Escolhas escrita por FrannMarques


Capítulo 4
Angústia


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me por algum erro de gramática.



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Jayfon

          A ponte de comando estava fazia, exceto claro, pelos oficias que trabalhavam ali, mas de qualquer jeito eles não faziam diferença para Jayfon e isso deixava a sensação de estar sozinho. Estar sozinho... Era isso que Jayfon sentia a anos, desde que deixou tudo para traz. O único conforto eram as estrelas, o vazio infinito que estava além das janelas do Star Destroyer...

          - Senhor, mais duas naves estão saindo do hiperespaço. – a voz de uma mulher veio de algum lugar atrás dele, puxando ele para fora de seus pensamentos. Logo em seguida dois Stars Destroyer surgiram, preenchendo o vazio diante do Ressurrecto. Novamente a voz feminina chamou:

          -Senhor, eles requerem uma transmissão...

          -Não. – Jayfon interrompeu a mulher. – Traga-os para cá, não quero correr o risco de que essas transmissões caíam nas mãos da escória rebelde. – ‘’Nada vai parar o Império, não quando estamos tão próximos de destruir a Aliança.’’

...

          A sala era escura, exceto pelas luzes posicionadas em vários lugares, de forma a criar um contraste entre a iluminação e as paredes negras. O chão, ao contrário das paredes, era claro, de uma cor bege que refletia a luz que preenchia a sala. Uma chama provinha de uma lareira branca, que aquecia a sala, expulsando a sensação fria que o local passava. No fim, era uma sala pequena, sem muitas coisas, apenas um local para pequenas reuniões, mas também o lugar que Jayfon mais passava seu tempo, um dos poucos lugares onde ele se sentia confortável.

          Jayfon estava em pé, novamente observando as estrelas através de uma janela que se estendia em uma das paredes mais afastadas de todas as mobílias. Sua concentração foi quebrada quando a porta se abriu e três figuras imperiais apareceram: Almirantes Krains, Khorde Goloc e Darius Phlox. Sem dizer uma só palavra, Jayfon fez um gesto para que se sentassem em uma mesa disposta no meio da sala.

          - Como vocês sabem, descobrimos uma presença rebelde em Takodana, mais precisamente na cidade de Mothwa. - começou Jayfon. - O único motivo de vocês, almirantes Goloc e Phlox, estarem aqui é para garantir que, enquanto estivermos lá embaixo invadindo a cidade, nenhuma nave rebelde escape. Então, eu realmente espero que vocês...

          - Fazer o bloqueio é fácil... – Phlox interrompeu Jayfon. – Eu só não sei se você é capaz de garantir sucesso na superfície. – Um sorriso surgiu em seu rosto. Krains deu uma risada.

          - Se quiser tirar sua dúvida, Phlox, apenas analise os fatos. É exatamente por isso que você e Goloc receberam essa missão: porque é fácil. Vocês não tem capacidade para algo mais complicado que isso... - Respondeu, e deu um leve sorriso. – Mas não se preocupe, eu lhe darei todos os créditos pelo sucesso do bloqueio... Mas se falhar, eu irei te considerar pessoalmente responsável e acredite, Lord Vader não será tão misericordioso quanto eu.

Jyn

          Jyn acordou cedo, mas mesmo assim não levantou. Algo a incomodava, um sentimento de culpa tomou conta de todo o seu corpo, fazendo com que ela sentisse um peso imenso em suas costas, se não fosse isso ela poderia jurar que havia um hutt sobre ela.

          Depois de um longo tempo tentando decifrar o porquê desse sentimento, ela finalmente decidiu se levantar, o que foi um sacrifício, a cama era provavelmente a mais confortável que ela já tinha dormido a uns cinco meses, isso era graças ao governador Bawan, que fez questão que todos da Aliança tivessem um lugar confortável. Ela deu uma olhada no quarto, era um lugar bonito, uma cortina preta cobria a janela, as paredes possuíam uma cor cinza claro e o chão era branco. Não possuía nenhum tipo de enfeite, mas o lugar era muito agradável.

          Depois de se levantar, Jyn foi ao banheiro, ‘’depois de tudo o que eu passei talvez um bom banho seja merecido’’, pensou. Ela fez questão de passar um bom tempo lá, a água expulsava todo o peso que ela parecia estar carregando, e isso era bom, aquele sentimento de culpa também trazia consigo a tristeza e o sofrimento de anos atrás, mas também traziam lembranças eram boas, mas que hoje machucavam muito, não só por serem de uma época que ela sabia que não voltaria, mas por terem pessoas que já não eram mais as mesmas, pessoas que eram diferentes demais agora...

          Depois do banho, Jyn pegou suas roupas que estavam sobre a cama. Eram roupas simples: uma blusa cinza, colete marrom, uma calça preta, coldre e suas luvas que também eram marrons.

          Ela saiu de seu dormitório e logo recebeu a luz do sol. No momento era tudo o que ela precisava.

...

          Ela estava andando distraída quando alguém a pegou por trás e a abraçou.

          -Como vai, Comandante Erso? – era Cassian, o sorriso estava estampado em seu rosto e Jyn não resistiu, começou a rir. Ela adorava a presença dele, ele a fazia feliz, sua presença tirava todos os sentimentos ruins que ela carregava.

          -Hey, você sabe que eu não gosto que me chame assim! Mas pensando bem... - começou Jyn, ela se virou para encarar Cassian, colocando seus braços em volta do pescoço dele. Os rostos dos dois estavam próximos. – Talvez o Capitão Cassian Andor aqui tenha que me contar por que demorou tanto pra vir me ver quando chegou em Mothwa.

          -Ahh, eu achei que a Comandante Erso não teria tido tempo para sentir falta de alguém como eu... - Cassian imitou uma cara de pura tristeza, mas então começou a rir novamente, Jyn fez o mesmo.

          -Realmente... Sentir sua falta? Não, o K-2 foi um ótimo substituto se você quer saber. – Jyn se deu conta da proximidade de seus rostos, então desviou o olhar e o abraçou. Ela continuou, mas agora falando baixo. – Mas no fundo eu acho que senti um pouco a sua falta.

          Os dois passaram alguns minutos naquele abraço, a sensação do abraço de Cassian era ótima, mas os sentimentos que mais cedo a atormentaram voltaram aos poucos. Ela estava lutando para não demonstrar isso.

          -Ei, o que aconteceu com você, Jyn? – Perguntou Cassian, se afastando um pouco do abraço, de maneira que ele pudesse ver seu rosto. ‘’E... Tarde demais pra tentar disfarçar alguma coisa’’, pensou Jyn.

          Como resposta ela apenas olhou para baixo, no fundo ela sabia que aquele sentimento vinha porque essa cidade foi onde ela passou sua infância, mas não queria contar sobre isso para Cassian, o medo de sofrer ainda mais revivendo tudo de novo era maior do que qualquer outra coisa naquele momento. Ele parecia ter compreendido e apenas a abraçou novamente, dessa vez mais forte do que antes.

          -Porque você não da uma volta na cidade? Se distraia um pouco, pelo menos até você se sentir melhor, ok? – Ele sussurrou no ouvido de Jyn.

          -Não! Ainda tem muita coisa pra fazer, não posso deixar tudo aqui... - Reclamou Jyn, se afastando. Cassian usou a mão para tampar a boca dela.

          -Relaxa, eu cuido de tudo aqui, está bem? Prometo que não vou destruir tudo nesse meio tempo. – Jyn apenas deu um leve sorriso. Realmente, a presença de Cassian era reconfortante, talvez reconfortante até demais.

...

          As ruas de Mothwa estavam repletas de verde. Plantas, flores e árvores enchiam os olhos de Jyn. Crianças brincavam alegres, correndo e gritando umas para as outras. Tudo aquilo lembrava sua infância, uma infância que ela passou naquele lugar.

          A sua intenção era aliviar a pressão e angustia que ela carregava em suas costas, mas aquele passeio causou o efeito contrário, o lugar trazia a tona memórias de um passado que ela lutou anos para esquecer.

          Durante um tempo Jyn andou pela cidade. Seus pés a levaram para um lugar que ela só reconheceu quando chegou a uma rua estreita, cheia de verde e casas abandonadas. Uma delas lhe causou extrema tristeza, saudade e raiva, cada um desses sentimentos lutando para se sobrepor aos outros.

          A casa que ela observava estava abandonada a exatos sete anos, época em que ela perdeu quase tudo que ela tinha.

          Ao entrar no lugar ela se surpreendeu ao perceber que ele continuava do mesmo jeito daquela noite... a noite em que foi obrigada a viver tudo aquilo...

          Um barulho veio de algum lugar a sua direita, ela foi até lá. O lugar realmente continuava o mesmo. A casa era muito simples e pequena, o suficiente para três pessoas apenas. Conforme ela ia andando maior era a sua tristeza, até o momento em que ela chegou ao lugar que era seu quarto, onde encontrou uma velha boneca de quando era pequena. Aquilo era demais, Jyn sentiu as lágrimas descerem por todo o seu rosto, até alcançarem o chão. Um tempo se passou ali, até que ela pode ouvir gritos vindo de diferentes direções, em seguida explosões encheram seus ouvidos, e o que ela mais temia: o facilmente reconhecível barulho produzido pelos caças TIE do Império.


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