que diferença faz se fui eu ou não quem escreveu isso?

— Gosto de estar certo.

— Que seja, na verdade... – ela se aproximou de mim, pegou a carta nas mãos analisando com cuidado. — É... Realmente a letra é minha, mas isso não é mais verdade então acho que não se importa se eu fizer isso. – para minha surpresa Molly dobrou a folha e rasgou algumas vezes. — Agora se não for incômodo quero ficar sozinha para arrumar minhas coisas.

— Como quiser Hooper.

Então era isso, o Universo era muito preguiçoso para coincidências. E, além de preguiçoso o Universo tinha um péssimo senso de humor.

Sai de seu quarto fechando a porta, pensando nas reações de Molly, ela esteve muito perto de me bater e chorar, me surpreendi por ela ter rasgado a carta, julgando sua personalidade achei que existia a possibilidade de ela ainda gostar de mim.

Realmente eu não me importava só queria testar minha teoria e comprovar que estava certo, além de me divertir um pouco com o acontecido de quase dois anos atrás e toda essa situação hilária. Na época eu neguei seu pedido e dispensei os sentimentos, dei de ombros, como a própria Molly havia dito fazia tempo e não era mais verdade.

Depois do jantar meus pais acompanharam os Hooper até o aeroporto, William Hooper iria viajar para a América Central a trabalho, por isso Molly Hooper ficaria em casa. Eu esperava que ela não fosse uma dessas adolescentes barulhentas e xeretas que adoram incomodar, desde que ela não me aborrecesse eu podia facilmente ignorar. 

Na manhã de sábado segui minha rotina normalmente, incluindo meu banho logo cedo, até então dividir o banheiro com Mycroft não era problema, consequentemente por não estar habituado a mais uma pessoa na casa e graças a minha desatenção me esqueci de trancar a porta – só me dei conta de meu descuido quando ouvi a porta abrindo.

Amaldiçoei Murphy e suas leis idiotas, lógico que alguém iria entrar justo quando me esqueço de trancar a maldita porta.

Eu estava atrás do box prestes a ligar o chuveiro quando Molly entrou praticamente dormindo, abriu a torneira e lavou o rosto – se ela resolvesse entrar debaixo no chuveiro além de ser descoberto, eu seria taxado de pervertido voyeur, por isso ao invés de assustá-la decidi ficar quieto e esperar que ela saísse o mais rápido possível.

Não ouvia mais nenhum barulho vindo do outro lado do box, então resolvi olhar para saber se ela não tinha se asfixiado com a escova de dentes ou dormido sentada no vaso sanitário. Pelo amor de Deus! Como alguém conseguia ser tão lerdo logo de manhã?

Para meu desespero e deleite dos meus hormônios idiotas, Molly estava tirando a camiseta do pijama pela cabeça de maneira lenta, ela se atrapalhou com os braços, meu cérebro registrou duas coisas antes que eu me virasse: Molly dormia sem sutiã e tinha uma cicatriz nas costas.

— Merda... – ouvi-a dizer baixinho, logo depois a porta foi aberta e ela saiu. Esperei alguns segundos e sai do box correndo para trancar a porta, a última coisa que eu queria era ser incomodado novamente.

Depois do incidente do banheiro, se possível eu pretendia evitar esbarrar em Molly Hooper, o que não seria uma missão fácil já que estávamos morando debaixo do mesmo teto. Em menos de 24 horas e já ocorreu o incidente da carta e do banheiro – apesar do primeiro ter sido provocado por mim – esperava que parassem por ali.

Enrolei um bom tempo antes de descer para tomar café, se meus cálculos estivessem certos eu chegaria quando todos estivessem se levantando, sai de meu quarto dando de cara com Molly no corredor.

— Bom dia Sherlock!

— Bom dia. – respondi passando por ela, não pude deixar de notar seus olhos inchados, provavelmente chorou antes de dormir.

— Sabe, não sabia que Sherlock era para ser o nome de uma garota... – congelei onde estava e me virei para encará-la. — A propósito, você ficou uma gracinha usando rosa.

— Desculpe, não entendi.

— Eu vi as fotos... – ela se aproximou de mim com um sorrisinho e um brilho travesso nos olhos, deu um tapinha em meu ombro. — Relaxe, eu não direi a ninguém.

Molly virou-se e entrou em seu quarto, fiquei encarando a porta por onde ela entrou sem ação, ela tinha tido a ousadia de debochar de mim e eu não fiz nada de tão surpreso que fiquei. Só havia uma maneira dela ter descoberto: os malditos álbuns de fotografias.

Sinceramente eu esperava que Molly esquecesse essa história, a sensação que eu tinha agora era que ela falou aquilo só porque fui importuná-la com a carta...

Ela estava me dando o troco.

1 x 1

Touché, Molly Hooper.


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Notas finais do capítulo

Comentem ai o que acharam para fazer essa humilde escritora feliz :3



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