Destiny escrita por Vic Teani


Capítulo 15
Capitulo Quatorze: A embarcação dos mortos




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  Urd esperava pela resposta da loira, que a encarava seriamente.
  - Você realmente acha que poderia se sair bem em um pacto com Lúcifer? – perguntou a ruiva.
  - Você está blefando – disse Hel – Lúcifer não planeja isso.
  - Eu sei exatamente o que ele planeja – disse Urd – Não se esqueça que minha irmã prevê o futuro.
  Hel apertou uma das mãos, com raiva.
  - Então vejamos quem está certa! – disse ela – Vejamos quem sairá vivo dessa batalha!
  Dois buracos negros apareceram no chão. Deles, saíram dois homens com cabelos presos em rabos de cavalo, segurando duas katanas – espadas japonesas – e usando kimonos antigos.
  - Recrutando seu exército de mortos? – disse Urd, zombando – Tem medo de lutar sozinha?
  Hel fingiu não ouvir o que a deusa disse e os dois samurais atacaram Urd.
  Ela se defendeu com a espada preta e fez a espada branca de Lisa surgir em sua outra mão.
  Ficou apenas se protegendo por alguns minutos, defendendo hábil e facilmente os ataques dos dois homens. Quando encontrou uma brecha nas defesas do inimigo, atacou rapidamente, perfurando o peito dos dois.
  Os dois samurais não pararam de atacar, e Urd se viu obrigada a recuar.
  - Querida – disse Hel – Eles já estão mortos, você não pode matá-los.
  A deusa ruiva se ajeitou, deixando sua posição de defesa enquanto os soldados mortos de Hel se preparavam para outro ataque.
  - Ótimo – disse ela, limpando o sangue de um corte na bochecha – Então terei que retalhá-los até que eles não possam mais se mexer!
  Hel esboçou raiva em seu rosto com a segurança da ruiva, que recomeçou a lutar com os samurais.
  Urd se defendeu de uma das espadas e cortou as duas pernas de um dos samurais, que caiu no chão se debatendo, tentando se levantar.
  Rapidamente, cortou a cabeça do outro, mas este continuou a investir contra ela.
  A deusa cortou as duas mãos do homem sem cabeça, e com um chute o jogou contra a parede.
  - Brincadeira de criança – ela disse.
  Hel recuou um passo e fez mais buracos negros surgirem no chão.

  Dean olhava horrorizado para a enorme cobra que se enroscava em sua perna. Os olhos do répitil pareciam queimar assim como os do cachorro que agora vigiava Sam e Skuld.
  - Mais um de seus filhos? – perguntou Dean, tentando dizer alguma coisa.
  - Jormungand – disse Loki, orgulhoso.
  - Engraçado, a mãe deles deve ser uma aberração, não é? Afinal, você é feioso mas mesmo assim tem aparência humana – falou o Winchester.
  Loki se enfureceu, mas se acalmou ao ver a cobra começando a envolver o abdômen do caçador.
  - Zombe o quanto quiser, Winchester. Logo meu filho te dará o devido fim – ele falou.
  Dean tentava pensar rápido enquanto a cobra gigantesca subia por seu corpo.
  Loki se divertia vendo o desespero na cara do Winchester.
  - Então, já se convenceu de sua derrota? – perguntou ele.
  Dean não respondeu. A cabeça da cobra estava perigosamente próxima a seu pescoço.
  - Muito bem, acho que está na hora de acabarmos com isso – disse o deus – Jormungand, ataque!
  A boca da cobra se abriu, Dean sentiu o cheiro de veneno, duas enormes presas brancas reluziam perto do pescoço do caçador.
  Uma explosão foi ouvida atrás de Dean.
  A sala foi tomada por fumaça e pedaços da porta principal, que voavam para todos os lados.
  Uma lâmina foi arremessada e atingiu em cheio a boca da cobra.
  - Não! – gritou Loki, fazendo tudo que estava a cinco metros dele arder em chamas.
  Dean se livrou do animal morto e correu para longe do deus enfurecido.
  A fumaça foi diminuindo e pode-se ver um homem parado em frente a porta de entrada.
  - Castiel? – perguntou Dean, surpreso.
  - Eu não posso entrar na casa – disse o anjo – Mas posso dar uma ajuda daqui de fora.
  - Fico te devendo essa – disse Dean.
  Uma onda de chamas voou em direção ao anjo, que desapareceu.
  - Maldito! – disse Loki – Apareça, covarde!
  Castiel reapareceu a alguns metros de onde estava.
  O deus saiu furioso atrás do anjo, lançando chamas para todos os lados. Atrás dele, um rastro de fogo ficava por onde ele passava.
  Ele passou pela porta de entrada saindo da mansão. Castiel desviava das chamas e ficava se tele-transportando de um lado para outro.
  Dean aproveitou a distração do deus e pegou a lamina de arcanjo lançada contra a cobra com cuidado, pois o veneno vazava das presas do animal morto.
  Ele correu até Loki, para tentar ajudar Castiel de alguma forma.
  Quando ele estava quase alcançando o deus enfurecido, Loki se envolveu em uma esfera de chamas que começou a crescer.
  Antes que o anjo e o caçador pudessem fazer qualquer coisa, a esfera os atingiu, envolvendo-os completamente.
  Então, a enorme bola de fogo desapareceu, deixando somente uma enorme área devastada para trás.

  O quarto estava banhado em sangue. O liquido vermelho escorria pelas paredes, pingava do teto e formava poças no chão.
  Partes humanas retalhadas se debatiam no chão.
  Urd arfava, o suor escorrendo de sua testa.
  Suas duas espadas estavam completamente vermelhas, e o sangue dos corpos esquartejados se misturava ao seu em sua face.
  Hel estava do outro lado do aposento, igualmente cansada.
  Urd havia destruído completamente os soldados mortos-vivos que a deus loira invocou.
  Agora, as duas lutavam entre sim, Hel segurava uma espada feita de ossos humanos.
  As duas correram em direção a outra novamente, suas espadas colidiram no ar.
  Urd usou a outra espada para perfurar o peito de Hel.
  A deusa loira riu e segurou uma das mãos da deusa ruiva.
  Um buraco preto apareceu no chão, bem embaixo das duas, fazendo-as despencar em um abismo que parecia interminável.

  Um frio congelante saia da porta aberta. Verdandi olhava aterrorizada para o imenso vale que se estendia por quilômetros. Arvores sem folhas estavam por toda a parte, neve cobria o chão e havia um enorme rio, que fluía livremente, ignorando a baixa temperatura.
  O cheiro da morte estava por todo o canto.
  Pessoas com um aspecto horrível, roupas rasgadas, cheias de cortes e ferimentos provavelmente fatais andavam sem rumo algumas se afogando no rio, outras procurando em vão uma ponte ou embarcação, qualquer coisa que pudesse levá-los para o outro lado.
  Quando notaram a porta aberta, correram em direção a saída.
  Verdandi fechou a porta atrás de si, e as pessoas pararam de correr, voltando a andar de um lado para o outro.
  A deusa loira olhou para aquele lugar. Quem diria que Loki havia descoberto uma das passagens para o mundo dos mortos?
  Ela caminhou até a beira do rio, e observou as pobres almas que ali haviam caído, tentando inutilmente voltar a superfície.
  Um pequeno barco surgiu a sua frente.
  Um homem alto e magro, vestido com roupas negras e segurando um enorme remo estava dentro da embarcação precária, mais que mesmo assim flutuava sem problemas, aparentemente imune a correnteza veloz.
  - Para atravessar, pague o preço – ele disse.
  - Caronte – disse Verdandi. Ela não gostava muito de deuses e seres de outras religiões ou mitologias. Na verdade, praticamente nenhum deus gostava.
  - Você não está morta – disse Caronte, calmamente – Você não pode passar.
  - Eu sou uma deusa – ela disse.
  - Meus parabéns para você – ele disse – Não pode atravessar.
  Ela suspirou e tirou os dois brincos de ouro do bolso.
  - Não serve como pagamento – ele disse.
  Ela fez os brincos se transformarem nas argolas de ouro.
  - Não importa o tamanho, não serve – ele disse, calmamente.
  - Quem disse que era como pagamento? – ela falou, colocando uma das argolas perto da garganta de Caronte.
  Ele nem se mexeu.
  - Pode tentar me matar – ele disse.
  Ela fez as argolas sumirem. Era inútil tentar lutar contra o barqueiro do inferno em seu território. E também era inútil tentar atravessar sem o pagamento correto.
  Porém, se ela não conseguiu atravessar, Skuld e Sam também deviam estar naquela margem do rio.
  - Me diga – ela disse – Você levou uma deusa e um rapaz para o outro lado hoje?
  - Eles estavam mortos? – perguntou Caronte.
  - Não – respondeu a deusa, sem paciência.
  - Então não – ele disse – Só atravesso aqueles que morreram.
  - Mesmo se fosse uma ordem de Hel? – perguntou ela.
  - Não diga esse nome! – disse Caronte, aumentando o tom da voz – Eu obedeço unicamente ao senhor Hades!
  E dizendo isso, ele desapareceu, junto a seu barco.
  - Eles ainda estão desse lado – falou Verdandi para si mesma.
  Mas como ela acharia os dois, em quilômetros e quilômetros de neve?
  Ela ergueu a cabeça e começou a andar, começando sua busca no mundo dor mortos.

 


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